sexta-feira, junho 30

Será que alguém tem um dicionário, ou outro livro qualquer, que me explique o que significa "gosto duvidoso"?
É que naqueles que já consultei nenhuma das definições coincide com algumas dezenas de opiniões escritas no "livro de honra" de uma certa exposição.

"RELES"

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Assevera o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da notabilíssima Academia das Ciências de Lisboa, na sua entrada a fls. 3173, que RELES é um adjectivo de origem obscura e bastarda que significa: que é de inferior qualidade e baixo nível, grosseiro e ordinário, mesquinho e mísero...etcetera Trata-se de um predicado, en vogue, na oratória dos nossos tribunos, quer sejam da oposição, quer sejam da situação, pois apesar da descontinuidade geográfica da nossa dimensão "arquipelágica" (um grotesco neologismo de politiquês), na mesma semana, tivemos um tonitruante Pedro Arruda, em Assembleia Municipal de Ponta Delgada, a acusar a Presidência da Câmara de um acto "reles", ao passo que, na Horta, um impante Clélio Menezes, na Assembleia Legislativa Regional, dardejava igual mimo na direcção da Presidência do Governo! Mas, não se julgue que esta lassidão de linguagem é algo de refrescantemente novo nesta fossa abissal que separa cada vez mais os eleitos dos eleitores e que é também imputável a um debate inane.
Eça de Queiroz, numa das suas memoráveis Farpas, diagnosticava os padecimentos do nosso parlamentarismo, v.g. : "a nobilitação dos parvenus, a falsa aristocracia, a falsa grandeza, a falsa virtude, o falso talento, o funccionalismo exuberante, a arrogância burgueza, o reinado da usura, a ruína do trabalho, a sophismação dos princípios, a decadência da arte, a depravação do gosto, a queda dos caracteres e dos espíritos para o fútil, para o ordinário, para o reles, para o chinfrim.". Note-se que o Grande Eça referia-se concretamente à "Câmara dos Deputados" nos idos de oitocentos. Logo, como se costumava ler na ficha técnica das novelas brasileiras, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência...ou será cópia pura da ficção ? Veremos nas cenas dos próximos episódios.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

à distância

Portugal revela-se um país confrangedoramente pequenino...

Defesa da Honra

J. Hedgar Hoover gostava de se vestir de mulher, usar peruca e guardar dossiers com informações detalhadas sobre a vida profissional e pessoal de um sem número de individualidades do seu tempo. No passado dia 28 de Junho, em Reunião Ordinária da Assembleia Municipal de Ponta Delgada, no período antes da ordem do dia, após uma intervenção recomendando a aquisição dos terrenos circundantes à escola do Ramalho para os transformar em espaço público de lazer, após uma intervenção sobre a Lei de Finanças Locais, após uma intervenção sobre as responsabilidades camarárias no que concerne ás zonas balneares, após todas estas questões e todo o debate que estas questões levantaram, tomei a palavra, para questionar a Câmara sobre uma viagem a Fall River patrocinada pelo Executivo Camarário, nestes termos: de acordo com o que me foi possível apurar quer pelos órgãos de comunicação social, quer por via particular, a Câmara Municipal de Ponta Delgada vai fazer deslocar a Fall River uma comitiva com um número indeterminado de pessoas para a inauguração de uma réplica das Portas da Cidade. Partindo do princípio que este é um evento de alto significado para as nossas comunidades emigrantes, que é um acontecimento que dignifica a cidade de Ponta Delgada, concedendo que, por isso, se justifica a deslocação de uma comitiva oficial deste município a Fall River, importa no entanto esclarecer qual o número exacto de pessoas convidadas pela Câmara Municipal e qual o valor em euros dessa deslocação. De acordo com as declarações prestadas pela Presidente da Câmara aos órgãos de comunicação social os convites teriam sido feitos a diversas individualidades, mas, estas acarretariam com os custos da viagem, ora apesar de considerar uma falta de educação convidar no pressuposto de que os convidados teriam que pagar o convite, apesar disso e mesmo não considerando isso, foi colocada por mim à Câmara Municipal de Ponta Delgada a solicitação para que esclarecesse perante a Assembleia Municipal quantos convites haviam sido efectuados e qual o valor exacto da despesa que a Câmara acarretaria com a deslocação desta comitiva a Fall River. Perante esta questão, a Dra. Berta Cabral respondeu com uma declaração sobre a importância e o valor do evento e sugeriu que eu, pessoalmente, não poderia questionar o gasto de dinheiros públicos por estar pessoalmente envolvido com outro tipo de gasto de dinheiros públicos. Em seguida reafirmei que a minha questão se limitava a solicitar uma descrição exacta do valor pago pela Câmara Municipal de Ponta Delgada na deslocação de uma comitiva a Fall River e exigi que a Dra. Berta Cabral concretizasse com exemplos as circunstâncias em que eu pessoalmente tivesse estado envolvido em gastos de dinheiros públicos. Em resposta a Dra. Berta Cabral apresentou, de entre os papéis de que se fazia acompanhar, uma fotocópia do Jornal Oficial da Região Autónoma dos Açores em que estava publicado um despacho concedendo um apoio de 15.000 ? do Governo Regional a uma empresa da qual eu sou sócio, para a realização de uma exposição de fotografia, insinuando que tal apoio era um gasto indevido de dinheiros públicos, num evento de gosto duvidoso, que ela própria, a sua Câmara Municipal, realizava eventos similares sem gastar um tostão. Perante esta manobra sórdida e premeditada de descredibilização da minha actividade profissional, de infundado atentado à idoneidade da uma empresa que tem um nome no mercado e que ao longo dos anos tem vindo a estabelecer protocolos e contratos com diversas entidades, desde o Governo Regional a inúmeras empresas privadas e mesmo com a própria Câmara Municipal de Ponta Delgada e suas empresas participadas, perante o insulto abjecto que é a utilização de factos da actividade profissional de um vogal eleito da Assembleia Municipal como forma de contrapor a questões politicas legitimas, não me restou outra alternativa que não fosse fazer ouvir e registar em acta o verdadeiro âmbito da minha indignação. O acto da Dra. Berta Cabral - apresentar uma fotocópia do Jornal Oficial e com isso utilizar a minha actividade profissional para insinuar qualquer tipo de promiscuidade da minha pessoa ou de uma das minhas empresas em gastos de dinheiros públicos - é, para mim, a forma mais baixa, mais reles, mais inadmissível de estar na política. Não posso, aqui, reproduzir toda a extensão do meu sentimento na altura, mas posso, de forma ponderada e pública reafirmar toda a veemência do meu descontentamento. A Dra. Berta Cabral teve para comigo um comportamento que eu apenas considerava possível em reconstituições históricas de regimes ditatoriais, algo apenas classificável como próprio de Mussolini, ou de Hitler, ou dos piores dias do McCartismo, a atitude, que para mim não tem outro nome que não seja pidesca, de apresentar factos da vida profissional e pessoal de um membro eleito de uma Assembleia Municipal para contrapor questões políticas legítimas é, reafirmo, um golpe baixo, reles e mesquinho. É um J. Hedgar Hoover não travestido mas real. Pior, uma pessoa que uma hora antes, num restaurante da cidade me cumprimenta com falsa simpatia, forçando dois beijinhos num gesto de puro cinismo, sabendo já da manobra aviltante que tinha preparada é, para mim, uma pessoa de tal maneira hipócrita que não merece qualquer respeito ou consideração. Pela minha parte resta-me esperar pelo pedido de desculpas público que exigi à Dra. Berta Cabral no intervalo da Assembleia Municipal e também me conforta a certeza de que existem gravações áudio de todas as palavras que foram proferidas nessa reunião, pelos munícipes de Ponta Delgada espero que leiam esta minha versão do que se passou na reunião ordinária da Assembleia Municipal do dia 28 e exijam saber da Sra. Presidente da Câmara Municipal quanto dinheiro será gasto com esta viagem a Fall River.

Ninety percent of the politicians give the other ten percent a bad reputation
Henry Kissinger

quinta-feira, junho 29

Depois de uma aterragem com vento forte mergulhei no I Open Internacional de Fotografia Subaquática da Ilha Graciosa. Nos próximos dias o postanço tem o seu epicentro na ilha Branca, mais precisamente numa sala de informática pertença da Santa Casa da Misericórdia cuja média etária, dos utilizadores, ronda os 10 anos e andam viciados no messenger - sinto-me em Casa!...

