quinta-feira, fevereiro 26

Enganos II

Por forma a engrandecer o debate e porque achei que daria um contributo interessante para o mesmo, tomei a liberdade de resgatar mais um comentário de um nosso leitor sobre o tema que eu apelidei de Enganos. Aqui fica o texto da Ver, que traz uma nova luz a esta discussão. Não quero tornar isto uma cópia do Abrupto, género o :ILHAS feito pelos leitores, mas creio que não só se prova que não é só de jornais que se alimentam os blog’s como, também, damos mais qualidade ao :ILHAS. Aqui defendesse a liberdade de opinião e de expressão.

“Pedro, se possível diz-me quem te enviou este comentário que tu consideras um “engano” e eu considero uma preciosidade!

(o comentário foi escrito por um leitor que assina José.)

Estou inteiramente de acordo com o(a) autor(a) deste comentário. É bom descobrir alguém que, pelo menos em parte, partilha este desconforto que sinto em relação à temática e conteúdo da maioria dos blogues que li.

A maioria dos blogues limitam-se a comentar os comentários dos comentadores e a divagar sobre a agenda insalubre e tosca imposta pela comunicação social. Há certamente bons jornalistas, bons jornais, óptimas estações de rádio, razoáveis canais televisivos. Mas não tenho a menor dúvida que mais de metade dos meios de comunicação social são de uma pobreza incomensurável de ideias e ideais. A maioria das notícias e a forma como são abordadas e discutidas reflecte o vazio, a frustração e o narcisismo de grande parte dos jornalistas actuais.

Reflecte a vitória do ego sobre o ser criativo e livre.

Depois há também essa necessidade diária, por vezes horária de blogar, de comentar, de opinar, de palrar. Comentários e contra-comentários. Críticas irreflectidas e fáceis. Ruído, muito ruído. “Much ado about nothing”. No dia seguinte tudo está esquecido, arrumado, encerrado. Capitalismo cultural. Culto do esquecimento. Muito ego e pouca substância. Assim são a maioria dos blogues. Como um filme de Hollywood cheio de distracções, acção, barulho, movimento, cor, gritos e apitos.

Felizmente também há filmes como “Dogville” que se desenrolam dando-nos tempo e espaço para pensar e reflectir. Filmes que se distinguem não pelos biliões de dólares do orçamento, mas pela excelência da interpretação. Filmes onde ouvimos o movimento das roldanas dos nossos próprios cérebros.

Blogues há muitos mas muito poucos activam os neurónios, menos ainda chegam a aquecer o coração.


Acima fiz uma tentativa falhada de enviar um comentário grande dividido em quatro partes. A última parte saiu mais cedo do que devia. É por isso que a leitura cronológica acima parecerá confusa. Em vez de se ler 1, 2, 3 e 4 será mais fácil se se ler 1, 3, 4 e 2.
(eu próprio fiz a montagem) Ok, ok “adesculpem-me okupar” tanto espaço. Prometo que não envio mais comentários!”

Cara Veronica podes enviar todos os comentários que achares por bem fazer, nós agradecemos. Eu prometo dentro de momentos voltar ao assunto...

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