segunda-feira, outubro 31

domingo, outubro 30

O caminho

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Herdamos rosas, com mais espinhos do que pétalas, e agora temos que enxertar na estrutura interna desse caule apodrecido novas espécies e estancar a sangria. A crise económica e financeira tem paternidade registada: anos de desvario socialista. De tal gravidade que nos veremos "gregos" para sairmos do buraco para onde nos atiraram com perdulária irresponsabilidade. À mercê de um pesado legado estamos de tal forma à beira do abismo que veladamente já se sugeriu a saída de Portugal da zona euro. Um cataclismo destas proporções seria devastador e aumentaria o risco de falência de instituições bancárias, uma brutal desvalorização da moeda, e uma recessão económica profunda. Este e outros tabus passaram a constar da agenda mediática por força das metas e do ultimatum do memorando da troika.

Porém, reduzir a dívida apenas com austeridade poderá ter efeitos ainda mais perversos pois o caminho que estamos seguindo apenas tem por azimute o horizonte das finanças, esquecendo que o crescimento económico é indispensável à sustentabilidade desse esforço. O ano de 2012 será uma provação para todos os Portugueses e por acréscimo para os Açorianos.

Quem ainda nos governa por cá artilhou o discurso mitómano de que o Governo Regional compensará o mais que puder a nossa economia para superar uma crise financeira para a qual, alegam, não terem contribuído! Curiosos números e estranha alegação! Que dizer do desgoverno económico do Governo Regional dos Açores, por exemplo, nos valores das rendas anuais, acima dos 20 milhões de €uros que vamos pagar pelas SCUT’S ? Que pensar dos milhões atirados ao mar em navios fantasma prometidos, e sempre adiados, ou sem condições de navegabilidade? Que negócio bizarro é esse jogo de azar e fortuna do Casino em que o governo concessionou a respectiva exploração, por sinal a quem "da poda" nada sabia, e agora vem comprar 50% do respectivo capital social para revender aquilo que concessionou?

Estes três exemplos, a que poderíamos somar muitos mais, são sinais de alerta para um possível "buraco" financeiro na região e a certeza de que esta, como boa filial de anos de desgoverno socialista, também vai deixar uma pesada factura por pagar. Por conta dessa factura de saloio deslumbre com um europeísmo que só serve os interesses franco-alemães, a que se soma "a cavilha" que Portugal levou com anos de socialismo, chegamos a este ponto. Vamos todos pagar a factura. Não há volta a dar. É a economia que comanda a vida e não o sonho cor-de-rosa que, aliás, virou pesadelo, que ensombra o nosso quotidiano. Assim, talvez se perceba a necessidade dramática de cortar em prestações sociais para tentar cumprir as metas do défice à medida da troika. Talvez fosse possível evitar este golpe baixo nas expectativas dos Portugueses e, por exemplo, na "função pública", em vez de cortar em todos, cuidar de despedir quem está a mais.

Mas o Estado não é uma empresa privada e soluções deste calibre, infelizmente, são por ora impossíveis e apenas agravariam o défice com o aumento da despesa pública, nomeadamente, com contencioso, indemnizações, rescisões contratuais, aumento de dependentes do subsídio de desemprego, a que tudo o mais se acrescenta um longo e imponderável etc. No fim da linha não há uma luz ao fundo do túnel, mas apenas a certeza que não há corda que tanto estique e que um dia não se quebre. Continuar a cortar na despesa pública, a depreciar os rendimentos de quem trabalha, sacrificando tudo e todos às metas do défice pode ter efeitos perversos. A própria economia demonstra-o, como ciência, que mesmo o aumento de impostos pode, no final, redundar numa diminuição das receitas fiscais na mesma proporção que engrossa a economia paralela. Aproximamo-nos desse risco com a desvalorização dos rendimentos do trabalho, a perda de atractividade do capital, e o constante downgrade da nossa competitividade na União Europeia. Só há um caminho a seguir. O único possível: Trabalhar Mais e Melhor.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 31 de Outubro do Açoriano Oriental

Esta noite

© Fernando Resendes/TM
 
Último dia do festival JAZZORES'11 com um concerto do East/West Galaxy Jumpin’ Trio, constituído Marco Eneidi (saxofone), Donald Robinson (bateria) e por Juini Booth (contrabaixo).

sábado, outubro 29

The Underwater World

Parte do futuro próximo dos Açores está no Mar. Este prémio tem algumas semanas. Fica aqui o merecido destaque.

...Eu hoje deitei-me assim !


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To the center of the city where all roads meet, waiting for you,
To the depths of the ocean where all hopes sank, searching for you,
I was moving through the silence without motion, waiting for you,
In a room with a window in the corner I found truth.

In the shadowplay, acting out your own death, knowing no more,
As the assassins all grouped in four lines, dancing on the floor,
And with cold st
eel, odour on their bodies mad a move to connect,
But I could only stare in disbelief as the crowds all left.

I did everything, everything I wanted to,
I let them use you for their own ends,
To the centre of the city in the night, waiting for you.
To the centre of the city in the night, waiting for you.
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1978 !!!

A FOTOGRAFIA NOS AÇORES


A FOTOGRAFIA NOS AÇORES (dos primórdios ao terceiro quartel do século XX) | CARLOS ENES.
Lançamento hoje, dia 29, Sábado, pelas 17H30, na Academia da Juventude, Praia da Vitória.
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A Câmara Municipal do Corvo deverá dispor dentro de três meses de cópias de uma colecção de 532 fotografias tiradas nos Açores em finais do século XIX, que integram o espólio do Museu Oceanográfico do Mónaco. Esta colecção constitui uma das primeiras foto-reportagens da vida e costumes do arquipélago, incluindo fotos da autoria do príncipe Alberto I do Mónaco.
Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu a partir de 1875. Realizou diversas campanhas nos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Mandou construir o importante observatório meteorológico existente na ilha do Faial, e que tem o seu nome.


Começa amanhã


sexta-feira, outubro 28

...Despertares !

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2012 começará assim !
21.1.12 * CCB * 21.00
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DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO.

