quarta-feira, dezembro 31

03/01/2004

Festa de lançamento da 12:ILHAS no bar.restaurante Colégio 27 (R. Carvalho Araújo/Ponta Delgada) a partir das 23h00. Apareçam pr' "ó" copo, jazz e funk qb, pelo ZB, e para "gamar" 1 exemplar à "borla"...

> principais locais de distribuição - Livrarias Bertrand, Solmar e Gil <

terça-feira, dezembro 30

Calmante

Não sei se já alguém pensou nisto, mas de quando em vez olho para a blogosfera como quem olha para o diva do psicanalista. Aqui deitados sem vermos para quem falamos vamos debitando as angústias, os medos, os amores e as ocorrências das nossas vidas. Mais do que o comentário ou a reflexão, que, diga-se, é pouca, o que vejo nos blogs são desabafos. Leio nas entrelinhas dos posts (e não é só nos meus!) um sem número de lamentos próprios de quem anda a precisar de tomar calmantes. No fundo a blogosfera é um imenso ansiólitico.

A :ILHAS DEZEMBRO 2003

A :ILHAS está um ESPECTÁCULO. Ainda não a li, só folheei, mas está um espectáculo.

Só li ainda o artigo do Luís Rodrigues (meu amigo) - “Há dias, há estímulos, há artigos que nos agarram com tal violência que por momentos nos precipitamos para o assunto:
Reagimos, acusamos, respondemos, revoltamo-nos e depois… depois é sempre a mesma coisa, o tempo apaga a tempestade e a vida real volta com sobriedade.” - e as primeiras frases do Sr. Gustavo Moura - …“quero assinalar a agradável surpresa que foi para mim tomar conhecimento com esta publicação.
Embora não possa identificar-me com o modernismo da sua concepção…” - (isto é aquilo a que eu chamo um verdadeiro elogio).

A “chatice” com a vossa revista é que “à primeira vista” não precisa ser lida. Para aquilo que somos hoje, basta olha-la, folheá-la, para já ocupar um espaço no nosso horizonte cultural (Gustavo Moura) ou melhor ainda na terra-cultura que pisamos todos os dias (Luís Rodrigues).

Custava muito, num cantinho de cada fotografia (ou imagem), por o nome do seu autor?!?

2004 vai ser pequeno demais para vocês… Força.

segunda-feira, dezembro 29

Pensar

É absolutamente essencial ler a entrevista que Eduardo Lourenço dá hoje ao Diário de Notícias.

… e assim se faz Natal dia a dia

Dez soldados e três oficiais de reserva da unidade de elite dos comandos do Estado-Maior do Exército israelita, a Sayeret Matkal, considerada uma das mais prestigiosas do exército enviaram ao primeiro-ministro, Ariel Sharon, uma carta em que declaram recusar-se a participar na “opressão” de palestinianos e a servir de “escudo” aos colonos judeus.
“Não participaremos mais na opressão nos territórios, nem na privação dos direitos humanos de milhões de palestinianos”.
Numa reacção imediata, o vice-ministro da Defesa, Zeev Boim, advertiu que os militares serão julgados por um tribunal militar.
“Eles devem ser privados do seu uniforme e julgados por desobediência e rebelião, qualquer que seja a unidade a que pertencem”, afirmou Boim.
O documento foi divulgado três meses depois de 25 pilotos militares terem assinado uma petição dirigida ao comandante-chefe da força aérea na qual se recusavam a operar nos territórios ocupados.
“Sou pessoalmente responsável pelas missões que o exército me encarrega de efectuar, (no âmbito) da política de ocupação, e é imoral, por exemplo, lançar bombas sobre uma casa, fazendo numerosas víctima civis”, justificou um destes pilotos em declarações à rádio israelita.
Anteriormente, em Janeiro de 2002, 52 oficiais e soldados do exército tinham tomado a mesma decisão.

(Notícia baseada num texto do Açoriano Oriental – LUSA)

… e nós já fizemos o nosso Natal, hoje??!??

Serviço Público

Faltam três dias para esse grande festival de pimbalhada, dinheiro mal gasto e badalhoquice que será a noite de passagem de ano em Ponta Delgada. (Com direito a transmissão televisiva e cobertura pela “imprensa” cor de rosa.) Lembra-mos a todos os utentes do :ILHAS que existem outras opções para essa noite de celebração; como por exemplo ficar em casa.

A Hipocrisia reza

...assim
A mana é "jornalista". O mano é "comuna" moderado e deputado do Bloco. A mãe é solidária do CCruz e edita livros de culinária durante o Natal, sem objectivos comerciais, entenda-se. Ele joga à Defesa e brinca às Guerras. E no "Natal" - "sempre que perguntava aos meus pais o que era feito do Pai Natal, eles respondiam que só conheciam Deus Nosso Senhor". E, mais - "Fui educado a não ter querer, ou melhor, a não dizer 'eu quero', se queria querer". Palavra do Senhor - Ministro. A "hipocrisia de ponta" é boa em qualquer altura do ano, melhora com a idade, e é oportuna no Natal...e se a família puder participar, ainda melhor!



O último filme de Clint Eastwood é um dos sérios candidatos aos Óscares 2004. E conta com a presença de excelentes actores, dos quais destaco - Sean Penn e Tim Robbins. Para quem o perdeu no Solmar passa esta semana na Ribeira Grande. Imperdível! Mais pormenores no site oficial Mystic River.

Auto-estima...

Fantasia para Dois Coronéis e Uma Piscina, é um dos livros do ano. Nele, Portugal é apresentado como um país tagarela, falador, com um ruído excessivo vindo da televisão, dos telemóveis, da conversa fiada, deslingando-se do essencial para eleger o acessório como motivo central da sua vida. A Fantasia é do escritor Mário de Carvalho e a síntese, atenta, é de FJV no editorial da última Grande Reportagem. Obrigado pela atenção!

sábado, dezembro 27

MOLESKINE

a quanto obrigas!



Apesar, do que aqui escreve o Pedro, todos fazemos as nossas listinhas repletas de nadas e de muito. Este Natal recebi um Moleskine. O livro de anotações mais "popular do mundo". Eternizado pelo escritor Bruce Chatwin e celebrizado, anteriormente, por - Matisse, Van Gogh, Céline ou Hemingway. Ainda ontem criticava os top’s e as listas que vou encontrando em jornais e revistas, neste final de ano, para o melhor que passou em 2003. Critico mas consulto-as, avidamente, à procura de algo que deixei passar… Nos próximos dias é de esperar - a minha lista - num post perto de si

A não lista.

Aparentemente o Natal para além de época de reuniões de família é também época de listas. Por todo o lado surgem listas, infindáveis resenhas do melhor e do pior do ano que passou. Como se a vida dos homens tal como as lojas fechasse para balanço em cada final de ano. Numa azafama classificadora apressam-se críticos e jornalistas a catalogar os melhores filmes, os discos, os livros, os golos, as tristezas, os abalos, as mortes. E assim impecavelmente etiquetado segue o nosso mundo cada vez mais kafkiano. Chego a pensar que esta transição de milénio que vamos passivamente vivendo sofre de caso agudo de síndroma bipolar. Tão depressa eufóricos para no segundo seguinte depressivos. Tão depressa uma festa no segundo a seguir um terramoto. E quais psicanalistas do efémero jornalistas, críticos e comentadores, correm a catalogar, a hierarquizar em impecáveis listas todos os espaços e momentos das nossas vidas. Como se devidamente arquivados os acontecimentos deixassem de nos tocar, de nos emocionar, fossem apenas sound bytes, passíveis de serem arrumadinhos nas prateleiras da memória para que a próxima leva de entretenimento noticioso tenha o campo aberto nas nossas mentes para actuar. Como se fechando o passado em pequenas caixas de cartão nos libertasse-mos dele e instantaneamente ficasse-mos prontos para um nova fornada de estímulos. É claro que nessa euforia festiva das listas de final de ano se esquece tudo o resto que não foi noticia, que não teve espaço nas primeiras páginas, que não abriu os telejornais, ou que não foi acontecimento o suficiente para ser comentário, esquecesse o humano. Na minha mente não existem listas, existem afectos, laços que ligam em cadeia um turbilhão de pontos de interesse e de estímulos que compõem, em conjunto como num quadro, o universo imenso da vida. Para mim o melhor da vida é não ser feita de segundos mas de eternidades. A mim interessa-me mais do que aquilo que passou aquilo que fica e que com a sua presença compõe o quadro do que sou.

quarta-feira, dezembro 24

Natal

Nunca gostei de coisas obrigatórias. É um defeito meu, eu sei, mas ter que fazer não me agrada. O natal é uma dessas coisas que nos obrigam todos os anos a cumprir e que me atormentam sempre durante vários dias. Mas como há um certo sentimento de fraternidade associado a isto tudo aqui vai:

um bom Natal a todos e que o Pai Natal vos traga muitas prendas

PRENDAS de NATAL

.
.

Aqui vai uma prenda de última hora, acabadinha de chegar. :ILHAS #12


VM

A TODOS UM BOM NATAL

:


VM
24/12

terça-feira, dezembro 23

Notícia de última hora

Paulo Gosmann acaba de propor a abolição do salário mínimo nos Açores.
Sem dúvidas um dos seus momentos politicamente brilhantes com os quais já nos habituou, e de certo contanto já com a sua participação no próximo governo regional.
Paulo Gosmann não pára e propõe a substituição do mesmo por um salário mensal denominada “esmola não máxima oferecida”. O pagamento mensal do ordenado esmola deverá ser acompanhado por um postal do Senhor Santo Cristo (se o trabalhador for um português residente nos Açores poderá pedir a substituição por um postal de Nossa Senhora de Fátima). O pessoal com responsabilidade de gestão ou trabalhadores membros do Clube Micaelense (com as cotas em dia) receberão um postal de D. Duarte Pio.
Ficam assim resolvidos os problemas existentes com os sindicatos, desde o 25 de Abril, pois Paulo Gosmann acredita que bom católico não se queixa de esmola recebida. Claro que existem sempre aqueles pagos e mal agradecidos, mas a esses drogados homossexuais, Paulo Gosmann propõe que votem noutra coligação…

abaixo de mínimo

Quando a esmola é muita o pobre desconfia. E quando a esmola é pouca, o que é que o pobre faz?
Salário mínimo sobe nove euros

RTP-A

Goste-se ou não a verdade é que a RTP-A é um dos elementos fundamentais da coesão e do desenvolvimento da Região Autónoma dos Açores. Não vou aqui discutir os conteúdos, nem as opções editoriais, fica para outra altura. O que me trás aqui é esta noticia. Convém seguir este assunto com atenção até por que por este lamiré a coisa pode vir a ter mais importância do que à primeira vista parece. Vejam lá o pormenor: "Ambos são jornalistas de longa data da estação pública no arquipélago, mas Osvaldo Cabral é mais do agrado do PSD, enquanto António Fragoso é próximo do presidente do Governo Regional dos Açores, o socialista Carlos César."
É caso para perguntar onde pára a independência dos orgãos de comunicação social??

