quarta-feira, outubro 31

They´re coming to get you, Barbara !

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"Night of the Living Dead", o primeiro filme de George A Romero lançado em Outubro de 1968, é um filme de culto e o arquétipo do subgénero de thriller que gira sob o nome vulgar de filmes de zombies. Rodado a preto e branco, e com excesso de grão, o filme não é subvalorizado por esse handicap técnico que a nível artístico reforça o espectro maligno de uma noite de terror. Longe dos bacanais de carne e das orgias sanguinolentas dos dias de hoje, Night of the living Dead permanece como um dos melhores filmes de terror de sempre. A rever até à náusea no recato do lar na sessão da meia-noite. Infelizmente...só disponível em DVD ou no Youtube em versão integral AQUI !. O trailer de abertura do post é um aperitivo com a película original e a banda sonora do excelente "28 Days Later", realizado em 2002 por Danny Boyle e com sequela para breve. Para os que preferem o grafismo explícito da cor AQUI fica uma versão colorized do trailer original. "Happy Halloween".
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Reformas do passado e do presente

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Nem sempre as reformas do ordenamento jurídico Português seguiram o exemplo torpe de prestar tributo às mais nefandas iniquidades. Exemplo máximo dessa vil vassalagem ao benefício do lado obscuro do homem foi atingido com a recente reforma do Código Penal. Recorde-se que esta, no malfadado apêndice ao art. 30º, estendeu o crime continuado aos bens pessoais, beneficiando aquele que violar repetidamente a mesma vítima pois terá como "retribuição" uma pena substancialmente mais baixa. Em suma: uma escandalosa Justiça cor-de-rosa ao serviço de um certo lobby de regime que tem como divertissement os mais vis e pérfidos crimes, designadamente, a pedofilia, para a qual o afixo final do art. 30 do C.Penal, - que exceptua que o instituto do crime continuado não se aplica no âmbito dos crimes contra as pessoas..."salvo tratando-se da mesma vítima" – parece ter sido feito por medida em homenagem a casos da estirpe da Casa Pia ou da lupanar garagem do "farfalha". Uma vergonha, - cuja "paternidade afectiva" tem sido discutida mas é seguramente de progenitura Socialista - , ao arrepio das recomendações internacionais em matéria de Direitos Humanos e que nos desonra na comunidade Jurídica Internacional. Mas, em Portugal nem sempre foi assim em matéria de pergaminhos de Direitos Humanos. Com efeito, também em matéria de Direitos Humanos, Portugal já esteve na vanguarda das "boas práticas" em sede de reformas jurídicas e judiciárias. Exemplo maior dessa nobreza Lusitana é o nosso pioneirismo na abolição da pena de morte por força de um modelo iluminista da Justiça. Recorde-se que Portugal aboliu em 1852 a pena de morte para os crimes políticos e, mais tarde, em 1867 para todos os crimes com excepção dos militares cuja abolição foi decretada em 1911. São exemplos deste quilate que Portugal deveria exibir perante a comunidade de Direito e de Culturas que também é a União Europeia. Ora, a propósito da cimeira de Lisboa e do Tratado Reformador da União tem sido alardeada a hipótese de um retrocesso da matriz Constitucional da União. Especula-se até que numa concordância prática, em sede de revisão da Carta dos Direitos Fundamentais da União, se reconheçam as excepções à proibição da pena de morte que estão há muito previstas na Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Espera-se que o Direito Comunitário saiba reconhecer o que há muito foi abolido pela matriz cultural Europeia na qual se inscreve o pioneirismo de Portugal que neste momento detém a Presidência da União. Seja como for a avaliar pela forma como Portugal tem tratado os Direitos Humanos, - e o caso legislado de desrespeito pelos menores continuamente abusados sexualmente é um mau paradigma - , não é de esperar que nessa matéria dos Direitos do Homem possa pregar uma moral que não tem e que é hoje mais um adereço museológico do que uma realidade sociológica e jurídica. Excepto se tivermos por progressista a perspectiva "reformadora" de que o Direito aí está para servir os mais cavernosos criminosos ao invés de servir a Justiça e um projecto de Civilização.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.com

Alta Fidelidade


Ando às voltas com opções para mixar a #playlist. Mas das múltiplas alternativas, à disposição, optei pela mais óbvia de modo facilitar a vida à parceira de serviço. In Our Nature é o novo disco do sueco José González - um dos favoritos no meu ambiente de trabalho.

terça-feira, outubro 30

Reporter X

Ambiente ao que desobrigas *

As polémicas nestas ilhas são facilmente desprezadas. Ou melhor, a esterilidade das mesmas manifesta-se pela volatilidade com que elas se dissipam mesmo antes da notícia ser devidamente explorada. Isto apenas acontece pela ampla profusão noticiosa a que assistimos diariamente no arquipélago (!). Por isso. Por desinteresse (duvido!). Ou por constrangimentos de ordem vária. Uma forte possibilidade.

Tudo isto a propósito da polémica que opôs (opõe?!) o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo - e que é simultaneamente presidente da Associação de Municípios de São Miguel - à presidente da Câmara de Ponta Delgada e sua colega na mesma Associação.

Em todo este episódio senti que o problema ambiental foi relegado em prol da quezília na disputa partidária. O aterro sanitário de São Miguel mais não é, infelizmente, do que uma lixeira a céu aberto e, desde a sua concepção, foi assinalado o seu carácter precário e insuficiente para as necessidades emergentes da ilha, no que concerne ao contínuo e crescente depósito de resíduos.

Segundo os empresários instalados no Azores Park, que agora se afirmam lesados, estes não tinham noção da localização do aterro existente?! Ele sempre ali esteve. E, perante isso, não procuraram garantias junto de quem procedeu à venda das áreas comerciais?!

Em tudo isto, denota-se um profundo desrespeito pelo Ambiente que nos rodeia. É latente um egoísmo e um desinteresse social transversal a quem por direito devia gerir os destinos do nosso desperdício (que temos de reduzir drasticamente!).

A este respeito gostaria de citar Alan Weisman, autor de “The World Without Us”, e que recentemente passou por Portugal: «Sem nós, a Terra sobreviveria; sem ela, no entanto, nós não poderíamos sequer existir».


* edição de 30/10/07 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Pari Passu/Luis Anselmo

coisas realmente...