Feios, Porcos e Maus

o LADO B do Vox Populi numa semana particularmente Pidesca

Em que esquadra me apresento? Na última edição do Expresso, João Pereira Coutinho defendeu a prisão dos dirigentes do Bloco de Esquerda.

Daniel Oliveira no Choque e Pavor/Expresso de 17/06

(...) 54% da população portuguesa não tem qualquer conhecimento informático, incluindo o acto simples de usar o 'rato' (...)

in Diário Económico de 21/06

(...) O "post curto" gera uma tensão sobre o espaço das palavras, acentua a utilização estética da frase, em combinação com o título e com outros elementos gráficos. O facto de os blogues poderem usar simultaneamente texto e imagens, sons e vídeo está a dar origem à primeira grande vaga de um novo tipo de textos, nascidos na Rede e para serem lidos na Rede.

José Pacheco Pereira no Público de 22/06

Gosto de trabalhar juridicamente e sinto que já estou na calha e em forma outra vez. Mas a política tem uma adrenalina diferente. (...) A minha frase ao dizer que vou andar por aí em matéria política ficou célebre e é o que tenciono fazer.

Pedro Santana Lopes no Diz-se do Público de 22/06

(...) Quanto aos portugueses, todos sabem como eles são: caem a fingir...

Valentin Ivanov (o árbitro do Portugal-Holanda) no Público de 27/06

(...) In England they expect too much of the national team. They are a country [obsessed with] football and always want too much from their team.

Deco no Guardian de 28/06/06

GaCS for All

Desejo não-reprimido de Costa Neves após uma sessão reprimente de Língua Afiada da passada 4ª. Aqui outro efeito GaCS.

Entretanto... É oficial: já é Verão!

terça-feira, junho 27

CineClube

O Novo Mundo Aventura sobre o encontro entre nativos americanos e os europeus que partiram à conquista do novo mundo, é também a história arrebatadora da índia Pocahontas, do aventureiro John Smith e do aristocrata John Rolfe. No início do século XVII, três pequenos navios ingleses partem à conquista do novo mundo, na esperança de encontrarem lendários tesouros e ouro. Ao desembarcar em James River, na Virgínia, estabelecem a colónia de Jamestown. Mas a maioria dos 103 colonos do grupo original eram aristocratas mal preparados e consequentemente as condições de vida na colónia degradam-se rapidamente. O Capitão John Smith é então encarregado de liderar uma expedição ao longo do rio Chickahominy. Durante a expedição, os nativos da tribo Powhatan matam todo o grupo à excepção de Smith, que é levado para a aldeia. Aí conhece a filha do chefe da tribo Powhatan, Pocahontas. Ela é um espírito livre e entre os dois nasce uma relação que se tornará numa das mais famosas lendas americanas. "O Novo Mundo" é o último filme do realizador Terrence Malick, conhecido por "A Barreira Invisível".

A Criança A prova do real Para o melhor e para o pior, temos assistido ao triunfo de uma crescente ilusão estética: a de que os novos recursos técnicos do cinema, nomeadamente nos chamados efeitos especiais, representam "obrigatoriamente" um ganho temático e narrativo. De vez em quando, é bom encontrar um objecto que nos permita contrariar esse novo-riquismo cinéfilo, afinal de contas muito pouco amante do cinema e da sua diversidade: «A Criança», de Luc e Jean-Pierre Dardenne, aí está como prova real - ou, se quiserem, como prova do real - de que as mais austeras estratégias realistas continuam a ocupar um lugar central na dinâmica do cinema contemporâneo. Em exibição nas salas 1 e 2 do Solmar.

Samba de uma nota só !

Fáfá de Belém não foi nas cantigas de escárnio e mal-dizer que glosavam depreciativamente certas "violas" e determinadas "brasileiras" e acedeu ao convite para integrar o rol de artistas que vão pisar o palco "Diversidade" na Feira "Viver Culturas". Não se trata de uma sequela do Rock in Rio mas tão só mais uma festivaleira iniciativa, do estilo de tantas outras, que têm merecido da inteligentzia Socialista o rótulo de foguetório despesista e propagandístico. Contudo, dá-se o caso de o evento ser patrocinado pela Direcção Regional das Comunidades, em parceria com a Câmara Municipal da Ribeira Grande, pelo que as vozes críticas parece que emudeceram e meteram a viola no saco!
Subitamente as farpas dirigidas pelo Presidente do Governo Regional, numa cerimónia oficial em tom de comício partidário, contra certas autarquias, deixaram de possuir a aura de mistério e revelaram a verdade que já se adivinhava. Para alguns ouvidos a música deixa de ser pimba quando muda a audiência. No caso concreto, Fáfá de Belém vociferando : "Meu coração é vermelho, hei, hei, hei / De vermelho vive o coração, ê, ô, ê, ô / Tudo é garantido após a rosa vermelhar / Tudo é garantido após o sol vermelhecer", é sublime poesia que, por certo, encantará uma vasta plateia pontuada com os ilustres do partido da rosa.
Mas, o acinte do episódio das "violas e brasileiras" é apenas mais uma nota numa marcha cor-de-rosa cujo enredo glorifica o partido do poder e demoniza quem teima em não sucumbir aos seus encantos.

Acresce que entre eflúvios de auto elogio à obra feita e por fazer a banda sonora do Partido Socialista vai além dos amanhãs que cantam e tenta reescrever o passado. Infelizmente o deslumbre pelas luzes da ribalta é de tal ordem que esta II Autonomia tem a soberba presunção de querer impor a falsa ladainha de que a Autonomia fundacional foi um comezinho fenómeno de "festas de políticos de paróquia e declarações piedosas.". Mas, infelizmente, subliminarmente lá vai ficando no ouvido a ideia de que a Autonomia só se construiu a partir de 1996. Esta vontade de reescrever a história, rasurando dos anais da Autonomia os anos da regência do Dr. Mota Amaral, tem por suporte o enlevo propagandístico do desenvolvimento económico. Entre os vários factores propulsionadores desse desenvolvimento de sucesso está a mais recente vaca sagrada da nossa economia: o Turismo. Em honra desta divindade não espanta que o Governo Regional dos Açores, sem qualquer temor pelo futuro, atire a primeira pedra das Portas do Mar, um investimento colossal com retorno garantido enquanto obra de regime.

Contudo, a verdadeira obra do regime não se faz com betão mas sim com um "partido político consolidado" como recentemente afirmou o Coordenador do PS/Açores numa extensa entrevista a este jornal. Mais disse que o PS "é um partido político que as pessoas reconhecem como sendo, por via de vicissitudes várias, o único partido capaz de ter um projecto político visível e actuante na sociedade açoriana". Este sonho de partido único é cada vez mais o hino deste Partido Socialista cuja partitura "actuante na sociedade açoriana" é cada vez mais o samba de uma nota só !
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JNAS na Edição de 27 de Junho do Jornal dos Açores


segunda-feira, junho 26

post para os adeptos da bola

Devo dizer que não tenho tempo. Estou, outra vez, em mudanças e isso é, para quem sabe o que isso é, o equivalente, em termos de falta de tempo, a estar na fila das finanças no último dia de entrega do IRS. Ainda por cima tenho mestres na casa nova, o que dispensa comentários. Por isso venho só aqui apaziguar as mentes mais adeptas leitoras deste blogue e dizer que ontem assisti a um dos piores jogos de futebol a que tive o (des)prazer de assistir em toda a minha vida, nem o factor emoção/sofrimento (muitas vezes sobrevalorizado no que ao futebol diz respeito) valeu para compensar a desinteressantíssima partida de xadrez humano que vimos ontem. Peão come Cavalo, Torre é abatida pela Rainha e o jogo acaba com o bispo a fazer protecção ao rei. Portugal ganhou e merecia ganhar, é verdade. Scolari conseguiu injectar espírito de equipa nas cabeças daqueles 23 homenzinhos, O Costinha foi expulso e não joga o próximo jogo felizmente, Van Basten sofreu a humilhação que merecia por ter posto a Holanda a jogar como uma equipa da Moldávia num dia mau, o árbitro parecia saído da primeira liga portuguesa, tudo isto é verdade, mas mesmo assim foi um péssimo jogo de bola. Agora venha o Espanha vs França, isso é que vai ser Futebol. E sim, Portugal vai ganhar à Inglaterra.