Encontros de reconciliação em Timor Lorosae

Foi com muito respeito e admiração que li este fim-de-semana, no público, que durante a semana passada ocorreram (como na África dos Sul após o apartheid) os encontros de reconciliação de Timor Lorosae. Seguem retalhos de um artigo de Adelino Gomes (19/12/03)

…” As intervenções dos representantes da Apodeti, Kota e Trabalhista não parecem augurar nada de bom….
…Mal chega à mesa e lhe dão a palavra, João Carrascalão (presidente da UDT) profere duas ou três frases rápidas de protesto – “a verdade ainda não foi dita aqui” – levanta a cabeça e proclama – “Eu errei! Porque fui eu que comecei, fui que errei!”
Os comissários na mesa debruçam-se para o verem melhor, o silêncio, regra de ouro de toda a sessão, parece o mais profundo. “ Se querem apontar o dedo, apontem-mo a mim. Ninguém quer assumir as responsabilidades então eu assumo-as.”…
…Alkatiri (secretário-geral) e Lu-Olo Presidente da Fretelin) sobem ao palco e juram…. … Nas palavras de Mari nada que não se tivesse já ouvido ontem. Até ao momento em pronuncia os nomes de Aileu e Same, locais onde a Fretilin cometeu massacres…
…”Devemos assumir a responsabilidade dos massacres de Aileu e de Same” diz, e quase se ouve o respirar de alívio das centenas de pessoas que enchem o recinto. “Como também os massacres de Ermera e em Betano (estes cometidos pela UDT). Temos que os assumir.”
O presidente da sessão dá a palavra a Lu-Olo… …Já passou quase a meia hora e nenhum sinal de autocrítica, nenhum indício de que o maior, mais influente e mais polémico partido do país se dispõe a dizer o que toda a gente anseia ouvir.
“Hoje irmãos e irmãs”… …”separámo-nos na Coligação (de Abril de 1975, que desembocou na guerra fratricida) e encontrámo-nos mais à frente. A UDT matou gente da Fretilin. A Fretilin matou gente da UDT. A Fretilin matou a Fretilin. Como Presidente peço perdão às famílias de todas as vítimas”
Há lágrimas nos olhos de Xanana, mulheres, homens, alguns jovens fazem disfarçadas passagens de dedos sobre a cara…”


Mais está escrito neste artigo sobre as culpas de Portugal (ninguém presente), Indonésia, Austrália, EUA, USSR e China. Mas esses são todos estrangeiros. Os “irmãos” de Timor fizeram ali as pazes na “antiga prisão portuguesa”. Não curaram males já feitos mas sararam feridas e o Natal, que deve ser todos os dias, chegou mais cedo, este ano, a Timor Lorosae.

FELIZ NATAL

segunda-feira, dezembro 22

Só falta o José Castelo Branco...

"A presença da cantora britânica Samantha Fox e da sua banda, a actuação dos DJs Fernando Alvim e João Xavier (Sic Radical) e das “Dance Performers”, o regresso da banda rock açoriana “Rebeldes” fazem o cartaz da Passagem de Ano em Ponta Delgada, organizada pela Câmara Municipal.
O espectáculo, que decorre nas Portas da Cidade de Ponta Delgada, ganha, este ano, uma dinâmica diferente, quer pela logística apresentada – na disposição do palco e na projecção do espectáculo Piro-Musical, do Porto de Ponta Delgada, que chegará pelas 00h00 – pela diversidade do espectáculo, com pelos vários artistas em palco, quer mesmo pela projecção nacional, que será dada à festa pela presença de VIPs e de jornalistas de jornais e revistas nacionais.
Neste âmbito, estarão em Ponta Delgada nomes ligados ao social e à moda nacional como Lili Caneças, Paula Bobone, Marionela Gusmão e Bibá Pita, bem como vários órgãos de comunicação social como a RTP1, TV Cabo, Jornal de Notícias do Porto, Correio da Manhã e revista VIP.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada aproveitará a visita destas figuras nacionais para, mais uma vez, organizar um programa de animação, destinado a divulgar o concelho e a ilha de São Miguel."

In Diário dos Açores, 21/12/2003. Os sublinhados são meus.

Isto realmente vai de mal a pior. É esta a imagem que querem fazer passar de Ponta Delgada? É este o turismo que querem em São Miguel?

A frase que vem a seguir vai passar a ser um slogan: Merecíamos políticos melhores.

Navios Fantasma

Vazios seguem os navios pelo oceano aberto...
Aqui do farol das :ILHAS avisto dois barcos abandonados navegando á deriva pelo Blogoceano. Onde pára a tripulação destas embarcações? Este e este, alguém sabe o porquê desse abandono?

Falsas Escutas de Chamadas Obstupefactamente Fictícias (FEC.OF.) I

Recebi uma mensagem dos Falsas Escutas de Chamadas Obstupefactamente Fictícias (FEC.OF.) que transcrevo:

Nós FEC.OF decidimos que é do interesse cívico passar a tornar público algumas das falsas escutas que temos efectuado. Apesar de obstupefactamente fictícias contêm informação que achamos que temos o dever de difundir.
Segue, então, a transcrição de duas chamadas que decorreram, a primeira, na sexta pelas 09h entre duas pessoas do mundo das vacas e a outra este sábado pelas 15h entre dois possíveis suspeitos do mundo dos marrãzinhos:

Transcrição Nº 236 de 19/12/03, 09h 13m

- Ora bem. O sr. J.R. Dallas, está bom?

- Sim senhô. Comé que está o Sr. Cordeiros?

- Não é de cordeiros que eu quero falar. É de vacas. O Sr. deve estar num pasto. Ouve-se muito mal!

- Diga Sr. Cordeiros.

- Não é de cordeiros, é de vacas!!!! Quando é que os senhores contam à comunicação social sobre as duas loucas??!??

- Nós??? A nós nã nos interessa, Sr. Cordeiros!. Contim os senhores!!!

- Não é cordeiros é vacas!!! E o Sr. está maluco??!?? Nós não podemos contar, já estamos em campanha!!!!!

- Quero lá saber!!!! Eme, ê já percebi tu qués é mamá!!!?!!!!.... (desliga)

- Sr. J.R.Dallas??!?!?! Sr. J.R.Dallas??!?!... Vai ter que ser a gente, ó grande Imperador… (falando para o lado e desliga)
_______________________________________________________________

Transcrição Nº 241 de 20/12/03, 15h 13m

- Êh home, foste convidado para o jantar logo à noite na casa do ditador espanhol?!?

- Fui e tu???

- Fuuuuui!!!! E sabes para que é o jantar???

- Pra se cumêr!!!

- Óh estúpido!!! Isso erem o jantares lá no granel!!! És mêmo uma besta.

- O que foi???

- Eme, cala-te praí!!! Aquilo é um jantar de apoio à primeira victima.

- É verdade, coitado!!! A gente devéra dir. Não achas???

- Acho.

- Mêmo, ele coitado, nunca o vi lá no granel!!! E além disso eu admirava-lo muito…

- Lá estás tu a arquitetar castelos no ar. Não é por isso. Temos que nos apoiá uns aos outros que é para ficarem todos de bico calado!!!

- Ahhh!!!!! Achas quê leve lingerie debaixo do fato??!??

- Ó gandessissima vaca!!! Se ê, em vez de médico, fosse vetrinário tratava-te já da saúde
… (desliga)

ele há cada uma...

Lá de vez em quando há certas coisas na blogolandia que me irritam. O Sr. Abrupto recomenda Gore Vidal, acho muito bem. Mas o tal Sr. compara Vidal a Michael Moore, o que é inacreditável. Gore Vidal, à parte ser um dos mais importantes escritores do nosso tempo, é, também, um democrata, moderado, culto e impressionantemente lúcido. Moore é um radical, desbocado, propagandista e, não poucas vezes, demente. Isto realmente, está tudo doido. Já agora para quem quiser recomendo este livro, para além obviamente dos romances e dos ensaios de Gore Vidal que são estupendos.

e no site oficial...

de SamFox está escrito o seguinte:

NEW YEARS EVE
DO YOU FANCY SPENDING NEW YEARS EVE WITH SAM AND HER BAND? WE ARE PERFORMING A MIDNIGHT GIG ON THE BEAUTIFUL ISLAND OF THE AZORES

+
os "thoughts" (aconselho vivamente) de ocasião da "grande" senhora que se auto-intitula - World Famous English Personality, pior será difícil!


World Exclusive

A "grande" Samantha Fox faz a 1ª parte dos Rebeldes na festa de fim de ano em Ponta Delgada...

por uma Cidade melhor...

prolongamento da Av. Marginal de Ponta Delgada - consulta pública

Encontra-se aberto o processo de consulta pública do "Projecto de execução do prolongamento da Av. Marginal de Ponta Delgada (1ª fase)", bem como, o estudo de impacto ambiental. Para mais pormenores consultar a Secretaria Regional do Ambiente. Todos as opiniões devem ser enviadas, no máximo, até amanhã, dia 23, para a Directora dos Serviços de Promoção Ambiental, Rua Francisco Ornelas, 12-2º 9701-862 Angra do Heroísmo ou em dspa@azores.gov.pt. Toda a participação é pouca.

domingo, dezembro 21

Para um arquipélago melhor.

Seria importante que víssemos em quem nos governa uma noção verdadeira de serviço público, de entrega à causa dos cidadãos, à construção de um futuro melhor. Seria vital para o bem comum que quem tem um mandato para tomar decisões não visse nesse mandato uma procuração de quatro anos para a manipulação de interesses, o enriquecimento próprio, o favorecimento de determinados sectores. Aquilo a que assistimos no país, mas também e de uma forma assustadora nos Açores, é a total perversão da democracia. Quando assistimos ao desbaratar de dinheiros públicos em obras que não fazem qualquer sentido, que não têm lógica, que não são racionais, que são indefensáveis do ponto de vista económico, do ponto de vista político, mesmo, do ponto de vista humano e social e, ao mesmo tempo, a absoluta e vergonhosa arrogância dos políticos ao apresentarem e defenderem essas obras, não podemos ficar em silêncio. Esta questão está para lá da direita e da esquerda, até porque em ambos os campos há responsáveis. É uma questão que, para citar Antero, está no plano do bom senso e do bom gosto. A forma criminosa como os políticos estão a violar a nossa terra não pode continuar. Querer à força construir vias rápidas, avenidas marginais, mega-emprendimentos habitacionais e turísticos, destruindo assim o âmago das nossas ilhas, não pode ser permitido. Não sou contra acessibilidades, nem reabilitações urbanas. Não sou contra projectos válidos, feitos por arquitectos e engenheiros competentes e reconhecidos, nem contra investimentos que promovam o bem estar e o desenvolvimento social. Sou terminantemente contra a megalomania, a ilusão eleitoralista, o esbanjamento de fundos, a arrogância política e a governação ditatorial do quero, posso e mando. Neste momento em São Miguel estão a avançar dois projectos que destruíram de uma forma irreparável o que é a nossa ilha: As vias rápidas em modelo SCUT, da responsabilidade do Governo Regional, e o prolongamento da Avenida Marginal, da responsabilidade da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Se não fosse por mais nada, só por serem projectos de tamanho mau gosto e tamanha falta de bom senso, só por isso deveriam ser condenados. A arrogância e a febre gastadora dos políticos e dos construtores tem que ser parada. Em 2006 terminam os fundos estruturais. Daqui a vinte anos iremos olhar para trás e os nossos filhos vão questionar onde foi gasto tanto dinheiro, de que forma, para que para eles das ilhas ficasse apenas betão e miséria.

sexta-feira, dezembro 19

Quase mesmo a chegar……………….cheguei !!!

Vou começar por dar graxa:
Vou dizer que este é o blog com mais potencial nos açores. Que este grupo de “rapazes” e todos os seus projectos são das forças mais dinâmicas que esta terra já viu. Se a nível intelectual não estão, ainda, na ponta da lança (não podemos esquecer que com Anteros, Vitorinos e Natálias na nossa história tudo fica mais difícil), a nível de estética a ponta é vossa e vai alta, muito para além da geografia que nos obriga muitas vezes a ser “ilhas”.

A seguir, a óbvia razão do começo:
Como já transmiti ao Pedro e ao Alexandre, é para mim uma honra colaborar neste projecto. Devo ser mesmo bom (que não sou) ou vocês estão desesperados (que não estão) ou ainda então, mais uma vez, o Divino Espírito Santo não vai perder tempo a explicar estas Divinas intervenções (como se Ele mexe-se uma palha para me por a escrever neste blog, phuuu!... Também não Lhe pedi).