A propósito de um inquérito iniciado pelo Corta-Fitas e que deu já origem a um fantástico post do Pedro Mexia sobre as mulheres casadíssimas, permitam-me que, e não desmerecendo da Adelaide de Sousa e da Ana Lourenço, ou até mesmo da injustamente não nomeada Sofia Carvalho, vos remeta para a oferta de canais estrangeiros e para Maria Luísa Busi, apresentadora do telejornal da RAI Uno. Tudo isto e em italiano…

domingo, outubro 28

CineClube


2 Days in Paris Marion (Julie Delpy, protagonista de "Antes do Amanhecer" e "Antes do Anoitecer"), uma fotógrafa francesa, vive em Nova Iorque com Jack, arquitecto de interiores. Procurando mais romance, resolvem partir de férias para Veneza, mas as coisas começam a correr mal quando Jack apanha uma gastroenterite. Decidem então ir até Paris, mas em vez de a cidade da luz apadrinhar a paixão ainda estraga mais as férias. Entre os pais e ex-namorados de Marion e a mania de Jack de tirar fotografias a tudo e mais alguma coisa, o casal parece não ter futuro. Será que conseguirão vencer os problemas? (in Público). A ver esta semana no Solmar.

sábado, outubro 27

Alta Fidelidade


A nova # playlist é de gajos (com tudo o que isso for e quererá subentender!). Mas, há quem tenha mikado isto tudo. De qualquer modo a espera deveu-se a outras músicas. E por momentânea indisponibilidade. A música continua com o novo disco de Josh Rouse que toca em Lisboa lá para o final de Novembro.

quinta-feira, outubro 25

ser ou não ser...

Pedro Paixão, num dos seus primeiros romances, escreveu uma frase da qual, por razões óbvias, nunca mais me esqueci – "elas perdoam-te se tentares, mas não te perdoam se não tentares". As "elas" eram as mulheres, mas para o assunto deste post o elas são os Partidos políticos. E são os Partidos porque ao ler a entrevista de hoje do Pedro Gomes ao AO lembrei-me imediatamente desta frase. Ontem por breves instantes ainda julguei que numa jogada estratégica inteligente o Pedro Gomes pudesse ser o protagonista de uma verdadeira terceira via e duma mudança de página no PPD/PSD-Açores. Hoje percebeu-se que nem uma coisa nem outra. Numa pose demasiado intelectual, que repete o guião continental, o Pedro Gomes posiciona-se no xadrez não como Rei, mas como Bispo. Na esperança de num futuro qualquer poder chegar a comandar o resto dos peões. Ao revelar o seu desagrado com os actuais candidatos e não avançando ele próprio, o Pedro Gomes ganha o espúrio estatuto de Barão, mas hipoteca quase em absoluto a possibilidade de ser Rei. Como republicano convicto costumo dizer aos meus amigos que só seria monárquico se fosse Rei, ou se o Rei fosse meu amigo e me fizesse Duque. É que numa república os Homens tem que se provar perante os seus pares, fruto da sua inteligência, da sua coragem, da criatividade, da bravura ou até, por vezes, pela beleza. Numa república não há filhos primeiros e filhos segundos, nem sequer uma ordem natural de sucessão aos tronos do poder. Numa república o que conta é a capacidade de ser grande nos momentos difíceis. E é aqui que entra a frase do Pedro Paixão. O maquiavelismo da entrevista do Pedro Gomes coloca-o num pântano ingovernável dentro do partido, porque se avançasse e perdesse seria perdoado, mas ao ameaçar e recuar para o estatuto fácil de consciência intelectual do partido arrisca a nunca ser perdoado, não só pelo Partido, mas, e mais importante, pelo vasto universo de eleitores do Bloco Central, que escolhem, com o seu voto, quem manda em todos nós. Bem sei que a política dá muitas voltas, mas no fundo a única coisa que as pessoas não perdoam aos políticos é o excesso de calculismo. Perdoam-te se tentares mas não te perdoam se não tentares. Recusando participar na eleição, diminuindo os candidatos, escudando-se numa moção ao congresso, o Pedro Gomes coloca nas mãos de outros agentes a sua ambição política e arrisca-se, na melhor das hipóteses, a repetir o destino de Vítor Cruz: vir a ser, um dia, um bom administrador de um qualquer Grupo Bensaúde que exista na altura. Nada me move a favor ou contra qualquer membro do PPD/PSD-Açores, com a possível excepção da Dra. Berta Cabral, mas da mesma maneira que me preocupa a sucessão dentro do PS, também me interessa o destino do PPD/PSD-Açores. É só por isso que escrevo este post.

quarta-feira, outubro 24

Cumprir Portugal


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"Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal."

Fernando Pessoa.
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A história militar do Século XX Português está juncada de mistificações, mitomanias e de falsos heróis. Em suma: é uma história mal contada. Desde o terrorismo carbonário, que fundou a República através do assassinato do Rei de Portugal, até aos delírios sovietizantes dos militares do PREC, não faltam exemplos de glorificação da infâmia, do mesmo passo que, na sombra, se extingue lentamente a memória dos verdadeiros heróis de Portugal. Conveniências de regime ditaram a imposição dogmática de uma historiografia oficial com a consequente censura de quaisquer leituras alternativas dessa galeria marcial de horrores. Recorrentemente a República Portuguesa legitimou pela força das armas as razões do regime. Foi assim com a legitimação da I República nas trincheiras da I Guerra Mundial e sob o pretexto de salvar o Portugal ultramarino das tentações colonialistas da Alemanha e para, simultaneamente, evitar que a Inglaterra exigisse o ultramar como compensação de guerra acaso Portugal fosse simpatizante da causa germânica. Com efeito, a diplomacia Portuguesa sabia que antes da Grande Guerra, mais concretamente em 1898 e em 1912, a Inglaterra e Alemanha negociaram secretamente a partilha dos territórios ultramarinos de Portugal. Assim, desde a génese da República a "questão colonial" perpassa todo o Século XX Português. Com o advento da República democrática a ruptura com o "regime colonial" faz-se à conta de uma criminosa descolonização. Antecede esta e o 25 de Abril uma "guerra colonial" que tem sido escassamente revisitada com imparcialidade. O recente trabalho de sapa, executado pelo Jornalista Joaquim Furtado, para exumar e resgatar essa história, merece a nossa atenção e expectativa. "A Guerra" (*) é um monumental trabalho Jornalístico que tem o mérito de fazer do telespectador o juiz de dois lados de um conflito que se desenrola em cada episódio. Logo no episódio de estreia, regista-se a coragem de mostrar sem peias que a "guerra colonial" começou à catanada pela UPA dizimando selvaticamente as populações Portuguesas do Norte de Angola. Espanta-nos a forma desassombrada como se desnuda o ódio racial que algumas etnias Africanas cultivavam em relação ao Branco e a tudo o que fosse branco. Reitera-se a convicção de que Portugal foi ludibriado no concerto das Nações e exemplo disso, logo no 1º Episódio da série, é a forma como o "nosso" amigo Americano desprezou o fado de Portugal e como os beneméritos capacetes azuis das Nações Unidas traficaram armas para as UPA! Esta série documental da RTP-1 é também um serviço público e honra a memória dos verdadeiros heróis, Europeus e Africanos, que cumpriram o destino do Séc. XX Português. Após o epílogo desta saga documental que nos promete o canal 1 da RTP fica em aberto o caminho para a história das feridas que ficaram por sarar. Hoje, a Portugal resta apenas a coragem de saber honrar as pensões devidas aos combatentes do Império e cumprir com as indemnizações devidas aos espoliados do Ultramar. Mas, essa é outra guerra que os Senadores desta República não querem combater. Também, aqui e agora, falta cumprir-se Portugal.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
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A série documental "A Guerra" é semanalmente emitida à terça-feira, pelas 21 horas, no canal 1 da RTP.

