quinta-feira, outubro 28

Nas vésperas das eleições americanas chega, finalmente, a São Miguel o documentário mais controverso deste ano - Fahrenheit 9/11. Adorado por muitos - detestado por alguns -, não deixa, no entanto, de ser uma referência na alienada actualidade globalizada. Mais uns dias e quase não faria sentido uma ida ao Cinema. Pois, no próximo sábado, sai uma edição em DVD com o Expresso. Eu já fiz a minha reserva mas não é por isso que deixo de ir a uma sala de cinema...outros, que por aqui escrevem, deviam fazer o mesmo. A idade não deve constituir uma falsa - e esfarrapada - Desculpa!

Jantar de Aniversário

Como forma de assinalar o 1º aniversário do :ILHAS iremos realizar no dia 6 de Novembro, no Hotel do Colégio - Restaurante A Colmeia um jantar comemorativo.

A Ementa

Couvert

Sopa

Bacalhau com penca e grão, crosta de broa e azeitona

Pato com azeitonas

Vinho
Castelo D'Alba Tinto

Tarte de maça

Pudim de Feijão



Estamos a preparar uma série de pequenas surpresas para acompanhar o jantar que vamos revelar ao longo dos próximos dias. Contamos convosco.

Dia Mundial Animação

Para conferir especial destaque a esta data a MUU celebra o Dia Mundial da Animação com a exibição dos 6 nomeados para o Cartoon D`Or de 1998.


Sessões às 9:30h 11:00h 14:00 16:00h e 21:30H.

No Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
Entrada Livre.

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A minha aposta para o Cartoon D`Or 2004
http://ilhas.blogspot.com/2004_09_12_ilhas_archive.html
acertou em cheio


And the winner is...
Fast Film de Virgil Wildrich


http://www.widrichfilm.com/fastfilm/main_en.html

Depois do eclipse...

Há sol e sistemas com planetas rodeados de outras luas. Há estrelas distantes para lá do tempo e constelações com nomes, números, passados. Há buracos negros, hipóteses de futuro, passagens. Há matéria negra e outros poemas. Há o Universo distante e a lua de novo no céu sem nuvens.


terça-feira, outubro 26

Deus...

...na sua omnisciência escreve certo por linhas tortas. Lá do alto da sua sapiência, Deus, enviou o católico Sr. Rocco (abro um parêntesis para mostrar a minha cultura nas coisas do bas-fond e dizer que o único Rocco que eu conhecia era este), enviou pois Deus este outro Sr. Rocco para impedir que o ex-maoista Sr. Barroso seja confirmado Presidente da Comissão Europeia. É ou não é uma suprema ironia?

Um Concelho Município

pela vossa saude não deixem que este disco vos passe esquecido.


John Peel

Para além de algumas figuras mais comezinhas há três nomes, três pessoas, que foram essenciais na minha formação musical: José Duarte e o seu Outras Músicas ao sábado de manhã na RTP 2, Jools Holland e o seu Later, e John Peel de quem ouvia falar e mais tarde pude ouvir na rádio da imensa minoria dos meus anos de Universidade, a X FM. John Peel morreu aos 65 anos.

via Quase Famosos.

busca, busca !!!



Notem o cuidado com que o Sr. esconde o terceiro X.

roubado do www.diarioinsular.com

segunda-feira, outubro 25

ANIVERSÁRIO



Oficialmente e de acordo com o «assento de nascimento» do Blogger o :Ilhas completa um ano de sobrevivência neste feroz e competitivo mundo da blogoesfera! Foram doze meses de intervenção para alguns e de picardia para outros, sempre entremeados de alguma polémica e muito contraditório... o que apenas se censura quando proveniente de fonte anónima. Não temos um estatuto editorial, mas dele também não precisamos, pois o nosso blog (como a maioria da concorrência) apenas deve veneração à «liberdade de expressão» e, nesse culto, não somos permeáveis a heresias de pressões e cabalas, nem muito menos a pecadilhos de recados mandados pela «back door» do e-mail.

A data de aniversário é dia 6 de Novembro e será comemorada aqui com um adequado repasto

Aniversário sem festa e foliões é apenas uma efeméride triste. Assim, esperamos congregar na nossa festa o maior número possível de blogger´s, comentadores, leitores e turistas acidentais do nosso blog. A entrada é livre desde que cada um pague a sua conta!

O menu do Jantar depende do número de comensais, pelo que, estamos já a aceitar pré-inscrições - que desde já agradecemos -, sem taxa moderadora, a efectuar na caixa de comentários deste post. Brevemente e em conformidade com o número de inscrições teremos mais novidades para todos os interessados.

Com os meus agradecimentos ao Dr. Carlos Falcão Afonso

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta
(...)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro
(...)
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.

A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)

Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

domingo, outubro 24

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.



«A política acabou por se tornar um divertimento exótico para aficcionados com tanta relação com a realidade como a Quinta da TVI».
Vasco Pulido Valente, Sábado 16 de Outubro, no Diário de Noticias

«(...)Goethe considerava que: «nada é mais opressivo do que a maioria: é que ela é composta por um pequeno número de cabecilhas energéticos, de patifes que se acomodam, de fracos que se assimilam e da massa que lá vai nem bem nem mal, sem saber de modo algum aquilo que quer». A democracia, não procura a igualdade, mas sim, o nivelamento, daí ser perigosa.»
Sá Couto, Domingo 17 de Outubro, no Açoriano Oriental

«Derrotados mas com hipóteses de recuperar: As mulheres açorianas em geral e em particular as 400 que o Sr. Cruz convidou para jantar, porque a Coligação elegeu uma e o PS cinco.»
Guilherme Marinho, dissertando sobre vitoriosos e vencidos, Segunda feira 18 de Outubro, no www.chaverde.blogspot.com

«os dois principais partidos inverteram os papeis?! O Azul e Branco predominou como cenário dos vencedores, e o discurso político - do PS ao BE - deixou de evidenciar alguns dos complexos da esquerda local contrariando um dos mais gratos princípios da esquerda em geral; a defesa da autodeterminação dos povos. Bom prenúncio.»
João Pacheco Melo, Terça feira 19 de Outubro, no www.olugardapontadelgada.blogspot.com

«a oposição ao Governo, para além daquela que é da praxe parlamentar, está agora acantonada nas Câmaras Municipais, o que desde já transfere para as próximas eleições autárquicas de 2005 o centro de gravidade da disputa política açoriana»
Carlos Rilley, Terça Feira 19 de Outubro, no Açoriano Oriental

«Uns votam por uma coisa, outros por uma causa, outros ainda por um acaso...»
Frederico Sampaio, Quarta feira 20 de Outubro, no Açoriano Oriental

«uma metáfora é uma metáfora. Mas a metáfora do próximo futuro desembarque das aqui formadas tropas socialistas, no Mindelo, para um país enfim liberto do jugo absoluto dum nebuloso novo usurpador miguelista, que substância tem, para além da singular imagem de não menos singular enunciador?»
Pedro Albergaria Leite Pacheco, Carta Aberta ao Mandatário da Candidatura de Carlos César, Quinta feira 21 de Outubro, no Açoriano Oriental

«O PS traduziu oito anos de governo em hegemonia de poder. As elites regionais adoptaram o seu velho reflexo conservador. As políticas públicas de intervenção social cimentaram a acção política. O tempo é o da continuidade. Nada que o PSD não conheça nem nada que o PS da então oposição não ignore.»
Rolando Lalanda Gonçalves, Quinta feira 21 de Outubro, no Correio dos Açores - (web page fechada para obras!)

«a mobilização eleitoral já não é um barómetro aceitável para suposições sobre resultados eleitorais, ou não o é nos Açores: o votante do partido de Carlos César só saiu à rua no dia das eleições.»
Ana Sá Lopes, Sábado 23 de Outubro, no Público

«Os jornais dedicaram recentemente largas páginas à exaltação da pintora Paula Rego. Como outras figuras, Paula Rego goza nos meios de comunicação social de um estatuto de «vaca sagrada»: são pessoas «intocáveis», relativamente às quais se abdica de qualquer espírito crítico. Tende-se mesmo a conferir-lhes uma especial competência para pontificarem, sobre questões morais e políticas, e a acolher com submissa reverência as maiores banalidades, e até disparates, sobre quaisquer assuntos sobre que se pronunciem.»
Alexandra Tété, Cartas ao Director - Paula Rego, o Papa, o aborto e Jorge Sampaio -, Sábado 23 de Outubro, no Público

«(...)outro dos dogmas da Juvenilândia é aquele que não só dá como legítima toda e qualquer exigência feita pelos jovens, como sanciona todas as suas formas de reivindicação. Como reagiriam as autoridades, se, em vez dos estudantes, fossem os contínuos da Universidade de Coimbra que desatassem aos gritos nas reuniões do Senado? Ou os professores? A forma como os estudantes se têm comportado em Coimbra tem um nome. Chama-se caciquismo. Mas como são jovens chama-se revolta. (...)Ao contrário do que se institui, os jovens não são mais generosos que os adultos. Estão longe de ser mais tolerantes e, sob a capa dum discurso contestatário, sujeitam-se à tirania do grupo e calam as mais vis prepotências daqueles a que chamam líderes.»
Helena Matos, Sábado 23 de Outubro, no Público

sábado, outubro 23

NOUVELLE VAGUE



Os nostálgicos da geração do «Incógnito» em Lisboa, do «Etc.» de Coimbra ou mais atipicamente do «Cheer´s» da Atalhada, estando já empantufados aceitarão sem resistência este bizarro objecto musical que, em Maio de 2004, foi lançado em Paris com o nome de Nouvelle Vague.

De quoi s´agit-il? Ao que se sabe dois homens de trinta e músicos de profissão, Marc Collin e Olivier Libaux, uniram-se num projecto que equaciona a estrutura melódica do bossa nova, memorabilia da época new-age e, ainda, o estilo frívolo e amador da Nouvellle Vague. É com esta equação e o contributo de meia dúzia de chanteuses Brasileiras, absolutamente incógnitas, que emerge este CD absolutamente obrigatório em qualquer ambiente «lounge»...nem que seja o divã lá de casa.

Alguém imagina Love Will Tear Us Apart, dos Joy Divison, (e outros clássicos dos The Cure, Depeche Mode, XTC, Clash, Sisters of Mercy e até dos P.I.L.) embrulhados e servidos em caliente ritmo bossa nova...ou neo-bossa? Não só é possível como até se estranha como ainda estava por descobrir esta fórmula mágica que resulta num poderoso valium musical...