A MELHOR ANIMAÇÃO EUROPEIA, hoje, às 21h30, no 9500 Cineclube.
Exibição dos seis filmes nomeados para o Cartoon D`Or 2011 para celebrar o DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO.

quinta-feira, outubro 27

...Ironic

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(...) Passaram-se dias e horas de expediente no escritório e, como era previsível, pelo cálculo das probabilidades, perdeu a aposta que mentalmente fizera consigo próprio. Não tinha tido retorno ao dissimulado apelo do "Call Me" e a gravação em eco metálico no telemóvel informava que aquele número não tinha "voice mail" activado. Ela estava ostensivamente off. Nem resposta a sms, ou a emails, e de nada valera as três voltas que dera junto da alameda de plátanos que guarneciam o café onde ela, noutros tempos, com a pontualidade mecânica de um swatch, comparecia, sempre, às 17 horas para um capuccino e um croissant untado de manteiga com marmelada.


Era uma fantasia pois sabia-a do outro lado do rio Atlântico. Mas ainda assim percorreu aqueles caminhos mergulhado na memória persistente do seu aroma que se desprendia da transpiração da sua pele. Ela estava submersa no espelho de água do seu olhar e ele era incapaz de observar o mar sem pensar no oceano de imprevisibilidades que na vida nos desviam do rumo linear sempre em rota de colisão com as curvas do destino !


Convenceu-se que como boa dominatrice que era, ela também tinha prazer em ser uma excelsa masoquista emocional. Mas, em bom rigor, só podia auto-flagelar-se, e fazer "mea culpa", porque sabia que, ainda que involuntário, ele era um "pleasure delayer". Naquela tarde, ensopado sob o súbito dilúvio que se abatera sobre a costa Norte, abrigara-se junto de um cemitério de campas vazias com estreia, "sine die", mas fatalmente incontornável. Virado de frente para a ondulação que fustigava o Norte, trancou-se em si próprio, e procurou abrigo numa taberna alcandorada no canto da estrada nas cercanias do cemitério. Para aquele improvisado porto de abrigo carregara um saco plástico da loja de conveniência, onde abastecera de carburante, a caminho de nenhures, e onde tinha acomodado a biblioteca itinerante que o acompanhava.


Sempre presente a "Invenção de Morel" como um aguilhão a picar-lhe para partir em busca de uma ilha de evasão. Sempre aquele obsessivo livro e a permanente representação de "Faustine". Sempre a dúvida para quem lia no seu olhar: o que nele seria realidade e o que naquela névoa seria ficção? "Faustine" saberia onde começava uma e terminava a outra. Mas sob tal tempestade só lhe ocorria o poder que "Faustine" tinha de mudar o seu humor e daqueles em quem tocava.


Estava algures, sem remédio, num posto de combustível mas de carburantes etílicos, que ostentava o nome de fantasia "Paradise", em homenagem ao paraíso perdido que a poente prometia o "american dream". Entre um café e uma macieira recordava que também naqueles tristes trópicos, para lá da ilha, no novo mundo, "o paraíso dos homens, tal como tinha sido entrevisto por Colombo, prolongava-se e deteriorava-se simultaneamente no prazer da vida exclusivamente reservada aos ricos". Quem o afirmara fora esse "comuna" do estruturalismo moderno que era Claude Lévi-Strauss. Damn ! Com vista para uma falésia de basalto, lia e concordava com esse ícone do activismo de esquerda o que não era nada bom sinal. Até delirou em comprar uma ruína de pedra ali para aqueles lados do lugar de "João Bom" e dedicar-se à vida mecanizada do campo e das alfaias agrícolas. Um disparate. Ainda maior incómodo sentiu quando no seu caderninho de citações, que folheava sob a violência ensurdecedora da chuva, vira a lápis o implacável axioma de Papini, que em tempos copiara e que com justa malevolência sentenciara : "Os anticomunistas reconhecem, com a sua linguagem e o seu comportamento, que os factos verdadeiramente importantes e dominantes na vida dos povos são os económicos". Sim, afinal o antropólogo franco-judeu tinha razão : "a humanidade está adoptando a monocultura; prepara-se para produzir a civilização em massa, como beterraba". Infelizmente era levado, pela realidade da sua experiência pessoal e dos que vegetavam nas hortas sociais por onde se movimentava, a concluir que essa massificação era uma real trituradora. Tanto era assim que naquele torrão no meio do Atlântico tomava consciência que as pessoas se relacionavam por segmentos. Por exemplo, não lhes repugnava acasalarem com um utilitário, mas casamento só mesmo com topo de gama estandardizado e produzido em série para determinada e exclusiva clientela. Na realidade ambicionavam a materialização de uma mulherzinha troféu, tudo bem plastificado num habitat que pudessem exibir nas redes sociais, arquitectando influências e contrabandeando conveniências. Qualquer desvio dessa curva ascendente resultava em downgrades sociais. Uma lástima preconceituosa aquela terra que tanto amava. Sob a capa de uma falsa tolerância a verdade é que não aceitava a "diferença". Mas quando a "diferença" entrava sem pedir licença porta adentro perceberiam como aquelas torres de marfim, de sólidas convicções sociais, mais não eram do que convenções com a resiliência de castelos de areia. Regressou à memória dos desencontros virtuais e era agora incapaz de apostar se aquele silêncio dela era um resguardo, um defeso intencional ou acidental, como se fosse uma irmã das "carmelitas"? Seria uma forma pouco ortodoxa de gritar: "Stay away" ? Pouco importava, era ele quem pagava a factura de uma aposta perdida consigo próprio. Magnetizou-se no mar que crescia e formava correntes opostas em marés turbulentas no que os "gringos" chamavam de rip tide...Lembrou-se que tinha feito o download do último livro de canções de Beirut e ali ficou a ouvir nos "headphones" “soon the waves and I found the rolling tide / Soon the waves and I found the rip tide”. Para os rapazes do calhau era apenas "mar bravo". Sim, era verdade, a tempestade encapelara-se e junto do calhau os homens, e os rapazes da freguesia, recolhiam ao abrigo mais próximo. Fez pause no mp3 do smartphone e resolveu-se a teclar novamente o número que ela lhe facultara em tempos e que era o único que constava do rol de chamadas perdidas do seu telemóvel. Coisa estranha ! Tinha vontade de a rever mas ela estava longe como o raio e no horizonte apenas pressentia a tempestade tropical que se aproximava. Com um wishful thinking deu por si a murmurar : "até já" !
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obviamente Continua