terça-feira, outubro 23

Alta Fidelidade


Depois do statement maioritário, tempo para a intelligencia. E, no seguimento da deixa do Pedro, ain't no other man & banda como João Peste e os Pop Dell'Arte. Querelle foi reeditado este ano pela Bloop. Ordem para dançar.

segunda-feira, outubro 22

Incontinências

Última Hora: preço do Oxigénio subiu... a tendência é de um aumento gradual. Prevêem-se máximos históricos.

a importância de ser i


iPhone




hi5



post dedicado ao Açoriano Oriental, com um abraço amigo e consideração...

:jornais

(... ) a orla costeira da cidade de Ponta Delgada é hoje uma manta de retalhos e as “Portas do Mar”, como uma nova marginal (louvável), de desmesurada dimensão (questionável), uma máscara para uma frente desconexa e descomposta. Uma máscara para uma frente forçada, com o seu mini “Terreiro do Paço”, antigos armazéns, hotéis e alguns espaços de ninguém.

Em ambos os casos, a Norte e a Sul, a escala é desajustada. Nem num nem noutro há um verdadeiro contexto ou suporte que os justifique e aquilo que os guia, mais do que uma resposta às necessidades verdadeiras de cada local e da própria cidade, é uma espécie de ambição para um qualquer up-grade urbano. Só que a cidade, antes de crescer, deve talvez consolidar-se e, tal como as pessoas, antes de dar um passo, aguentar-se em pé.
Ponta Delgada, paisagem, frentes de mar e território de Sérgio Fazenda Rodrigues na edição de ontem do AO. A reter.

domingo, outubro 21

Top of the Pops




Que eu me lembre, o Marc Bolan foi o primeiro homem que vi de olhos pintados. Coisa discreta, aliás, um simples traço de lápis preto. Nada que se comparasse com os exageros satânicos do Alice Cooper e do Ozzy Osborne, ou com a androginia refinada que o David Bowie viria a desenvolver mais tarde no Ziggy Stardust. O homem pintava o olho como quem usa uma boina à Che Guevara; era uma espécie de understatement político. Os seus detractores procuraram reduzi-lo a ícone do glamour rock, mais imagem do que conteúdo, mas para mim o Bolan foi, na sua cintilação efémera, um dos cometas dignos de registo no céu da década de 70. Tinha uma forma muito especial, quite british, de conciliar o baloiçar da balada com a métrica do rock e um bom exemplo disso mesmo é esta canção, Children of the Revolution, onde aparece magistralmente acompanhado pelo Elton John aos comandos de um Steinway.

sábado, outubro 20

Coisas Realmente Importantes

Perante esta notícia (capa da edição de hoje do Açoriano Oriental) assistimos à secundarização daquilo que realmente importa - o Ambiente. Entendam-se e dignifiquem os cargos que ocupam, sff!..

Alta Fidelidade


Os Belleruche são 1 trio soul»funk»jazz "orgânico" que se socorre do groove do scratch ocasional. Deles não se espera qualquer revolução musical mas são cool q/b. Para quem queira uma audição mais alargada basta uma ida ao sítio do grupo no myspace. E seguimos assim...

:agenda

A menina dança aqui.

sexta-feira, outubro 19

Alta Fidelidade


O frio que vem do norte também aquece a alma. Sipping On Sweet Nectar é o single de lançamento de Night Falls Over Kortedala do sueco Jens Lekman. Para ouvir em hora de ponta...

quinta-feira, outubro 18

Europa e Portugal

No dia em que a Europa veio a Portugal, à boleia da Cimeira de Lisboa, recordo a pena do Grande Eça de Queiroz, e interrogo-me: Será que a Europa ainda reconhece isto?

"Somos o que se pode dizer um povo de bem, um povo boa pessoa. E a nação, vista de fora e de longe, tem aquele ar honesto de uma pacata casa de província, silenciosa e caiada onde se pressente uma família comedida, temente a Deus, de bem com o regedor, e com as economias dentro de uma meia…A Europa reconhece isto: e todavia olha para nós com um desdém manifesto. Porquê? Porque nos considera uma nação de medíocres: digamos francamente a dura palavra – porque nos considera uma raça de estúpidos."
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in "Brasil e Portugal" de Eça de Queiroz nas "Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres"

Desculpe, importa-se de repetir!?

O Presidente da República veio aos Açores. Em quatro dias passou por quatro ilhas. Esteve com políticos, dirigentes associativos e militares. Recebeu o líder do principal partido da oposição. (...)

Carlos Costa Neves na edição de hoje do Açoriano Oriental
Saberá o líder do principal partido da oposição quem é o Líder?!

Alta Fidelidade


Tim Keegan, o lider dos ex-Departure Lounge, na apresentação do seu álbum a solo Foreign Domestic. On a good day... A sequência segue dentro de momentos.