E finalmente o meu manifesto bloguista:
Como disse o Pedro isto do universo blog é uma espécie de “ágora virtual” (fui ao dicionário ver o significado de ágora, se não conhece o significado, aconselho vivamente a consulta). Uma ágora, quando estabelecida, torna-se uma instituição, e como tal, uma verdadeira caixa de pandora, poço de possíveis defeitos e qualidades.
No seu melhor uma assembleia é uma plataforma colectiva para pensar, apresentar e reflectir ideias novas e renovadas. Um conselho onde as ideias não se esgotam na superfície mas se aprofundam. Uma praça aonde a ideia se torna acção e a acção resultado.
No seu pior uma assembleia é um palco de vaidades aonde o esprit é submisso à exibição do eu. Aonde a ideia, apenas aflorada, se afoga no ego e a acção se esconde na sombra do circo de estátuas.

Resumindo e concluindo:
Aqui não vou transformar o mundo que me rodeia e aquele outro com que sonho. Aqui vou teoricamente pensar e planear, con vos otros , a transformação desses dois mundos, e isso já é um bom começo. Vou tentar fazê-lo sem me deixar atropelar pelos meus egos e as minhas vaidades. Se não formos medíocres e tivermos sorte esta acção poderá provocar uma reacção e os círculos serão completos e repetidos.
Cá vamos…

promiscuidade...

(de) e (com) gabinete!

sem comentários

a promiscuidade entre a comunicação social e a política nos Açores, a exemplo do país, é cada vez maior...

Manobras Completas...

dos amigos em Lisboa.

Aproveito para fazer um copy/paste do post do Luís Borges para divulgar o Best of...das Manobras de Diversão. Break both legs...!


Na sala principal do teatro São Luiz. De 19 a 31 de Dezembro
> Depois de O Espírito de Natal, depois de Não Há Crise, depois de Fechado para Férias, as Manobras de Diversão orgulham-se de apresentar... O Espírito de Natal, Não Há Crise e Fechado para Férias - Manobras Completas, um Espectáculo original. Dezembro. O verdadeiro espírito de Natal está no Chiado. Nas decorações luminosas, nos sorrisos das crianças, no som do visa a passar nas máquinas, nos magotes de gente carregada de sacos aos empurrões para disputar o último par de peúgas com raquetes da prateleira para oferecer já nem se sabe bem a quem? Tudo isto num país onde já não há dinheiro. Não há jantares com os amigos. Não há roupinha de marca. Não há fins--de--semana no Algarve. Não há carrinho novo. Não há trabalho. Não há rendimento mínimo. Não há pão para malucos. Olé! Por supuesto! O que vale é que há um espectáculo sobre tudo isto. Um Best Of! E inclui uma faixa escondida! Com Bruno Nogueira, Carla Salgueiro, Manuel Marques, Marco Horácio, Sandra Celas, Sofia Grillo e Ana Ribeiro. Encenação e direcção de actores de Marco Horácio e com Sónia Aragão. Textos de Luís Filipe Borges, Maria João Cruz, Nuno Artur Silva, Nuno Costa Santos e Patrícia Castanheira, com coordenação de textos de Nuno Costa Santos. Realização plástica de António Jorge Gonçalves e desenho de luz de João Paulo Xavier. Direcção Geral de Nuno Artur Silva. Produção UAU.

12:ILHAS

Dezembro03

Uma longa noite mas ficou. A próxima :ILHAS já está no forno e em lista de espera para a derradeira revista de 2003. Este nº tem na "mira" os OGS – Órgãos de Comunicação Social. O caminho tem sido difícil e o novo ano prevê alterações “drásticas”. Para já a garantia de que nos próximos dias possamos ler e apreciar a 12:ILHAS.

Para um Portugal melhor.

O meu contributo para a reforma curricular é este. Sugiro que em Portugal as actividades profissionais com maior grau de exigência no acesso à carreira sejam, por esta ordem: Construtor Civil, Político, Dirigente Desportivo. Ninguém devia exercer estas actividades sem pelo menos 5 anos de formação académica avalizada e ano e meio de estágio profissional, reconhecido legalmente. São estas três “classes”, mais do que os advogados, os médicos, ou os engenheiros, que estão a destruir este país. Voltarei a este assunto.

quinta-feira, dezembro 18

Blogar ou não blogar, eis a questão?

Há uma linha difícil de definir nos blogs, entre o interesse de quem escreve e o interesse de quem lê. Sendo que a parte activa está sempre do lado de quem lê, de quem escolhe o que quer ou não quer ler. Sempre senti, mesmo antes de participar num blog (para mim um blog não é uma coisa que se tenha, mas uma coisa onde se participa), que olhar os blogs é um pouco como o zapping televisivo. Vasculhar desenfreadamente em busca de algo que nos prenda o olhar e a atenção. Esta forma de registo tão formidavelmente imediata e directa é na sua essência vitima do seu próprio objecto, o dia-a-dia dos homens. A realidade de cada um dos milhões de bloggers de todo o mundo assim descrita e impressa em caracteres nos écrans de computadores de todo o mundo passa tão rapidamente como os feixes eléctricos que transportam essas palavras entre pessoas, satélites e pessoas novamente. Tudo passa e passa e perdesse como areia entre os dedos e o que fica do que passa são ínfimos grãos apenas. Ínfimas partes de pensamentos que, talvez, marquem quem lê, talvez...

Mas nos blogs há uma outra parte que os torna meritórios, há o testemunho, há a vontade de participar na transformação do mundo, que todos os bloggers, quer de esquerda quer de direita, carregam, principalmente os que não são anónimos. Nos blogs comentasse a vida e a história, uns brincado, outros sofrendo, uns reflectindo, outros reagindo, mas todos ambicionando ir mais além do que a mera conversa de café, mais além do que o compromisso com as responsabilidades da vida, mais além do limite da nossa esfera de influência. Os blogs são a ágora virtual da participação cívica do nosso tempo mediático e mediatizado. É ai que reside a sua validade e, talvez, a sua importância.

Este blog, e penso que não falo só por mim, é eminentemente político, no absoluto da vida que tem a política, é tanto de esquerda como de direita porque é livre e democrático, mas é, acima de tudo, preocupado com o futuro, o futuro de quem nos rodeia, do espaço onde vivemos, do mar que nos limita e do que está para lá desse mar e que nos faz sonhar com outras gentes e espaços com que nos preocuparmos.

Participo neste blog porque é uma das formas que tenho de procurar um mundo melhor. A partir daqui vamos discutir pontos de vista, e vamos saber dizer que sim e, mais importante, saber admitir que não.

Serei eu estrangeiro? Ou os Açores não serão Portugal? E muitas outras questões.

"DOIS POR TODOS, MAS NÃO PARA TODOS" deveria ser assim o spot televisivo.

O canal "A dois" comecará a sua emissão a 5 de Janeiro. Mas começa mal, porque os seus princípios de televisão pública «a universalidade, a coesão e a proximidade» continuarão a não estar garantidos. Porque razão, os açoreanos que vivem na região com o mais baixo poder de compra, são obrigados a desenbolsar cerca de 20 Euros/mês para ter acesso à tal «divulgação do conhecimento, o destaque para os conteúdos de natureza infantil, educativa, cultural e social, a aposta na defesa da cultura, da História e da língua portuguesa». Será que a ser criada a taxa de difusão, os Açores ficarão isentos? ou eu deixei de ser potuguês e já não tenho o direito de proporcionar às minhas filhas o acesso aos tais conteúdos de natureza educativa, cultural e social? Porque será que os açoreanos não lutam por este direito? Falta de interesse? Resignação?

Eu não pago e fica aqui a promessa de que irei à luta.


VM

Em dias como estes...

... é preciso ter calma! O dia amanheceu com o embaixador e o presidente em alta!. A previsão do tempo para os Açores - Grupo Oriental. Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva, por vezes forte, passando a aguaceiros. Possibilidade de trovoadas. Vento sul muito fresco a forte (40/65km/h) com rajadas até 80 km/h, rodando para sudoeste e tornando-se fresco (30/40km/h). Estado do mar: mar grosso a alteroso, tornando-se cavado. Ondas sudoeste de 4 metros aumentando para 6 metros. Temperaturas previstas para Ponta Delgada: máxima 20 graus c. Água do mar: 18 graus c. Pedro, o melhor é ficar(es) por casa!

Desculpe, sr. Fernandos Santos

Vai 1 Puro "leão"?!


”Fomos pouco competitivos”


"Iguais a nós próprios”

Em dias como estes...

Em dias como estes, em que o útero é cartaz de propaganda, em que a vida tem mais dono que a própria pessoa, em que a liberdade é vitima da lei em vez da consciência, em que a morte é mercadoria, em que o humano se confunde com o número, em que o ditador se torna vitima, em que em nome da vitima o eleito se faz tirano, em que a criança perde a inocência, em que... em que...

Nestes dias prefiro a beleza fugaz de um sorriso ténue num rosto feminino...


Ou o desejo de eternidade das palavras de um poema....

Soneto de fidelidade


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Vinicius de Moraes

Nestes dias em que me olho no espelho do mundo e não me reconheço...

quarta-feira, dezembro 17

para o Pedro

"Não nascer, infelizmente, não está ao alcance de ninguém."
Cioran

The Death of Saddam

brevemente numa CNN perto de si

Bush: Saddam Deserves 'Ultimate Penalty'
"Let's just see what penalty he gets, but I think he ought to receive the ultimate penalty ... for what he has done to his people,'' Bush said. ``I mean, he is a torturer, a murderer, they had rape rooms. This is a disgusting tyrant who deserves justice, the ultimate justice.'' por Beth Gardiner/Associated Press

terça-feira, dezembro 16

Saddam Bush vs George Hussein.

Mais uma vez vou-me repetir. Determinadas coisas deviam estar pra lá da direita e da esquerda. Não existem guerras justas, não há mortes justificaveis. A vida e a morte não deveriam ser discutidas como se fossem um acto político. Saddam é um ditador sanguinário. Bush é um campeão de penas de morte, enquanto governador do Texas, e lançou os cavaleiros da morte e da guerra sobre o mundo. No meu mundo estes dois homens são iguais. Neste combate de boxe em que o mundo é o ringue quem perde por ko ao 12 assalto é a humanidade.

A tese da Cabala - César vs Ferro

A opinião de César sobre a "cabala" que atinge o âmago da alma lusitana pelas Terras do Nunca.

segunda-feira, dezembro 15

Onde está o Saddam??!




> qq semelhança com a realidade é pura "ilusão"!

As escolhas que fazemos na vida.

Um lamento pelos dias que hoje passam.

Tudo se reduz ao equilíbrio imensamente precário entre o bem e o mal. E o fiel dessa balança é a consciência individual de cada um de nós. Vivemos hoje, como em outros tempos da história, momentos que se atropelam e que deixam muito pouco espaço à reflexão. Somos plenamente emotivos, feitos de paixões e reacções, agimos baseados no mínimo denominador do pensamento, o preconceito. Os seres humanos vivem assoberbados pela rapidez dos eventos, uns desprotegidos pela extrema pobreza, outros pelo desperdício próprio de uma imensa riqueza. Ausentes de conhecimento, que é a base primeira de qualquer tomada de posição viável, reagimos mais do que construímos, acusamos mais do que defendemos, existimos, apenas, em vez de sermos.

Ao seguir um caminho sem ponderar sobre as opções que se nos colocam reduzimos a Humanidade a um ponto no tempo, recusar ver o que está ao nosso lado é não ser.

Quando um adolescente decide pegar em armas para matar os que lhe são mais próximos, quando alguém sequestra um avião e se joga num abismo mortal para si e mais centenas de outros, quando um homem assume sobre si o peso de um país e o larga sobre o mundo, quando uma criança sofre ou um velho morre sozinho, há algo em todos nós, em cada um de nós, que falhou.

