quinta-feira, maio 4
CHERCHEZ LA FEMME #9
Bettie Page, a.k.a. The Tease from Tennessee
A senhora ainda existe, mas já se retirou da vida artística há muito tempo e, portanto, não levará a mal que revele aqui a sua idade. Betty Mae Page nasceu em Nashville, Tennessee, a 22 de Abril de 1923. Para muitos, o Tennessee é famoso por três ordens de razões: o álcool que lá se destila, de seu nome Jack Daniels (a propósito, as destilarias do Estado vizinho, Kentucky, produzem um bastante melhor, o Wild Turkey); o Festival de música country, que Robert Altman ajudou a popularizar na Europa com o filme Nashville; o estimável Senador Al Gore, vítima romântica do sistema eleitoral americano em 1999, às mãos do colégio eleitoral do Estado da Florida, governado por Jeb Bush, o irmão badofa do George W., que foi parar à Casa Branca com menos votos que o seu competidor directo. Lembram-se?
Falando de coisas mais agradáveis, a Bettie Page foi a Pinup Queen do pós-guerra e, da Coreia à Trafaria, a perfeita encarnação da She-Devil que endoideceu a geração do meu pai, uma geração de estimáveis cavalheiros que se organizavam em Clubes de Fotografia para fixar em sais de prata os seus fetiches imaginários. O corpo de Bettie, que não era loira e tinha o canudo de professora de Inglês, adequava-se que nem uma luva às fantasias dos fotógrafos amadores e foi daí que ela saltou para as capas das revistas, da Playboy à banda desenhada, onde o grande mestre do desenho anatómico feminino, Alberto Vargas, a imortalizou como o ícone flamejante do erotismo moderno. E, de facto, bem vistas as coisas, ao pé dela a Marilyn Monroe parece uma vagem de baunilha, a Madona Ciccione foi lá beber todo o quadro conceptual Sado-maso e até a Uma Thurman, rapariga que levo muito a sério, lhe copia por vezes a franjinha de colegial perversa.
Enfim, sirva ao menos esta posta para restaurar os créditos perdidos da senhora. Uma nota final de alguém que confessa a sua fraqueza pelos lados Bês da vida: The Real Bettie Page. The truth about the Queen of the Pinups, foi das poucas coisas que comprei na pretérita Feira do Livro em Ponta Delgada. Custou-me 0.95 cêntimos e, ainda por cima, era servido em hardcover. Dois vivas à Cultura Popular.
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