ENGENHEIRO

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capacete de segurança de "engenheiro" com protetor facial e abafador de ruídos > a 85db.
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É já hoje que terá lugar a "grande marcha" de Luta contra a autocracia do Sr. Pinto de Sousa. A frente Sindical que convocou a manif espera agregar magotes de "comunas" (encartados e simpatizantes) no Parque das Nações, numa sublevação contra a política do Governo...e a sua tentaçãozinha totalitaresca de travar e silenciar os "infiéis" que não bebem da mesma cartilha do Sr. Pinto de Sousa. Sabendo que o primeiro-ministro tem escassa tolerância com a oposição e se ofende por pouco quando é alvo de contestação pública, que fazer? Talvez gritar: "Engenheiro"! Eu cá por mim subscrevo esta proposta: (...) para evitar que sua excelência se ofenda: chamem-lhe simplesmente «engenheiro». Vão ver que 70 000 gargantas a berrar «engenheiro» do Rossio até á baixa, dá um efeito surrealista à coisa que não é menosprezável. E, enfim, não se pode dizer que ofenda alguém. Digo eu..." E diz muito bem : chamem-lhe Engenheiro!
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quarta-feira, outubro 17

Aviso à navegação

As 2 vacas no header :ILHAS são da responsabilidade da objectiva de Filipe Franco. Renovo, desde já, a intenção de prevaricar ocasionalmente no banco de imagens do autor... A gerência agradece.

Fazer oposição


Fazer oposição é saber construir uma alternativa. Numa Democracia pluralista a deriva para uma vereda de sentido único, sem alternativas eleitorais, é também a deriva para um regime de partido único. O PSD como maior partido da oposição tem a responsabilidade de facultar aos eleitores o poder de escolherem outro caminho. Não caminhos que se bifurcam para becos sem saída repescando personagens e bandeiras extemporâneas. Só rasgando novas vias contemporâneas, com acessibilidades a uma nova geração de políticas e de políticos, é que o PSD, a nível Nacional e a nível Regional, será capaz de apresentar-se ao eleitorado como alternativa. E essa alternativa é cada vez mais indispensável, porquanto, não restam dúvidas de que as maleitas do principal partido da oposição inquinam a saúde da Democracia em Portugal. É assim indispensável que haja uma permanente reserva de alternativas eleitorais no PSD sob pena de a actual hegemonia Socialista abusar do poder que lhe foi confiado. Espelho dessa realidade abusiva é a actual doutrina de Sócrates que vê em cada opositor, que assim se manifeste, um perigoso conspirador comunista a justificar medidas preventivas policiais com grave atropelo das "liberdades" ! Hoje, o PS que outrora exibia ufanamente essas liberdades de Abril, não hesita em coarctar as mesmas com uma "ditadura do silêncio". O PSD, como maior partido da oposição, tem o fardo, não só de denunciar estas chagas da nossa Democracia, mas também de apontar uma alternativa futura. Em primeiro lugar, a construção desse caminho deve ser feita com efectivo respeito pelo "pluralismo interno", sob pena de o PSD não se diferenciar de um PS onde impera o estilo seguidista do "culto do líder". Em segundo lugar, o PSD tem que desconstruir o falso mito de que ideologicamente são escassas as diferenças de fundo com o PS. Aqui há lugar para um amplo debate, designadamente, saber se é desejável maior ou menor participação do Estado na economia. Depois, haverá lugar para, na prática, se cotejar o mérito dessas opções ideológicas, nomeadamente, apurar qual o estado actual da economia do país independentemente do deficit, se é ou não desejável maior flexibilidade dos vínculos laborais, se devemos ou não privatizar sectores estruturantes da nossa economia - (entre nós o caso da SATA demanda particular atenção do PSD-Açores) - , auditar e ponderar o estado actual do regime de rendimento social de inserção, tutelar ou não com eficácia os desmandos da banca obstando a episódios escandalosos, como o actual folhetim do perdão selectivo de dívidas num dos mais pujantes bancos da nossa praça, enquanto a classe média paga os juros da crise. Estes são tópicos essenciais ao enquadramento da oposição que precisamos e que o PSD deveria assumir em vez de se perder na denúncia pontual ou em projectos megalómanos de uma nova Constituição. Finalmente, o PSD deverá emergir na oposição, com os seus quadros e dirigentes, como um "governo sombra" evitando o desnecessário desgaste do líder em todas as frentes de combate. Também aqui o PSD terá que vincar a sua diferença do PS que não hesita em lançar mão do outsourcing para arregimentar tecnocratas, devidamente "vigiados", para executarem as políticas unilateralmente ditadas pelo líder. Mas, como se sabe, a encruzilhada do PSD é a de encontrar as personagens certas para, no labirinto da oposição, encontrar o fio de ariadne, não para regressar ao passado, mas para encontrar o caminho do futuro e da alternativa de poder.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com

Alta Fidelidade


The Go! Team Doing It Right. Alguém tem de desordenar estes 2.

terça-feira, outubro 16

Reporter X

Em trânsito *

Lisboa. Reencontro os meus locais predilectos. Apesar de tudo parecer igual esta é uma cidade que se reinventa. Primeira constatação - o ar quente e o clima de insegurança. A conversa com o condutor que me transita, que mais não é do que um monólogo em versão fórum TSF, avança para a análise: do estado da nação; dos assaltos que se multiplicam; do orçamento de estado; do governo e inevitavelmente dos políticos. Não lhe dou razão. Mas, o veredicto continua. Chegados ao destino. Pago a corrida. Peço o recibo. Um compasso de espera. O “resmunguinho”. Era um taxista de Lisboa. Há coisas que não mudam.

A capital está em obras. Essa parece ser uma contingência da urbanidade destes dias. Quer na ilha quer no país. O metro é, provavelmente, a melhor opção em termos de mobilidade no que concerne a transporte público. É rápido, é barato e é eficaz.

Neste domingo, à tarde, há um evento que me persegue. Ainda não parei de circular mas há quem ainda não tenha parado de falar – o discurso de encerramento de Luís Filipe Menezes parece não ter fim. Entre as pausas, que impus a mim mesmo, parece-me mais do mesmo. Mais compincha do que companheiro. A falar de renovação mas a refugiar-se na segurança dos ilustres do partido. Parece-me estranho no lugar, não encaixa. Falam dos Açores e da Madeira. A TV fica em Jardim. Açores, outra vez. E aparece Berta Cabral (?!). É um equívoco de realização?! Sai a imagem. E fixam Costa Neves num relance. Parece estar com cara de poucos amigos. O discurso? Atribuir aos Açores e à Madeira total liberdade nos destinos das autonomias (!). A bonomia do discurso de ocasião. Jardim aplaude. Não consigo ver mais. Fui... Vou ao teatro.