A História da humanidade é feita tanto de vitórias como de derrotas. O bem e o mal sempre estiveram abraçados no que ao destino dos homens diz respeito. A nossa esperança reside apenas no sonho de que depois de nós o mundo seja um pouco melhor.

E no fim tudo se resume a uma escolha entre o bem e o mal. E a única forma de fazer essa escolha está no saber, no conhecimento, na educação. O bem maior da humanidade é o conhecimento e é na partilha do mesmo que construímos uma hipótese de sobrevivência. Sem o abraço de um pai a um filho, sem o toque de um professor num aluno, sem a passagem de testemunho entre gerações, mais do que entre homens, sem esse elo, nós não somos nada.

Se um homem mata também eu primo o gatilho, se um homem morre também eu desvaneço.

Na eterna e constante luta entre o bem e o mal não existem lados, não existem facções, há apenas derrotas. Há apenas o bem que sai derrotado. E somos todos nós que perdemos. A utopia maior é querer ver o bem nunca derrotado. O mal maior é não saber uma consciência universal de bem. Isso faz toda a diferença.

A mim resta-me ser bom e verdadeiro comigo próprio, pouco mais, mas isso também faz toda a diferença.

Sobre isto há muita poesia que mesmo eu gostaria de recordar mais vezes mas neste dia de inverno recordo este poema que fala de caminhos e de opções e da consciência imprescindível de que as nossas escolhas são mais do que escolhas, são caminhos não percorridos:

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by
And that has made all the difference.

The Road Not Taken
Robert Frost

+ 1 blog "ilhéu"

...na minha caminhada errante pela blogolândia e de passagem pelo Farol deparei-me com + 1 "endémico"...este chega-nos do Faial.

Soa a falso, falar de amor?

Questão colocada pelo Joel Neto numa síntese "brilhante" de fim-de-semana...

em jeito de comentário

para já vou apenas dizer isto. O que o Sr. Moore faz é pura propaganda. É propaganda de esquerda, é certo, mas não passa de propaganda!!

Bowling for Columbine - A América segundo...


...Michael Moore e a "resposta" à pergunta: os americanos são loucos por armas ou são simplesmente loucos? A resposta está implicita mas o tira teimas é amanhã, para quem ainda não viu, nos Cinemas Castelo Lopes, pelas 21h30, em Ponta Delgada.

domingo, dezembro 14

Balanço do fim-de-semana

Ladies and Gentlemen... eles agarraram-no. A captura de Saddam foi o epicentro deste domingo. Festival mediático, discursos ao país, analises, analises, analises.... O ditador, apanhado agora no papel de perseguido, apareceu ao mundo despido de pompa, sem pedestal, derrotado. Veremos o que o futuro reserva para o povo iraquiano.

Há dias em que gostava que questões como ditadores, ou o futuro de povos, estivessem para além de direitas e de esquerdas, mas isso são utopias minhas.

O futuro da Europa foi, mais uma vez, adiado. Serão os lideres europeus capazes de gerar consensos, ou utopias. Veremos.

A intenção da Agencia Espacial Europeia de criar em Santa Maria um centro espacial de monitorização de satélites, podendo mesmo aumentar o projecto para que um futuro centro de lançamento seja ai construído. Uma noticia boa para os Açores.

A venda da Somague a uma empresa espanhola. Uma prova de que as palavras, tal como as ideologias, quando não são sentidas valem absolutamente nada. Sejamos honestos, Portugal é o que é porque os portugueses são como são.

Um jovem português que se sagrou campeão europeu de uma modalidade desportiva e ninguém deu por nada. Hugo Pinheiro, campeão europeu de Bodyboard.

E amanhã é já segunda-feira.

É Natal, é natal

.
.
Estes são 3 dos meus pedidos para o pai natal.







VM

sábado, dezembro 13

Crónica de um sábado em chuva.

Um dia de borrasca. Evito sair de casa, o que faço apenas para cumprir o vício diário dos jornais. Em casa, depois de colocar as panelas e os tupper wares estrategicamente para conterem os pingos da chuva que teima em invadir-me a intimidade, acendo a lareira, recolho das estantes três livros adiados, sento-me sem música e entrego-me ao absoluto prazer da leitura. A meio do dia sou obrigado a mentir ao Alexandre quando lhe prometo enviar, ainda hoje, dois textos. Desculpa meu amigo, hoje não era dia para trabalhar. Hoje, dia de chuva e vento e cinzento e aconchego, permitam-me que não faça nada e me delicie com Da Alvorada à Decadência de Jacques Barzun.


Da Alvorada à Decadência
De 1500 à Actualidade - 500 Anos de Vida Cultural do Ocidente. Jacques Barzun

sexta-feira, dezembro 12

parabéns

Já que estamos numa de dar os parabéns.

Jennifer Connely, faz hoje 31 anos.

As melhores prendas de Natal

.
.
Como as referências mundiais são boas e lá para Janeiro serão melhores
(Manchester cá te esperamos, no estádio do dragon).

TERCEIRO MELHOR TREINADOR DE 2003 NA VOTAÇÃO DA 'WORLD SOCCER'
Ainda que este critério seja discutível, conforme se prova pela análise de Pinto da Costa: "O terceiro lugar atribuído ao Mourinho é pouco."

FC do PORTO QUINTA MELHOR EQUIPA DO MUNDO
Com a qual o presidente portista já esteve mais de acordo: "Como se trata de uma votação a nível mundial, entendo que estamos bem".

Treinador do ano

1 Carlo Ancelotti (AC Milan) 19.6 %
2 Marcello Lippi (Juventus) 11.4 %
3 José Mourinho (FC Porto) 10.9 %
4 Alex Ferguson (Manchester United) 7.5 %
5 Martin O'Neill (Celtic) 6.0 %
6 Carlos Bianchi (Boca Juniors) 5.4 %
7 Raynald Denoueix (Real Sociedad) 4.1 %

Equipa do ano

1 AC Milan 23.4 %
2 Juventus 13.8 %
3 Real Madrid 10.5 %
4 Boca Juniors 7.5 %
5 FC Porto 5.6 %
6 Rep. Checa 5.2 %
7 França 4.9 %

Aqui vai uma proposta para as melhores prendas de Natal:

para os fora de horas


para os miúdos (mas cuidado, muito cuidado com os miúdos)


Para colocar na parede ao lado do psiché



Saudações
VM

carta ao Pai Natal 2


...em 1986 foi o jogo do ano e o meu presente de Natal, preferido! Horas, dias e semanas à volta da conquista do asteroíde controlado pelo Mekon que se deslocava em direcção à Terra. A missão? Salvar a Terra da destruição total (argumento típico em tempo de "guerra fria"). Fí-lo + do que 1 vez e sentia-me bem. Hoje, ninguém salva ninguém - é o salve-se quem puder! Para os saudosistas, tal como eu, do velhinho Spectrum 48K, nada melhor do que, num fim-de-semana chuvoso (pelo menos em S. Miguel), fazer uns downloads em The World of Spectrum e "bombar".

PARABÉNS

.
.
Aniki Bóbó passarinho tótó cavaquinho sacristão eu sou policia e tu és ladrão.

Parabéns pelos 95 anos e muito obrigado.


foto de Inês Gonçalves

VM

Prendinha de Natal

-
-
ENA PÁ TANTO PÓ.


E eu que tinha pensado regar o jantar de hoje com uma ou duas de Poeira


BIBA O BINHO TINTO.

BM ou VM
que com tanto pó ou tanho binho já não enxergo nada.

peru 2

A opinião de Eduardo Prado Coelho sobre o fenómeno do "peru insuflado" e outros "fenómenos" similares num post atento de José Mário Silva (O peru metonímico) no BdE

DESINFORMAÇÃO

«os investigadores são alheios à onda de rumores que assolou a comunicação social», no DN de 11/12/03 + em Diário de Notícias

quinta-feira, dezembro 11

Coisas de "jornalistas"

Ao ponto que isto chegou. Atentem bem nesta pérola do jornalismo português actual:

“Os taxistas, conhecedores da noite e do dia, e ainda mais quando o meio é pequeno, suscitam comentários confusos. Admitem a existência da prostituição masculina, e não escondem que, pela madrugada, transportam jovens que estão de regresso a casa. Sublinham, no entanto que o percurso é, com mais frequência, entre Ponta Delgada, onde terão passado a noite, até Rabo de Peixe, uma das localidades mais pobres da ilha. Dizem estranhar, por isso, que se esteja a localizar o fenómeno das práticas pedófilas na vila de Lagoa. Mas “se houver culpados que os prendam a todos”, reclamam.”In Diário de Noticias, 11 de Dezembro de 2003. Numa noticia assinada por Licínio Lima, com Carmo Rodeia, sobre a pedófilia nos Açores.

Isto é verdadeiramente inacreditável. Julga o jornalista que é informação extremamente relevante a opinião dos taxistas sobre o caso, e são “os taxistas”, a classe. Pergunto eu, quantos foram? E a entrevista foi na praça de taxis, ou foi numa corrida entre o Aeroporto e o Hotel? Foi um representante da Associação Micaelense de Chauferes de Praça que falou em nome dos honrados colegas? Foi aos da Matriz, ou aos do parque em frente da Alfândega? O senhor jornalista confirmou as fontes, ou são só boatos? E disseram todos a mesma coisa? E é em Rabo de Peixe e não na Lagoa? E tem a certeza que os jovens iam de regresso a casa? E vinham com as calças na mão para “os taxistas” saberem logo que eram vitimas de pedófilia????

Por amor de Deus!! Se isto é jornalismo, se isto é noticia, não sei onde o mundo vai parar.

Ficamos no entanto a saber quem são as fontes seguras do jornalismo nacional. Quando se ler “comenta-se nos corredores”, deve ler-se “disse-me um taxista entre dois palavrões”. Ou então, quando lermos “diz-se nos bastidores”, devemos ler “ouvi eu no banco de trás de um taxi”. Ou então ainda, “fonte não identificada”, “o Zé Manel taxista”.

Como é que passa pela cabeça de um jornalista que para o leitor é importante saber a opinião dos taxistas! Com que fim??!! E, já agora, porque é que não foi perguntar a opinião dos varredores de ruas, ou dos carteiros, ou das donas de casa, ou, sei lá, dos policias??

Mas há aqui outros aspectos dignos de realçar. A partir de agora qualquer jovem do sexo masculino que apanhe um taxi às três da manhã em Ponta Delgada e peça para ir para Rabo de Peixe é roto. Ficamos também informados que em Rabo de Peixe também há pedófilos. Mas o que é agora isto, era só na Lagoa, não. Nem pensar, se a costa sul tem, a costa norte também tem. O que vale é que na fundamentada opinião “dos taxistas” os culpados vão todos dentro, valha-nos isso.

A minha opinião é que está tudo doido.

P.S. eu não queria falar muito mais nisto, mas não consegui.

César Monteiro

Uns adoram outros odeiam. A verdade é que foi um dos mais brilhantes cineastas de sempre e, dá-se o caso, era português. A edição em DVD da cinematografia completa de João César Monteiro é um dos acontecimentos culturais mais importantes do ano neste país que é famoso por não dar valor ao que é seu e é bom. Ora aqui está uma óptima ideia para prendinha de natal.

Sr. Manel! viva ó Benfica e são mais duas Sagres

Sr. Manel,
resmungão, mal disposto, ordinário (quando ia com amigas dava sempre barraca), doido pelo FC Porto (cada ’viva ó Benfica‘ saía um alto e zangado ‘vai pó c******o’ com umas mimicas terriveis)

Encontrei uma ou outra vez numa tasquinha onde ele costumava jantar sozinho, conseguimos conversar sem que mandasse quatro ou cinco c*****adas, só soube que era de Valença e por lá viviam sua mulher e filha, pouco mais sei do Sr. Manel além daquilo que sabemos. É verdade as conversas foram sempre curtas!