P.S este post foi escrito a alta velocidade ao som deste disco, o Artur Jorge é que dizia que via os jogos ao som de boa música porque não tinha paxorra para ouvir os comentários...

post:it

Hoje em destaque na Radar. Acompanho as letras quase instintivamente e já perdi a conta de quantas vezes ouvi este disco...

Vox Populi

TURNER Sunrise with Sea Monsters
c. 1845; Oil on canvas, 91.5 x 122 cm; Tate Gallery, London
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Blogues

"Um blogue (mesmo se colectivo) é sempre de cunho muito pessoal e, ao ser continuamente visitado, acaba por transformar-se nos olhos do visitante/interactor num complexo de fantasias que traduz, em última análise, a interiorização da intimidade alheia como se fosse a própria. Este tipo de empatia generalizada é o motor do metabolismo blogosférico: uma aparente distância e solidão dissimulada por uma constante absorção e vivência do "outro"."

Luís Carmelo, segunda-feira, 19 de Junho, no Miniscente.

"Ao contrário do que, ainda muitos, desejavam, a Blogoesfera é, cada vez menos, um circuito fechado."

Mariana Matos, quarta-feira, 21 de Junho no Ardemares

A Jamanta de Betão

"No dia em que o monstro, pomposamente denominado de Portas do Mar, começa a ser gerado, importa referir que este projecto é de tal dimensão financeira que equivale ao Aeroporto da Ota. Isto é, o Portas do Mar representa 2% do PIB dos Açores. O Aeroporto da Ota representa também 2% do PIB nacional. Mais preocupante é ainda a sua dimensão física, uma verdadeira jamanta de betão na boca do Porto Comercial de Ponta Delgada. E não houve preocupações urbanísticas nem ambientais.".

Luís Anselmo, quinta-feira, 22 de Junho no Pari Passu

O porta voz do diálogo ?

"A mim não me parece que exista falta de debate político nos Açores. Existe um diálogo político do Governo Regional com as instituições representativas da sociedade açoriana e, por essa via, com os cidadãos açorianos.".

André Bradford, Sábado, 17 de Junho em Grande Entrevista ao Jornal dos Açores.

Mitomanias ?

"Há relativamente pouco tempo escrevi sobre a sistemática utilização pelo Governo Regional da estratégia comunicativa de Goebels. A repetição de uma determinada ideia, ainda que pouco conforme com a realidade ou de duvidosa seriedade, acaba por incutir no senso comum - vulgarmente designado por opinião pública - a sensação de rigor e sucesso que, infelizmente, não gozamos.".

Joaquim Machado, segunda-feira 19 de Junho no Açoriano Oriental

Humor muito negro

"O grau das liberdades públicas efectivas depende da capacidade dos cidadãos, não da concessão magnânima do Estado".

António Oliveira Salazar, no capítulo de frases e pensamentos da página sobre o «Obreiro da Pátria»

Quote of the week
"A vida empareda os loucos e abre uma fresta aos sábios".

Algures numa leitura de Marguerite Yourcenar.

3ª SEMANA



TERCEIRA ©DANIEL ROCHA




9 ILHAS, 9 FOTÓGRAFOS
TEATRO MICAELENSE
14h00 ÀS 20h00

domingo, junho 25

Alex




Beware: clockwork oranges ahead!

A razão deste post, são duas.
A primeira, evidentemente, é não deixar o JNAS ficar por cima. A segunda é dizer que estamos vivos e somos colectivos.

quarta-feira, junho 21

Jackie



Mais uma vez, por mistérios insondáveis na era da internet, a programação televisiva publicada nos Jornais locais e a disponível on-line diverge substancialmente. Hoje, na programação da RTP-1 disponível no respectivo site, temos a possibilidade de rever mais uma pérola de Quentin Tarantino. A fazer fé na agenda do site pela 1 hora e 25 minutos (hora da metrópole entenda-se) podemos rever o golpe de Jackie Brown.

Porém, na programação disponível nos Jornais locais prometem-nos o «Fio do Horizonte», uma fita Portuguesa realizada por Fernando Lopes. De acordo com a recensão do Açoriano Oriental trata-se de uma adaptação do «fascinante romance de António Tabucchi que criou uma admirável fábula necrófila em tom de thriller»!!! Apre. Se me fosse dada a possibilidade de escolher votava já no filme de Tarantino. Entre os dois não há coração que balance hesitante. Seja como for, ainda que não reveja o filme, resta-me ficar à escuta da magistral banda sonora que, por providencial acaso, roda desde ontem à conta do obituário de Nate Fisher e dos morangos alucinogénios dos irmãos Johnson.
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entre os dois o meu coração balança

Portugal vs México

Micro Causa...

explicação aceitável para a expressão arquétipo existencial da geração X...

Hidden Track do Vox Populi

Feios, Porcos e Maus

o LADO B do Vox Populi numa semana particularmente reaccionária (...)

Por muito que custe a alguns adeptos incondicionais do prof. Cavaco Silva, a responsabilização individual dos portugueses revela, antes de mais, a impotência política de um Presidente da República que, ainda há pouco tempo, garantia que a sua eleição iria contribuir para o crescimento económico do país, para o aumento da competitividade das empresas ou para a diminuição do número dos desempregados. (...) Ou o prof. Cavaco Silva pensa seriamente que é através da impunidade dos eleitos que se chega à responsabilização dos eleitores? Nesse caso, os portugueses levados pelo seu apelo, não se deviam "resignar" a um velho político profissional que se apresentou, na campanha, como um homem providencial.

Constança Cunha e Sá na edição do Público de 16/06/06

Prostitutas da Alemanha pouco confiantes num bom resultado (comercial)

Título do Público/Desporto na edição de 16/06/06

Deixaram de existir comunidades distintas dentro de Lisboa e com elas desapareceu a vizinhança e o convívio, donde nasciam as marchas populares. Não valeria a pena repetir a evidência, se a câmara não andasse no outro mundo ou, mais precisamente, no mundo em que se mata por um voto. (...)

Vasco Pulido Valente na edição do Público de 16/06/06

As avaliações dependem das expectativas, e as minhas eram muito baixas: não gosto do homem nem do estilo.

Maria Filomena Mónica na edição do DN de 16/06/06 (referindo-se aos primeiros 100 dias de Cavaco Silva na Presidência da República)

Trata-se de um força de bloqueio, porque a igualdade de género na política e na sociedade faz o seu caminho. Já ocorre em grande parte da vida social: o bloqueio é no sistema político. É por isso que o PSD tem 5 deputadas em 75, o PCP 2 em 12 e o PP 1 em 12. Não me podem dizer que há 5 mulheres competentes no PSD. É o contrário: há 70 homens (muitos competentes e alguns incompetentes) que querem garantir o seu lugar. (...)

Entrevista a Francisco Louçã ao DN na edição de 16/06/06

Manuel João e João Manuel Almeida ouvem e respeitam, mas nem por isso mudam a estratégia. Desistiram da prostituição, na intenção de proteger o "bom nome" da casa, mas continuaram com o striptease e o alterne (...)

Irmãos Almeida, nome do meio: noite na edição do AO de 18/06/06

Costa Neves em Angra hoje

Título do AO na edição de 19/06/06

Maré Detestando a ideia de Portugal, da nação portuguesa e essas coisas assim e, às vezes, mesmo do Portugal país, símbolo e tal, não gostando muito do povo português, seja o pobre ou o rico, mas, principalmente, do português rico quando pretende defender o português e o ugandês pobre, sendo cada vez menos os locais onde posso deitar o olho sem me doer o peito, etc, detestando, consequentemente, ao ponto do incêndio, a bandeira portuguesa e respectiva cauda simbólica (que não domino, talvez nem conheça minimamente), a verdade é que em um dia destes passados, ao ver a cara de horror de Francisco Louçã a olhar para as bandeiras na sede do BES na Avenida da Liberdade, quase me fez comprar um edredon vermelho sangue e verde relva que vi numa loja chinesa em Vale Milhaços.

