quinta-feira, junho 8

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória



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A ESTREIA DO VETO PRESIDENCIAL

"A dignificação dos direitos políticos das mulheres constitui uma prioridade constitucional que deve ser atingida através de meios adequados, progressivos e proporcionados e não por mecanismos sancionatórios e proibicionistas que concedam às mulheres que assim acedam a cargos públicos um inadmissível estatuto de menoridade.".

Cavaco Silva, mensagem presidencial à Assembleia da República justificando o veto à Lei da Paridade, sexta-feira 2 de Junho.

OS CÃES "PARALAMENTARES"

"O Estado Português, por enquanto, pode continuar entretido com os cães porque no que à espécie humana diz respeito, falhou rotundamente, mas continuamos humanamente mansos.".

Helena Matos, a propósito da iniciativa do líder parlamentar do PSD em institucionalizar o dia 6 de Junho como o Dia do Cão, Sábado 3 de Junho no Público.

"Associar aos cães um dia sagrado para a esmagadora maioria dos Micaelenses em particular e para os Açorianos em geral, não só revela ignorância sobre uma manifestação popular, que abriu portas (custe a quem custar) à Autonomia democrática e constitucional, mas também ultrapassa em muito a "gaffe" política para cair na área da aberração. Aguardo, sinceramente, que a ameaça de insulto aos Açorianos não chegue a plenário e se fine na sala do grupo parlamentar, onde têm assento os Deputados Mota Amaral e Joaquim Ponte (na circunstância, devem ter ensinado aos restantes pares esta particular faceta da nossa história).".

Jorge do Nascimento Cabral,quarta-feira 7 de Junho no Correio dos Açores.

A EDUCAÇÃO A SAQUE

"Não se percebe qual o objectivo em encarar os professores como bandidos. Já agora, por que não começar a avaliar os juízes com a opinião da família dos réus? Ou os médicos com a opinião da família dos doentes, até dos que, por infelicidade, morrem nos hospitais.".

Sobe e Desce do Público dando nota negativa à proposta da Ministra da Educação que visa a avaliação dos professores pelos pais, Sábado, 3 de Junho, no Público.

"Com que justiça, com equidade, com que grelha vão os pais avaliar os professores. Não tem competência para isso, como a família de um réu não tem competência para classificar um juiz.".

Paulo Sucena, Secretário-geral da Fenprof, Domingo 4 de Junho no Público.

"Quem não vive na lua está farto de saber o que a escola precisa e não precisa. Não precisa de psicólogos nem de psiquiatras : precisa de um código disciplinar e de uma guarda que o execute. Não precisa de conselhos directivos, nem de lamechice pedagógica, precisa de um director (como defende o PSD) que ponha expeditivamente na rua quem perturbar a vida normal da escola, quer se trate de alunos, quer se trate de professores. Não precisa da ajuda, nem da "avaliação" dos pais; precisa que os pais paguem pelo menos parte da educação dos filhos (mesmo que em muitos casos esse pagamento seja um gesto simbólico). A escola que por aí existe, como a democracia a fez, não passa de uma garagem gratuita onde os pais por comodidade e tradição metem as crianças.".

Vasco Pulido Valente, sexta-feira, 2 de Junho, no Público.

"A ministra da educação, seguindo a cartilha que caracteriza este executivo, vai-se referindo ao tema como o tem feito com os demais que à sua pasta respeitam: a educação vai mal em Portugal e os responsáveis por tal catástrofe são os professores, por isso há que tudo fazer para os punir.(...)
Os "cientistas da educação", espécie de sociólogos pós-modernos que se incrustaram na área do poder, conseguiram vender a ideia falaciosa de que aprender não é algo que exija esforço e sacrifício e também que a autoridade (qualquer autoridade) é por natureza opressiva e por isso incompatível com um ensino "moderno". Foram assim afogando a escola numa complexa rede burocrática, desgastando a imagem do professor (esse ente "autoritário"; agora crismado de "privilegiado") e degradando o seu estatuto. O resultado está à vista."

Francisco Moreira das Neves, Domingo, 4 de Junho, no
Joeiro

"LER É MAÇADA"

"Ler é uma actividade e a nossa cultura é quase inteiramente passiva. A televisão, o DVD, a música popular ou a conversa de computador não exigem nada, deixam a pessoa num repouso imperturbado e bovino.".

Vasco Pulido Valente, Sábado, 3 de Junho, no Público.

"a leitura treina-se, é performativa, é como nadar ou andar de bicicleta.".

Isabel Alçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura, sexta-feira 2 de Junho no Público.

QUOTE OF THE WEEK

"Life is so fucking hard even when it´s easy"

Margaret Chenowith personagem de Six Feet Under(sempre à segunda-feira na 2)...

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