Não consigo escrever viva O P***O
mas aqui vai um VIVA O Sr. MANEL e obrigado por todas as cervejas (e muitas) e bifanas que nos serviste.

carta ao Pai Natal


Já coloquei a cartinha no correio. A fila era enorme e a espera interminável mas valeu a pena. Amigos, não se esqueçam da minha prenda! E não se que esqueçam da vossa cartinha... quem conselhos dá, amigo é!

quarta-feira, dezembro 10

Lisboa-BAlto-oEstádio e o sr. Manel

Acabei de ler o que escreveu o Pedro e, estranhamente, o sentimento é-nos comum. Apesar de ser "alguém" que, verdadeiramente, não conheciamos acabou por estar presente em muitos momentos "importantes". Alguém que nos fazia lembrar Lisboa, o Bairro-Alto, as noites de 6ªfeira ao lado de uma velhinha mesa de flippers e a nossa luta, incessante, por 1 cadeira com direito a cerveja, amendoins e "caracóis". Entra em campo a memória. E dei por mim a vasculhar os confins do disco há procura de 1 artigo que escrevi, "noutro" tempo em LX, para a revista Inventio (em AAFDireitoL), coordenada pelo amigo Nuno. Encontrei-o!... Vou postá-lo em memória do sr. Manel. Tenham paciência.

One Night in Lisbon...
E quanto a um roteiro pelo Bairro-Alto? Bem, tenho que me basear naquele que normalmente faço. Primeiro, é essencial subir o Elevador da Glória que dá acesso ao Bairro, propriamente dito, que muito me apraz. E começar logo alí pelo velho Estádio, o primeiro que visitei desde que estou em Lisboa, pelo sr. Manel sempre a refilar - "deixem-me passar.Quantas são? Uma Super-Bock e uns amedoins…sim,sim…picantes". Ao lado podemos encontrar aquele bar…o dos livros! (falta-me agora o nome). A ideia é boa mas às tantas um livro no meio de tanta gente, de pouca luz, e com house sempre abrir, faz-me questionar a verdadeira utilidade e atenção que lhes é dada. E agora para onde ir? Ainda é cedo. Bem, ou vamos até à Tia Alice, antes que seja tarde, ou até ao Suave…Suave sim, o Café Suave…cool sounds…ok…!Para mais tarde ficam o Bartis, que já viu empregadas mais simpáticas, mas que tem bom jazz e umas tostas de frango-fabulosas. Em alternativa, há ainda o Majong, o Nova, o Pavilhão Chinês (dependente da companhia) e o Targus este depois do Suave…E, antes de ir a algum sítio dançar, há lugar para mais um cerveja numa das tascas da Rua Diário de Notícias. Vamos dançar onde? No Bairro os sítios não se mantêm abertos até muito tarde e as escolhas também não são assim muitas…sem hesitar - Os Três Pastorinhos, seguido do Frágil e do Captain Kirk…como opção temos ainda o Keops mas este também já viu melhores dias. A partir daqui não assumo a responsabilidade pelos menos responsáveis. Mas, o melhor, para quem veio de carro, é apanhar um táxi e acabar, a meu ver, no Bar do Rio, ou melhor no Indústria. E como dizia um amiga minha…"vamos mas’é ao Kremlin!" O pequeno-almoço fica ali pelo mercado da ribeira, em qualquer pasteleria de bairro ou numa dessas relotes, maradissímas, num ambiente perfeitamente surreal ao som dos Prodigy e com uma bifana acabadinha de sair. Se gosto da noite em Lisboa? O melhor será nem falar nisso. Sr. Manel…é + 1, se faz favor. (algures em meados de 90's)

...

Ter certezas é não saber absolutamente nada, é acreditar. A convicção no saber é uma forma de fé, acredito que sei e estou cheio dessa convicção, dessa fé.

Nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas. Das pessoas que connosco se cruzam na vida conhecemos apenas a imagem que fazemos delas. O que essa pessoa é, ou foi, nunca o saberemos, nunca em pleno, nunca na totalidade.

O meu irmão telefona-me e diz-me que o Sr. Manuel morreu e um nó faz-se-me no estômago, involuntário, sem que eu espera-se, sem que eu soube-se que poderia ser assim. Um homem que eu não conheci, que era apenas a imagem que eu fazia dele, morreu antes de ter morrido para mim e por isso me comovo e questiono aquilo que sabia dele, o pouco que sabia dele.

O Sr. Manuel, porque nunca fui capaz de o tratar por Manuel, era meu amigo e morreu antes de ter morrido para mim. Não tenho certezas, mas espero que também ele tenha fé.

O Sr. Manuel ainda não morreu para mim. Era mais duas Sr Manuel.

terça-feira, dezembro 9

Jorge Molder na Academia das Artes


A exposição de Jorge Molder na Academia das Artes é talvez dos acontecimentos artísticos + importantes de 2003 em Ponta Delgada. Alguém deu por isso?... A comunicação social nem faz ideia de quem se trata! Para quem ainda não viu está patente ao público até dia 20/12. Mais pormenores no Instituto Açoriano de Cultura

The day after...

A ordem agora é voltar ao trabalho. Estilo, bola p’rá frente e faz de conta que não foi nada contigo. Assim sendo espero sinceramente que os competentíssimos jornalistas da SIC e do Expresso prossigam o seu trabalho de investigação e nos informem sobre quem são os restantes implicados nesta enorme rede pedófila que se escondia na nossa pacata ilha. É que tenho curiosidade em saber quem é o padre, quem é o “braço direito de piiiii” que usava as instalações da campanha partidária para conviver, quem são os magistrados, os advogados, os arquitectos, os futebolistas, etc. etc... E não é por nenhum tipo mórbido de curiosidade é só porque me choca ver a “culpa” morrer solteira.

Já agora, a propósito de coisas que me chocam. É confrangedor ver a frieza e o distanciamento que Ferro Rodrigues demonstrou em relação à demissão de Ricardo Rodrigues. Não que eu quisesse mais choros, mãos no fogo, ou cabalas, não é isso. Nem pretendo que o secretário geral do PS tenha que ter sempre um ombro amigo para todos os males que afligem os militantes do partido. Mas não se pode ser pai e mãe e irmão para uns e padrasto para outros. Mas, vendo bem as coisas, se calhar o PS-Açores e o PS não são o mesmo partido.

Enfim, assim vai a roda do mundo. Viva a Liberdade.

Balanço do segundo fim-de-semana grande seguido.

Como diz o Joel devia haver fins-de-semana grandes todas as semanas. Poder deitar-me ao domingo sem a angústia de segunda-feira é um luxo maior que um balão cheio de Napoleon, uma lareira acesa, o Chet baker a cantar Let’s Get Lost e a pessoa que eu amo ao meu lado.

A “Pedofilia nos Açores”. Cada noticia que passa gosto menos da Felicia Cabrita. Aquele encenar de um banho nocturno na poça das furnas é do mais baixo jornalismo que eu tenho visto. Ainda bem que para mim e, estou certo que para muitos dos meus amigos, aquele lugar é uma parte de memórias fantásticas dos nossos dias mais livres e descomprometidos.

O silêncio absoluto dos órgãos de comunicação social regionais no que toca à pedofilia açorica. Hoje o telejornal foi um Best Of de artesanato regional...

Carlos César não é boa pessoa, em três dias consegue dar dois tiros nos pés.

Mais uma vez a nova Grande Reportagem. Dois trabalhos excelentes sobre Angra do Heroísmo e a Base das Lajes.

A vitória do Real Madrid em Barcelona.

Os dois golos do João Pereira.

O golo do Rochemback.

Três dias lindos de sol de inverno que tivemos em São Miguel.

segunda-feira, dezembro 8

O tribunal dos Media

A coisa não está para brincadeiras. No ritmo demasiado precipitado dos tempos em que vivemos os factos sucedem-se mais depressa do que a velocidade da reflexão e passam a ser os noticiários a marcar as decisões. Ricardo Rodrigues demitiu-se, ou foi demitido, apenas por força de boatos e especulações. Mesmo que seja indiciado, mesmo que venha a ser formulada acusação, mesmo que seja culpado, a realidade hoje é que Ricardo Rodrigues foi vitima de uma manobra mediatica à qual não pôde resistir. O poder dos media fica mais uma vez comprovado e o mau jornalismo soma mais uma vitória. Mesmo que Ricardo Rodrigues venha a ser considerado culpado de um crime a forma como os media controlaram, nestes últimos três dias, a questão é, para mim, motivo de asco. Numa democracia verdadeira todos devem responder perante os órgãos competentes mas, é inadmissível que a comunicação social se sobreponha a esses órgãos e faça parte activa do processo da justiça.

Posto isto, a "demissão" de Ricardo Rodrigues deve ser vista por outro prisma. Havia duas razões para tal acontecer. A primeira, justificável do ponto de vista partidário e, mesmo político, prendesse com o conhecimento que o próprio ou o partido teriam, ou não, de uma eventual acusação formal por parte do Ministério Público. Para o PS e para o Governo Regional seria importante minimizar os danos e impedir que um Secretário Regional sofresse o mesmo calvário que sofreu Paulo Pedroso. A segunda razão é que já não é justificável e só se explica com uma pressão directa do Presidente do Governo Regional, Sr. Carlos César. Carlos César deixou cair o seu Secretário Regional da Agricultura e Pescas apenas porque achou que era ele o visado nas insinuações e nos boatos postos a circular por alguns jornalistas sem escrúpulos. Nunca foram mencionados nomes e desde padres a pintores de construção civil praticamente todas as profissões foram referidas. Porquê, então, tinha que ser esta figura a primeira a ser imolada pelo fogo dos media? Mesmo que seja formulada uma acusação a Ricardo Rodrigues o Governo Regional e o seu Presidente, o Sr. Carlos César, nunca se libertaram da imagem imensamente negativa de ter abandonado Ricardo Rodrigues à sua sorte. Em política devesse reagir mas, é essencial pensar antes de reagir. Carlos César é, neste caso como noutros "escândalos", vitima dos seus próprios erros.

Com isto a direita regozija. Quase que ouço as rolhas de champanhe a estourarem. Com métodos próprios de outros regimes que não os democráticos a direita e os seus "jornalistas" vai somando pequenas vitórias. Veja-se as declarações do secretário-geral do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, que vê nisto um sinal para uma futura vitória do PSD, em coligação com o PP, nas próximas eleições regionais. Como aqui já referi em post's anteriores, merecíamos políticos melhores.

Mas, continuaremos aqui para ver se todos, todos os agora e ontem suspeitos destes e de outros crimes serão, ou não, chamados a responder perante o "tribunal" dos media. Repito o que aqui disse, se conhecemos os nomes de hoje também conhecemos os nomes de antigamente, mesmo que queiram pôr apitos sobre esses nomes.

4ªs cinéfilas nas Cancelas da Doca

a propósito do Quarto Equívoco

de Mário Mesquita...pág. 215: «A actual crise dos Media, no espaço europeu e português, caracteriza-se pela abdicação da "atitude de objectividade" e pela "contaminação" do jornalismo por outras formas comunicacionais, onde a emoção e a afectividade prevalecem sobre a informação. A ficcionalização, o sensacionalismo e a hiperpersonalização destroem o sentido de "aproximação à realidade objectiva"». Um livro fundamental para compreender o papel dos media e do jornalista nas sociedades contemporâneas. Não podia ter sido lançado em momento + oportuno. A ler com atenção.

domingo, dezembro 7

O peru do Presidente


...era falso! A lei da "polida" cosmética política levou Bush a exibir um belo exemplar, às suas tropas, para levantar o moral e justificar a sua presença no Iraque... Sabemos agora que o jantar de Acção de Graças foi 1 farsa e 1 encenação para a objectiva! O facto é que valeu 5% no share de popularidade do Bush "pistoleiro" Presidente. Que este episódio sirva de lição ao Ministro Portas aquando da visita à GNR na véspera de Natal ou Ano Novo... não esquecer bacalhau do bom e do "verdadeiro". Em caso de ser ultra-congelado pois que seja Pascoal!...