Ao inicio da noite uma passagem pelo vício dos discos. Seguido de uma ida ao Bairro Alto para jantar (continua a ser um local de “peregrinação”). A cidade está suja. E o Bairro Alto não é excepção. Actualmente, aparenta ser um imenso graffiti. Em doses e locais apropriados recomenda-se. Não é o caso. Chega a ser excessivo e mesmo um elemento perturbador que gera ruído e poluição visual. De volta ao jantar – impõe-se a conversa com os amigos. Passamos em revista o quotidiano e os sonhos que estão na gaveta. As Ilhas estão quase sempre no cerne da conversa. Ideias muitas. Certezas poucas. O linguado estava óptimo!

A memória é infalivelmente nostálgica.


* edição de 16/10/07 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Lomo Portugal

segunda-feira, outubro 15

Vox Populi

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Chagall - Derriere le Miroir -
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Um "luxo" indispensável
"o preço das tarifas pagas pelos residentes nos Açores mostra que o Governo Regional, e a maioria que o apoia na Assembleia Legislativa, não considera a mobilidade um direito mas, antes um luxo."
Zuraida Soares, no Açoriano Oriental.

É de segunda categoria sim Senhor !
"Face às inúmeras falhas que o novo terminal tem registado, confesso que se deveria chamar "Terminal de Segunda" :"Se é para Portugal use o terminal de segunda".
Paulo Mendes no Açoriano Oriental

A Judite Matrioska
"A Polícia Judiciária goza de um superavit de credibilidade na sociedade muito superior ao da sua capacidade investigatória (...) A PJ, enquanto corporação, gerou interesses próprios e autónomos que em certas circunstâncias entram em contradição com as suas finalidades legais. Em alguns momentos dá a impressão que funciona como um estado dentro do Estado".
António Marinho no Público.

O Inquilino Ribeiro
"o facto foi que os regimes republicanos não concederam mais democracia do que a democracia que amadurecia no regime monárquico que nos faleceu"
Edgardo Costa Madeira no Açoriano Oriental.

Quantos são ?
"Dos oito mil e tal militantes do PSD de Costa Neves, quantos estão "emprestados", ou pagam quotas ao PS de César?"
Estevão Gago da Câmara no Açoriano Oriental.

Depende das Directas !
"Não é politicamente sustentável aceitar-se que para as directas nacionais do PSD apenas podem votar 499 militantes e que para as directas regionais votem os já "famosos" 8.000 militantes."
Pedro Gomes no Açoriano Oriental.

Notabilíssimos

"Notáveis? Notáveis foram os militantes do PSD que se juntaram para organizar esta reviravolta no partido"
Gonçalo Capitão na SIC Notícias

Ghostbusters
"Depois de mais de 20 anos no poder e de mais de 10 anos na oposição, o PSD/Açores passou do síndrome da orfandade política, provocada pela saída do seu líder histórico, para uma espécie de complexo de "casa assombrada"."
André Rodrigues no Açoriano Oriental

...Agora que é Socialista vá filiar-se no pêesse ?
"Lembro-me, como se fosse hoje, que em 1981 me filiei no PSD dizendo que o fazia por não ser socialista."
José Miguel Júdice no Público

quinta-feira, outubro 11

Aviso à navegação

António Gomes de Menezes é o novo presidente da SATA. Via Gacs.

Alta Fidelidade


E como forma de eternizar o actual dinamismo do :ILHAS uma pausa para algo complemente diferente - um exercício nostálgico pela infinidade de memórias avulso disponíveis no universo youtube e pelos múltiplos heróis sónicos dos meus teenage riot years.

“Bom Dia Açores”


O Bom Dia Açores produzido, realizado, e apresentado por um one man show, era e é indispensável ao nosso quotidiano televisivo. Pedro Moura, através da televisão, abria todos os dias uma janela para os Açores reais. Dos arraiais da Terceira, às Festividades religiosas de São Miguel, passando pelas Liras Filarmónicas do Faial, o Bom Dia da RTP-Açores ganhou foros de instituição pública. Pedro Moura, sendo um "castiço", prestava efectivamente um "serviço público". Apesar do remoque de alguma intelectualidade local, e da indefensável desactualização dos décors (circunstância a que era alheio o Pedro Moura), o Bom Dia Açores era, de Santa Maria ao Corvo, o espelho de uma parte substancial da realidade Açoriana. De tal forma popular o Bom Dia Açores encheu o Coliseu Micaelense com uma edição comemorativa da milionésima edição do programa, numa popular festa de solidariedade, após quatro anos consecutivos de edições diárias do carismático programa da RTP-Açores. Uma longevidade e um êxito que constituem um feito notável para uma produção à regional com escassos recursos técnicos e humanos. Efectivamente, visto por este lado do ecrã, imagina-se um staff em permanente frenesim suportando um longo seriado de edições diárias e em directo. Uma máquina de produção. Contudo, visto pelo lado de dentro do estúdio não deixava de surpreender o facto de o Bom Dia Açores ser feito apenas com o Pedro Moura e o camareman de serviço. Seja como for, habituamo-nos a ver e ouvir Pedro Moura com as actualidades locais e, com o tempo, a dar voz à sátira da política paroquial que tantas vezes por cá se pratica. Justo é registar que o fez sempre de modo equitativo e transversal, sem denotar qualquer alvo preferencial. Nessa tarefa foi coadjuvado por outra incontornável celebridade local: José Maria Pacheco e a sua Tia Maria do Nordeste. Perguntar-me-ão qual o préstimo desse produto televisivo? A minha resposta, por certo irmanada com a de muitos outros Açorianos, é a de que tem o valor de se tratar de um produto genuinamente Regional sem sucedâneo. Julgo que é para isso que serve uma estação de televisão Regional. Ao invés, mais valia reduzir a RTP-Açores a um circuito interno de vídeo papagueando a produção televisiva da RTP-Lisboa. Aguardamos pois a reentré extemporânea do "TeleRadiofónico" Bom Dia Açores com Pedro Moura na nova grelha da RTP-A...a surgir lá para meados de Novembro.
João Nuno Almeida e Sousa
Nas crónicas digitais do jornaldiario.com

quarta-feira, outubro 10

Desculpe, importa-se de repetir?!