Pérolas a...

É assim, eu se fosse o Greg Osby nunca mais vinha a São Miguel.

sexta-feira, outubro 22

Internacionalização

Ao milésimo terceiro post a MUU aposta na internacionalização.

Na Dinamarca
www.muu.dk
Na Finlândia
http://www.muu.fi/

e para não dizerem que somos como o turismo regional que só aposta no mercado escandinavo,

No Japão
http://www.muu-com.com/ e http://muu.moo.jp/

quinta-feira, outubro 21

1002

É oficial o :ILHAS chegou aos 1002 posts, é muita posta.

homens de trinta

Os homens de trinta nunca têm trinta, são sempre mais novos ou mais velhos conforme o emprego, o carro, a mulher, os filhos e a casa. Os homens de trinta sem mulher e sem filhos mas com carro e com casa são todos, todos, Brad Pitts. Os homens de trinta com namorada têm a corda ao pescoço e medo de igrejas e de fraldas e de hipotecas. Os homens de trinta casados estão ocupados. Os homens de trinta são homens cansados, uns mais do que outros, é um facto, mas em geral estão cansados. Uma fadiga congénita, diária. Olham para as mulheres e estão cansados. Cansados de as tentar agradar, de as tentar compreender, de lhes obedecer, de dormir na mesma cama com elas, de esperar por elas, de escolher roupas e brincos e sapatos e malas e restaurantes para ir, de tentar metê-las na cama e que elas lhes obedeçam na cama sem perguntar porquê ou digam "que nojo". Os homens de trinta estão cansados de ter trinta, querendo com a mesma intensidade ter vinte ou cinquenta. Os homens de trinta não são maduros, são mais largos, mais fortes, mais volumosos e, em geral, só tiráram a carta de ligeiros, o que provoca muitos acidentes. Os homens de trinta bebem vinho e wisky, porque têm dinheiro e esperança de que não engorde, mas no fundo gostavam de poder beber cerveja como se tivessem dezoito. Os homens de trinta acordam de manhã como se tivessem quinze, saem à rua como se tivessem vinte, mas com carros melhores em vez de imaginarem carros melhores, pagam seguros, e mecânicos e trabalham para pagar, como se tivessem trinta. Os homens de trinta têm dores no corpo, constipam-se, comem salsichas directamente da lata, pingam o chão da casa de banho, lêem jornais, revistas e livros, na sanita. Os homens de trinta gostam de restaurantes e de empregadas de mesa. Os homens de trinta masturbam-se como quando tinham quinze. Os homens de trinta são menos esquisitos com o corpo das mulheres do que quando tinham vinte, mas ainda não aceitaram que o importante numa mulher não é o corpo, mas a inteligência. Os homens de trinta são menos esquisitos com a inteligência das mulheres do que quando tinham vinte, mas no fundo acham que o importante numa mulher são as mamas e o rabo. Os homens de trinta não são de dar valor a tamanhos. Os homens de trinta não têm vinte, não têm cinquenta, mas nunca têm trinta. Os homens de trinta...

Festa Mundial da Animação



PROGRAMA

L'ENFANT AU GRELOT
(28', 1998, França)
Realização: Jacques-Rémy Girerd
Técnica: Desenho
Produção: Folimage


É o fim de Dezembro numa floresta que se parece com um conto de fada. Uma neve espessa cobre o solo e pequenos flocos dançam silenciosamente entre os pinheiros. Subitamente o silêncio é interrompido pela queda precipitada de um objecto que vem do céu. Uma misteriosa alcofa que esconde uma pequena criança, que segura um guiso.

T.R.A.N.S.I.T.
(1998, 12', Holanda)
Realização: Piet Kroon

Uma mala, vários destinos.

SIENTJE
(1997, 4' 30'')
Realização: Christa Moesker
Técnica: desenho a lápis e pintura sobre papel
Produção: NIAF, Ton Crone

Uma menina fica muito zangada quando assiste a uma discussão entre os pais. O que fazer para libertar-se dessa raiva?

FRONTIÈRE
(1997, 5' 30'', Alemanha)
Realização. Christian Fischer, Maud Gravereaux
Técnica: Marionetas em plasticina
Produção: Fimakademie de Badden Württemberg

Duas personagens com cores de pele distintas encontram-se. Ambas alimentam o desejo que a outra se afaste. Porque não conseguem chegar a acordo, começam a erguer um muro que os separe. Mas acabam por se aperceber que construíram um labirinto do qual não conseguirem escapar.

HEAVY STOCK, THE SOUND OF THE RAILWAY
(Reino Unido, 1997, 6')
Realização: Michael Salkeld
Técnica: Aguarela e lápis sobre papel
Produção: Picasso Pictures

Filme musical em cinco partes, cada uma com estilo musical e visual particular, representando diferentes aspectos dos caminhos de ferro? A música, da autoria de Michael Salkeld, é o motor de todo o filme.

FAMOUS FRED
(Reino Unido, 30', 1996)
Realização: Joanna Quinn
Ténica: Desenho sobre acetato

História de um gato que se torna numa estrela pop.


DURAÇÃO TOTAL : 01:20H

Last Day

Voyager-03 de partida.
Exposição encerra hoje às 19:30H


AS FARPAS



Fidelíssimo acólito de Eça de Queiroz, embora não lhe dedique tanto tempo como gostaria, não poderia deixar passar um post it só para lembrar que está de regresso «a pilhéria, a ironia, o epigrama, o ferro em brasa, o chicote» ... e tudo a bem da regeneração da Nação. Afinal «ridendo castigat mores» !

No império do cinzentismo e da boçalidade da política, das letras e dos costumes pátrios, nada mais oportuno do que ressuscitar Eça de Queiroz. Assim, sob a coordenação de Maria Filomena Mónica foram exumadas, pela Editora «Principia», as celebérrimas «Farpas» de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. Actuais ? Fresquíssimas como sempre ! Logo, foram hoje lançadas na Bertrand, do Chiado claro está, pela mão inocente de Marcelo Rebelo de Sousa. Úteis ? De um utilitarismo indispensável nos dias que correm ! Um verdadeiro «manual de guerrilha» já que «No estado em que se encontra o País, os homens inteligentes que têm em si a consciência da revolução - não devem instruí-lo, nem doutriná-lo, nem discutir com ele - devem farpeá-lo. As «Farpas» são pois o trait, a pilhéria, a ironia, o epigrama, o ferro em brasa, o chicote - postos ao serviço da revolução ».

in[justiça]

"Nos Açores, e porque prender o senhor Farfalha não é a mesma coisa que prender o senhor Carlos Cruz, e porque prender o sr. dr. Arruda não é o mesmo que prender o dr. Paulo Pedroso, houve declarações para memória futura e não houve o mínimo comentário contra, tudo correu às mil maravilhas". Este é um destaque para os "camaradas" autonomistas que por via do quotidiano - agitado - não tiveram oportunidade de ler ou ouvir as declarações atentas e esclarecidas do Procurador da República. Não hajam dúvidas que a Justiça em Portugal está "entregue" e em boas mãos...tende confiança!...

E já que o fumo está na ordem do dia destaque para a politicamente (in)correcta "sala de fumo" de Jim Jarmusch - Coffee and Cigarettes . Iggy Pop e Tom Waits, os White Stripes, Bill Murray e os Wu-Tang Clan, Alfred Molina e Steve Coogan, Roberto Benigni e Steven Wright e ainda Cate Blanchett são alguns dos músicos e actores que Jim Jarmusch sentou a uma mesa a discutir café e cigarros. Fotografados a preto (café) e branco (cigarros) falam sobre os efeitos (e usos) da nicotina, o vício do café, sobre tudo e sobre nada, sobre gelados de café e teorias da conspiração à volta de Elvis, numa série de conversas mais ou menos improvisadas, mais ou menos absurdas, mais ou menos pessoais. Inspirador e desconcertante. Um dos melhores filmes deste ano (até à data). A não perder no Solmar.

quarta-feira, outubro 20

Sala de Fumo

Atenção que fumar faz mal à saude. Mas se houver Jameson nessa sala eu entro...

ou cabala ou contraditório

Ou o que se está a passar é uma cabala (palavra na moda) interna, nas hostes da direita, ou, num ponto de vista contraditório (palavra na moda), estamos perante o governo mais menos da história de Portugal (sim, incluindo alguns governos del´Rei). Não posso acreditar que não haja um plano composto de pensados timmings para tanta baboseira, uma sobre a outra, uma agravando a outra. O pobre do primeiro ministro já anda torto, torcido. Mas deve haver um plano, uma cabala interna muito bem montada, que, mais cedo ou mais tarde, se vai desvendar e cobrir de lógica tanta baboseira, tanta inexplicável explicação.
Para bem da social-democracia, entre choros e gargalhadas, espero serenamente...

No jornalismo açoreano tudo é possível

Já fui Vitor Marx. Agora sou membro da Multi-Funções Culturais.
Não sabem ler.
Não sabem ouvir, nem aquilo que gravaram.
Não sabem escrever.
Ou existirão outras razões que não conheço para tanta má informação?

A CABALA



No zapping habitual pela net dei conta que a RTP não só investe na memória mas também na produção Nacional. Não sou muito telenovelesco mas a urdidura do enredo da «Cabala», roçando o género fantástico, promete um sumarento folhetim que só será interrompido pela vilania de mau gosto entre Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira.

« Cabala entre o Expresso, Público e Marcelo ». É com este bombástico título que é lançada a campanha promocional desta nova novela nacional em prime time. Nos entrefolhos habituais da produção e rol das personagens fica, de aperitivo, a seguinte deixa de um dos protagonistas : « O que o Expresso trazia ao sábado era, no dia seguinte, glosado no Público, e Marcelo Rebelo de Sousa domingo à noite desenvolvia o tema ».

Como se vê até há uma tríade maligna que sem vontade própria tece as malhas de uma «Cabala», pois como se sabe, « as cabalas existem independentemente da vontade subjectiva de as constituir ».
Ficção Nacional a seguir no Canal 1 da nossa Televisão !

terça-feira, outubro 19

Please exit the building

Ainda sinto o cheiro do sangue escorrido, os animais (políticos) ainda têm espuma ofegante e ensanguentada nos cantos da boca. Entre os vencedores, alguns querem mais e outra vez, repetindo, enquanto possível, o momento. Entre os vencidos, alguns querem vingança e já, outros, rasgam na carne nomes e números para nunca mais esquecer. Depois de tocado o sino, no ringue, uns tentam, a muito custo, fugir entre as cordas, outros forçam a entrada de ultima hora, a qualquer preço. As luzes apagar-se-ão e no escuro o sangue secará.