Pedofilia nos Açores.

A questão do tratamento jornalístico.

Parece-me obvia a perversa manipulação, de cariz político, que está por trás do trabalho “jornalístico” feito pela SIC e pelo EXPRESSO. A SIC-Noticias utilizou um esquema de repetição avassalador da noticia que está para lá de qualquer noção de ética jornalística. Em todos os boletins noticiosos de ontem foi dado um destaque fora do normal a um facto que apenas têm de noticia a prisão de um tal de “Farfalha” e uma investigação por parte da policia judiciária, à parte isto assistimos a uma enxurrada de insinuações, um levantar criminoso de suspeitas e à criação de factos por parte de “jornalistas”, necessariamente, com outros objectivos que não o de transmitir noticias. Ao ponto, inacreditável, de Estevão Gago da Câmara ter utilizado como cenário o Palácio da Conceição, sede da Secretaria Regional da Presidência, para nos “informar” da indisponibilidade do Governo Regional dos Açores em comentar este assunto. Faltou perguntar a posição do Bispo de Angra, da Ordem dos Arquitectos, do Sindicato dos Professores e do Ministério da Educação, da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Advogados, da Associação dos Magistrados e do Sindicato dos Pintores da Construção Civil. Já para não falar, na opinião do Partido Social Democrata.

Se está, de facto, uma investigação a decorrer é de uma irresponsabilidade a todos os níveis condenável que “jornalistas”, depois do que se assistiu com relação ao caso Casa Pia, não saibam exercer um mínimo de contenção ao relatar tais factos. Levantar suspeitas levianamente sem especificar nomes ou dados concretos só pode prejudicar a investigação e a justiça. Descrevesse cenários, encenasse banhos com jovens quase nus, apagasse certos nomes. Com que objectivo? Provavelmente a intenção dos “jornalistas” não é a de que se faça justiça, nem sequer fazer jornalismo mas, antes sim, promover escândalos, fazer baixa política e vender.

Já hoje, Carmo Rodeia no Diário de Noticias vai pelo mesmo caminho, querendo fazer crer ao insuspeito leitor que o mais relevante facto desta noticia é o envolvimento de um destacado governante açoriano. Bom, então e o resto? Os médicos, os advogados, os professores, o padre e todos os outros que alegadamente estão envolvidos? São arraia miúda? Ou serão menos culpados, se se provar que são culpados? Fazer jornalismo é relatar os factos e não travestir os factos de forma a parecerem actos políticos.

Neste aspecto é preciso elogiar a contenção mostrada pelo jornal Público no tratamento deste assunto. Para já apenas se sabe que há uma investigação, não há acusação formada, nem se sabe quem são os suspeitos sob investigação. O resto é especulação e baixa política.

Mas, já agora, deixo aqui uma questão. Até onde, no passado recente das ilhas, irá esta investigação, é que se hoje todos sabemos quem são os implicados no passado também se sabia e estou aqui para ver se esses suspeitos também serão, agora, chamados a responder. Talvez Carmo Rodeia e Estevão Gago da Câmara possam dizer algo sobre isto, uma vez que as noticias que ambos assinaram criam, nitidamente, a noção de ser apenas o actual Governo Regional o principal implicado neste caso.

Por último, a pedófilia, assim como outros tipos de violência sobre menores, são problemas gravíssimos que atravessam transversalmente as nossas sociedades, é urgente tratar estes problemas e como crimes serem tratados dentro da lei. Utilizar estes casos como instrumento mediatico para fins políticos é um comportamento tão baixo como aquele que pretendem acusar.

sábado, dezembro 6

escandâlos e terramotos

Porquê agora? Pergunta o Pedro. E porquê num jornal nacional, no maior semanário português? Porquê o silêncio dos media regionais? Os nomes não vêm referenciados, na notícia do Expresso, mas pelos vistos todos parecem saber quem são os implicados... Somos notícia nos jornais e televisões nacionais e, quase, sempre pelas piores razões... desta vez o "terramoto" é social. Quais vão ser as reacções da sociedade civil perante o "escândalo" eminente? O Telejornal da RTP-A abriu com uma "tímida" abordagem. O assunto é delicado e exige cautela(s). Obviamente, que Felicia Cabrita não é uma jornalista qualquer e esta abordagem, apesar da investigação, tem tudo de sensacionalista... os testemunhos, as filmagens... basta apenas recordar alguns dos episódios - CASA PIA. Hoje, ao início da tarde, a edição do Expresso encontrava-se praticamente esgotada em Ponta Delgada. O que vou dizer serve apenas como registo à memória de alguns mas, há apenas meia dúzia de anos, o Expresso não teria pura e simplesmente chegado às bancas das ilhas! Um caso a seguir com preocupação.

...

... a pergunta que gostava de deixar, para já, é esta: Porquê agora?

Não sabiam?
Encontraram provas?
Existem indícios concretos?
etc. etc...
O meu problema é que não me parece que a cobertura jornalistica feita, mais uma vez, pela SIC e pelo Expresso deste caso de pedófilia nos Açores seja correcta, quanto mais justa e isenta. A ver.

sexta-feira, dezembro 5

Desenvolvimento sustentado.

O meu amigo Ezequiel assina hoje um artigo de opinião no Açoriano Oriental (quem for assinante pode ir lá ver) que, julgo, merece que paremos para o pensar. Começo por dizer que concordo na totalidade com os pontos de vista expressos pelo Ezequiel, ele sabe-o pois já discutimos várias e variadas vezes estes assuntos. O que me leva, aqui, a postar sobre o artigo é o facto de achar que é urgente fazer esta reflexão nos Açores. Não sei mesmo se já não terá passado o tempo das reflexões e se não deveríamos há muito ter enveredado pelo caminho que ele nos apresenta. Estamos desde 1985 a receber milhões de euros da União Europeia que acabam em 2006. A aposta na qualidade dos produtos açorianos, a diversificação, o marketing correcto da marca “made in Azores”, a aposta em mercados esclarecidos, a competição com base na excelência dos nossos produtos e não no preço, a aposta em formas criativas de transformação das matérias primas por forma a criar novas oportunidades de mercado, a aposta em mercados ricos, disponíveis para pagar o preço justo por um produto exclusivo, de nicho. Todos estes factores deviam ser já a base da maneira de pensar de todos os sectores da sociedade açoriana. Os açorianos deviam estar imbuídos de uma noção valorizadora do seu espaço e das suas potencialidades, noção esta assente não em falsos orgulhos criados por anos de isolamento e de decalage em relação ao resto do mundo mas, antes, numa correcta, racional e realista avaliação dos aspectos positivos que de facto dispomos. Porém antes de chegarmos ai há um longo caminho a percorrer, um caminho que começa na educação. O que falta hoje nos Açores é precisamente educação e o resto tudo que a ela está associado – largueza de horizontes, respeito pelo..., respeito. Protecção do meio ambiente, combate feroz às desigualdades sociais, apego à pequenez das nossas nove ilhas, interesse pela cultura, conhecimento. Só a educação pode suster o ímpeto pelo enriquecimento fácil e rápido, só a educação permite pensar o futuro para lá do imediato, só a educação gera sustentabilidade. Infelizmente hoje nos Açores consideram-se prioritárias as incompreensíveis scuts, a massificação hoteleira que descaracteriza profundamente o meio físico e social das nossas ilhas, o turismo budget de classes baixas que apenas beneficia os intermediários e não as populações locais, as grandes obras de construção civil promovidas por autarcas reféns de interesses privados em vez da preservação e correcta exploração dos nossos bens efectivos. Só para dar um exemplo e para terminar, que ainda não tenha sido gasto um cêntimo na salvação da Lagoa das Sete Cidades é o mais cabal exemplo de como os Açores são desgovernados. Eu não quero scuts, não quero uma marginal relva-são roque, não quero mais Baia Palace enfiados nas praias destas ilhas. Quero as orlas marítimas limpas, quero que se apoiem os açorianos e a sua capacidade produtiva e empreendedora, quero as Sete Cidades com as cores da minha infância. Meu caro Ezequiel espero um dia poder tomar esse teu pequeno almoço contigo em Londres, ou em Nova Iorque, sem ter que ser eu a levar na mala as compotas, as frutas e o chá. Até lá um abraço.


Apesar dos constrangimentos geográficos e da fraca programação cinematográfica nas ilhas, acreditem! - já estivemos pior, temos assistido a algumas tentativas para colmatar esse facto... O que para mim, que gosto de cinema, constitui motivo de enorme satisfação. Cada vez + não consigo desfrutar "do cinema em casa"... Gosto da ida ao cinema, do ritual, dos traillers, do grande ecrã, das cadeiras desconfortáveis e mesmo do ruído da pipoca...e do inevitável...shhh...pouco barulho! Nesta semana, que passou, o Solmar teve em cartaz 1 ciclo de "filmes de qualidade". Good Bye Lenine! Era o filme que queria ver e consegui-o, ontem, na sessão das 19h30. O filme trata a história de um "tempo perdido" e a transposição para outro em vias de se esgotar. A história recente da ex- RDA, cheia de intensidade e particularismos cruéis, próprios da vida, e que "obrigam" (Alex), o personagem principal, a reconstruir o cenário da Alemanha Oriental para garantir a sobrevivência da mãe, numa viagem ao passado que é simultaneamente um retrato fora do tempo de uma época de mudanças e uma fotografia autocrítica e cheia de sentido de humor da antiga RDA. A realização é sóbria e consistente. A música é ***** e da autoria de Yan Tiersen, o mesmo de Amélie... Um filme que passou ao lado de muitos... a não perder, (de)pois... em casa.

Diga leitor

Hoje li, incrédulo, num artigo da rubrica - Diga leitor - do Açoriano Oriental, assinada por um sr. Gomes, um auto-elogio à sua participação no Congresso de um determinado partido (não nos é permitida a publicidade por força do divino), no qual realça a sua importante intervenção no debate político...!? (a magnitude foi de tal ordem que se viu impelido a partilhá-la connosco, incrível!) Pasmei... e lancei uma valente gargalhada, que quase me fez entornar o café - sim, já sei, admito-o, sou daqueles que não compra os jornais, os locais aka regionais, limito-me a "pôr" a leitura em dia à custa do jornal de café na pausa das 10h15 (interlude). Casos como este preenchem o "vazio" das rubricas e das colunas dos nossos opinion qq coisa. Até Outubro, do próximo ano, muitos srs. Gomes vão fazer as delícias da partidarite. Este é o grau zero e o lado menos nobre da política mas, infelizmente, e cada vez + the real politik...

quinta-feira, dezembro 4

"o mundo está perigoso"

Os jornais são livres de ter as suas interpretações dos acontecimentos. As direcções dos jornais são livres de dar aos acontecimentos o destaque que acharem justo. Prefiro, aliás, um jornal comprometido com determinados interesses mas honesto a esse respeito, do que mentirada atrás de mentirada. Por mais que desagrade aos jornalistas (e perdoem-me os meus amigos jornalistas), a isenção é uma invenção. Hoje os dois maiores jornais portugueses trataram um acontecimento – o endividamento da Região Autónoma da Madeira – de uma forma tão incompreensivelmente díspar que não posso deixar de o registar. O acontecimento é em si mesmo extraordinariamente preocupante mas, que para o Público seja 1ª página e para o DN, apenas, cinco parágrafos em rodapé na página 14, dá-me náuseas. Portugal está a caminhar, a curto prazo, para um futuro muito, muito, assustador. Queria só dizer isto.