A Causa d' Maradona

Os jovens portugueses têm um especial talento para o futebol. Formem-nos, dêem-lhes uma oportunidade e terão de novo campeões.

Luís Filipe Menezes, Político no Correio da Manhã

Da política


A consciência

Foi durante o período antes da ordem do dia que o deputado deu por falta da sua consciência. Procurou nos bolsos, na pasta, mas não a encontrou. Ficou preocupado.
Na primeira oportunidade, saiu do hemiciclo e foi à secção de perdidos e achados. Perguntou ao funcionário se alguém teria encontrado uma consciência. Fizeram-no entrar pela porta ao lado do guichet e levaram-no a um compartimento onde havia guarda-chuvas, telemóveis, muitos dossiers, muitos envelopes A4 de papel castanho, e numa prateleira ao fundo algumas consciências.
- Essas estão aí porque os donos nunca vieram procurá-las.
O deputado observou mas nenhuma era a sua. Notou no chão uma caixa fechada. Perante o seu olhar interrogativo, o funcionário disse:
- Aí dentro estão vergonhas. Há pessoas que perdem a vergonha. E nunca vêm cá à procura dela. Vergonhas e consciências que não são reclamadas, ao fim de um ano são incineradas.
O deputado apalpou o bolso e suspirou aliviado. Ainda tinha a sua vergonha. O problema era a consciência.
Agradeceu ao funcionário e saiu à procura, pensando onde diabo poderia ter deixado a consciência.

Micronarrativa de João Ventura inserida no nº0 da Minguante: Minguante define-se como uma revista de micro-narrativas. Textos com mais de 200 palavras não serão considerados. Minguante está aberta a todos. A periodicidade será inicialmente bimestral e o formato online.
Este é um número experimental, de apresentação e de convite à participação. A revista será temática a partir do próximo número. O tema inicial será O banal

terça-feira, junho 20

Nate Fisher - 1965 - 2005

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Estranhos são os dias que restam à saga familiar da estirpe dos Fisher da fabulosa série televisiva Six Feet Under. Como lugubremente nos recorda cada episódio a morte tem um péssimo sentido de oportunidade. Entra em cena sempre fora do respectivo timing ou, como diria o malogrado Jim Morrisson: "So you know how pale & wanton thrillful comes death on a strange hour / unannounced, unplanned for / like a scaring over-friendly guest you've brought to bed.". Ora, é acamado, à conta de uma relação de alcova que termina num colapso causado por uma punitiva hemorragia cerebral, que o herói heterossexual da série vai desta para melhor!

A personagem de Nate Fisher era o arquétipo existencial da geração X e a sua personalidade errática fazia parte do charme de um adolescente enclausurado nas responsabilidades de um quarentão. Mas, a recente necrologia de Six Feet Under parece que não surge do acaso, ao invés, tresanda a moralismo conservador exibindo a morte súbita de Nate Fisher como um cordeiro sacrificado no altar da moral puritana.

Vejamos: Nate andava de candeias às avessas com a sua legítima mulher que havia abandonado a sua vida de devassa para lhe dar um filho. Apesar dessa dádiva Nate vai enroscar-se com uma lambisgóia sonsa. Para adensar o pecado a dita flausina é adepta de uma Igreja quaker cujos ritos roçam o cânone de uma vulgar seita de inspiração Brasileira. Após vários ardis Nate tem uma única relação adúltera com a pecaminosa beata, por acaso irmã por afinidade do mesmo Nate (!), enquanto a mulher legítima espera pelo seu marido num banco da dita Igreja quaker. Após a consumação do adultério o aneurisma de Nate explode e o mesmo acorda do inevitável coma prostrado numa cama de hospital e castigado com a imobilização do lado direito do seu corpo. A partir daí a família recolhe ao leito do enfermo e Nate ainda tem tempo para cometer a derradeira vilania de, no recesso acolhedor dos cuidados intensivos, dar com os pés na mulher traída que está já nos últimos meses da sua gravidez.

No crepúsculo desse último dia de Nate Fisher o nosso herói, entretanto caído no lamaçal do seu egoísmo, ainda tem tempo para mais uma ego-trip. Na companhia do seu irmão David, Nate adormece hipnotizado por uma televisão sintonizada numa emissão onde, sob um mar de prata, vagueia sem rumo um bando de andorinhas. Nate tem uma visão e vê-se na companhia do seu falecido pai rumo a um eldorado de areia californiana numa praia obscenamente radiante. Livre como um pássaro a última faixa da banda sonora da sua vida esbate-se no revivalismo de uma trip de surf ao som de Brothers Johnson. Ao ouvirmos as primeiras estrofes de "Strawberry Letter 23" pressentimos que o destino lhe havia reservado aquele pedaço de funky soul para requiem da sua memória :

"All through the morning rain
I gaze - the sun doesn't shine ?
Rainbows and waterfalls run through my mind

In the garden - I see west
Purple shower, bells and tea
Orange birds and river cousins dressed in green

Pretty music I hear
- so happy and loud ?
blue flowers echo
From a cherry cloud

Feel sunshine sparkle pink and blue
Playgrounds will laugh
if you try to ask
Is it cool? is it cool?

If you arrive and don't see me
I'm going to be with my baby
I am free - flying in her arms, over the sea"

Contudo, o epílogo de Nate não finda num voo livre num céu azul celeste, mas sim num mar espesso e revolto como sempre foi a sua vida. Nate Fisher morre no momento em que o seu irmão David acorda do sono vigilante à beira do catre hospitalar.
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Surpreendeu-me este episódio de Six Feet Under urdido numa maldade puritana que não se esperava de um seriado tão liberal que, por exemplo, centra parte da sua trama nos dramas domésticos de um casal gay em processo de adopção de duas crianças à beira da delinquência ! Assim a morte de Nate Fisher exala um bafio admoestador do tipo "crime e castigo". Moral da história: Terá sido Nate sacrificado perante as audiências e para remição dos pecados da mesma? O enigma ficará à conta da consciência do espectador-leitor.
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(Depois desta irremediável amputação no casting de Six Feet Under, restam, infelizmente, 3 episódios para o final de uma das melhores e mais polémicas séries televisivas de todos os tempos, para ver exclusivamente aqui)
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

desculpe, importa-se de repetir!?...

(...) sou geneticamente contra o Poder (...)
A memória recente é para (muitos) alguns algo um pouco vago... Via VT.

segunda-feira, junho 19

Obrigado a todos os defensores do genuíno animal cultural.
Como diriam as amigas e amigos brasileiros, não espantem a boiada.
Esperemos que todos os animais recolham ao estábulo e certamente
outros mugidos se farão ouvir.


Micro Causa Regional

Na sequência deste post e dos comentários posteriores e, ainda, do post de hoje do Nuno vale a pena reafirmar este repto ao nosso amigo Pedro Gomes. Em nome da clareza em política e do fim das suspeições.
Meu Caro
no mínimo, é exigível uma explicação aceitável para a utilização da expressão razões pessoais...
estamos todos curiosos

2ª SEMANA


S. MIGUEL ©LUÍS RAMOS


9 ILHAS, 9 FOTÓGRAFOS
TEATRO MICAELENSE
14h00 ÀS 20h00

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória


Carmen Miranda... a Portuguesa mais Brasileira de todos os tempos.

SAMBA E LAMBADA À REGIONAL

"Recentemente, Carlos César, em Rabo de Peixe, numa daquelas já habituais cerimónias populistas de entrega de casas (espero que desta vez as casas tenham sido entregues só a quem realmente precisa), dizia o seguinte referindo-se às autarquias: "gastam com música e bandas brasileiras o dinheiro que depois não têm para construir casas e resolver os problemas sociais dos seus concelhos". Grande verdade Senhor Presidente, não se desse a coincidência de as duas autarquias da Terceira, apesar de uma delas só estar em funções desde o final de Outubro de 2005, serem profícuas em gastos de dinheiro em festas, festinhas, sardinhadas, garrafas de champanhe e animações popularuchas de qualidade duvidosa"
Paulo Ribeiro, terça-feira, 16 de Junho no Dos Ilhéus.