"Não apresentámos as contas por dois motivos: porque nós somos carolas, não temos o know-how, mas também porque ainda estamos a angariar dinheiro"
A Plataforma Não Obrigada, o maior movimento de cidadãos que participou no referendo à legalização do aborto, foi um dos três movimentos que, tal como o PNR, não apresentaram as contas de campanha devidas à Comissão Nacional de Eleições (CNE). Os outros dois movimentos são o Juntos pela Vida e o Mais Aborto Não. Por esse facto arriscam agora uma multa que pode situar-se entre os cinco e os dez mil euros (no Público de hoje). Também aqui e aqui.

Este tipo de Demagogia irresponsável é inimputável?!

Contra:Informação

O que choca na capa não é a desmontagem da iconografia mítica de Che Guevara, perante a qual não poderia ficar mais indiferente, mas a bonomia com que se desvaloriza e relativiza a figura de Hitler.
E ainda...
(...) há uma certa esquerda que ainda não sabe como viver com a evidência de que cresceu historicamente assente em pilhas e pilhas de cadáveres; e, simétrica a essa esquerda, também há uma certa direita, herdeira recauchutada (e não assumida) da direita autoritária, que não se cansa de tentar iludir que com ela se passou exactamente o mesmo. Os extremos tocam-se. Estão uns para os outros.
A propósito de um Ícone popular e de alguma manipulação simplista...

Eles dizem-se Socialistas... Mas não são!

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No indispensável Tapornumporco está feito o diagnóstico dos Socialistas de antanho. Presume-se que estão em estado pré-comatoso! Então o assalto às liberdades cívicas e aos direitos fundamentais, violados com a mãozinha de pelúcia do Sr. Pinto de Sousa, não repugna a consciência dos nossos partisans da Liberdade ? A ser verdade que já há uma "polícia política" - (porque é disso que se trata e não de qualquer outra polícia para averiguar questiúnculas de delito comum) - a infiltrar-se à paisana nos Sindicatos, mandatada para bufar as actividades subversivas dos "trabalhadores", é caso para perguntar : quem vigia esses vigilantes? Não serão por certo os Socialistas de antanho pois esses, afinal, dizem-se Socialistas … mas não são ! São Socialistas de pechisbeque numa República de quinquilharia. A conferir AQUI

terça-feira, outubro 9

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José Rodrigues dos Santos suspenso de funções
Consequência disto.

Lunch Break

Cavaco has left the building...

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Sua Excelência has entered the building...

Incontinências

Apesar da superficialidade da visita oficial aos Açores a comitiva presidencial arrisca-se a ser presenteada com um bónus.

ÍCONES DO SÉC. XX - # 10

"Fiz um juramento perante a imagem do velho camarada Estaline, que não descansaria enquanto não fossem aniquilados esses polvos capitalistas."
Ernesto CHE Guevara

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Ernesto Che Guevara, ou simplesmente, o homem que era a Revolução. Idolatrado por milhões, imortalizado pela iconografia da Revolução Cubana, o Che incorporou, refinou e difundiu por manual compendiado pelo próprio, o pior da tradição comunista da violência política da América Latina. Ademais, cogitou transformar a sua Revolução em produto de exportação. Felizmente a internacionalização da Revolução falhou.

Mas, o legado de Che Guevara perdura transversalmente. Desde logo, no domínio da Economia, o caricatural Presidente do Banco Nacional de Cuba pós Revolução, em conjugação de esforços com a pandilha capitaneada por Castro, foi depauperando um País que, à data da Revolução, era a terceira maior economia da América Latina. Hoje é, como se sabe, um desastre económico. Não será cometida qualquer injustiça se afirmarmos que os líderes populistas de esquerda, entre eles o beatífico Che, são os principais culpados pelo subdesenvolvimento dos seus Países. Cuba é a epítome dessa depauperização por via da Revolução. Morto Che e moribundo Fidel Castro é com honestidade que se pergunta: Afinal qual foi a Libertação do povo Cubano? Efectivamente o País que Che "libertou" só é ultrapassado pelo Haiti no ranking da miséria Sul-americana ! Apesar de tal realidade ser factual e de nela ser co-responsável Che Guevara a sua cartilha ainda inspira oligofrénicos como Hugo Chávez. Mas esse é o magnetismo inevitável dos mitos. Entre a mitologia que ciranda em torno de Che Guevara quase podemos descortinar uma auréola messiânica e humanista. Como se sabe a história não lhe deu razão e a profecia do Che não se cumpriu. Mas, ainda não chegou o tempo de arrumar Che na mesma prateleira onde estanciam beneméritos "humanistas
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como, por exemplo, Lenin do qual o próprio Guevara era fervoroso devoto. No resto, não o revela o mito, mas não desmente a história, Che Guevara foi um torcionário de muitos Cubanos que não marchavam pela sua partitura. O estágio dessa faceta de carrasco começa com os dissidentes e traidores da campanha de Sierra Maestra. Mas, após o triunfo da Revolução de Castro, é adequadamente Che Guevara quem cuidará de zelosamente cumprir com a pena de morte aplicada aos contra revolucionários. Com efeito, a Constituição Cubana proibia a pena capital mas, logo após a tomada de poder pelos Castristas, a pena de morte é reintroduzida. Cuba transforma-se rapidamente numa ilha-prisão com purgas, presos políticos, repressão, campos de concentração, e claro fuzilamentos. Do vasto rol de inumanidades a Revolução ficou marcada pelo número de execuções sumárias no funesto paredón. Este muro era a última linha para os "traidores" da Revolução executados sumariamente na fortaleza de La Cabãna e sob autoridade directa do magnânimo Che. Em congruência com o espírito da Revolução as execuções, em número incerto, eram perpetradas sem a precedência de um due process of law que isso de Tribunais com Juízes de carreira e Advogados a sério era coisa burguesa, capitalista e importada do grande Satã Imperialista. O certo é que, apesar das críticas das magistraturas superiores Cubanas, Castro ressuscitou a pena de morte e criou Tribunais Marciais e Especiais em Havana com a superintendência do camarada Che para os pelotões de fuzilamento no paredón. Tais factos não são mitomanias e estão amplamente documentados. O próprio Che fazia gala na sua exibição afirmando que "a justiça revolucionária é uma verdadeira justiça; não é rancor ou raiva doentios. Quando aplicamos a pena de morte, fazemo-lo correctamente". Contudo, com a habitual bonomia Ocidental para com os sonhadores do messianismo dos "amanhãs que cantam", Che Guevara tem lugar garantido no altar dos beatos do comunismo Internacional. Veja-se a propósito na excelente biografia, - de tom hagiográfico é certo -, "Che Ernesto Guevara – Uma Lenda do Século" de Pierre Kalfon (Ed. Terramar) a metodologia de branqueamento desses crimes : Perante a evidência de execuções aos magotes Kalfon regista "Foi feita Justiça. Não foi exactamente como Nuremberga, e a depuração foi "razoável".(...) Julgamentos apressados, sem todas as garantias necessárias, isso é ponto assente.".