quarta-feira, outubro 26

WHERE GOOD IDEAS COME FROM

Changing Education Paradigms

...Ironic

(…) "Call Me" era o wishful thinking dele. Substituíra o tv dinner descartável por uma sopa de cenoura e lentilhas weight watchers da Heinz. Preso ao ecrã do computador sentia quão descartável era a sua vida. Era irónico ! Na bolina da sua juventude andara "a navegar na maionese", para usar uma feliz expressão Brasileira importada dum amigo que hedonisticamente sabia viver a dolce vita em temporadas alegres no Rio de Janeiro, e agora, no galgar das ondas da meia-idade, sentia o lastro, o chumbo, o peso da âncora dos dias que passaram, sem que fosse capaz de "Navegar" sob a flâmula lusitana. Por exemplo, na rota do estandarte de um Fernando Pessoa. Mas, ao invés, do desígnio de Pessoa claudicara no desalento da poesia de Al Berto.


Fernando Pessoa, que não sabia nada de navegação, nem consta que tivesse sequer carta patrão de costa, traçara-lhe há muito tempo as coordenadas para a viagem de circum-navegação a si mesmo : "Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas tuas vontades, Procura! Procura sempre o fim de uma história, seja ela qual for." Entre a poesia galvanizadora e a realidade comezinha medeia um mar de escolhos e um cabo das tormentas que nem todos os navegantes têm a arte e o engenho para superar. Teclou no youtube "Sonata de Kreutzer" de Beethoven e fechou a janela dos Blondie no soundcloud. Chovia espessamente de nuvens densas como metal líquido e ele foi recuperar as letras da Sonata, mas pela pena de Tolstói, num livro que deveria ser de leitura obrigatória e tutorial, na educação de qualquer jovem como prevenção geral no desenlace de tanto nó-górdio que seria evitável. Releu o clássico no sublinhado que tracejara : "(…) Esta sonata é uma coisa terrível. E a música em geral. O que é isso ? Não compreendo. O que é a música? O que ela nos faz ? E por que é que faz o que faz ? Dizem que a música provoca um efeito sublime na alma…Mentira, absurdo! Provoca um efeito, um efeito terrível (estou a falar de mim), mas não sublime. Não age na alma de modo sublime nem humilhante, mas de modo excitante. A música faz-me esquecer de mim próprio, da minha verdadeira situação, transporta-me para outro espaço qualquer que não é o meu ; a música parece que me faz compreender o que não compreendo, parece que, com a música, posso fazer o que na verdade não posso." A música que o excitava era outra mas desistiu de ser ele a fazer a chamada telefónica a meio da noite. Seria inútil e ridículo ligar-lhe a desoras convocando fantasmas de um passado que estava já soterrado por camadas sucessivas de partículas do mesmo pó do qual viemos e no qual nos tornaremos. Existiriam sempre silêncios elementares que apostava poderia partilhar com ela … mesmo sem lhe falar a rogar confidência. Coçou as costas e roçou a sua tatuagem e logo se recordou que fora através do maldito Houellebecq que chegara ao sadismo existencial de Tolstói. A propósito da Sonata recordara-se que sublinhara, nas páginas das "Partículas Elementares" o axioma; "olhando para o passado, temos sempre a impressão – provavelmente falaciosa – de que havia nele uma parte de determinismo". Resolveu desligar-se das letras e de sobrecarregar os sentidos com tantas palavras desnecessárias. Perseguia-o a memória de saber que tudo o que precisava era o mundo cuja memória tinha nos seus braços. Era tarde. Resolveu desligar o PC enrolou uma daquelas páginas lascivas de Houellebecq e meteu um filtro da Sonata de Kreutzer e ali ficou, na penumbra, fumando aquele condensado de literatura. Ficou ali imóvel com a certeza de que ela amanhã telefonaria. Ali permaneceu acordado, apreciando o silêncio, apostando que ela lhe ligaria nos dias seguintes




...Continua ?

terça-feira, outubro 25

Para uns a cultura vale muito para outros nada vale


O vale-cultura consiste num benefício de R$50 voltado para aquisição de ingressos de cinema, teatro, museu,livros, CDs e DVDs, o Vale-Cultura é a primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural, visando garantir o acesso às fontes de cultura a um grande contingente de trabalhadores.
Essa iniciativa possui todos os pressupostos para alavancar a economia, podendo arrecadar até R$7 bilhões em investimentos ao ano.
O vale-cultura deverá ser fornecido a todo o trabalhador que receba a quantia de até cinco salários mínimos mensais.

...Ironic

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No glittering da brilhantina e dos debochados casacos de cabedal, justos como uma segunda pele de látex, enquanto Olivia Newton se fundia nos quadris de John Travolta ele, pelo canto do olho, e no escurinho do cinema, tinha uma involuntária aula prática de iniciação à luxúria. Exagero óbvio ! Mas isso apenas o saberia muitos anos mais tarde quando ligasse os pontos ao passado. Mas à data, naquela matinée que lhe tinha caído em repeat, sob uma trunfa platinada e punk antevia a fogosidade do olhar dela e o desdém com que o observava. Um homem também em tempos foi um "puto" e as suas circunstâncias, e naquelas, ele mais não era do que o "empata" que refreava o ímpeto dos amantes com os seus olhares curiosos e inquisitivos. Tudo isto numa matinée inocente sem suspeitar que, à mesma hora, era possível que a geração dos seus pais se preparava para fazer turno na fila para outra fita...mas "rigorosamente interdita a menores de 18 anos" !