"É dinheiro mal gasto? Não sei. Só me estou lembrando da gorducha que pulava nos palcos para os comícios do Partido Socialista e que dava pelo nome de Fáfá de Belém. Aquilo era boa voz tremida à base das gorduras e carnes que lhe saltavam abundante e copiosamente pelo tronco de mamelões arrojados e que acompanhavam os dós sustenidos saídos daqueles beiços carnudos e apetitosos. A opção dos socialistas não era destituída de todo. O micalês gosta delas em gordura-beleza e formosura."
Manuel Melo Bento, sexta-feira, 9 de Junho no AzoresPublicum

"As "brasileiras" do Governo não têm nomes melodiosos, nem dizem "oi", mas custam bem mais caro ao erário público: Transmaçor, SCUT´s, Portas do Mar, Kairós e tantas outras.".
Pedro Gomes, quarta-feira, 14 de Junho, no Açoriano Oriental

"Infelizmente, 10 anos depois de ter sido escolhido pela maioria dos açorianos para liderar os destinos da governação no arquipélago, o Presidente do Governo abriu frontalmente as hostilidades contra os autarcas e meteu na gaveta as promessas de diálogo e de cooperação que pronunciou, ainda recentemente, na noite eleitoral do passado mês de Outubro."
Carmo Rodeia, 12 de Junho, no Jornal dos Açores.

"DEPUTAÇÃO"

"No século XIX, os deputados eram eleitos nome a nome e não por listas, como hoje acontece. As pessoas eleitas sabiam que iriam fazer carreira política através do Parlamento. E os bons deputados tinham de ser muito bons oradores. Isso distingue logo o Parlamento do século XIX do actual. Naquela época, a oratória era muito importante. Todos os ministros saíam do Parlamento, o que não sucede agora. Era uma classe política infinitamente mais culta. E muito mais preparada. Não tem comparação possível."
Maria Filomena Mónica, quarta-feira, 7 de Junho no Diário de Notícias.

CAVACO ALIADO DA MINISTRA DA EDUCAÇÃO ?

"É-me impossível cessar de pensar na declaração do Presidente Cavaco: "Deixemos a ministra da Educação actuar com a experiência e as competências que tem para ver se aumenta a qualidade do nosso sistema educativo". Não consigo decidir-me entre duas hipóteses alternativas: será a frase uma reminiscência do célebre "Deixem-me trabalhar!", ou um perspicaz conselho "Deixem-na espalhar-se ao comprido" Aquele "se" no meio do dito parece-me saudavelmente assassino."
Paulo Cunha Porto, quinta-feira, 15 de Junho no Misantropo Enjaulado.

DIVINA IRONIA?

"O Museu Carlos Machado vai fechar para que sejam realizadas as obras pedidas há 20 anos (?) pelo anterior Director."
Natália Almeida, terça-feira 13 de Junho no Açoriano Oriental.

"QUERIDO PAULETA"

"Pauleta marcou o golo do primeiro jogo da Selecção, no Mundial da Alemanha, com uma precisão geométrica, servida por reflexos rapidíssimos e um acompanhamento subtil da ágil movimentação do virtuoso Figo. Todavia, a imprensa continental da especialidade só fala do Figo, numa repugnante distorção da realidade.".
Carlos Melo Bento, quarta-feira, 14 de Junho, no Açoriano Oriental

"No Sábado e pela enésima vez, alguém deu pelo Pauleta, a não ser pela ausência? Quantos de nós não torceram pela entrada do Nuno Gomes? E nada, nada dele e nada do Scolari que teima em manter o Lambreta. Que só marca depois de lhe abrirem a baliza cinco ou seis vezes por jogo. O Motoreta não joga um caracol, não domina a bola, não tem visão de jogo, não tem qualquer sentido de colocação. Bola passada pra ele, é bola pró Maneta...lá teremos até fim dos tempos a Fénix renascida do Passareta, que de jogo em jogo renasce em bicho coxo! Como o Scolari não vê ou não quer ver, a nossa única hipótese é a Independência dos Açores. Liberdade pró Perneta já!".
Sumo de Vaca, segunda-feira 19 de Junho no Tapornumporco.

PÚBLICAS VIRTUDES / VÍCIOS PRIVADOS

"3 doces tentações do pecado, 2 loiras e 1 morena, boquinhas quentes !!! vivenda privada todos os dias !!!Casais !!! Tm 968767012 ou 964107936.".
Anúncios Classificados, segunda-feira, 19 de Junho no Açoriano Oriental.

QUOTE OF THE WEEK

"Os que vivem na ditadura choram, os que vivem em democracia gritam, e todos se sentem oprimidos.".
João César das Neves, terça-feira 13 de Junho no Açoriano Oriental.

domingo, junho 18

pechiché

Não é um CHERCHEZ LA FEMME mas é o equivalente bonecreiro da PM. Apanhei-a num flagrante a meio da Rua do Norte (no BA). Uma Paixão sibilante...

CineClube

Uma História de Violência Foi um dos grandes filmes de 2005. Devido aos sobressaltos da nossa distribuição/exibição, arrisca-se a ser, no mercado português, um dos grandes filmes de... 2006! Ainda bem que chegou! É uma prodigiosa aventura do canadiano David Cronenberg, filmando os medos e fantasmas do "império do Sul" - que é como quem diz: dos EUA e da sua interioridade mais remota, mítica e assombrada pelo medo. Por João Lopes.

A Condessa Russa Xangai, 1936, uma encruzilhada de intriga política, refugiados em fuga do tumulto, reunindo forças militares, negócios internacionais e cultura de submundo. Duas pessoas apanhadas no turbilhão, na sombra da invasão Japonesa, forjam uma ligação: Sofia, uma bela Condessa Russa (Natasha Richardson), forçada pelas circunstâncias a sustentar a sua família trabalhando num bar e como dançarina, e Jackson (Ralph Fiennes), um antigo diplomata devastado pela perda da sua família devido à violência politica e desiludido pela incapacidade do Mundo em alcançar a paz. A história desenrola-se à volta do elegante clube nocturno "The White Countess", criado pelo diplomata como escudo face ao caos e tragédia que os cercam. Ambos os filmes em exibição no Solmar.

Estes Gauleses estarão loucos?

On an August morning in 1978, French filmmaker Claude Lelouch mounted a gyro-stabilized camera to the bumper of a Ferrari 275 GTB and had a friend, a professional Formula 1 racer, drive at breakneck speed through the heart of Paris. The film was limited for technical reasons to 10 minutes; the course was from Porte Dauphine, through the Louvre, to the Basilica of Sacre Coeur.

No streets were closed, for Lelouch was unable to obtain a permit.

The driver completed the course in about 9 minutes, reaching nearly 140 MPH in some stretches. The footage reveals him running real red lights, nearly hitting real pedestrians, and driving the wrong way up real one-way streets.

Upon showing the film in public for the first time, Lelouch was arrested. He has never revealed the identity of the driver, and the film went underground until a DVD release a few years ago.


via CiG

sábado, junho 17

BUUUUUH

Apesar de uma deferência inicial para o retirar da expressão mmuuuuuhhhhhh o facto é que o MUU continua a ser explorado e com o tempo tem vindo a perder consoantes - hoje o bramido apresentava-se como muuuuuh. A colagem é por demais evidente e deixou de ser apenas uma coincidência gráfica. E +++ Não digo!...

1 hora antes, a dúvida....

Como se escreve Hattrick em açoriano?







1 -0







2-0

quinta-feira, junho 15

qualificado

O Futebol desperta paixões mas estas constituem-se, na sua esmagadoria maioria, como óptimas oportunidades de negócio. A música, ou a indústria musical, não se permite permanecer alheada deste tipo de ocasiões - theFootball EP foi editado pela alemã Compost como forma de celebrar o Mundial (e homenagear o Brasil) e está inserido num projecto (artístico) mais amplo. A edição é limitada e apetecível...

Estes romanos estarão loucos?