The show is over...

Sob o olhar atento de Antero

Aqui, por mais 3 dias

O REGRESSADO



Afinal eu tinha razão foi só um golpe de marketing !

Nunca m´acreditei que o Não M'Acredito do André Bradford fechava, conforme previamente anunciou, para «balanço eterno» a partir de segunda-feira dia 18 de Outubro. Com raça e coragem o André Bradford está de regresso à blogoesfera ... pelo menos é o que me parece, apesar do puzzling excerto do «This is the End» do Jim Morrison, ou será que afinal estou equivocado ?

A confirmarem-se as intenções do regressado, por todas as razões ostensivas e não só, este retorno à blogoesfera é motivo de gáudio para toda a comunidade «blogger».

No resto endosso ao novel deputado do PS - que muito trabalhou para lá chegar - os meus sinceros parabéns e muitas felicidades a bem da Região.

AVE CÉSAR E VIA CRUCIX

Saber ganhar e saber perder não é uma qualidade exclusiva da democracia mas sim uma forma de estar na vida. Aliás, não faltam democratas com mau perder e outros tantos que não sabem ganhar. Vítor Cruz soube perder com dignidade, elegância e com o tom afável do costume demitiu-se, porquanto, bem avisara que estas eleições eram o combate da vida dele.

Com a mesma coerência com que justificou, desde logo no XIV Congresso do PSD Açores, a sua moção de estratégia para a coligação com o CDS/PP, Vítor Cruz assumiu, até às últimas consequências, a responsabilidade dos resultados eleitorais. Não era obrigado a fazê-lo, mas trilhou a coerência da sua estratégia.

É contudo ainda cedo para adivinhar as ondas de choque provocadas por esta derrota e esta demissão. Todavia, não consigo conceber como ainda se mantêm de pedra e cal os dirigentes do PP cuja «boleia» da coligação ditava que seguissem o mesmo caminho da apresentação da sua demissão. À cabeça, claro está, a dupla Alvarino Pinheiro e Paulo Gusmão...( passadas 24 horas de reflexão ainda lá permanecem ! )

Sem omitir que o povo tem sempre razão, como bem sublinhou Vítor Cruz que jamais esboçou um ar de ingratidão, contudo a próxima liderança do PPD/PSD Açores terá que adestrar todas as quintas colunas que, interna e externamente, minaram o caminho de Vítor Cruz...a começar pela quinta coluna daqueles que em sede própria não tiveram a audácia de questionar a coligação mas que, a coberto da pequena guerrilha das tertúlias de café e não só, não perderam uma única oportunidade para fustigar tal opção.

No registo que fica dos resultados eleitorais e da noite das eleições «não m´acredito» na bipolarização. Efectivamente, do outro lado da trincheira, Carlos César no seu discurso de vitória, de modo velado e para quem quis ouvir, definiu o actual mapa cor de rosa dos Açores : Nós - Eles - e a Comunicação Social. São com estes pontos cardeais da tripolarização que o PS Açores irá nortear a sua política nos próximos quatro anos.

No resto, teremos mais do mesmo agora em tom de maioria mais do que absoluta, antevendo-se assim que a Assembleia Legislativa se preste ao culto cesariano orando recorrentemente Ave César ! Quanto à oposição teremos a nossa via crucix mas a penitência seguramente que não será sempiterna.

PS ( Post Scriptum entenda-se literalmente : Saudações democráticas para os bloggers Açorianos que integram esta espécie de «união popular» congregadora das várias famílias de esquerda que elevaram César aos píncaros desta maioria...cá por mim continuarei minoritariamente dissidente ) !

segunda-feira, outubro 18

VI Festival de Jazz de Ponta Delgada



Bilhetes à venda no Conforto, Trevo e Flash Music. No Teatro Micaelense nos dias dos espectáculos. Até 6ª. Imperdível!...

[destaque]

Uma convicção que requer actualização. Apetece-me perguntar - onde param os milhões...nem que fosse para pagar ao webmaster!?


É favor circular pela Esquerda. Obrigado!...

O Dia Seguinte

E então Cesar esmagou. A minha primeira reacção foi de espanto, credo não pode ser tanto, não pode ser tão grande. Depois uma constatação amarga instalou-se na minha cabeça, é que o culto da personalidade contínua bem vivo nos Açores. Foi Carlos Cesar quem venceu estas eleições, ele apenas e praticamente sozinho. Um resultado tão folgado só pode ser explicado por esse facto, as pessoas votaram no líder, confiaram nele apesar de tudo, dos oito anos de governação, dos deslizes, da sempre presente arrogância de Cesar, apesar do tudo que foi dito e feito na campanha, apesar e apesar as pessoas votaram nele, da esquerda à direita, em todas as ilhas, de forma avassaladora. Foi uma vitória que nem o próprio Carlos Cesar esperava, mas da qual se vai poder orgulhar por muitos anos. Do outro lado, o reverso da medalha, a derrota estrondosa de Vítor Cruz, e digo de Vítor Cruz porque ele foi, se não o pai, pelo menos a face visível do maior erro estratégico já mais cometido na política açoriana: a Coligação Açores. Vítor Cruz saiu derrotado ontem vítima da sua própria estratégia. Intimamente acredito que Vítor Cruz padeceu de excesso de ambição. Importar a talhe de foice uma coligação já de si impotente no continente para as ilhas e impô-la como o ovo de Colombo eleitoral revelou-se ontem um erro do tamanho do oceano que separa os Açores do continente. É que mesmo que não existissem as trapalhadas do Governo de Santana Lopes a tralha Popular que, apesar dos esforços em a esconder, esteve sempre tinindo como um chocalho ao longo destes longos meses de pré e de campanha nos ouvidos dos eleitores foi demasiado grande para o eleitorado dos dois partidos da coligação engolir. Um dos factos que ficam para a história destas eleições e que todos os próximos líderes do PSD nas ilhas terão que aprender é que o eleitorado destas duas forças que compunham a Coligação Açores odeiam-se de morte. Muitos votantes do PSD e do PP votaram ontem em Carlos César e não engoliram nenhum sapo com isso. Não sei se a Coligação foi uma ideia de Vítor Cruz, se foi um "brain storming" conjunto de uma cúpula de dirigentes próximos de Vítor Cruz, ou se foi uma coisa sugerida de fora, a verdade é que acredito que se o PSD tem concorrido sozinho nestas eleições talvez não tivesse sido tão humilhado, como foi, e, talvez, Vítor Cruz conseguisse sobreviver até 2008. Agora foi o fim e o último prego no caixão do Mota Amarelismo está definitivamente pregado. É um típico caso de ir com muita sede ao pote e parti-lo. Os excessos da campanha são disso exemplo, a propósito outro dos enormes derrotados destas eleições é o Sr. Miguel Brilhante, por sua exclusiva culpa, diga-se. A acusação maldosa é sempre penalizada. Outro derrotado de ontem é a comunicação social. Como é possível que os jornalistas, cuja função é estar mais atentos e ser mais perspicazes e até omniscientes do que o resto de nós, não viram, nem previram, o que acabou por acontecer. Ao longo de duas semanas os principais órgãos de comunicação social, jornais, rádios, televisões, fizeram passar uma imagem de corrida apertada que foi totalmente, e de forma confrangedora para os mesmos, desmentida pelos votos. Algo correu mal e não acredito que tenha sido manipulação do Ministro Gomes da Silva, porque uma das mais tendenciosas coberturas destas eleições foi a da jornalista Ana Sá Lopes no Público, um jornal que se assume como anti Governo. Quanto à questão dos pequenos partidos e da bipolarização, por maior que seja o respeito que tenho pela honestidade e hombridade de Decq Mota, permitam-me discordar. Quem escolhe a representatividade democrática são os eleitores, é pelo voto que se elege e pelo voto que se destitui, se as pessoas preferem apenas dois partidos no parlamento estão no seu pleno direito e isso não deve ser posto em causa. Mais, como se vê pelo exemplo anglo-saxónico a bipolarização abre sempre espaço para grupos e movimentos de cidadãos não alinhados poderem defender causas especificas sem ter que passar pelo filtro dos partidos. Por último uma pergunta: como é que ficam os Açores depois de 18 de Outubro? É certamente cedo para dizer, mas uma ou duas cautelas surgem imediatamente. O perigo da entronização de Carlos César, criando-se uma espécie de Alberto João açórico, não desmerecendo, obviamente, com tudo o que isso tem de mau. A continuação e, previsível, agudização das guerrilhas entre o Governo rosa e as autarquias laranja, com prejuízos óbvios para os cidadãos. O perpetuar nos Açores do total vazio no debate de ideias. A administração está longe das pessoas e governa sem as ouvir, com uma maioria destas isso vai acentuar-se, oxalá que não. Por último, e só para chatear; Merecíamos Políticos Melhores, a campanha a que assistimos deu total razão a este slogan.

V-03 Album de Viajantes

domingo, outubro 17

Após o fim do jogo

Continua a mistura de sentimentos. O Benfica perdeu e em replay, parece-me que, fomos roubados. Malditos juízes de linha. Quanto ao PS, ganhou. Uma vitória retumbante, esmagadora, se calhar mesmo demasiada. Uma surpresa para todos, creio que até para o próprio Carlos César. Quanto a análises mais profundas ficam para outra altura, há muito a reflectir ainda sobre o que se passou nesta campanha, e essa reflexão não se esgota na demissão de Vítor Cruz. Por mim deixo apenas um apelo e uma certeza, apelo ao PS que governe nestes próximos quatro anos melhor do que nos anteriores, e a certeza de que continuarei a fazer "oposição" construtiva aqui no blog. Parabéns aos vencedores, honra aos vencidos.

ao intervalo

Mistura de sentimentos.
O PS ganha.
O Benfica perde...

A angustia do bloguista no momento do resultado

Estou que não me aguento, logo ao fim do dia não sei se vou estar mais sofredor e atento a este ou a este resultado...

A REPÚBLICA DOS PROFESSORES

A crónica semanal da Helena Matos no Público é sempre uma grande lição de lucidez politicamente incorrecta...esta semana professorices e não só.