Numa terra de "santos" – (e outros tantos "pecadores") - ali ao lado no Cine São Pedro, depois dos "Canhões de São Sebastião", com Anthony Quinn, em matinée não aconselhável a menores de 13 anos, outras peças de artilharia ficariam em sentido, com sessão dupla, do "Garganta Funda" na soirée a dois passos daqueles preliminares tão pueris. Sim só o podiam ser quando por comparação, - e tudo na vida se mede por comparação -, quando a página do pasquim local, no cartaz das sessões de cinema, sob o título do clássico da malograda Linda Lovelace "advertia" : "avisamos o exmo público que este filme é imoral e pornográfico. Com este aviso não pretendemos fazer publicidade, pelo contrário, aconselhamos o público a não ver este filme. No entanto dentro dum conceito de liberdade, para aquele espectador mais exigente, apresentamos o filme com o objectivo de o levar a saber meditar naquilo que deve ou não deve ver". À escala da puberdade não lhe fora dado "saber meditar" sobre o que "devia ou não ver" !? Só se lamentava de não ver mais detalhes dos rendilhados dela quando


a tela do ecrã escurecia com uma passagem menos luminosa. Esse momento era a senha para que o par do lado, "dando-lhe sempre em quente", engrenasse a respectiva caixa de velocidades manual, dando prego a fundo até à curva mais próxima a cada segundo de escuridão que o túnel do cinema consentia. A anos-luz dessa penumbra tinha agora consciência do ridículo daquele teenager daydreaming, e não havia nada mais mainstream, como uma pastilha elástica, do que o "Grease" e o sonho de uma noite de verão americana. Entre discos perdidos encontrara a banda sonora do filme em duplo-vinil. Entalado entre outros discos de época, mais concretamente o "American Prayer", desse intemporal pregador dionisíaco que sempre seria Jim Morrison, e o "Parallel Lines", dessa diva da pop que sempre seria Debbie Harry, ambos de 1978, lá estava a banda sonora do "Grease". Morrison imortalizara-se aos 27 numa morte misteriosa, Debbie Harry desmazelara-se com a idade e fez um obsceno comeback com uma cançoneta em que, entre inanidades, repetia o mesmo refrão : "Maria...you got to see her" ! Patético e deprimente. Tão inútil quanto a banda sonora do "Grease". Porém, não era de todo inútil pois por um acaso, no invólucro de um dos discos, encontrou um recorte da Debbie Harry contemplando o esplendor da sua melhor juventude.


Resolveu acompanhar aquela imagem da "Blondie" com um bourbon...sem gelo como é de Homem. Arrumou o duplo LP com a pastelona banda sonora do "Grease" e meteu-a num envelope do correio que, no dia seguinte, endossaria para ela como um teaser para a memória daquela matinée. Subliminarmente atiçado pela "Blondie" viçosa, e não pela matrona rançosa que regressara "à vida" para compor as royalties da sua reforma, recordou-se daquele single catchy como um canto de sereia lançado na classe de 80. "Call Me" ! "Call me on the line/ Call me, call me anytime/ Call me my love you can call me any day or night/ Call me/ Cover me with kisses, baby/ Cover me with love...I’ll never get enough." Ummm ! O aguilhão da nostalgia picava-o e sentiu a crescer nele o desejo de lhe ligar. Atenuou o mesmo e fustigou-se com uma plangente "Sonata de Kreutzer" de Beethoven. Quando acabasse o bourbon, com ou sem "sonata", fecharia o envelope que lhe remeteria no dia seguinte por correio azul e selado, não com brilhantina, mas com a viscosidade da saliva agridoce aquecida pelo shot de Jack Daniels em saúde e memória à Debbiezinha. "Oi Debbiezinha...lembra do animal ?" Damn ! Essa era outra canção, dum tal Gabriel o Pensador, rodopiando no carrossel da sua memória, mas em fundo, num mashup inconsciente, ficara no arquivo do soundcloud a pancada dos Blondie a provocar-lhe : "Call Me" !
...
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Continua ?

segunda-feira, outubro 24

...Ironic





(...)Num requebro de fraqueza registou-se no facebook e fez-se "amigo" dela. Postou uma inanidade do youtube com um vídeo da classe de 80. Regressou a uma pátria sentimental de terylene e melenas oxigenadas. Retornou a uma estrada de origem, sem regresso possível, ao ritmo dos Blondie num cartucho magnético do tamanho de um tijolo.



Na era do mp3 apenas os "dinossauros" se lembravam do áudio em formato de cartucho magnético! Mas nesse cemitério de decibéis e carcaças de Citroëns, Amis e Dyanes, que agora enferrujavam na sombra de bólides teutónicos, daqueles que passam a abrir na circular, refulgia um retrovisor para um passado em kodachrome. Uma reminiscência para um cândido imaginário desses dias em que tudo estava bem arrumado. Cada necessidade tinha a sua prateleira e, numa simplicidade garrida, recolhia-se instantaneamente a dose requerida à joie de vivre. Mas, na estrada das nossas vidas, sabia que seguimos destinos divergentes e não há fio de ariadne que nos leve de volta ao tempo que ficou suspenso numa ilusão de óptica reflectida num espelho em que os imaginários Citroën Dyane, e outros ícones, cintilam sob o sol da nossa infância. Reflectia sobre isso e colocou na net um postal com um link para o vídeo que talvez a reportasse àquela matinée que recordara num Domingo pardacento e sem história. Mas ela apenas clicou "Gosto" e escreveu "LOL". Ele que não conhecia o acrónimo googlou o mesmo e obteve uma desconcertante resposta. Resolveu "skipar" a mesma e "deletar" a sua existência no facebook. Após várias tentativas falhadas, percebeu que esse era um calvário virtual e sabendo do fetiche conventual dela logo a imaginou a ter fantasias eróticas profanando o confessionário e temeu pelas suas carnes. Damn ! E não conseguia mesmo eliminar a sua id. do facebook.



Na cabine do tempo, numa mélange de desejo e nostalgia, foi transportado para a tal matinée efervescente em que lhe pagaram o bilhete para a função de "pau-de-cabeleira". O filme era viril e destilava óleos ao rugir de rpm´s acima da "red-line". Era fita máscula e embrulhada em cabedal. Untada com graxa q.b. e cromados reluzentes que reflectiam ondas da paixão, consumadas no capô da corruptela de uma mulholland drive, ou difusas no "backseat" de uma estate station wagon "Americana".