O que acontecerá quando os 600.000.000 de macacos, já inscritos, pularem todos ao mesmo tempo?
Segundo a organização do World Jump Day, o resultado será que o planeta passará para uma órbita mais alargada, e consequentemente mais distante do sol, proporcionando um clima mais ameno e uma diminuição do efeito de estufa?????

dias atlânticos

Todos os prazeres de Verão em dia feriado - nestes dias a Vida consegue ser Bela!...

quarta-feira, junho 14

nada binário

España - 4:0 - Ucrania


España ha avasallado a Ucrania en su debut mundialista y además lo ha hecho exhibiendo su mejor juego. Un gol de Xabi Alonso, dos de Villa y, sobre todo un fantástico tanto de Fernando Torres...

Na Botica da História #1

Antes que seja banido por falta de comparência e até para estar à altura da prodigalidade com que este blog se entrega à actividade editorial, deixa-me cá, como soe dizer-se, arrotar uma posta de bacalhau.
Tenho andado preso a escritas de outro género, embora deva confessar que os estudos de género ... enfim, cheiram-me a quotas. Mas o género a que me refiro é ao laptop, a minha amante dos últimos tempos onde, página a página, vou procurando dar algum sentido a coisas que se passaram há 200 anos. Como dizia Aníbal Fernandes Tomás a Ernesto do Canto, numa carta da década de 1880 que cito de memória, os livros são as minhas noites de baile. Portanto, como não posso deixar de estar au pair com a escrita da História, mas, por outro lado, impõe-se alguma folga nesta apneia para vir à supefície respirar, decidi dar início a um novo seriado cujo título, Na Botica da História, assume ser uma homenagem a Francisco Maria Supico, farmacêutico e jornalista que se dedicava nas páginas da Persuasão à nobre arte da história local.
Achei apropriado fazer a estreia com um excerto do testamento político de Simão José da Luz Soriano, que por aqui passou integrado na Expedição Liberal de D. Pedro IV, episódio por muitos prescientes considerado uma nota de rodapé da nossa História, mas que foi sem qualquer dúvida o acto fundacional da modernidade portuguesa.
Senão, vejamos. É comum ouvir-se por aí que a choldra da vida política está, por assim dizer, inscrita no nosso código genético colectivo e, habitualmente, chama-se a depôr a testemunha do costume, José Maria Eça de Queiroz, e as suas Tábuas da Lei, As Farpas, mãe de todas as coisas no universo do comentário político nacional. Atentem pois neste outro senhor, bem menos glosado, e naquilo que ele dizia Ao Leitor em 1858, nas suas Utopias Desmascaradas do Sistema Liberal em Portugal, quando o Zé Maria se submetia ao seu primeiro exame, o da instrução primária.

Cuidávamos que os chamados representantes do povo, olhados como seus procuradores, em vez de serem dúcteis e maleáveis às intrigas políticas e dotados de sentimentos pouco nobres e generosos, seriam outros tantos Catões e Atílios Regulos quando, de facto, se tem visto abusarem das confiança dos seus comitentes e não terem vontade própria diante da do poder, aprovando-lhe sempre tudo quanto dele exige sem distinção de bom e de mau. Cuidávamos que esses mesmos representantes do povo zelariam com escrupuloso empenho a bolsa dos contribuintes, fazendo com que os ministros, em vez de disporem a seu talante dos dinheiros públicos, tratassem de organizar a fazenda e de dar de mão ao sistema de dissipação que alguns têm seguido, já criando repartições para fazerem partido e arrumar clientelas, já efectuando repetidas e transcendentes operações de crédito para haverem o bonus respectivo, coisas que cada vez mais nos têm desviado dessa tão desejada organização financeira.

Perdoem-me os sublinhados e enfie a carapuça quem quiser. Bons banhos de mar, blogosfera.

terça-feira, junho 13


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este vai ser um mundial binário....





No fim da minha rua plantou-se um barco...

Homo Politicus !

Numa era de absoluta mercantilização dos valores, individuais e colectivos, onde impera o utilitarismo da mudança, a taxionomia zoológica da família hominídea é algo que exorbita da normalidade e que tem a extravagante marca de uma sub-cultura. Contudo, há quem por dever de ofício, ou por mero divertimento, faça uso das faculdades do homo sapiens para, a par da evolução da humanidade, catalogar as respectivas espécies. No período de transição do Sec. XX para o Sec. XXI a miscigenação, a promiscuidade, e o «vira-casaquismo» dificultaram a catalogação da emergente espécie Homo Politicus. Arrisco uma tipologia importada de Miguel Castelo-Branco, no blog COMBUSTÕES, cuja omissão nos links do Ilhas urge suprir urgentemente.
...
O que é um :
Democrata-Cristão: alguém com uma incontrolável necessidade de se afirmar cristão sem dispensar o ar condicionado, os cartões de crédito, o Diário Económico e umas férias no Tahiti. Figura-tipo: o banqueiro peregrino.
Fascista: alguém que diz detestar os símbolos do capitalismo mas não dispensa o consumismo mundialista, tem o prazer secreto de se fardar intramuros aos fins-de-semana com parafernália encomendada via net e reivindica o direito à livre opinião, conquanto não se aplique aos inimigos reais ou imaginários que lobriga em todas as esquinas. Figura-tipo: o Parsifal rotundo.
Social-democrata: um prazer quase mórbido em desfazer o capitalismo com suaves doses de socialismo, limitar a liberdade com pastilhas de legislacionismo, pensando que o bem-estar dos europeus nasceu ex-nihilo sem que tivesse havido imperialismo, colonização, acumulação primitiva e competição darwinista. Figura-tipo: o pirata reformado.
Socialista: um adulto que persiste nos contos de fadas, acredita na bondade dos lobos da floresta e na reinserção social da bruxa-má, que compra a má consciência de uma juventude guevarista passada, comprazendo-se hoje em assistir às distantes revoluções do mundo sub-desenvolvido com um donativo na mão esquerda e uma tapa de caviar na direita. Figura-tipo: o simpático soixante-huitard.
Comunista: alguém que, mesmo depois dos 150 milhões de mortos de Lenine, Trotsky, Estaline, Mao, Pol Pot, Castro e Hailé Mariam, bem como da penúria, da demolição cultural e espiritual que lançou sobre gerações, persiste em cantar os amanhãs cantantes. Figura-tipo: o stôr
...
( esta classificação omite, imperdoavelmente, a espécie autóctone e endémica que vulgarmente se designa por Bloquista ! )



S. MARIA ©LUÍS BARRA



9 ILHAS, 9 FOTÓGRAFOS
TEATRO MICAELENSE
14h00 ÀS 20h00


o maravilhoso mundo dos blogues

links novos aí nas listas do lado, investiguem.

segunda-feira, junho 12

No sábado ninguém quis faltar à chamada. Todos quiseram marcar presença nesta acção de (re)abertura do Museu à cidade e à ilha, por via da comemoração de um aniversário com a comunidade que o alimenta. Acredito que muitos compareceram devido, essencialmente, à polémica em torno da nomeação do actual director; outros pelo apelo à exposição que se inaugurava, uns por mera curiosidade outros, ainda, porque sim. Mas, houve quem tenha ido pela 1ª vez ao Museu Carlos Machado (!). A mim não me interessava (falso!) a razão de tamanha ausência mas congratulei a participação, a adesão ao evento e, finalmente, a ida ao Museu. A exposição é intencionada e tenta agitar as águas, socorrendo-se de uma geração Maior de artistas residentes - o todo é globalmente positivo apesar de um (ou outro) eventual desequilíbrio circunstancial. O Hábito não faz o Monge mas é de Hábitos que se alicerça a Cultura. Apenas por intermédio da fruição e do devir cultural são construídas necessidades cujo desenvolvimento floresce pelo contacto constante e regular com a realidade cultural que existe, que nos assiste ou que deva ou possa existir. Foi com satisfação que acompanhei a multidão que percorreu um Museu repleto e fora de horas. Críticas!? Há certamente. Mas, congratulo este súbito interesse pela Coisa cultural. O meu Desejo para o Museu!? Que não permaneça ou se cinja a um mero repositório de memórias; que lute por uma actualização e pela edificação de um espólio vivo e participado; e que seja hábil no apelo a mecanismos de interacção e de comunicação que façam sentido às novas gerações, numa objectiva manobra de sedução pela descoberta da História que os antecedeu.

dias atlânticos

versão Portugal Radical

e no entanto, para alguns o fim-de-semana de 10 de Junho foi fantástico.

domingo, junho 11

dias atlânticos

Apesar da abertura oficial da época balnear nos Açores - o tempo mantém-se sombrio e indiferente... era este o cenário na praia do Pópulo ontem, sábado - Dia de Camões. O renovado bar é, para já, uma boa notícia na reabertura da saison. Magníficos (estes) Dias Atlânticos...