SAÚDE



Hoje o Público noticiava que os Portugueses bebem menos vinho !

Fiquei assaz preocupado com tamanha traição à Pátria. Cá por mim, embora com moderação, não me incluo nesse lote de desertores do nobre tinto Lusitano. Aliás, acabo de cumprir o meu dever patriótico com as exéquias de um excelente tinto e todo ele Nacional ... Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Castelão e Camarate. «Palha-Canas» vem da insigne Casa Santos Lima que também não se tem dado mal com castas estrangeiradas.

Saúde.

sábado, outubro 16

SIX FEET UNDER



No Canal 2 da nossa RTP e a partir de hoje o tempo de antena da geração X - e não só ! - recebe um bónus com a reposição de Sete Palmos de Terra.

Este psicodrama televisivo é uma irrecusável reflexão sobre a vida e a morte. É certo que tudo isto é exacerbado numa galeria de personagens-tipo no limite das suas personalidades e desventuras mas, por vezes, a vida supera e antecede a arte.

Uma EXCELENTE série televisiva com o cunho da HBO...

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.



«Foi a isto que chegamos. A um nível de democracia de plástico, de regras formais esvaziadas, esburacadas, contornadas, em que vale tudo ou pouco menos. Um nível de berlusconização em versão«português suave».

Jacinto Lucas Pires,Sexta Feira 8 de Outubro,
no www.acapital.pt

«A escassa inteligência política de Rui Gomes da Silva e de quem o mandatou para atacar Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito dos seus comentários na TVI, fornece o elemento agregador de uma oposição interna ao actual líder do PSD que até agora se resumiu à intervenção de figuras de primeira linha do partido através dos órgãos de comunicação social. Poderá ser, também, o tiro de partida para um percurso de regresso à luta política, na conveniente posição de vítima, que o professor de Direito talvez não imaginasse nos seus sonhos mais optimistas. O futuro esclarecerá de que forma Marcelo irá manusear em seu proveito um eco que ultrapassou largamente as fronteiras da organização de que é militante, transformando a iniciativa do ministro dos Assuntos Parlamentares num triste episódio de carácter nacional, revelador da reduzida capacidade do Governo para avaliar a potencial extensão dos estragos. E não foi caso para menos.».

João Cândido da Silva, Sábado 9 de Outubro
no www.publico.pt


«O doutor Marcelo é um ponta-de-lança muito talentoso, assim do tipo Van Nistelrooy. E atirou-se para o chão quando sentiu o encosto do ministro Gomes da Silva na grande área. Ele é um jogador experiente e fez-se ao pénalti».



Luís Filipe Menezes
, Sábado 9 de Outubro
no www.24horasinc.com

«O ministro Gomes da Silva prestou um serviço ao país. Sem rodeios, sem eufemismo, aquela criatura disse exactamente o que pensava ou lhe mandaram pensar, tornou pública a orientação do Governo para a informação, mostrou claramente o que o Governo deseja e revelou as suas ambições. O que ele disse sobre o pluralismo, o contraditório, a liberdade de expressão, as funções da Alta Autoridade, os comentários na televisão e na imprensa, os programas de Marcelo Rebelo de Sousa e a gestão da informação não deixa margens para dúvidas. É bom ter diante de nós alguém que, apesar da iliteracia, não se refugia na habitual hipocrisia dos poderosos e confessa os seus mais baixos apetites.».

António Barreto, Domingo 10 de Outubro
no www.publico.pt

«Marcelo espirrou na ilha Terceira e o Governo constipou-se em Lisboa. Outra vez na ilha Terceira. Já não nos bastava o Iraque ? Parece que o presidente Jorge Sampaio procura um medicamento para tal constipação, embora o CDS/PP estranhe a «consulta » a que foi sujeito o professor Marcelo».

Sá Couto, Domingo 10 de Outubro,
no www.acorianooriental.sapo.pt/

«(..)entre os dois, muitas semelhanças. Por exemplo, nas vergonhas. Sim, vergonhas. Quanto às posições das mãos. Que ambos fizeram amiúde voar pelos ares, sempre com o cuidado de não as deixar fechar em punho. Parece mentira. Mas só vi as mãos fechadas em punho nas bandeiras.».

Francisco Botelho,após o comício do PS e analisando as similitudes entre Sócrates e César, quarta-feira 13 de Outubro
no www.entramula.blogspot.com

«À direita foram os blogues, um novo meio de afirmação política, que permitiu romper a tradicional dominação pela esquerda do espaço comunicacional, que ajudaram à afirmação de uma geração de jovens intelectuais, que, simpatizando com o PP e o PSD, mais com o primeiro do que com o último, sentia-se mais individualista e liberal do que esses partidos.».

Pacheco Pereira citado por Danielo Oliveira, quinta-feira 14 de Outubro, no www.barnabe.weblog.com.pt

«Santana está de parabéns: destruiu sozinho o seu próprio estado de graça. Duplamente de parabéns: nunca ninguém o tinha feito em tão pouco tempo».

Hoje..Sábado 16 de Outubro na coluna Sobe e Desce no www.publico.pt ... e ainda a reboque da comunicação à Nação feita pelo Primeiro Ministro.

dia de reflexão

sexta-feira, outubro 15



Voyager03
Uma exposição / instalação de criatividade portuguesa.
Mais de 50 criadores nacionais:
arquitectura, artes plásticas, fotografia, design gráfico, design industrial, design de moda, design de produto, vídeo, música.

DIA 15 DE OUTUBRO

18:00H - Inauguração
19:00H - Deabate com a presença de Guta Moura Guedes, Presidente da Associação Experimenta e João Paulo Feliciano, Artista Plástico e co-director artístico da Bienal de Lisboa

RESERVA CINEGÉTICA DOS CAPELOS



O «Tijolo» de Esquerda goza do divino dom da ubiquidade ora estando no Blogo-de-Esquerda, que com teclas de veludo vai dominando a Blogoesfera, ora está no humor parlamentar, próprio da escola chapitô, que em registo non-sense e por via do clown do costume mistura galinhas com vacas e acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, todos numa sala fechada de onde emerge um enigmático ovo...Seria de rir se não fosse de chorar!

Mas o Bloco está em todas e a sua célula de Coimbra, após o termo do período venatório, não esqueceu de tomar de assalto a sessão solene da abertura de caça às várias criaturas cinegéticas que, matreiramente, são criadas em cativeiro Académico...e nem a Reserva Cinegética dos Capelos escapou à tradição do adequado defeso !!!

Efectivamente li no Público que a «cerimónia de abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra (UC) foi interrompida, ao final da manhã de ontem, por cerca de 20 estudantes, a maior parte dos quais afecta ao Bloco de Esquerda. O gesto motivou o abandono da Sala dos Capelos por parte do reitor, Seabra Santos, que foi seguido pelos restantes professores e convidados. Foi então que um dos alunos empunhou um megafone e proferiu palavras de ordem como: "Santana é um aldrabão" ou "Morte ao Santana".»

Só faltou soltarem os cães...enfim são rapazes ! Mas, cuidado, lá diz o povo e com razão que um dia é da caça e outro do caçador.

quarta-feira, outubro 13

O meu azimute político.

Your political compass
Economic Left/Right: -4.88
Social Libertarian/Authoritarian: -6.62




Via Chá Verde e disponível aqui.


Saudades de Agosto (2)


[o "fim"]

Graciosa - uma Ilha no Fim do Mundo! A visão redutora do político que não fosse a política provavelmente jamais conheceria a "realidade" das restantes ilhas do arquipélago dos Açores. E pelos vistos não conhece! Provou d' insularidade e do mau tempo que faz cancelar voos e ligações marítimas. Por exemplo, no tempo dos meus avós, a ligação marítima com a Graciosa (caso idêntico e comum a todas as outras ilhas) por diversas vezes só era possível de mês a mês e quando as condições de mar o permitiam. Isso sim é insularidade. Obviamente, que hoje em dia, o mau tempo continua a restringir, em muito, as ligações interilhas, principalmente, no Inverno. A culpa não é do Governo (deste ou de outro qq)! Essa é uma contingência (e não uma fatalidade) de viver em ilhas como os Açores. Mas, isso é coisa que neste momento interessa pouco discutir. Senão leia-se esta noticia para verificar que pouco ou nada existe no discurso politico, na agenda politica ou na cobertura jornalística do que descrever pormenorizadamente as "peripécias" do candidato para chegar ao comício à hora marcada (o BE tb ficou pelo caminho mas isso não é noticia). PF mantenham a Graciosa "isolada" deste circo!...

terça-feira, outubro 12

a direita de que eu gosto

ou de como o blogue também pode ser sentimentaloide

God Speed II

A notícia é de ontem, mas o facto é perene. A morte prematura de um herói. A morte de Christopher Reeve, o homem que deu corpo e cara ao imortal Superman. Não me é fácil explicar o sentimento que me encheu quando vi a notícia na SIC Noticias. Passavam imagens dos filmes no ecran sem som e imediatamente pensei que ele tinha morrido. As televisões só fazem noticias destas quando alguém morre. Lembrei-me de quando li que o "superhomem" estava tetraplégico, da mortal e triste ironia da vida humana, lembrei-me do sonho de criança de ser como o superhomem, das bandas desenhadas, de estar pendurado nas arvores fingindo que voava, das ondas, lembrei-me da tenacidade e da força de nove anos sem. Talvez seja isso ser como o Superhomem. A tenacidade e a força de um homem como Christopher Reeve. God Speed.

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ou de como o blogue também é como ir ao psiquiatra

Neste processo que é a vida há momentos que nos tocam e marcam com a força de uma pancada. Há coisas que nos fazem mudar de vida, não hoje mas, todos os dias.