Happy Samantha Year

Quero desde já convidar o Ivan para passar o final de ano em Ponta Delgada. Meu caro ficas cá em casa e podes assistir ao show da Samantha nas Portas da Cidade. No fim diz-me se não te sentes mais velho, velho, cansado, descrente... A Samantha pode ser engraçada no tempo enovoado das memórias. Aqui, hoje, é apenas motivo de piadas e asco.

quarta-feira, dezembro 3

1 conselho do "chefe"...

"Um homem labiríntico nunca procura a verdade, apenas a sua Ariana"
Nietzche


Democrazy


Novidade, novidade...é o novo álbum a solo de Damon Albarn - Democrazy. O álbum foi editado na passada segunda-feira confinado apenas a uma edição de cinco mil cópias em vinil, em formato duplo de 10'' - 1 disco em white vinil o outro em picture disc. A capa foi concebida pelo próprio e o disco gravado durante a última digressão americana dos Blur. Democrazy são demos e fragmentos de canções registadas por Damon Albarn no início deste ano...um disco simples mas com alma cool...para + pormenores e pré-escuta em MP3...please go to Damon Albarn

Direitos do Consumidor - Dúvidas e Consumições

Faz hoje 15 dias que fiz uma recauchutagem aos tubos do meu motor.
Foram-me aplicados 3 Stents TAXUS™ EXPRESS2™ da Boston Scientific Corporation.

A minha dúvida é se esta reparação usufrui, ou não, da garantia de 2 anos referida na lei do consumidor.

É que de acordo com a referida lei:

"Os bens e serviços destinados ao consumo devem ser aptos a satisfazer os fins a que se destinam e a produzir os efeitos que se lhes atribuem, segundo as normas legalmente estabelecidas ou, na falta delas, de modo adequado às legítimas expectativas do consumidor. O consumidor tem direito à qualidade dos bens que adquire, ou dos serviços que lhe são prestados, o que lhe permite reclamar, com fundamento, quando um produto ou um serviço apresente defeitos."

E caso estes acessórios não funcionem como o esperado? Como é que poderei denunciar estes defeitos, que segundo a mesma lei.

"Após a denúncia dos defeitos, o consumidor dispôe de seis meses para exercer os seus direitos, sob pena de estes caducarem".

Provavelmente, caso isto aconteça, os meus direitos caducarão.

Para imagens e filmes visite Angiotech

VM 03/12/03

...esquecimentos.

só hoje de manhã reparei que a fotografia da Nasa que ilustra o meu último post ignora, escandalosamente, a ilha das Flores e o Corvo, como se tivessem ido de vez para o lado americano do Atlântico e os Açores fossem só 7 ilhas. Peço desculpa pelos erros da Nasa.

terça-feira, dezembro 2

Uma ideia de arquipélago.

Depois de um pulo á Terceira preenche-me uma profunda nostalgia de arquipélago. Ainda dentro do ATP da SATA, rumo á Terceira, avisto pela janela o cimo da montanha do Pico erguendo-se imponente acima das nuvens. Ao longe, uma silhueta escura, entre o enorme manto branco de nuvens e o quase já não azul do céu que se perde na atmosfera. É e, será sempre, uma visão surpreendente. Esse volume, sombra, da ilha, tão próximo do volume de um seio fazendo-se observar por entre o lençol de nuvens diz tudo sobre a vontade das ilhas quererem ser arquipélago.

Aterrado na Terceira vejo do Alto das Covas São Jorge e depois de São Jorge o Pico e sou triste por de São Miguel não ver mais do que Santa Maria em dias que anunciam mau tempo. Na tristeza desejo barcos que nos levem de ilha em ilha em navegação, aviões que de pulo nos transportem pelo ar de praia em praia, desejo outras ilhas que não apenas esta em que me encontro agora. Desejo todo o arquipélago.

Parece-me que não há tarefa mais importante para qualquer governo que venha no imediato a existir nos Açores do que dar aos açorianos a dádiva de se saberem parte de um arquipélago. Encurtar as distâncias, tanto em custos como em formas de as cobrir, educar as ilhas sobre a existência de outras ilhas, criar nos corações de todos nós uma ideia de conjunto que ultrapasse a bandeira, o hino, os milhafres e os políticos, as frases vazias, os slogans publicitários pobres e, muitas vezes falsos, que ultrapasse as ideias feitas, as pequenas mentiras, os orgulhos.

Antes de nos mostrar-mos ao mundo temos que nos consciencializar que somos mais do que ilhas, somos todo um arquipélago. E isso faz toda a diferença.

"Em que pensam estes homens com cabeça?"




"Em que pensa a mulher sem cabeça?"


"Em que pensa a mulher sem cabeça?"
de Ângela Mendes Ferreira em Foto Alternativa

1 fim-de-semana "Animado"

Fim do 2º MACAQUINS. O balanço é, para mim, positivo. De qualquer forma e apesar dos contratempos que a MUU, em termos pessoais e humanos, teve de suportar... eu esperava mais. Este ano e, essencialmente, por imperativos de ordem financeira não conseguimos realizar 1 dos nossos objectivos - 1 workshop de animação. No entanto, foi possível a presença dos realizadores - Abi Feijó e Fernando Galrito, para uma sessão de "demonstração" e exemplificação de técnicas de animação e para um debate informal. Ao longo deste fim-de-semana fiquei a saber (confirmei o que já sabia) que as dificuldades, por eles sentidas, e os problemas são, na essência, os mesmos com que nos defrontamos em termos de financiamento e divulgação, obviamente, a uma escala diferente. Bem como, na captação e "fidelização" de públicos. Estes são tempos negros para os produtores nacionais. No caso, destes realizadores, têm projectos aprovados desde 2001 e até hoje...rien, nada. Continuam a trabalhar à espera e sem garantias dos apoios prometidos. Trabalha-se com muito sacrifício e "graças" às co-produções internacionais. A cultura agoniza neste país...E a atenção que eventos como este têm dos media locais embaraçam-nos...não é, concerteza, por falta de informação. Será por inércia? Incompetência? Ignorância? Andam distraídos...? Não. Adormecidos... talvez!? Se calhar por alguma "francezinha" mal digerida!


Na sequência do que escreve o Pedro aconselho-vos a ver, para quem ainda não viu, o Fado Lusitano de Abi Feijó, 500 anos de História “animados” em 6 minutos e narrados magistralmente pelo Mário Viegas...não são necessárias manhãs de nevoeiro, nem sequer é necessário evocar, em vão, D. Sebastião...a Cegueira é Nacional!

> Ao Abi e ao Fernando a melhor das sortes e a continuação de 1 bom trabalho...e, claro, 1 muito obrigado!

segunda-feira, dezembro 1

Balanço do fim-de-semana grande

O congresso do PSD-A. Os dados estão lançados, a direita unida faz o seu assalto ao poder regional. Se a intenção fosse mesmo a alternância democrática, se tivessem mesmo um modelo diferente de governação, se as personalidades envolvidas inspirassem confiança, eu até condescendia mas, ver Alvarinho Pinheiro e Vítor Cruz aos abraços, ouvir Mota Amaral a defender a coligação, perceber que a única justificação política para esta coligação é a conquista do poder, desespera-me.

A, extraordinária, revelação, feita por Durão Barroso, que convidou Vítor Cruz para desempenhar altos cargos políticos no continente. Porque é que ele não aceitou!!!???

Ainda Durão Barroso, dizendo que Vítor Cruz é não só um grande político açoriano mas um grande político do país. Eu não disse que merecíamos políticos melhores...

As ?férias? de Carlos César no Brasil. A política é cada vez mais um espectáculo. Ora qualquer bom promotor de espectáculos sabe que o maior medo numa noite de estreia é que haja outro espectáculo nesse preciso momento que leve o público a optar. Carlos César deixou o terreno completamente livre para o PSD. Menosprezar Vítor Cruz e a capacidade da direita em se unir é um erro grave ou então, César está a copiar o modelo guterrista de abandonar o barco.

O sorteio do Euro 2004. Tanto torcemos para que a Espanha se qualificasse, por razões económicas, esperemos não vir a lamentar essa qualificação, por razões desportivas.

As mortes no Iraque. O agravar do caos, da pobreza, do desgoverno no Iraque e como, cada vez mais, os shows hollywoodescos do Presidente dos Estados Unidos da América só tornam mais patética a figura do senhor Bush. Pensar no poder que este homem tem angustia-me.

A entrada em vigor de algumas partes do novo Código do Trabalho.

A nova Grande Reportagem e esse fantástica reportagem sobre D. Maria Estefânia Anachoreta, a lembrar que o bom jornalismo nasce, quase sempre, de uma boa história.

Nelson Mandela, processo 46664. O dia mundial de luta contra SIDA.

1 de Dezembro de 1640 e Dom Sebastião, que nunca chegou...

Last but not least: Carne com alcachofras que eu fiz ontem para o jantar com uma garrafa de Casa de Santar tinto.

É Aqui!

...?

domingo, novembro 30

Um estranho "Parentesco"

Na folha mais lida da comunicação social regional (um facto que a ser verdade é um ou "o" sinal sintomático da triste realidade que povoa os media regionais), era dada atenção a um grau de parentesco, de todo improvável, e revelador da precariedade cultural e da pequenez do meio, a referida argolada referia o seguinte: Parentescos - O Argolas tem um concorrente. É verdade. Aquela que deve ser um das páginas mais lidas da comunicação social açoriana (esta) deve ter servido de exemplo para um caderno (engraçadíssimo) que o jornal Público tem vindo a editar de há uns tempos para cá... Ou, se calhar, as "carolas" por detrás do "Inimigo Público" ainda são uns primos afastados cá do Argolas...

Amigos, que estais longe desta profusa actividade jornalística e tendo por alvo o vosso trabalho, não queria privar-vos deste grande momento. Será este o "parentesco" que faltava na genealogia das "carolas"!?...

"Argoladas" às 6ªs no Semanário Expresso das Nove
"O Inimigo Público" às 6ªs com o Público

> A coincidência da saída de ambos os “primos”, à 6ªfeira, não será de todo...coincidente e, tal facto, deverá ser considerado um acto puramente especulativo!

sábado, novembro 29

A parte mais feia da política.

Sai hoje de manhã em busca de coisas boas, que não encontrei, em vez disso vejo, estupefacto, uns cartazes e faixas espalhados pela periferia de Ponta Delgada e, não consigo evitar uma profunda sensação de desespero. A JS achou boa política espalhar pela via pública frases de Paulo Gusmão. As ditas frases são alarvidades boçais próprias de quem não tem um pingo de cultura, muito menos de decência. Mas os disparates de Paulo Gusmão só a ele dizem respeito. Eu não morro de simpatia por Paulo Gusmão, como aqui já demonstrei, mas as nossas opiniões pessoais sobre quem quer que seja são para ser esgrimidas no plano pessoal. Aquilo que dizemos numa roda de amigos numa mesa de café, ou que escrevemos no fórum livre dos blogs não deve, nem pode, ser levado para o plano do debate político. Fulanizar a política não é fazer política, é cair no golpe da pior direita que gosta de humilhar os adversários. O senhor Mário Tomé, recém eleito líder da JS deu um valente tiro nos pés mas, é assim, quando os adolescentes se apanham sozinhos em casa, com os pais no Brasil, fazem disparates destes. Vou-me repetir: nós todos merecíamos políticos melhores, em ambos os lados.