Um azar medido por Paulo Querido na edição, desta semana, d' Única.

sexta-feira, junho 9

«Rica Prenda» !!!

...


da bola

globalismo:nacional

Problemas transversais à realidade Nacional que erroneamente são tidos (e muitas vezes achados) como exclusivos do Local (Regional, entenda-se).

...lindo


Você nem sabe bem por onde anda, a maior parte do tempo só quer é aproveitar o bom da vida, sem se preocupar demasiado. Não é ambicioso, por isso, para si, tudo o que vier á rede é peixe, valoriza o bom que lhe acontece e se por acaso as coisas lhe correm mal você encolhe os ombros e diz: Siga! Olhado com simpatia e curiosidade por quem o rodeia, você não tem mau perder e para si ganhar é quase um milagre


via A Praia

Alta Fidelidade *

Zero 7 - The Garden (Warner)

Os Zero 7 sonorizam um universo suave e seduzível entre o suspiro e o silêncio, agregador de funk&tecnologia e reproduzindo melodias sensuais.

Sam Hardaker e Henry Binns constituem o cerne dos Zero 7. E como formação profissional trabalharam como engenheiros de som para os Pet Shop Boys e Robert Plant (dos Led Zeppelin), até que certo dia um amigo os apontou para a remistura de um tema dos Radiohead - daí à fama foi um pequeno passo.

2001 marca o álbum de estreia Simple Things, um fenómeno per si, e que faz a ponte com o passado dando, simultaneamente, um passo ao futuro. Catapultando o sucesso da banda esteve, oportunamente, implicada a associação de Distractions na banda sonora da série Six Feet Under.

Com o lançamento de When it Falls, o sempre difícil 2º álbum, as expectativas da crítica e do público estavam em alta pelo que, até certo ponto, o álbum constituiu-se como uma desilusão.

The Garden marca o regresso dos Zero 7 que parecem querer solidificar o seu registo sonoro apesar de não operarem grandes mudanças estéticas. Uma nova colaboração responsável por esta transmutação reside em Jose González que, apesar do nome, é sueco e partilha em The Garden as funções de guitarista, vocalista e a composição.

Ao 3º disco os Zero 7 denotam o risco contido sendo que as pistas comerciais apontem para uma incursão aos Estados Unidos. Em perspectiva, a ascensão de uma soul-urbana contemplativa.

Um disco para o fim de tarde dos dias quentes que se avizinham...mas que teimam em chegar.

* Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
** Crónica + ou - semanal não publicada no Suplemento SARL/JdA que se encontra em fase de reformulação

quinta-feira, junho 8

corisco:torto

apresentação

do novo livro de Nuno Costa Santos hoje na FNAC e no próximo domingo na FLL. Convite não extensível à vizinhança insular...

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória



...
A ESTREIA DO VETO PRESIDENCIAL

"A dignificação dos direitos políticos das mulheres constitui uma prioridade constitucional que deve ser atingida através de meios adequados, progressivos e proporcionados e não por mecanismos sancionatórios e proibicionistas que concedam às mulheres que assim acedam a cargos públicos um inadmissível estatuto de menoridade.".

Cavaco Silva, mensagem presidencial à Assembleia da República justificando o veto à Lei da Paridade, sexta-feira 2 de Junho.

OS CÃES "PARALAMENTARES"

"O Estado Português, por enquanto, pode continuar entretido com os cães porque no que à espécie humana diz respeito, falhou rotundamente, mas continuamos humanamente mansos.".

Helena Matos, a propósito da iniciativa do líder parlamentar do PSD em institucionalizar o dia 6 de Junho como o Dia do Cão, Sábado 3 de Junho no Público.

"Associar aos cães um dia sagrado para a esmagadora maioria dos Micaelenses em particular e para os Açorianos em geral, não só revela ignorância sobre uma manifestação popular, que abriu portas (custe a quem custar) à Autonomia democrática e constitucional, mas também ultrapassa em muito a "gaffe" política para cair na área da aberração. Aguardo, sinceramente, que a ameaça de insulto aos Açorianos não chegue a plenário e se fine na sala do grupo parlamentar, onde têm assento os Deputados Mota Amaral e Joaquim Ponte (na circunstância, devem ter ensinado aos restantes pares esta particular faceta da nossa história).".

Jorge do Nascimento Cabral,quarta-feira 7 de Junho no Correio dos Açores.

A EDUCAÇÃO A SAQUE

"Não se percebe qual o objectivo em encarar os professores como bandidos. Já agora, por que não começar a avaliar os juízes com a opinião da família dos réus? Ou os médicos com a opinião da família dos doentes, até dos que, por infelicidade, morrem nos hospitais.".

Sobe e Desce do Público dando nota negativa à proposta da Ministra da Educação que visa a avaliação dos professores pelos pais, Sábado, 3 de Junho, no Público.

"Com que justiça, com equidade, com que grelha vão os pais avaliar os professores. Não tem competência para isso, como a família de um réu não tem competência para classificar um juiz.".

Paulo Sucena, Secretário-geral da Fenprof, Domingo 4 de Junho no Público.

"Quem não vive na lua está farto de saber o que a escola precisa e não precisa. Não precisa de psicólogos nem de psiquiatras : precisa de um código disciplinar e de uma guarda que o execute. Não precisa de conselhos directivos, nem de lamechice pedagógica, precisa de um director (como defende o PSD) que ponha expeditivamente na rua quem perturbar a vida normal da escola, quer se trate de alunos, quer se trate de professores. Não precisa da ajuda, nem da "avaliação" dos pais; precisa que os pais paguem pelo menos parte da educação dos filhos (mesmo que em muitos casos esse pagamento seja um gesto simbólico). A escola que por aí existe, como a democracia a fez, não passa de uma garagem gratuita onde os pais por comodidade e tradição metem as crianças.".

Vasco Pulido Valente, sexta-feira, 2 de Junho, no Público.

"A ministra da educação, seguindo a cartilha que caracteriza este executivo, vai-se referindo ao tema como o tem feito com os demais que à sua pasta respeitam: a educação vai mal em Portugal e os responsáveis por tal catástrofe são os professores, por isso há que tudo fazer para os punir.(...)
Os "cientistas da educação", espécie de sociólogos pós-modernos que se incrustaram na área do poder, conseguiram vender a ideia falaciosa de que aprender não é algo que exija esforço e sacrifício e também que a autoridade (qualquer autoridade) é por natureza opressiva e por isso incompatível com um ensino "moderno". Foram assim afogando a escola numa complexa rede burocrática, desgastando a imagem do professor (esse ente "autoritário"; agora crismado de "privilegiado") e degradando o seu estatuto. O resultado está à vista."

Francisco Moreira das Neves, Domingo, 4 de Junho, no
Joeiro

"LER É MAÇADA"

"Ler é uma actividade e a nossa cultura é quase inteiramente passiva. A televisão, o DVD, a música popular ou a conversa de computador não exigem nada, deixam a pessoa num repouso imperturbado e bovino.".

Vasco Pulido Valente, Sábado, 3 de Junho, no Público.

"a leitura treina-se, é performativa, é como nadar ou andar de bicicleta.".

Isabel Alçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura, sexta-feira 2 de Junho no Público.