Falta de percepção


O Ezequiel tem um novo blog, http://www.percepcionist.blogspot.com, que substitui o seu anterior que durou, penso que quinze dias. Eu também já fui percepcionista de um hotel, por isso penso que percebo exactamente qual é a ideia do Ezequiel. Desejo-lhe muita sorte e muitos posts de vida, sei que vai ser difícil, eu próprio não durei mais do que 3 meses a aturar turistas de pacote naquele hotel horrível.
Num dos seus primeiros posts, que provavelmente escreveu na sua hora de descanso de percepcionista, Ezequiel escreve idilicamente que NY (penso que se refere a Manhattan) e London (não faço a mínima ideia a que se refere) são as suas cidades favoritas, que são a confirmação e o maior tributo à nobreza dos valores e da democracia liberal. Elas são vibrantes, descomplexadas, abertas à diferença, um pluralismo contagioso, aonde ninguém perde a autenticidade do sentido de pertença ao seu grupo, aonde existe um fluxo relacional autêntico de indivíduos tolerantes, blá, blá, blá.
Já uma vez ofendi o Ezequiel quando lhe respondi a um comentário dizendo-lhe que tudo o que escrevera era mentira e, ao mesmo tempo, verdade. Não percebeu e tenho a certeza que não irá perceber desta vez mas, na realidade tudo o que escreveu sobre NY e London é exactamente, na minha opinião, verdade e mentira. Não sei como te dizer isto mas, derridamente, a tua percepção de NY e de London não é real, como não é nenhuma, mas umas serão mais reais do que outras. A visão de um estudante-trabalhador-imigrante-turista, como eu fui, que vive de uma bolsa-mesada-trabalho esporádico, que vem periodicamente aquecer as costas e carregar as "baterias" a um oásis da confirmação da nobreza dos valores e da democracia burguesa, estagnada, de barriga cheia e desaculturada, não é nem pode ser o mesmo que a visão de uma mãe solteira, de cor, cujos filhos dormem no chão para não apanharem com uma bala, de vitima perdida, que todos os dias ao entrarem na sua escola são revistados e passam por detectores de metais, filhos estes a quem pede para não virem para casa pela rua xis, aonde só moram italianos, e cuja expectativa de vida é menor do que a de um cidadão da Etiópia.
A NY que eu conheço (e a Bagdad que não conheço), para além do que o Ezequiel escreveu, é exactamente a confirmação e o maior aviso à desumanidade dos valores e da democracia liberal.

segunda-feira, outubro 11

GOD SPEED



Foi desta para melhor...mas deixou-nos um exemplo de perseverança na adversidade. No rasto supersónico da sua partida ainda nos legou um punhado de memórias de infância entre heróis e vilões.

Na nostalgia de outros tempos ficará para sempre na retina o romance com Lois Lane e, de vez em quando, no ouvido a melodia do « Love Theme From Superman ? Can You Read My Mind ».

domingo, outubro 10

saudades de Agosto


...

Bolas, fui o nº 78.000 no Foguetabraze. Não me agrada (mesmo nada) engrossar o counter do blogger mais "mediático" do circunscrito (e circunspecto) reduto blogista micaelense. Mas, é este o nosso mundo...que mais parece um quintal...não estivessem as "quintas" na moda!

uma pausa pró Cinema...


Não está fácil uma ida ao cinema em Ponta Delgada. Há pelo menos 1 mês que não passa nada...passar até passa mas a qualidade do cartaz é tudo menos tentadora. O Solmar é a alternativa possível muito embora não perceba o "desleixo" e a falta de agressividade na programação e na captação de mais público. Acredito que a competição seja feroz, os recursos escassos e os tempos de crise. Contudo, na minha modesta opinião, é possível fazer melhor. Até 4ª feira está em exibição - Pieces of April, com uma nomeação para melhor actriz secundária nos Óscares deste ano, e uma banda sonora assinada por Stephin Merritt dos Magnetic Fields. Uma opção/pausa numa semana que se prevê agitada...

[o ringue]

Vitor Cruz assumiu as eleições de 17 de Outubro como o "combate político da sua vida" (via RDP - Açores). Nesta medida e com a antevisão do desfecho do dito "combate" - significará esta tomada de posição uma porta a(berta) para a, cada vez mais previsível, futura liderança do partido!? No próximo domingo teremos a resposta. Até lá os "combates" continuam sem que se perspectivem "Knock-Outs" e "assaltos" dignos de registo.

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.



«O Santa Clara perdeu com a Ovarense mostrando assim que Paulino Pavão já está a cumprir a promessa de continuidade.»

Nuno Mendes, Sábado 2 de Outubro
no www.solnaeira.blogspot.com


«Miguel Brilhante, aqui Carlos César! Gostava de falar contigo! Vejo o teu nome naquela coisa do psd, para grande surpresa minha. Gostava de trocar impressões contigo sobre isso.» ( transcrição integral do cd do Dr. Victor Cruz ) Isto é uma ameaça? Não. Ameaça é o que o Dr. Victor Cruz fez a Carlos César.»

Mariana-Rego Costa, Domingo 3 de Outubro
no www.ardemar.blogspot.com


«O tom ameaçador e arruaceiro com que Vítor Cruz se dirigiu a Carlos César e a todos nós que ouvíamos o debate, dizendo da tal ameaça do Presidente do Governo a um funcionário público,aterrou-me. Mais aterrada fiquei quando, ontem, no telejornal, ouvi a dita gravação. O dr. Miguel Brilhante era um dos apoiantes independentes de Carlos César. Subitamente, apareceu na lista de apoiantes de Vítor Cruz. É mais que natural que César procurasse falar com ele. Os termos em que o fez, não constituíram nem de longe uma ameaça. São uma conversa natural e normal. Aterrou-me que Vítor Cruz considerasse aquilo uma ameaça.»

Maria do Céu Rego-Costa, Segunda-feira 4 de Outubro
no www.fofadefrio.blogspot.com


«Apetece-me encher-me da gente que quer continuar a ser gente numa terra em que, durante duas décadas, pensara ser apenas povo.»

André Bradford ,Terça Feira 5 Outubro,
no www.naomacredito.blogspot.com


«Espantou-me ver uma funcionária pública, requisitada há anos pelo governo para exercer múltiplas funções "indispensáveis", estar agora, não sendo candidata, a acompanhar O CANDIDATO em campanha pelas ilhas todas. Como poderia um qualquer funcionário público abandonar as suas funções, pagas por todos nós, só pelo prazer de acompanhar o "seu" candidato? Só metendo férias!»

Carlos Falcão Afonso, Terça Feira 5 Outubro
no www.indispensaveis.blogspot.com


«Aquele que não tem qualquer luz de filosofia atravessa a existência, prisioneiro dos preconceitos derivados do senso comum, das crenças correntes no seu tempo e no seu país, das convicções que cresceram nele sem a cooperação nem o consentimento da razão.»

Bertrand Russell citado por Maria Roque, Terça feira 5 de Outubro
no www.mhroque.blogspot.com


«A Quinta das Celebridades aí está para engrossar as fileiras do lixo televisivo nas quais militam igualmente os tempos de antena atribuídos aos partidos políticos em tempos de eleições. É nessas ocasiões que exercito os meus ímpetos masoquistas. Fico a ver aquilo e a resmungar, o que é muito desagradável para quem está ao lado. Ando a ver um programa passado numa quinta na qual convivem animais e celebridades. O grande problema para mim é descobrir quem são os animais e quem são as celebridades.»

Mário Roberto, Quinta feira 7 de Outubro
no www.entramula.blogspot.com


«Sou e sempre fui contra a estrada nova para o Nordeste. As acessibilidades são um pau de dois bicos, um caminho com dois sentidos. No caso em apreço, tanto permite a chegada de mais gente ao Nordeste como facilita a saída de mais gente de lá.»

Nuno Barata Almeida e Sousa, Quinta feira 7 de Outubro
no www.fogotabrase.blogspot.com


sábado, outubro 9

OPERETA DE CORDEL



Muito se tem comentado o «escândalo» do comentador-mor da Lusitânia virtual. Importa não esquecer que a contundência de Marcelo Rebelo de Sousa, aliada ao seu sobredotado q.i., durante estes anos de «conversas em família» ao Domingo e na sacrossanta TVI, têm gerado inúmeros e poderosos anticorpos.Muito se tem dito e escrito sobre o «abandono» de Marcelo. Mas, numa leitura Independente, não só se diz que o Professor saiu pelos seus pés como ainda se aventa que terá, de modo maquiavélico, arquitectado dolosamente esta novela. Afinal, como diz Inês Serra Lopes: «Vi ontem Marcelo, a sair da audiência, em Belém, em que o Presidente lhe deu o melhor palco para continuar o seu circunspecto número mediático. Um homem que usa um cabide de roupeiro para pendurar o casaco dentro do carro é capaz de planear tudo»(sic)!!!

Como não leio regularmente o Independente, só por acaso, também fiquei a saber através da 1ª página desse pasquim que «O Governo de Carlos César aprova derrapagem de dois milhões de Euros nas obras do Aeroporto do Pico». Será mais uma daquelas obras, aos milhares e milhares, que o Presidente do Governo Regional dos Açores tem abençoado até com adjudicações na via pública ?

Vale a pena ler o Independente? Num país de opereta de cordel em que até um autarca enredado nas teias da Justiça busca «prisão domiciliária» no zoológico das celebridades vale mesmo tudo !!!

Cá por mim vou continuar a ler as «Prosas Bárbaras» do Eça de Queiróz que, ao contrário do que dizem os arrivistas, está cada vez mais actual...Pena mesmo é que não possa ocupar o lugar de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI.

sexta-feira, outubro 8

Qual 4º poder ,qual carapuça!

Ainda existe alguém que acredita que a imprensa é um dos poderes que constituem os pilares da democracia.
Acordem inocentes! A imprensa é um negócio.
O único poder omnipotente, usurpador desta embriaguez a que chamamos democracia, é o poder do Capital.

Quando o silêncio de um pequeno grande génio falante, tem a força de mil palavras.



Marcelo Rebelo de Sousa não tem que contar nada a ninguém.
Foi insultado publicamente por um ministro, no decorrer das suas funções, que nunca mencionou o seu nome.
Sofreu supostas pressões "editoriais", por razões politicas ou económicas, por parte do seu "patrão", administrador de uma empresa privada, de uma forma privada.
Comunicou ao seu público que não continuaria a fazer o seu habitual comentário na TVI.
O cidadão Marcelo Rebelo de Sousa não tem que contar mais nada a ninguém em hasta pública.

Be afraid... Be very afraid...

Primeira página do Independente:
"CDS contrata investigadores da Moderna
Depois de ter levado para os CTT o procurador do caso Moderna, um administrador dos Correios, do CDS, quis contractar, Gonçalves Pica, o inspector da Judiciária que investigou Paulo Portas..."