A fita era o mais "American Dream" possível, com carburantes afrodisíacos, e voluptuosos pistons em esforço máximo no limite de griparem o motor . Ironicamente, quem estava totalmente desembraiada era ela ! Nem no intervalo desgrudou do piloto que a guiava pelas estradas no limite do precipício, onde poderia se estatelar manchando o calhau negro com o sangue encarnado do vulcão que a alimentava. Como se ele fosse um boy adestrado, e ela uma dominatrice, ordenou-lhe que fosse comprar um pack de amendoins que levou a segunda parte do filme a descascar. O musical era banal mas ela, e o parceiro de ocasião, meneavam-se como se estivessem num italo-porno vintage. Ele, o boy das encomendas e ainda infante, percebeu afinal o que era o "french kissing"...apesar da bobine debitar imagens dançantes de uma América que, na verdade, nunca existiu fora do celulóide...



(Continua ?)






sábado, outubro 22

...Ironic



...
(...)
Continuação

Desde essa sessão de cinema que a perdera de vista. Não totalmente!

Na verdade, frequentemente, com a devoção de um voyeur via-a virtualmente esculpida, como um ícone bizantino, num mosaico de megapixels no monitor do flatscreen. Ela era agora uma celebridade nacional e "comentadeira" regular em talkshows que ele via em zapping.

Mas, na Primavera passada, sem hora ou data marcada, num lugar-comum, cruzaram-se em Lisboa. Na rota de tantas gerações, em trânsito ou exilados, encontraram-se na escala geo-estratégica da esplanada da Pastelaria Suíça. Ele sóbrio e conservador. Ela exuberante e intimidatória no seu cosmopolitismo. Aos cartões-de-visita responderam o costume. Mas depois de aceitar o desafio para um Campari, cortado com Água de Castello, sob a sombra das muralhas de outras conquistas, reconstruíram parte das suas biografias. Respondera-lhe ela, rejuvenescida, que ao fim da terceira fertilização in vitro, com o seu consorte Italiano, tinha sido, finalmente, duplamente agraciada com um par de gémeos que mimava com roupinhas da Dolce e Gabbana Kids.

- "E tu? Como estás?".

Enquanto artilhava uma resposta ele recordava que a primeira criança concebida por F.I.V. nascera em 1978...precisamente no mesmo ano em que estreara o filme! Aquele filme que ela libidinosamente partilhara a seu lado naquela longínqua matinée que recuperava na arqueologia da sua memória. Sorriu com a futilidade da ironia e com mundanidade respondera-lhe que estava "óptimo". Numa mentira de convenção omitira o embaraço de uma derrota: era infeliz a sós em vez de uma solidão a dois, partilhada, com ou sem um par de gémeos !

Falaram de velhas glórias e de um tempo perdido para sempre. Trocaram endereços e contactos, pessoais e profissionais, e ele automaticamente montou a sua máscara de defesa pessoal, com o possível fácies inexpressivo, quando no cartão dela leu a aziaga apresentação: "psicóloga clínica". Apre ! Aquilo era tão alarmante como uma doença venérea e dessa "tribo" freudiana ele preservava-se sempre com cuidado, evitando o contágio de ser scannerizado como objecto de inspiração para divertissement clínico. Mas ela estava distraída. Sob o Sol de Lisboa mostrava-lhe fotos dos gémeos F.I.V., em passarela no IPad, arreados com o dernier cri da moda de Milão. Ele sem prestar atenção aos petizes temeu que o Italian stallion daquelas crianças fosse Siciliano...o que era muito pouco "dolce" acaso tivesse um delírio de ciúmes em plena baixa Pombalina com uma cena de faca e alguidar.

Olhou para o relógio a sugerir que o prazo de validade daquele Campari expirava à medida que o gelo derretia. Entretanto, tranquilizou-se, quando ela deixou cair um suspiro de saudade pelo dito progenitor, Stefano di Rocco de seu nome, algures em Ibiza onde se deslocara para produzir mais um dos seus "documentários temáticos", que ela nunca vira, mas asseverava serem tão alternativos que nem na FNAC os encontraria! Com o IPad na sua mão esquerda ela abriu o browser e com um toque suave do indicador direito abriu uma página azul e branca e falou-lhe nessa coisa "gira" que era o facebook. Ele só conhecia books de papel mas reteve a sugestão. Ela deixou-lhe o endereço nas costas de um cartão antecipando que assim mais facilmente ele navegaria até à sua página.

Passaram-se dias e estações. O tempo quinara e o barómetro prenunciava tempestade no meio do Atlântico. Entretanto imaginava-a colada ao ecrã à espera do próximo episódio. Contemplando cerimoniosamente a chuva e interrogando-se : "What the Water Gave Me" ? Enquanto afagava o pêlo da sua gata Florence. Mas essa era apenas uma fantasia e fatalmente o mais certo é que ela estivesse sob a guarda de um mastim napolitano.



(...) continua

Jazzores'11 » Exposição de Fotografia

Até 31 de Outubro.

sexta-feira, outubro 21

Ironic


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Tinha entre mãos o duplo álbum já carcomido pela patine do tempo e décadas de falta de uso. Entrara Outubro. Procurava nos escombros da existência um disco perdido com uma versão de "Autumn Leaves", pelo imortal Chet Baker, mas colidira com aquela fantasia de vinil. A verdade é que no final do Verão, e no início do Outono, da vida e da meteorologia, ficara sintonizado noutra estação. Em repeat, na sua jukebox caíra a ficha de uma canção pop e aí ficara engatado: "Isn´t that ironic...don’t you think?".

Claro que era! Mas também como poderia adivinhar que assim seria?

Noutros tempos, brilhantes e lustrosos, como aqueles que o duplo LP, em "trilha sonora original", evocava, como o poderia saber? Como poderia compreender as erupções do desencontro e da Saudade que do fundo do oceano da vida, subitamente, se transformam em tsunamis aos quais se sobrevive? Ignorante, e plácido, não conhecia ainda Lisboa, - onde a reencontraria -, muito menos o esquecido poeta homónimo, António Maria de seu primeiro nome, que agora lhe resumia o suspiro: "Se eu o soubesse diria / o quê? / Que vida seria um dia / Para quê?".