Os politicos que temos

Do pouco que sei, sei que na vida há caminhos difíceis de percorrer. Os que de nós tem ideais carregam a cruz de os tentar defender e, mais do que isso, de os tentar implementar. Os ideais são planos de vida, são arquitecturas para um mundo melhor, engenharia para sociedades que pretendem aproximar-se da perfeição. A política devia ser a mais nobre das tarefas que cada um de nós poderia cumprir. Infelizmente, hoje, não o é.
Olho para o discurso de Victor Cruz na abertura do 14º congresso do PSD/Açores, cenário cuidado, écran gigante, mesa reduzida para realçar o púlpito, pose na diagonal para reforçar a naturalidade e o à vontade, poucos gestos, ritmo pausado, ênfase. Pela negativa, algum excesso no olhar, na tentativa de interagir com a plateia.
Ouço o discurso.
Ninguém, com um palmo de testa nos Açores, nega que somos uma região pobre, atrasada, inculta e, mais grave de tudo, fechada sobre si mesma. Tanto Victor Cruz como todos os 400 congressistas sabem, uns de uma maneira outros doutra, desta dura realidade. Nada do que foi dito neste discurso aponta no sentido de mudar esta realidade.
O estado da região, como em certa medida o estado do país, requer, ou melhor, necessita urgentemente, mais do que alternativas de governação, de modelos alternativos de cidadania. Participação plena de todos nós, em tudo o que nos seja possível, na organização e desenvolvimento do espaço físico e social onde estamos inseridos. Ao reduzir o futuro dos Açores a uma luta entre o socialismo e os açorianos, ao reduzir o futuro dos Açores a uma luta bipolar entre este governo ou o seu governo, ao apelar a uma incondicional união de ideologias, que à partida são incompatíveis, ao não apresentar ideias ou propostas concretas de mudança para além dos customeiros clichés demagógicos de apelo ao voto cego, Victor Cruz transmitiu uma imagem de um lider que quer conquistar o poder a todo o custo. Quem ficou a perder com isso foram os Açores.
Os Açores necessitam, tal como o país, de uma discussão preocupado e coerente dos seus problemas. A luta política deveria ser essa discussão. Desde a eleição para a Junta de Freguesia até à eleição do Presidente do Governo ou da República as alternativas de governação deveriam ser o ponto principal dos discursos e do debate político. O que assistimos da parte de Victor Cruz foi o reduzir do debate político a um maniqueismo patético entre direitas e esquerdas que, vistas desse prisma, não significam absolutamente nada.
Ter ideais não é o mesmo que ter ideias e algumas pessoas ainda se lembram da incompatibilidade entre PSD e CDS. Tempos houve em que o próprio Victor Cruz esteve na primeira linha de oposição a tal aliança! Esquecer estes factos apenas porque é preciso destituir a esquerda é o pior e o mais baixo dos argumentos.
Mas para mim e, porque a critica já vai longa, a constatação mais triste que tiro do discurso de abertura do congresso de Victor Cruz é esta: Carlos Cesar fugiu para o Brasil e, pura e simplesmente abdicou do debate de ideias, já para não falar do debate entre ideologias.
Nós todos merecíamos políticos melhores.

quinta-feira, novembro 27

MACAQUINS - últimas sessões



SESSÃO - WALLACE AND GROMIT (do realizador d' A Fuga das Galinhas)
Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada

28/11 às 21h30 e 29/11 às 17h00 (entrada livre)

3 filmes de Nick Park: A GRAND DAY OUT/THE WRONG TROUSERS/A CLOSE SHAVE

29/11 - sábado - às 18h00
CONFERÊNCIA/DEBATE com os realizadores ABI FEIJÓ e FERNANDO GALRITO

dia 30/11 - domingo - SESSÃO DE ENCERRAMENTO - ARTE E ANIMAÇÃO
CINE SOLMAR às 21H30





Europa à Leão



Bem, alguém se esqueceu de dizer aos Turcos que ao Sporting bastaria 1 empate para passar à eliminatória seguinte...e o estádio quase cheio e a "happy hour" antes do jogo...+ 1 grande noite europeia à Sporting...temos Leão!

> para adepto sofredor, o caso deste vosso amigo, consultar a "pátria" em
Sporting CP

Noticias Tristes

É já noite quando vou pegar nos jornais que gostava de ter lido de manhã. Há dias em que apesar do meu ritual de Tabacaria todas, ou quase todas, as manhãs só consigo parar para folhear os jornais quando o dia já vai anoitecendo. Hoje foi um desses dias e no Diário de Noticias vejo uma pequena noticia que me entristece e que me fez vir aqui desabafar.
A Zero em Comportamento, um dos projectos culturais mais interessantes existentes em Portugal vai cessar funções. Uma hibernação forçada pelas circunstancias próprias de um país pequeno, atrasado, desajustado e fora do tempo.
A Zero em Comportamento oferecia à capital do país uma relação fiel e regular com algum do melhor cinema que se faz no mundo, que isso acabe é para mim motivo de pesar.

Vou abrir aqui um parêntesis pessoal (fui, em tempos, Amigo da Cinemateca, n.º 129, vivi na velha sala da Barata Salgueiro momentos incríveis de descoberta e de fruição do melhor cinema, guardo preciosamente as memórias dos momentos em que após os filmes, sai-a da sala e descia a Av. da Liberdade até ao elevador da Gloria para subir para o Bairro Alto para umas cervejas no Estádio e ao lado do elevador da Gloria o Cine 222).

O início da actividade da Zero em Comportamento está muito próximo do meu abandonar de Lisboa, por isso foram poucas as sessões programadas por eles que eu presenciei mas, na imprensa, fui acompanhando o seu percurso, as apostas arrojadas, os desafios que eles lançarão ao publico amante de cinema, os riscos que correrão e isso fez-me sentir próximo desse projecto tão diferente. É por isso que estou triste, por isso e, também, porque chegamos na MUU a pensar e a falar com a Zero em Comportamento para estabelecer parcerias, como forma de trazer alguns desses filmes aos Açores. Se eles, que estavam em Lisboa se virão obrigados a parar chego a pensar que o mesmo pode nos acontecer a nós, à MUU, que estamos tão longe de Lisboa.

Deixo aqui um apelo: todas as pessoas que alguma vez foram tocadas pela beleza de uma experiência cultural – um poema, uma sequência de um filme, um tema musical, um quadro, uma fala de um actor, um desenho de um arquitecto, uma frase de um romance... – não deixemos que o futuro seja só Big Brother’s.

PROCURO

Produto eficaz para limpar as minhas janelas de oportunidade.
Não consigo ver nada.

VM

Sophia



É só para saudar a reedição dos 7 primeiros livros de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Leitura obrigatória nos liceus deste País.

quarta-feira, novembro 26

Make up.

Como os repetentes vão certamente reparar fizemos algumas, pequenas, alterações ao "look" do Ilhas. Houve quem não se sentisse totalmente à vontade com o cor de laranja que estava, até agora, a ser utilizado. Optamos por uma cor mais próxima da terra. (Lembrei-me que Cascalho é um bom nome para um blog, se alguém quiser utilizar e, até, fica bem com esta cor.) Também juntamos mais uns Blogs, alguns deles de açorianos, e mais uns pontos de vista....

P.S. Meu caro Vitor o teu nome já cá está, agora toca a postar, faz bem ao coração!

A Taça America........

A Espanha tem um Rei. A nós fica-nos o vento.........

terça-feira, novembro 25

Cinema Alternativo

Detesto a designação de algo que, em concreto, não quer dizer nada apenas é "diferente"...do gosto da maioria, da ditadura da Cola e da Pipoca com Caramelo...por isso é lhe chamam alternativo!? Na grande metrópole que é Ponta Delgada passamos a ter - Cinema Alternativo -, regular, nos Cinemas Castelo Lopes mas apenas às 3ªs feiras...hoje passou Embriagado de Mulheres e de Pintura, de Kwon-taek Im, soube tarde e a más horas, a divulgação ainda é escassa e deficitária, apenas disponível a quem se desloca aos CCLopes...de qq modo é dia de anos do meu primo Pedro...e por falar nisso já estou atrasado.

Solidariedade

No final de + 1 dia de "luta"...a Helena Dias contou-me a história de 2 crianças de Moçambique que querem estudar português mas não têm como. Outra situação caricata é a de que em Moçambique, país do 3º Mundo e dos + pobres do globo (graças tb a quem!?), é exigido aos alunos uniforme para assistir às aulas, que custa +/- €13, os quais o Vicente e o Eugénio não dispõem para poder ir à escola. Daí o envio de 1 carta à amiga Helena...que me fez chegar esta informação... A realidade distante de um mundo que também existe aqui tão próximo...Requere-se, portanto, a colaboração solidária de que quer e pode contribuir com: livros e manuais escolares, cadernos de apontamentos, lápis, esferográficas, dicionários, mapas, atlas...e se possível t-shirts e ténis 39 e 41. Pf enviar para:

Eugénio Fabião e Vicente Francisco
Correio da Ilha de Inhaca nº 07300
Inhaca - Moçambique
África
nº telf. 258 1760007


Fica o registo.

O Vicio

Onde estão os restantes blogistas:ILHAS?

Este + parece o blog posted by Pedro...
Amigo...agora percebo a tua "indisponibilidade", na minha consulta, de final dia, percebo onde estivestes...totally addicted...ao Blog! Já não bastava o "gLORIOSO"!...

A imagem do dia



Será isto uma metáfora para o estado do País.

Os intrépidos gauleses tinham medo apenas de uma coisa, que o céu desabasse sobre eles. Aos portugueses, é o chão que nos foge debaixo dos pés.

A noticia está aqui

O que faz a História, são os homems ou as datas?

Fenómeno curioso este de a esfera dos Blog's ter dado muito mais atenção ao aniversário do 25 de Novembro do que a esfera dos jornais. Logo de manhã registei os comentários (todos eles navegando no mesmo sentido, diga-se) do Fogotabrase, do Dicionário e do Barnabé. Mas, surpresa, a meio do dia quando vou passar os olhos pelos jornais nada. De 25 de Novembro só mesmo a data nos cabeçalhos. Não acredito que esta ausência seja um lapso, também não vejo que se trate de uma cabala (que palavra esta...) da esquerda radical para fazer esquecer a data a favor do outro 25. Mas confesso que fiquei surpreendido com o "esquecimento". A explicação está, a meu ver, na crescente mediocridade dos media, sempre mais interessados no efémero do que na História.

Ora como é de História que se trata, aqui fica a minha pequena nota de rodapé.

A revolução portuguesa foi singular em inúmeros aspectos. O 25 de Novembro é um deles. É extraordinário constatar que no momento mais quente e bipolar dos acontecimentos os militares, cansados de sangue e de guerras, conseguirão conservar o sangue frio e evitar que a populaça descambasse para uma guerra civil fratricida e de consequências imprevisíveis. Em abono da verdade e de um certo rigor histórico, creio que na hora o mérito deste desmobilizar pacifico a que se assistiu no 25 de Novembro deve ser dado a ambas as partes. Mesmo Otello Saraiva de Carvalho terá percebido o que seria melhor para o país nesse momento, quanto ao resto da personalidade da personagem acho que o desenrolar da história já se encarregou de dizer tudo sobre ela.
Porem, eu sou daqueles que se recusa a ver o 25 de Novembro isolado do de Abril, em História não existem singularidades e se um momento fechou a porta a um determinado período revolucionário e deu início ao Portugal de hoje, creio que não nos podemos, nem devemos, esquecer ou menosprezar, estejam as nossas ideologias onde estiverem, do outro momento que abriu a porta a essa revolução que nos deu a Liberdade. E, se é preciso destacar figuras proeminentes nessa revolução e no 25 de Novembro, em particular, o meu voto vai, também, para Ernesto Melo Antunes (que para mim passa não só por ser uma figura histórica digna de admiração mas, também, pai de uma amiga minha. Lembro-me sempre de uma vez numa festa em casa da Joana, o Zé Bernardo e eu em total enlevo a olhar para os livros do pai dela.). Melo Antunes que vejo como, junto com Mário Soares e outros, descendente directo de Norton de Matos e Humberto Delgado, e, aquilo a que me atrevo a chamar um dos "founding fathers" da Democracia que temos.