Ninguém pára esta laia ??!??

quinta-feira, outubro 7

Abandono

É com grande pena que escrevo este post. Porem, eu que afirmei emigrar se Santana Lopes fosse Primeiro Ministro, não tenho neste momento outra saida se não anunciar o meu abandono do arquipélago. Está prevista para este fim-de-semana uma visita do Primeiro Ministro Santana Lopes aos Açores, em face disto eu vou para Lisboa. Nunca serei apanhado num raio de distância de 50 Km do Sr. Primeiro Ministro, nunca!!

Mentira, vou só ali a Lisboa fazer anos e volto na segunda-feira. Bom fim-de-semana.

The return of the Pink Panther

Um prémio para quem adivinhar (ou quem apresentar a melhor sugestão) quem é o actor principal deste novo filme na cena política açoriana.

A «cabeçada» da direita.

Esta coisa de acordar cedo tem as suas desvantagens, para mim a pior é que acordo sensível, para não dizer acordo já irritado. Ora como todo o homem sabe a irritação matinal é a pior inimiga da higiene diária, a irritação corta. Pois em plena higiene diária dou com o último post do João Nuno, este que está mesmo aqui por baixo, e corto-me pior do que se me tivesse cortado a fazer a barba. Vamos lá ver. Eu sou socialista, não o escondo, da ala a que gosto de chamar equilibrada. Não sou bloquista, vejo no bloco um excesso de radicalismo, próprio para a UDP ou para o PSR, mas que a mim me irrita, os meus radicalismos eu gasto nas ondas. Mas apesar disso o radicalismo reaccionário do João Nuno, se bem que humorado, também me irrita (eu avisei que acordar cedo...). É que o problema de um post como o teu, meu querido amigo, é alguém decidir fazer o mesmo mas ao contrário. Ora vamos lá imaginar que a Coligação Açores chega ao poder nestes abençoados calhaus, conhecendo-lhes a ideologia, pouca é verdade, mas mesmo assim conhecendo o que conhecemos da ideologia da coligação imaginemos o que aconteceria com estes senhores e senhoras no poder.

Vejamos: Prioritária seria a criação, nos ilhéus dos Mosteiros, de uma instalação prisional para opositores ao regime. Nesse local idílico seriam acondicionados todos aqueles culpados de contrariarem as normas e os preceitos da moral instituída e dos bons costumes. Gays, lésbicas, toxicodependentes, poetas, cumonistas, socialistas, putas, arrivistas, e por aí fora. Depois, no plano económico todos os serviços seriam privatizados, sendo que apenas uma mão cheia de grandes conglomerados controlaria todas as áreas do tecido económico em estreita colaboração com o poder político, os benefícios e os dividendos seriam, é claro, distribuídos entre os poderosos. No domínio do ambiente havia que criar sectores distintos para as duas classes sociais, trabalhadores e privilegiados. Obviamente o Ilhéu da Vila Franca, a Caloura, a Silveira, a cidade da Horta, toda a ilha do Pico, o vale das Furnas, as marinas, as piscinas naturais ou construídas e todas os outros locais, digamos turísticos, das ilhas seriam de acesso reservado aqueles que possam comprovar, através de cartão do estado, ou Visa Gold, pertencer às classes privilegiadas. Aos restantes será concedido acesso ao bairro do caranguejo em rabo de Peixe e à ilha do Corvo. A educação seguiria o modelo instituído pela Secretaria da Moral e da Propaganda e os preceitos da Santa Madre Igreja. O horário escolar, das 8 às 5, seria preenchido para além do currículo académico normal, com aulas de Moral, de lavores femininos, de trabalhos manuais, e ginástica sincronizada. Nas aulas de português seria de leitura obrigatória o compêndio de discursos do honorável Dr. Paulo Gusmão. As uniões de facto ficariam proibidas bem como todas as demonstrações públicas de afecto, excepto entre casais heterossexuais com mais de cinquenta anos. Todos os jovens até aos dezasseis anos teriam obrigatória mente que participar todos os anos em jambories da Liga Açoriana, devidamente supervisionados por um padre, uma representante da Associação da Mães de Família, e do Estado. Escusado será também dizer que os jovens seriam proibidos de participar em ajuntamentos que apenas servissem para consumos inconsequentes de bens de primeira necessidade. A Semana do Chicharro na Ribeira Quente passaria a ser organizada pelas senhoras da Associação de Mães de Família, como grande evento de propagação da moral cristã e de distribuição de dádivas aos mais desfavorecidos, tudo, obviamente, ao som de fados de Coimbra pelo grande Machado dos Santos... te gusta!!! A mim não!!!

O arremesso serve para os dois lados, meu amigo, ou se calhar sou só eu que acordei irritado.

O «TIJOLO» DE ESQUERDA



Hoje, entalado numa das milhares de obras que o Sr.º Carlos César diz que se propagam pelos Açores como se fossem uma epidemia de betão, tive a sorte de ter a companhia amiga da RDP-A. Infelizmente, não apanhei daqueles programas histriónicos que nos querem obliterar da realidade alienando o stress quotidiano.Inversamente, fui castigado com o tempo de antena dos «camaradas» do Bloco de Esquerda.Como sempre tudo muito bem embrulhado, num estilo urbano, com um som jazzy e jingles catitas.

A cantilena de quando em vez era interrompida por uma voz de «fuínha», com sotaque Micaelense, que sussurrava: «Eh...vota Bloco de Esquerda » !!! Entre um gag e uma ideia-força lá aparecia repetidamente uma outra voz que, com trauliteira pujança, propagandeava «Vota Bloco de Esquerda ... Vota em quem lhes bate forte» !!!Esta malta já nem graça tem e o discurso é sempre o mesmo. Se por uma distracção dos Deuses acaso tomassem o poder Regional é fácil de ver como transformariam «radicalmente» os Açores...e tudo com medidas de fundo.Já se sabe !

Vejamos : Prioritária seria a criação, no ilhéu das Cabras na Terceira, de uma Zona Franca para os barquinhos da «Women on Waves». Nesse local idílico a IVG seria livre e gratuita já que seria custeada por todos nós, porquanto, a «saúde» é constitucionalmente tax free. Depois, no plano económico e numa retoma «up to date» e pouco convencional do «Plano Marshall» todos os nossos serviços do sector público seriam regionalizados em cooperativas. No domínio do ambiente havia que purificar a região de qualquer germe ou vírus reaccionário. Estas pragas deveriam ser aquarteladas no ilhéu de Vila Franca já que o das Cabras teria a lotação esgotada! A educação seguiria um «modelo de auto gestão com responsabilidades partilhadas» na qual os alunos, participando democraticamente na comunidade escolar, passariam a mandar nas escolas e nos professores sendo coadjuvados, nessa tarefa pedagógica, pelos auxiliares de educação agora promovidos a guardas de campo. As uniões de facto ficariam na moda e nada seria mais «cota» do que um casal heterossexual de classe média. A juventude seria reciclada numa insigne Revolução Cultural a ter lugar em retiros «espirituais» cujos gurus seriam genuínos activistas do Maio de 68...escusado será também dizer que os jovens seriam proibidos de participar em ajuntamentos que apenas servissem para consumos inconsequentes, especialmente, de bens de primeira necessidade. Assim, por exemplo, seria banida a Semana do Chicharro na Ribeira Quente e, em sua substituição, teríamos a Semana dos Charros e das Bogas Despenalizadas tudo ao ritmo de malta tipo Manu Chao...te gusta !!! A mim não !!!

Mas se t´ás nessa onda faz como eles e elas mandam «Vota Bloco de Esquerda ...Vota em quem lhes bate forte», pois o bloco é hoje um tijolo de arremesso a quem é diferente deles !

AVANTE



Assim se vê a força do PC ! Sai Carlos Carvalhas e tudo indica que, após «eleições democráticas», o «novo» líder comunista seja Jerónimo de Sousa. É a renovação na continuidade como diria um «bom» comunista !

O Partido Comunista Português está exangue e metaforicamente faz lembrar um submarino soviético há muito condenado mas que, apesar de desenganado, teima em submergir de vez ! Claro está que nessa agonia já foram postos borda fora muitos «renovadores», alguns dos quais até guindaram para o PS...

Foi este mesmo PS, liderado em tempos por Mário Soares, que teve a luminosa galhardia de dar luta sem quartel ao PCP de antigamente.Agora que está na moda a RTP Memória não tarda nada e temos a reposição do célebre debate entre Soares e Cunhal. Entretanto, tenho por oportuno lembrar outras palavras de um nobilizado comunista (e não são poucos),de seu nome Gabriel Garcia Márquez que, em 1975, fazia turismo proletário por Lisboa. Nesse longínquo ano de 1975 o laureado escritor Colombiano dizia : «A disputa entre o PCP e o PS, origem de tantos males na história deste século, não terá solução em Portugal.(...). No entanto, Mário Soares, o inteligente e hábil secretário geral do PS, nega que o seu partido tenha compromissos de base com a social democracia europeia(...). Tive a oportunidade de apreciar até que ponto está obcecado com a luta contra os comunistas. Pareceu-me amável e culto, com um estilo de político europeu tradicional, mas estava num momento de tensão que poderia ser confundido com uma absoluta falta de sentido de humor. Foi franco e determinado: a mais grave ameaça à revolução portuguesa não é o imperialismo nem a reacção interna, mas sim o estalinismo.(...) Os comunistas, pelo contrário, parecem seguros e demolidores. No seu quartel-general, um edifício velho e austero onde todos os gabinetes estão fechados à chave, sente-se a presença de um poder invisível e petrificante»...

Longe vão os idos de 1975 e agora o PCP poderá ter uma lufada de ar fresco com este camarada que será um excelente boneco para a contra informação.

A imagem foi gentilmente cedida pelo idiota que se recomenda.

VINTAGE



Uma viagem ao passado cinéfilo de Hollywood é o que se vende, em formato DVD «America Deluxe», a partir de 7 de Outubro com o Público. Logo a abrir temos o melhor filme de sempre, que dá pelo nome Português de «O Mundo a Seus Pés» o que, como é habitual nas traduções que por cá sempre se fizeram, não anda longe do original «Citizen Kane»!

20 «fitas», sempre à quinta feira evocando do melhor que se produziu, realizou e representou em Hollywood, mesmo quando em nome da moral e dos bons costumes o chamado «Código Hays» sentenciava o que podia ou não ser mostrado no ecrã. Ora, é também no virtuosismo das segundas leituras, com que se contornava o padrão da censura que se regista o brilhantismo de Orson Welles, Howard Hawks, John Ford, Alfred Hitchcock, George Cukor, Nicholas Ray, Otto Preminger...enfim, todos eles «nomeados» para esta galeria dourada do cinema Americano.