Sim para quê? Vivera sempre em delay. Desfasado e desencontrado dela, não por segundos, mas por décadas. Sim! Era irónico, para um náufrago num oceano nada pacífico, que este tivesse sido meteorologicamente o melhor Verão de sempre nos calhaus do meio do Atlântico.

De novo o disco, e o booklet do mesmo, com um rol esquecido de canções. Subliminarmente, naquelas armadilhas que a memória tem engatilhada para as horas menos próprias, na mão, o Lado A de um dos discos de vinil do duplo álbum, na sua mão direita, descansou afinal, e ele desceu, a passo e passo, o labirinto com que se enfeita o passado. Com este, na sua mão direita, regressou a uma alameda esquecida, e nunca revisitada, como um Lado B que sobrou daquilo que em tempos foi uma grande canção. Em flashback involuntário regressou a uma matinée banal, numa tarde sem glória, no já enterrado Cine Victória. Não lera ainda no niilismo de Michel Houellebecq as palavras que literalmente trazia às costas: "a eternidade da infância é breve, mas ele ainda não o sabe!". Mais tarde gravaria a negro aquelas palavras, em caracteres góticos, sobre a espádua direita, numa tatuagem de ocasião feita numa noite de solidão no Bairro Alto, como se fossem um fardo.
...

continua

Corre Emanuel, Corre é exibido na sessão competitiva VIII do Faial Filmes Fest no dia 3 de Novembro. O 9500 é produtor associado deste documentário.

Corre, Emanuel, Corre é uma viagem de aproximação ao universo criativo de Maria Emanuel Albergaria. Baseado / inspirado na exposição / instalação "Uma Casa na Floresta", este filme convida à fruição sensorial de uma geometria de sentimentos.
Programa do FFF 2011

...Eu hoje deitei-me assim !


- "A menina Dança ?"
- "Maintenant non Monsieur.Prefiro a languidez de um encosto num certo l'air du temps.
Na grafonola um disco novo com aromas de antigamente...s'il vous plaît?"
- "Bien sur! Creio que é adequado ao seu toque de "Nostalgia"...um parfum by Veidt ? Uma essência que perdura"


quinta-feira, outubro 20

Agente Provocador



Esta 5ª feira o Agente Provocador convida o sociólogo Paulo Mendes, presidente da AIPA, para nos falar da da 4ª edição do Festival "O Mundo Aqui" e da situação dos imigrantes em tempo de crise, numa emissão conduzida por Herberto Quaresma com João Nuno Almeida e Sousa e Alexandre Pascoal.

A actualidade musical e 'mundana' para ouvir em directo na Antena 3 - Açores, a partir das 22h00, nas seguintes frequências:

S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz

Jazzores'11 » 21 a 30 de Outubro



Toda a programação aqui.

domingo, outubro 16

A soberania da opinião

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A inevitável redução de parte dos rendimentos de 2012, num País que alimenta as "finanças" sem uma "economia" que produza para o que gasta, é a crónica de uma morte anunciada que tarde em se consumar. Cavando mais fundo o fosso do buraco de um Estado insepulto, mas moribundo, o recente corte orçamental para 2012 é o toque de finados que faltava para a quebra de confiança no "contrato social" e uma verdadeira amputação das expectativas dos trabalhadores, dos empresários, e da classe média em geral. Com uma nova vaga de aumento de impostos, reforço da canga fiscal sobre todos nós, e o corte prometido dos subsídios de férias e de Natal para todos os trabalhadores do sector público, é legítimo perguntar-se se este ainda é um governo Social Democrata ?

O que falta cortar a seguir ? Será que o governo da República depois de ensaiar um corte natalício em 2011, qual "Grinch" em versão real e para adultos, além de querer "roubar" o Natal também teve a tentação de "furtar" o réveillon e deixar-nos suspensos na míngua de 2011 ? Infelizmente essa fantasia foi superada pela realidade com a revelação de que 2012 será ainda pior. Na senda da diabolização dos trabalhadores da função pública o governo de Pedro Passos Coelho sentenciou cortes para todos em geral, e em particular para aqueles milionários que auferem mais de € 1000 mensais - (uma escandalosa fortuna) - decretou a perda do dispensável subsídio de férias e de Natal.

Conhecendo a Jurisprudência do Tribunal Constitucional, convenientemente invocada como arma de arremesso contra o anterior governo Socialista, o actual executivo afiança que os valores em causa não estão "perdidos", mas apenas "retidos", pelo menos durante dois anos, e transitoriamente até que Portugal saia da crise que herdou. Retidos onde? Nos "buracos" que se foram cavando com uma gestão danosa e que agora somos todos convocados a pagar? Mas agora à boleia da mais recente Jurisprudência do Tribunal Constitucional, que validou a excepcional redução de salários em 2011, não a considerando inconstitucional por se justificar com a "conjuntura excepcional do país", o Governo decidiu ir mais além. Caucionou-se com a decisão do Tribunal Constitucional, que agora inflectiu de rumo, e afirmou que desde que seja transitória a redução de salários não é inconstitucional ou ilegal porquanto "a prevalência do interesse público na correcção do desequilíbrio orçamental, de acordo com os compromissos firmes do Estado Português, justifica a afectação das expectativas das remunerações". Bem pode o Tribunal Constitucional lavrar doutas "sentenças", para emoldurar nos corredores do poder, mas na rua, e na voz popular, as pessoas sabem, e têm razão, em dizer que estas medidas podem ser de imaculada legalidade mas são perfidamente injustas. Não é verdade que sejam iguais para todos! Veja-se prova dessa desigualdade, por exemplo, em relação aos cortes nos direitos sociais dos trabalhadores do Estado. Por um lado, ferem o princípio da igualdade - (que ainda consta da Constituição não revista) – ao onerar mais, e de forma desmedida e desproporcional, os trabalhadores da Administração Pública a quem se "pediu" um esforço maior do que aos restantes trabalhadores em geral para a recuperação dos défices e da dívida nacional. Por outro lado, penalizam por igual e cegamente, violando o sentido de Justiça, quem sempre trabalhou e deu o seu melhor à causa pública por contraste com aqueles calaceiros profissionais da função pública que são um verdadeiro lastro que se carrega como um pesado fardo. No mesmo "serviço" a "formiga e a cigarra" serão penalizados por igual, sendo que, a quem trabalha vai-se continuar a exigir tudo e a dar-se cada vez menos. Os sacrifícios têm de ser para todos e esse lugar comum devia ser uma matriz para um governo que se afirma Social Democrata. Nem para tal vale dizer, como consolo, que os prémios dos gestores públicos serão congelados até 2014 (!) e que se pondera, à margem de um draconiano Orçamento do Estado, a criação de tectos salariais aos vencimentos dos mesmos (!!). Se é para cortar rente então que o façam de uma vez, "a eito" e para todos, pois este é um País a caminho da Brasileirização social com o handicap de, ao contrário dessa perdida possessão ultramarina, não sabermos por onde fazer crescer a nossa economia. Esse é o grande drama deste ataúde à beira do Atlântico mas agenciado por Bruxelas.