Razoável é que quem com ferro mate pelo ferro morra. Foi esse o destino de Che Guevara depois de um longo tour pelo Mundo levando o evangelho da Revolução. Numa dessas peregrinações foi encurralado na Bolívia e, à semelhança do que fizera no passado, executado sem apelo nem agravo. Reza a lenda que Che confrontou o seu atemorizado verdugo proferindo as suas famosas últimas palavras: "Dispara, cobarde, sólo vas a matar a un hombre.". Che foi assassinado a 9 de Outubro de 1967 e o seu carrasco não matou apenas um homem. Assassinou soezmente um ícone do Século XX que, manda a justiça reconhecer, morreu na Luta pela fé no evangelho que professava. O seu assassinato foi um duplo erro histórico: por um lado, rebaixou os seus captores (orquestrados pelos Americanos da CIA) ao calibre da "justiça revolucionária" ao arrepio do padrão civilizacional e, por outro lado, fez de Che Guevara um mártir ao invés de o deixar vagarosamente envelhecer numa galeria de decrépitos sacerdotes do Comunismo.

A história deveria ter confrontado Che Guevara com o colapso da Revolução, com as injustiças de uma redistribuição da riqueza que nada cria, com a omnipresença de um Estado que, à conta de uma suposta justiça social no controlo dos meios de produção, extrai dividendos de miséria, e com um sistema de partido único sem lugar para a pessoa humana que é a fonte e a razão da Liberdade. Em suma: a história deveria tê-lo confrontado com a utopia negra da qual foi icónico pregador e responsável de topo pelo cárcere tropical em que Cuba se tornou. Quis o seu fado que fosse imolado como uma lenda martirizada, e obscenamente comparado a um sacrifício Cristão, transformado no local da sua morte em Santo Ernesto de La Higuera ! Descoberta a relíquia dos seus ossos foram os mesmos trasladados para Cuba em 1998 onde Che goza, por enquanto, de culto oficial. Seja como for tem assegurada a sua parcela de eternidade acomodado entre ícones do séc. XX.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

segunda-feira, outubro 8

domingo, outubro 7

VideoClube


Objecto recuperado em DVD depois de uma não-ida à sala de cinema - The Squid and the Whale segue uma linha cinematográfica próxima de Woody Allen e dos seus dramas familiares disfuncionais... Este filme constou de várias listas para os melhores filmes de 2005 e foi nomeado para o óscar de Melhor Argumento Original e premiado no Festival de Cinema de Sundance. Decididamente um vencedor!

sábado, outubro 6

:jornais

Destaque, na edição de ontem do Público, para Mário Cabral - vencedor do prémio literário John dos Passos. Do parágrafo final, de Silvia Caneco/Público, lê-se: «(...) O escritor nascido em 1963, quando "os Açores estavam abandonados numa cápsula de nevoeiro", costuma dizer que nasceu na Idade Média e conheceu o século XX quando foi estudar para Lisboa. Antes de "O Acidente", editado em 2005 pela Campo das Letras, publicou três livros, um de crónicas, "Histórias duma Terra Cristã", um de poesia, "O Meu Livro de Receitas", um romance, "O Livro das Configurações", e integrou várias colectâneas de novos poetas portugueses, entre elas, uma americana e uma mexicana. Descobriu a escrita antes da filosofia. "Aos 15 anos, já sabia que a minha vida seria esta." Por trás de uma escrita moderna, liberal e arrojada, conserva um espírito conservador e religioso. "Ser católico, na minha infância, era como respirar. Morro de susto só de pensar em viver sem a minha fé." Interessa-se por arquitectura e por culinária. Os seus cães são frequentemente personagens dos seus livros. No final do romance assina, antes da data, "Casa das Tramóias". Fá-lo em todos os textos. O lugar não é ficção. Na verdade, diz, é a sua "melhor metáfora". "É uma espécie de ilha dentro da ilha", a casa de família que atravessou gerações (na freguesia, é conhecido como "Mário Tramóia"), com muros altos e grades nas janelas, que "muitos pensam ser um convento". "A casa apanhou-me. Os fantasmas prendem-me lá. Ela vive através de mim. Já não é de pedra, é de sangue."».

O Mário tem sido um profícuo e assíduo colaborador da :ILHAS. Os nossos Parabéns!

Reporter X

Palheiro. Ribeira Grande. 05.10.07. Feriado. Dia ideal para colocar em prática rotinas perdidas. O mar agitado propicia o surf e a recolha de imagens fantásticas no seu ataque à costa. Num dos locais de paragem turística obrigatória na cidade da Ribeira Grande, no qual é possível contemplar uma perspectiva deslumbrante sobre o norte da ilha de São Miguel, o lixo (Big Mac, incluído!) marca posição. Há muito por fazer quando falamos de qualidade (conceito vago que carece de uma explicitação urgente). A qualidade exigida aos turistas que visitam estas ilhas dista, em muito, da qualidade com que tratamos o Ambiente que nos rodeia. E que de forma recorrente apregoamos com orgulho. É inútil e contraproducente afirmar que estamos melhor que os outros e que possuímos uma qualidade ambiental invejável. Assim não vamos lá. Omitir problemas não nos faz progredir. A não ser que o desenvolvimento expectável seja apenas mensurável pelo n.º de leitores de DVD, Playstations e ligações CABO e ADSL por lar?! Será?! Não creio.

sexta-feira, outubro 5

:lisboa

O Palácio de Belém abre as portas ao público para as comemorações oficiais do 5 de Outubro (Dia da Implantação da República em Portugal). Do programa oficial o destaque vai para a exposição de escultura portuguesa contemporânea nos jardins do Palácio, cujo título é “Jardim Aberto” e pretende reunir alguns dos mais importantes artistas plásticos da actualidade. A exposição, comissariada por Filipa Oliveira, conta com trabalhos de Alberto Carneiro, Ana Jotta, Armanda Duarte, Baltazar Torres, Dalila Gonçalves, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, João Pedro Vale, Miguel Ângelo Rocha, Miguel Branco, Pedro Barateiro, Pedro Cabrita Reis, Pedro Valdez Cardoso, Rui Chafes, Sancho Silva e Susanne Themlitz.

quarta-feira, outubro 3

Terminal 2 e outros “luxos”.