A última vez que vi esta obra prima foi num ciclo de cinema no então decadente Teatro Micaelense e com direito a uma palestra do João Bénard da Costa. Apesar das constantes investidas de uma colónia de pulgas residentes na plateia, ainda não esqueci a emoção de visionar uma obra de arte desta grandeza num dos templos dedicados ao culto cinéfilo...Mas, mudam-se os tempos e os revivalismos são outros. Ainda assim será um prazer rever Citizen Kane em formato DVD.

Quem nunca viu não perca este épico da vã glória de mandar e das teias com que se tecem as notícias. Como todas as obras primas esta é e será sempre intemporal. A propósito vejam a crítica do Público: «Para abrir este catálogo valioso, a escolha recaiu sobre a longa-metragem que, em 1998, o American Film Institute considerou ser o melhor filme de todos os tempos. "O Mundo a Seus Pés" (1941), de Orson Welles, é um retracto sublime sobre um homem poderoso, capaz de controlar a opinião pública através dos seus órgãos de imprensa e rádio, mas totalmente impotente para lidar com a solidão. Charles Foster Kane, inspirado na figura real do grande magnata da imprensa da década de 40, William Hearst, tornou-se numa personagem "bigger than life" que continua a ser a metáfora ideal para questionar os limites da sociedade mediática - e seis décadas depois não parece estar assim tão diferente. "Penso que uma palavra não pode contar a vida de um homem", diz, no filme, o jornalista com a missão de deslindar os mistérios em torno da existência de Kane (interpretado pelo próprio Welles) e de perceber o significado da enigmática expressão "Rosebud", proferida pelo milionário antes de morrer. Será a partir dos testemunhos das pessoas que privaram de perto com "o maior magnata de todos os tempos" que o espectador conhece a origem de uma fortuna colossal. Vencedor do Óscar de Melhor Argumento Original, em 1942, "O Mundo a Seus Pés" é um clássico irrepreensível, onde a profundidade dos planos e os jogos de sombras em torno das personagens constituíram uma novidade para a época. Orson Welles, o realizador também conhecido por "génio maldito", nunca mais conseguiu a total liberdade criativa. Mesmo assim, com apenas 26 anos, ganhou o direito de figurar nos primeiros lugares da lista de melhores realizadores norte-americanos ».

A não perder...a lista completa das sessões está aqui !

quarta-feira, outubro 6

a baixa política no seu melhor (pior)

ou de como esta merda está mesmo a ficar perigosa.

Marcelo desiste de dar porrada no governo de Santana, e no meio disto o Dr. Sampaio anda a inaugurar museus, nada mais apropriado.

Campanhas eleitorais

Ou de como a política é ganhar votos e o resto é para românticos, um texto longo.

Esta campanha é uma das mais violentas a que já assisti. Nota-se em todos os campos, mesmos nos partidos mais pequenos, uma extrema agressividade no discurso e na mensagem políticos. Até a cobertura jornalística da campanha já percorre este rio de raiva que atravessa a campanha. Veja-se os textos de Ana Sá Lopes no Público. Mesmo a Blogoesfera já sofre deste mal, alguns dos comentários que por aí tenho lido são de uma malícia, de um desrespeito, absolutamente fora do normal. Mas o que realmente me preocupa é que o que devia ser verdadeiramente importante não interessa a ninguém. Questões como o desenvolvimento económico da região, a dicotomia progresso versus ambiente, o problema do desgaste governativo e da renovação do executivo, as famosas sociedades de desenvolvimento, estas e outras questões são apenas afloradas de leve ou então como arma de arremesso. É que é inegável o progresso e o desenvolvimento da vida nos Açores nos últimos anos, a todos os níveis, na economia, na educação, na saúde, e por ai fora. Podem contrapor que o progresso é inevitável e que se podia ter feito mais, sem dúvida, mas o que está feito é mérito de quem o fez e todos nós sabemos do quão lentamente se desenvolveram os Açores nos anos do Mota Amarelismo e com que custos. Porem se há coisa de que se pode acusar este governo é o absoluto falhanço nas questões ambientais. Os governos de Carlos César ao não terem sabido resolver de uma vez por todas a questão das lagoas, questão que serviu de trampolim político a muitos membros destes governos, hipotecaram em muito o futuro da ilha de São Miguel e os Açores no seu todo. Não há turismo sem ambiente, não há agricultura sem ambiente, não há bem-estar sem ambiente e o ambiente em que vivemos, por mais lindas e verdes que sejam as nossas ilhas, é mau. Esta questão é aliás uma das que maior desgaste provoca nos governos César. Em dois mandatos existem como no ambiente uma série de áreas que falharam e ao mesmo tempo assistiu-se à formação de um novo clientelismo e circuito de dependências na esfera do poder que lembra outros tempos e que é a todos os níveis lamentável. Mas na minha opinião, e por mais estranho que pareça, é aqui que César podia jogar uma forte cartada com vista à reeleição, a renovação do executivo. O que está em causa é a capacidade que César e Cruz têm de coordenar uma equipa governativa, a capacidade de liderança, e os elementos das diversas listas. Se pusermos lado a lado os apoiantes de cada um dos principais partidos a balança do capital pende, julgo eu, a favor do PS. Só um exemplo, entre Bolieiro e Cordeiro eu escolho o Cordeiro. Já para não falar nos PP?s todos que esta coligação se esforça por esconder mas que a ela estão acoplados. Seria extremamente importante que Carlos César explicitasse antes das eleições todas as mudanças que pretende fazer na orgânica governativa e principalmente apresentar se não todos pelo menos alguns dos nomes para a formação do novo elenco governativo. Quanto às sociedades de desenvolvimento, que é a mais emblemática das propostas de Vítor Cruz, do pouco que já foi explicado transparece uma duvidosa promiscuidade entre publico e privado, com o problema de uma pouco clara partilha de dinheiros e de responsabilidades. O papel de um governo é apoiar e incentivar a iniciativa privada, não é contrair matrimónio com ela. Mas como eu disse no início ninguém fala destas questões. Mesmo um outro problema que é o da descoordenação entre a estratégia política dos partidos a nível regional e nacional, não parece fazer mossa. É impressionante que no mesmo fim-de-semana em que o Prof. Marcelo faz campanha nos Açores o Governo da Coligação saia a terreiro zurzindo forte e feio contra o Professor, ou numa altura em que se tenta fazer passar a mensagem do valor da coligação na região, no continente ela quase que implode todos os dias. Porem nada disto parece afectar o desenrolar das campanhas e do amealhar de votos. De facto as campanhas eleitorais são cada vez mais caravanas de amealhar de votos, arraial, festa, t-shirt e avental, o beijo na velhinha e no bebé, e gasto de dinheiro. O resto, a política, isso é para os românticos, como eu.

1 estudo sobre blogs em PT

http://seminarioinvestigacao.blogspot.com/

Cádê PêPê ??!??

Estão-se cagando

Primeiro, o presidente do PSD português vem cá fazer campanha e dizer que vai aumentar, selectivamente, as taxas moderadoras em Portugal Continental.
Depois vem cá o secretário geral do PCP fazer campanha e dizer que abandona o cargo.
No entretanto o lider do PS nos Açores pede, por amor de Deus, para ninguém do PS português aparecer por cá.
Como diz um colega meu, na fábrica, esta gente está-se cagando, montes de merda, para a política açoreana.

terça-feira, outubro 5



Seus incultos, qual Galáctica (que eu adoro), quais irmãos Coen (que eu admiro), verdadeiro serviço público, verdadeira televisão é RTP memória! Hoje ao serão o grande clássico de Blake Edwards, com o múltiplo Peter Sellers e o charmoso David Niven, com a enigmática Capucine e a lindíssima Cláudia Cardinale. The Pink Panther.

[by your command]



[by your command] - uma expressão mítica de Battlestar Galactica. A eterna guerra entre o Bem e o Mal - entre o Homem e a Máquina. A reposição de uma série de culto via radical. E depois de Conan, e de muitos outros, mais uma dose de nostalgia para a geração de 73. Uma prova "irrefutável" que a cultura televisiva persiste. Para ver aos domingos à noite.

...

6ª feira ao final do dia. Um telefonema. Contrariamente ao que possam pensar não se tratava de nenhum elemento de "pressão". A pressão é outra = muito trabalho. Do outro lado da linha - um amigo. "Então pá...vão os Tindersticks ao Teatro Micaelense e tu não dizias nada!?". Um sorriso. Era bom mas não são os "sticks" são, sim, os "tips". Quem sabe se, a curto prazo, não possam ser, igualmente, uma realidade entre nós. Temos finalmente uma Sala de Espectáculos em Ponta Delgada. E com outra a caminho - Programar será mais "fácil". Mas, são este tipo de situações, para além do lado cómico/irónico, que reforçam a ideia de que toda e qualquer informação/divulgação cultural nunca será demais...

Afinal

não será necessário esperar pelo Natal...!

FACTOS SÃO FACTOS



Factos são factos e o grande vencido do debate César versus Cruz foi mesmo o Pedro Moreira! No resto, e no ranking do apuramento final,Vítor Cruz pontuou numa prestação cuja performance deixou a esperança de que a maré está mudando e que, porventura, daí virá uma vaga de fundo que não sendo um tsunami seja, pelo menos, quanto baste para tolher as rosas que nos têm desgovernado.

Vi o debate na sede da coligação e em ambiente mais sereno e caseiro revi o mesmo em formato VHS. Fiquei então a cogitar na ironia das palavras de «César» que, com justíssima propriedade, poderiam ter sido proferidas por Vítor Cruz no rescaldo do embate: «Veni, Vidi, Vici ».

Como se sabe os debates não elegem seja quem for, mas a impressão que subliminarmente deixam podem converter muitos indecisos em fervorosos crentes de uma ou outra causa...e podem até reciclar um ou outro apóstata que o povo, na sua linguagem colorida, prefere apelidar de «vira-casaca».

Antecipando o epíteto de «empedernido laranjinha» recomendo que façam, por exemplo, uma leitura de um Jornal de referência à esquerda e que em destaque sentencia «Carlos César perde primeiro Debate Frente a Vítor Cruz». O Público é um impoluto e fidedigno Jornal com sotaque e que só assim pode ter a ousadia de afirmar que «o presidente do Governo Regional se mostrou cansado,na defensiva e sem qualquer chama para,consistentemente, apresentar as "mais-valias" dos oito anos do seu mandato.» (sic!)...e isto tendo por contraponto o facto de referir que «o líder da oposição estava bem preparado e muito agressivo.»