De resto podem tirar o natal, enlutecer a passagem de ano, fechar a fronteira ao subsidio de férias, - previsto tantas vezes para pagar os passivos que sempre se atiram para essa data -, fazerem-nos reféns do défice, e súbditos da "troika", mas nunca deixem que nos tirem a soberania da opinião. Não somos todos "carneiros", nem "coelhos" da mesma cartola, e por isso no meu PSD nem todos pensamos pela mesma "cartilha". Não somos todos iguais e quando assim for é sinal de que a deriva para uma autocracia do capital resvalou para uma ditadura da opinião que apenas consente vozes afinadas por um acéfalo pensamento único.

Um país à mercê das "finanças" e do défice, sem projecto para uma economia nacional, aliás em parte destruída com o patrocínio e subsídio de um europeísmo que tratou de modo igual aquilo que era diferente, é um país que sobrevive a si próprio. A receita para esse mal não passa apenas por um orçamento de "deve" e "haver", mas por uma economia que produza, nem que seja para o mercado interno.

João Nuno Almeida e Sousa na edição de 17 de Outubro do Açoriano Oriental.

Esta noite

Hinrich Alpers estudou com Bernd Goetzke na Escola Superior de Música e Teatro de Hannover e terminou a pós-graduação na Julliard School na classe de Jerome Lowenthal. Já se apresentou em concerto um pouco por toda a Europa, E.U.A. e Canadá, e foi vencedor de vários concursos internacionais, nomeadamente o Concurso «Grieg» (2004) em Oslo, o Concurso Internacional de Piano «Gina Bachaeur» (2006) na cidade de Salt Lake e o Concurso Internacional «Telekom Beethoven» (2009) em Bona. Para além das importantes salas onde se tem apresentado como a Filarmónica de Berlim, a Konzerthaus em Viena, o Centro Cultural Gasteig em Munique, foi aclamado no Carnegie Hall, em 2008, e não ficando indiferente à crítica, no New York Sun foi distinguido com a seguinte frase: «Músico do mais alto calibre. Fiquem com este nome na memória: Hinrich Alpers».

O programa completo aqui.

Missa das 6.

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Esta é a segunda do dia !

...Despertares

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Gospel quanto baste para me fazer ao caminho, passando ao largo do missal do costume, e marchando com destino à renovada purificação nas águas do Atlântico.

sexta-feira, outubro 14

CINEFOLIAS


Que grande indecisão. Não sei se hei-de ir a esta sessão especial em Nova Iorque (um luxo), se à abertura e encerramento do Doc Lisboa (programa de luxo) ou se aceito ser júri no 7º Faial Film Fest na Horta (outro programa de luxo).
De qualquer das formas, seja qual for a minha decisão, fica desde já prometido que escreverei sobre "fitas" nos próximos dias.

EMIGREI


quinta-feira, outubro 13

REAL LIES (continuamos a dar música)

Por falar em música. Berta Cabral disse hoje aos microfones da Antena 1 que "não se espera nenhum buraco nas contas da região".
Não tem sido isso que tenho lido e ouvido das bocas sociais democratas.
Mentimos ou continuamos a dar música ao povo?

Agente Provocador



Esta 5ª feira o Agente Provocador convida o escultor Daniel Oliveira, numa emissão conduzida por Herberto Quaresma com João Nuno Almeida e Sousa e Alexandre Pascoal.

A actualidade musical e 'mundana' para ouvir em directo na Antena 3 - Açores, a partir das 22h00, nas seguintes frequências:

S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz

...Eu hoje deitei-me assim !


A Terra girou para nos aproximar,
Girou ao redor de si mesma e dentro de nós,
Até que finalmente nos uniu neste sonho
Noites passaram, neves e solstícios;
O tempo passou em minutos e milênios
A terra girou musicalmente
Levando-nos a bordo;
Não parou de girar um único momento,
Como se tanto amor, tanto milagre
Era somente um provérbio escrito há muito tempo

Eugenio Montejo.



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em revisitação outonal do Sol
em madrugadas que nos esperam
sempre com banda sonora original e caminhos novos a trilhar.

terça-feira, outubro 11

CONTINUAMOS A DAR MÚSICA.


David Lynch - Crazy Clown Time.
Tema do álbum, com o mesmo nome, que marca a estreia de David Lynch a solo.
O lançamento está previsto para dia 8 de Novembro.
Até lá Crazy Clown Time!

Com os pés na Terra

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Com os pés na terra, justamente, diz o Povo "O mal dos outros não nos serve de bem". Com a mesma franqueza popular, e porque não pertenço à mesma casta, não rejubilei com a anunciada orfandade política da família socialista com a reforma antecipada de Carlos César.Do folhetim do seu futuro político apenas me interessava o episódio em que, perante o Povo Açoriano, se definissem as respectivas personagens das próximas Regionais. Antecipadamente, de modo voluntarioso e com coragem, Berta Cabral assumiu-se como alternativa no boletim de voto dos Açorianos. Do lado do meu elenco a liderança estava consolidada e há muito que estava em construção um projecto de alternativa.

Mas, até à presente data, um tabu alheio, que apodrecia quotidianamente, arredou dos sucessivos castings para as lutas do dia a dia muitos daqueles que, de qualquer forma, fazem da política a sua vida e profissão. À margem daqueles que sempre se refugiaram no discurso redondo, ou no conforto calculista e estratégico do silêncio, estive sempre com aqueles que, independentemente de quem estivesse do outro lado da trincheira, responderam à chamada na primeira linha. Sempre na defesa do seu estandarte e de quem o lidera.