QUOTE OF THE WEEK

"Life is so fucking hard even when it´s easy"

Margaret Chenowith personagem de Six Feet Under(sempre à segunda-feira na 2)...

quarta-feira, junho 7

À ESPERA DE...

pequenos dramas da vida moderna

os momentos em que o Blogger e a net em geral ficam insuportavelmente lentos.

não há Educação sem educação

O maior problema de Portugal não é ser pequenino, é ter associado a isso o facto de ser mesquinho. Sobre as medidas propostas por Maria de Lurdes Rodrigues rios de tinta e de verborreia têm escorrido pela comunicação social, uns mais inteligentes do que outros, uns mais acertados, mas a grande maioria deles puros ataques mesquinhos, acercando-se muitos deles perigosamente do mero insulto pessoal como esta despudorada invectiva de Maria Conceição Brasil que vinha hoje no Açoriano Oriental (que é só para assinantes, mas roubei um pedaço que deixo aqui como exemplo: Ontem vi na RTP2 uma figura de mulher mal vestida, com um estado de nervosismo alarmante, com um péssimo discurso oral, que não sabia em que dia e a que horas tinha assinado documentos muito sérios para a educação das crianças e jovens deste país...) Mas como é importante perceber que ainda há pessoas inteligentes e educadas no mundo gostava também de chamar a vossa atenção para este post do Luís Aguiar-Conraria do A destreza das dúvidas. Vale muito a pena ler até ao fim. É que no meio de tanta discussão fútil, ou dos meros insultos de professores enraivecidos, esquecemos muitas vezes o essencial do problema, que é o melhoramento do nosso sistema de ensino e que esse melhoramento passa, também, pela avaliação dos professores.

Reporter X

Dicionário Biográfico Parlamentar de Maria Filomena Mónica. Um documento fundamental ao qual ninguém permanecerá indiferente... Sobretudo, se for apontado, como factor de desvalorização do País!

terça-feira, junho 6

república das Bananas III

«acabar com essa cultura própria da PIDE de perseguir, vigiar e bufar sobre outros. O país tem de andar para a frente»
!

Novos Directores Regionais

...
Após a contratação de Nuno Mendes, o Secretário Regional da Presidência, Dr. Vasco Cordeiro, prossegue a sua selecção de jovens talentos reunindo na sua órbita uma constelação de valores que, indubitavelmente, têm a marca registada da competência. Exemplo dessa política é a recente nomeação do Dr. Rodrigo Oliveira como Director Regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa que ficará sob a "alçada" da Secretaria Regional da Presidência. Para além do currículo o nomeado tem outras virtudes sempre meritórias na vida pública, como por exemplo, a impecável probidade, a atávica simpatia, e uma urbanidade esmerada. Estou certo que o nomeado honrará o nome da Região Autónoma dos Açores. Dispensável era contudo a menção no site do Governo, após uma breve nota biográfica, de que "Rodrigo Oliveira, que exercia advocacia, não tem qualquer ligação partidária.".

Porventura, tal remate final seria o anverso da nota de nomeação que se segue na página de novidades do portal do Governo Regional. Com efeito, no mesmo dia 11 de Junho, tomará posse como Director Regional da Juventude o Eng. Bruno Miguel Correia Pacheco, militante da Juventude Socialista, e actual Vereador Socialista da Câmara Municipal de Ponta Delgada após a saída da Dr.ª Conceição Monteiro. Assim, para José San Bento o par que se segue é João Miguel Roque Filipe...ou será que o Eng.Bruno Pacheco manterá o lugar de Vereador ?
...

Sic Transit Gloria Mundi !

...

...

Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

...
(Procissão de António Lopes Ribeiro para a voz de João Villaret)
...

O acessório e o principal

...
A actual Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, useira e vezeira em afrontar a classe docente, recentemente veio ao palco mediático da política portuguesa publicitar mais um libelo acusatório contra os Professores imputando-lhes a culpa pelo mal-estar da Educação. A desastrada proposta de alteração do estatuto da carreira docente, com inclusão do regime "tutorial" dos Professores pelos pais dos alunos, é a perversão integral da ordem natural das coisas e traduz-se na passagem de um atestado de infantilização dos Professores Portugueses.

Como se adivinha esta nova reforma será imposta com punho de ferro ao arrepio do diálogo, do debate e da "concordância prática" que sempre serviram de parangonas de propaganda dos governos Socialistas quando, na prática, a lógica autocrática prevalece. Neste como noutros domínios de acção Socialista o debate é, como se sabe, indispensável, desde que, a discussão não altere a decisão previamente definida à partida.

Mas, parece que nem é essa sequer a táctica de Maria de Lurdes Rodrigues que não está para perder tempo com as minudências do diálogo com os seus parceiros sociais, já que urge implantar a sua política reformista cuja matriz passa pela culpabilização dos Professores pelos desmandos actuais do Ensino em Portugal. A etiologia deste achaque Ministerial estará por certo numa "compulsiva e permanente manifestada aversão relativamente à classe docente" conforme justamente diagnosticou a Fenprof que, ao pedir a demissão da Ministra, ainda adiantou que "os professores e educadores estão fartos dos descontrolados impulsos persecutórios da ministra da Educação e Portugal não suporta mais o seu olhar de medusa.". Mas, de pouco serve replicar contra esta prosa hostil quando os factos põem a nu uma reforma Ministerial que é mais uma afronta à classe docente e apenas mais um capítulo da saga Socialista para tentaculizar a sua acção em todos os domínios da vida comunitária. Com efeito, como se não bastasse à Ministra a tentação de por os pais a "vigiar" os Professores do mesmo passo lançou um Plano Nacional de Leitura, com nomeação da respectiva "comissária da leitura", que até irá educar os pais dos alunos ao criar uma lista de sugestões de leitura. Assim, para breve o Ministério prepara uma listagem de 600 obras de referência, uma espécie de índex ao contrário a fazer lembrar a bafienta mentalidade de uma cultura de Estado, sendo desde já fácil prever o rol de escribas do regime que irão constar da lista de "recomendações" de "leitura orientada" para alunos e pais! Quem precisava mesmo de orientação é a actual Ministra da Educação que até poderia ter explicações com o seu colega titular da Pasta das Finanças que esta semana cometeu a proeza política de aprofundar, sem grande contestação, o regime dos supranumerários rumo à "desvinculação voluntária" dos excedentários o que, em bom rigor, não passa de mais propaganda Socialista, meticulosamente embrulhada, pois já todos percebemos que o governo quer transformar a miragem dos despedimentos colectivos em realidade pretensamente negociada. Mas, nem para este estilo de propaganda de veludo a Ministra da Educação tem aptidão. Ao invés atropela-se em propostas avulsas e acessórias que em vez de unir dividem, e cujos paradigmas recentes são a intervenção dos pais na avaliação dos Professores e a figura "vigilante" do "professor titular".

Do que a Educação precisa é de mais investimento infra-estruturante, mais autonomia pedagógica, mais e melhores incentivos à formação e um Plano Nacional de inclusão tecnológica das escolas no domínio da sociedade da informação. O resto é acessório mas, infelizmente, parece que é o principal para a Ministra da Educação.
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JNAS na Edição de 6/6/6 do Jornal dos Açores.

segunda-feira, junho 5

sábado, junho 3



















9 ILHAS / 9 FOTÓGRAFOS
TEATRO MICAELENSE
11 DE JUNHO A 26 de AGOSTO


LUÍS BARRA | SANTA MARIA
LUÍS RAMOS | SÃO MIGUEL
DANIEL ROCHA | TERCEIRA
JOSÉ MANUEL RIBEIRO | GRACIOSA
PEDRO LETRIA | SÃO JORGE
BRUNO PORTELA | PICO
JOSÉ ANTÓNIO RODRIGUES | FAIAL
GONÇALO ROSA DA SILVA | CORVO
LUÍS VASCONCELOS | FLORES

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UM EVENTO MUU / TEATRO MICAELENSE

COM O ALTO PATROCÍNIO DO
GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES
E OS APOIOS
DRT - DIRECÇÃO REGIONAL DO TURISMO, SINAGA, MODELO, KOY DIGITAL E
SATA INTERNACIONAL

quinta-feira, junho 1

Strange Days

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Dizem-me que hoje abriu a "época balnear"...é provável que sim. Talvez isso justifique que lá em casa se limpe o pó aos velhos CD´s de Bossa Nova com ou sem Garota de Ipanema. Pouco importa, até porque a genuína Garota de Ipanema, Helô Pinheiro de sua graça, é uma matrona a beirar a menopausa e já não vai à praia com a frequência de outros tempos. Eu também não! Resta-me o consolo de em tempo próprio não sofrer a erupção de afrontamentos de canícula e iracundos humores provocados pela mudança de idade feminina. Apre !