Mas factos são factos e não deixou de ser lamentável que Pedro Moreira tenha iniciado o debate em tom fotonovelesco, mantendo o mesmo ad nauseam, insistindo na querela das queixinhas a Bruxelas e toda a romanesca urdidura que com este tema acessório se vai arquitectando, apenas, para ocultar o essencial. Depois foi o que se viu! Faltou tempo para debater a fundo áreas tão importantes como a Saúde e a Educação e até o sacrossanto Ambiente, que é como se sabe uma bandeira socialista desde os tempos dos piqueniques do S.O.S Lagoas, virou um tema tabu.

Mas no resto factos são factos e se houve alguém que precisou de tomar um Dormicum nessa noite seguramente que não foi Vítor Cruz.

Post Scriptum : estive off-line desde Sexta Feira devido a «problemas técnicos» no recarregamento do netpac ... por isso só agora regresso ao «seio» da blogoesfera.

O SENHOR REITOR



Li na 1ª página do Público de Domingo que o magnífico reitor da Universidade Católica Portuguesa, de seu augusto nome Manuel Braga da Cruz,«está preocupado com o sucesso escolar dos alunos que chegam ao ensino superior e considera que um dos factores que contribuem para o insucesso é a existência de uma "pressão" da indústria nocturna sobre os estudantes.»

Li e pasmei pois julgava extintos os dinossauros !

Quiçá por não ter frequentado tão lustroso meio Académico fique pasmado ante o arrojo do magnífico reitor que, nesta matéria de interesse Nacional, advoga que «o poder político deve intervir na regulamentação desses espaços de diversão, de modo a que os estudantes não os frequentem tão intensamente.» !!! Não sei se era para ter graça ou se não alcancei a profundidade de tão paternal sapiência que se revela apenas a iluminadas criaturas de elevado coturno intelectual como o senhor que manda na Católica.

Em tom messiânico esta reserva moral do meio Académico Lusitano advertiu que urge tomarmos medidas sérias e por decreto. Aliás, «se o não fizermos, vamos pagar a factura de termos gerações várias que viram o seu período de formação afectado por factores como este. » Ora, para aplacar a ira divina nada como um dízimo bem metido e como Manuel Braga da Cruz vai ser reconduzido no cargo de reitor da Católica vai já lamentando que o Estado não invista mais no seu «convento». Já se está a ver que brevemente vai com uma mão pedir a benção caritativa do Estado e, com a outra, rogar aos nossos piedosos governantes que fechem as portas desses «lupanares» de diversão nocturna que pululam por Lisboa !

Nem um criativo de um anúncio Baccardi teria imaginação para tanto enredo de falsa aparência. Apre...não havia necessidade senhor reitor !

segunda-feira, outubro 4

"o sexo nunca é inconsequente"

Este comentário do Dr. Carlos Falcão Afonso ao post "A NOSSA TELEVISÃO", postado pelo João Nuno, ficou-me todo o dia a rolar na cabeça. Acredito ser absolutamente verdade que sexo "has we know it", e seja com quem for, deixa sempre um sabor, uma consequência, uma marca, se não no outro/a, pelo menos em nós. Sempre tive uma certa inveja das pessoas que conseguem fingir que nada de transcendental se passou, que não vale a pena complicar. Que à partida não será mais nada do que uma orgásmica troca de fluidos e que na despedida, mesmo que se repita, nunca será mais do que uma espera até a uma próxima oportunidade. Não vos vou dizer que não tentei, e nalguns casos avisei de que haveria consequências, e sempre, nos bons ou maus momentos, tive uma leve inveja daqueles que parecem esquecer tudo e tudo lavam com um duche quente logo após se desvencilharem dos lençóis.

domingo, outubro 3

Merecer ganhar

ou de como quem perde com eleições destas somos todos nós

Confesso que ando com muito pouca tolerância para política e políticos. Talvez por estar a editar um número da :ILHAS sobre o tema e perceber a abismal distância que separa a realidade em que vivemos, no que aos políticos e à política diz respeito, e o sonho e o desejo que atravessa o espírito das pessoas. Pelo que me apercebi dos textos que fui lendo andamos todos a desejar uma utopia de governantes sinceros, impolutos e quase monásticos que é, no nosso tempo, perfeitamente inacessível. A campanha eleitoral para o parlamento açoriano que, legalmente, se iniciou nestes dias, mas que na realidade está em marcha à já quase um ano, vai, finalmente, felizmente, entrar na sua derradeira fase. A mim, o sentimento que me enche é de que fosse já amanhã o dia 17 e que acabasse de uma vez por todas este circo, não importa quem seja o vencedor. Não importa mesmo nada. Entre a arrogância e o cinismo destas duas figuras que se apresentam como lideres, entre o leque de nomes que são apresentados como candidatos, entre a festa popular dos cartazes e das faixas e dos outdores e das carrinhas com altifalantes e dos shows de cantores mais ou menos pimba, entre a lógica do insulto e da suspeita, entre a baixeza vil, entre tudo isto como é possível escolher? Quem merece ganhar? Merecemos ganhar nós, as pessoas que vivem nos Açores. Merecem ganhar as nove ilhas deste arquipélago e as pessoas que nelas vivem. Confesso que neste momento não vejo nem em Carlos César, nem em Vítor Cruz, uma ideia para o futuro dos Açores. Só há insulto, só há, desculpem, merda. Queixas, cd's com "ameaças", demagogia, ataques pessoais, nada disto tem a mínima importância para os próximos quatro anos de vida nas ilhas dos Açores, mas não se ouve mais nada se não isto, o miserável e o acessório. Eu gostava de ver discutidas ideias e projectos para os Açores. Ainda não vi nada. Eu gostava de pensar que disto tudo algo podia nascer de melhor para os Açores. Mas não acredito. O grande mal é que com algumas pequenas diferenças o fundo destes dois conjuntos que querem assaltar o governo das ilhas é, apenas, isso mesmo, ganhar o poder. Quem merece ganhar somos nós e não é isso que vai acontecer.

sexta-feira, outubro 1

A NOSSA TELEVISÃO



Apesar de tão elevados préstimos à autonomia insularenga ainda há tantos detractores da nossa RTP-Açores ! Como se sabe esta não é apenas um simples franchising do mega sorvedouro Nacional de verbas do Orçamento de Estado que um Ministro boxeur prometeu liquidar com um drástico K.O. Não! A RTP-Açores é uma 10ª ilha nestas 9 estrelas Açorianas ainda tão distantes entre si...Assim, para aconchego dos lares Açorianos é de prever que, esta verdadeira instituição regional, tenha redobradas cautelas no alinhamento de uma programação transgeracional e multicultural.

Na grelha do dia 1 de Outubro e para a soirée de sexta feira à noite nada melhor do que digerir as sopas com o tão aguardado confronto César versus Cruz, moderado, claro está, pelo árbitro Pedro Moreira. Recordando a prestação deste, nas pré eliminatórias do debate, ficaríamos mais bem servidos com a sua ausência. Com um moderador que nada acrescenta, não provoca, não estorva, não pica e nem morde, mais vale deixar Cruz e César livres para a refrega sem as constantes interrupções que são já uma imagem de marca de Pedro Moreira. Haveria algum suplente capaz de o substituir ? Bem em tempos até houve melhores efectivos(as) que pela graça da «mão invisível» da estatização da RTP-A foram chamados a outras missões.

Antes do debate já se sabe que temos o Telejornal da RTP-Açores, cuja linha «conservadora» é uma referência que, felizmente, ainda anda longe dos desvarios da SIC e das reportagens choque da TVI. Logo a seguir temos a Meteorologia que é também o timing certo para aquele intervalinho,nomeadamente, para uma viagem rápida à cozinha para sacar um snack pois, como se sabe, por estas bandas é sempre «céu muito nublado, com períodos de aguaceiros e eventuais boas abertas». Finda a ficção meteorológica abre-se o espaço para a Informação Desportiva Regional, desta feita com o Troféu que, no essencial, é 2/3 de Futebol da Série Z Açores e 1/3 de Rallyes.

Mas a RTP-Açores não se quer ficar pelo mainstream e depois do debate enche a grelha com espaços temáticos para as minorias incluindo um «Magazine Tauromáquico», que bem poderia passar apenas em circuito fechado na ilha Terceira, e termina pela noite dentro com uma arrojada película sobre «a demencial trajectória de uma professora de piano fascinada pelos universos das pornografia, do sexo inconsequente e pela auto-mutilação »...bem e depois admiram-se da libertinagem que por aí anda ! Por hoje é tudo ... fim de emissão !

NEW KID ON THE BLOG

Soube hoje que há um novo blogger entre nós. Sem qualquer presunção votos de uma longa e próspera carreira na blogoesfera e, ainda, a recomendação amiga de que mantenha o entusiasmo mas com moderação.

O blog do Guilherme Marinho merece uma visita e espero que se torne num must...cá por mim já me seduziu pelo conteúdo, pelo grafismo e, especialmente, pelo post aos poetas surrealistas portugueses, dos quais destaco António Maria Lisboa...hoje continuamos a ter portugueses surrealistas mas estes já não são poetas!

Com o meu azedume costumeiro nota menos para o sistema de comentários mas, hélas, não há bela senão !

THERE WILL BE A LIGHT



Tenho tido como banda sonora destes dias o último dos «Thievery Corporation» que vou entremeando com a mais recente pérola atirada para os escaparates das discotecas...Não sei se será um big hit, mas pouco importa, porque «There Will be a Light» de «Ben Harper» com os «BlindBoys of Alabama» é um momento de música celestial.

Estes BlindBoys são, efectivamente, cegos e já entradotes mas têm muito soul, sendo este CD uma verdadeira teologia da libertação em formato digital. Gospel e reminiscências de blues, sempre embaladas numa irrepreensível slide guitar e ao ritmo de um órgão de missal negro, é quanto basta para vermos a face divina da grande música...Os BlindBoys of Alabama, já se sabe, que apenas a podem ver com o espírito e com a alma...e que alma ! Quem é viciado em música, independentemente, do género ou da idade, não passa ao lado deste magnífico e espiritual CD...