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"Foi uma senhora o primeiro passageiro a fazer o check-in no terminal 2. Reservou a sua passagem na SATA, e estreou o balcão de check-in da companhia aérea no novo Terminal 2. À passagem pela porta de embarque foi surpreendia pelo chefe de escala da SATA e pelo próprio Director do Aeroporto de Lisboa, os quais, em nome da Sata Internacional lhe entregaram uma simbólica recordação". Leio este momento de propaganda, - ilustrado com o instantâneo da senhora surpreendida pelo chefe de escala - , bem ao estilo dos apontamentos televisivos do antigo regime, no espaço SATA News, na revista SATA Magazine, entre textos de igual jaez num exercício de auto elogio pela prestação de um serviço público! Mas, o Terminal 2, ao invés do que vai sugerindo a propaganda do regime, não é a oitava maravilha do mundo da aeronáutica. Na realidade, é apenas mais um degrau que se desce no sentido do empobrecimento de um serviço público com tarifas de luxo mas com um serviço low cost.

O Terminal 2 no Aeroporto de Lisboa é, na realidade, uma espécie de estação da Rodoviária Nacional em congruência com o serviço de carreira aérea entre a metrópole e os Açores que, convenhamos, não anda longe da imagem de um autocarro de transporte indiferenciado de passageiros e carga. Ora, sustentando um tarifário de luxo, com previsível indexação à privatização da SATA, porque razão os passageiros em trânsito na ponte aérea Lisboa/Açores não têm também um tratamento de luxo, ou pelo menos, gozam das comodidades proporcionais à exorbitância dos preços praticados pelo cartel SATA/TAP? Com efeito, seria esse o prémio de consolação justamente devido a quem está condenado, por razões de descontinuidade geográfica, a viajar na SATA.

Mas, no cômputo geral, estamos hoje onerados e não consolados por conta de um concurso público que arredou das nossas rotas aéreas outras alternativas. Efectivamente, houve quem oferecesse, em concurso público, idêntica prestação de serviços, mais barata e sem indemnizações compensatórias. Como se sabe, o Estado e a Região, optaram pela alternativa proteccionista, com preços elevados, e com cerca de 87 € per capita de indemnização compensatória a quem faz o frete de nos transportar ! Acresce que, na facturação ainda não vem discriminado o valor das indemnizações que o Estado, por via Judicial, foi condenado a pagar a quem ilícita e ilegalmente foi excluído do concurso público para a concessão da exploração de serviços aéreos regulares entre os Açores e Portugal. Assim, à conta da insularidade que nos traz dependentes, este monopólio perdura e não há tarifas promocionais, com limitação de stock a 10 % dos lugares (!), que nos livre deste jugo.

Contudo, a dar sinal de que é sempre possível outra alternativa, aqui ao lado, na Madeira, uma parceria entre governo Regional, governo da República e investimento privado, promete voos a baixo custo. Da nossa Autonomia espera-se que saiba seguir as mesmas coordenadas, pois a livre circulação de pessoas e bens, a preços justos e em mercado livre, não é um luxo mas um direito que tarda em ser cumprido. Entretanto, esperamos pelo primeiro passageiro desse novo tempo que tarda, mas não falha, e que será certamente secundado por muitos outros. Porventura, quando esse dia chegar talvez o passageiro que opte pela magnificência do tarifário da SATA/TAP terá, por força das regras do mercado, um tratamento personalizado e de luxo sem a vulgata do Terminal 2 e do serviço indigente e de rendimento mínimo com que nos governam.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.com

:blogues



Alegria no trabalho. Via Morel. Promovido aqui.

Incontinências


A luta agora é outra. Via Público.

terça-feira, outubro 2

Reporter X

Herói Acidental *

Sic Notícias. 4ª feira à noite. Emissão casual. Um convidado no estúdio para comentar as eleições do maior partido da oposição.

O convidado não é um qualquer comentarista avençado. Trata-se de um ex-presidente de câmara, ex-primeiro-ministro, ex-presidente do dito Partido, ex-presidente de um clube de futebol, ex-frívolo e fútil, ocasional. Actualmente, exerce as funções de deputado à Assembleia da República e de alguém que "anda por aí..." Nessa noite, de forma aparentemente casual, tornou-se no mais recente herói português pelo facto de ter sido interrompido no seu raciocínio para dar lugar ao directo de um não-acontecimento: a chegada ao aeroporto de outro herói português (anteriormente "idolatrado" pelo comentarista de serviço). Perante tal interrupção, este recusou-se a retomar a sua análise. E, numa jogada ardilosa, inverteu os papéis, transpondo para si as atenções do momento, através de uma síntese espirituosa "...o País está doido".

O noticiário da noite da SIC Notícias produzia um herói acidental. Da blogosfera nacional surgiram os elogios mais improváveis numa repercussão quase sem precedentes. Os jornais deram ao insólito episódio destaque de 1ª página. E, nos restantes serviços noticiosos, outros comentaristas manifestaram opinião face ao sucedido. A atitude foi elogiada por (quase) todos. A SIC aprendeu a lição, disseram uns. Os jornalistas foram mais uma vez os visados. E Santana foi absolvido por instantes.

Perante estes factos, várias questões podem ser levantadas: estará o público saturado da TV espectáculo (noticiários incluídos)? Quais os limites e a relevância do directo? O directo terá sido transformado num vazio inócuo, pouco criterioso e desprovido de sentido? A preponderância do futebol na vida pública portuguesa atingiu níveis de irracionalidade? Será o futebolista milionário mais importante do que um ex-líder governativo? A procura insana pela maximização das audiências pode justificar todas e quaisquer opções editoriais?

Este acto de recusa recolocou Pedro Santana Lopes na agenda. Nada mais acidental para alguém que pretende manter-se "alheado" da notícia ou de ser a notícia. E daí talvez não, senão vejamos: após o sucedido tem sido repetidamente instado a "palpitar" as mudanças ocorridas no partido que liderou e que agora conhece um novo ciclo, de tal modo que equaciona candidatar-se à liderança da bancada parlamentar (!). Uma atitude escorreita para quem anseia por uma postura discreta e é crítico acérrimo dos "trapezistas da política". Certo?!

O espectáculo recomeça dentro de momentos...e é uma desgraça!


* edição de 02/10/07 do AO
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