Efectivamente, que coragem existe em só se aceitar ir à luta sabendo previamente quem, do outro lado do ringue, disputa o título de pesos pesados? Que nobreza existe em apenas se aceitar um convite para a festa perguntando, e sabendo de antemão, quem são os restantes comensais e convidados? Nenhuma! Modestamente, mas com orgulho, integro o pelotão daqueles que de Carlos César, em discurso directo, até mereceram o rótulo "guarda pretoriana" - (de Berta Cabral presumo !) – pois, efectivamente, o derrotaram por duas vezes numa eleição "paroquial" e de freguesia mas, ainda assim, simbólica. Com vontade local de mudar e de alternância integramos uma lista do PSD que, pela primeira vez, conquistou a Freguesia da Fajã de Baixo que, como se sabe, simbolicamente era um ex-libris invicto do PS. Derrotamos o PS e derrotamos uma lista que integrava o próprio Carlos César. Numas segundas eleições, já sem Carlos César nas listas, mas em campanha como se estivesse, voltamos a derrotar o mesmo PS que se exibia numas eleições de freguesia com a iluminura de Carlos César fotografado no adro da Igreja ladeado dos seus correligionários. Diz o Povo que "não há duas sem três", mas o facto que importa reter é que não é o adversário quem faz a nossa luta pois, no campo de batalha, esta faz-se com as forças que incendeiam as nossas convicções.

Afinal, razão tinha quem inspirou tantos de nós quando disse que "a política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha." Acrescento que, sem paixão, é um frete de conveniência. Porém, em qualquer Democracia, real ou ficcionada, a política também não vale sem limites e nem tudo se decide sob o império de qualquer César que, em trânsito, ocupe a cadeira do poder. Em contrapeso, de acordo com o pulsar comunitário, há também um império do Direito que coloca o princípio acima da prática e aqui o princípio era mesmo o da limitação de mandatos. Todavia, a prática também terá condicionado a gestão desta decisão política. Com efeito, como se disse, "não há duas sem três", e Carlos César já tinha averbado duas derrotas, políticas e pessoais, nas últimas nacionais e nas presidenciais. Destas levou ainda a certeza de ter em Belém uma "força de bloqueio" a qualquer tentação a alcandorar-se a mais um mandato. O futuro dirá qual o seu legado e o julgamento da história ficará entretanto adiado enquanto não se apurar outro tabu: o real e efectivo estado das contas públicas na Região. Com os pés na terra caberá ao PSD seguir o rumo sereno de construir uma alternativa em 2012 e começar já a nível regional a estruturar as autárquicas de 2013 porque é preciso regressar à nossa Terra.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 10 Outubro do Açoriano Oriental.

domingo, outubro 9

...Despertares

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para "despertar" da vigília e, agitar antes de usar, mais um dia pardacento, nada melhor do que uma "grande malha". Eu sei que é pecaminoso, e devia mas era estar na missa, mas não resisto à tentação deste "afro-tuga-beat" ! Escaldante e dominador como um voodoo electrizante. Download it, na candonga mais próxima, e daqui é directo para o mp3 a marcar, nos "headphones", a pista para o oceano. Talvez pelo caminho, para os lados de São Roque, também se dance nas ruas, decerto com sotaque diferente, mas no sangue é a mesma língua latina.
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Regional politiquismo (toca e foge)

sábado, outubro 8

Não me chamem Sr. Ministro...

E depois, em Portugal, dá nisto:

O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje no Porto que Portugal não tem ministro da Economia.

Minudências da nossa corte política.

E, já que se trata de música...


Seres o Meu Amor, dos Connection
(Letra de Aníbal Raposo e música de Mário George Cabral & Aníbal Raposo)

"(...) Música..., [nas palavras de António Melo Sousa, no poema «Alma Breve», musicado por Mario George Cabral dos Connection] amante primeira, terna e eterna companheira de todas as horas, segredos e silêncios (...)".

Música, do Povo. Com dignidade mas, sem demagogia.

Retratos da vida

Cada vez percebo menos de política. Afinal, pelo que leio e ouço, parece que todos desejavam a continuação. Uns e os Outros!

A isto chama-se dar música ao povo. Pelo menos que seja boa!


Tema de abertura de "Les uns et les autres" - "Retratos da vida" no Brasil -, de Claude Lelouch, 1981

PS: Hoje à noite grande chuva de estrelas!

Vais por aqui. Estás a ver D. Sebastião? Não tem nada a haver!


E pronto!
Afinal, foi a ética que prevaleceu. Contudo, o homem, molecular talvez, resignado e contido também.

A voz quase trémula e o desejo pela escaramuça praticamente aniquilado, este não era, hoje (ontem), o animal político ao qual nos habituamos, durante quase 32 anos.

Hoje (ontem), homem de palavra mas, das palavras, o homem de sempre. Das palavras que parecem ir e vir, construindo a circunstância de todos os outros, dos quais, agora, alguns almejam o dictaphone e treinam habilidades várias, para o circo que se aproxima da cidade.

Coitadas das agências de rating: indispuseram o mundo, fizeram a América espirrar e constiparam a Europa. Dão, portanto, ao homem, a oportunidade de dar o peito às balas pelo seu Povo (Povo à beira de um ataque de nervos, na procura de soluções para evitar o colapso económico-financeiro destas frágeis ilhas, que não se resumem às finanças públicas) e, no entanto, nem a crise o salva, nem ele nos salva da crise.

Aprecio a coragem e valorizo quem pelo couro chora em bica.
Levanto-me por aquilo e ergo-lhe o braço: Eis o verdadeiro estadista! – digo. Que... usa o seu elevado sentido de estado para... recuar? E ficar... a gozar os rendimentos? – pergunto-me, triste.
Enfim, não me preocupo – há de gozar os que a crise lhe permitir.

Insistiram comigo pá e eu estive quase mas, ainda assim: I have to step down. O Kennedy dá-me aqui um jeitão bestial e, ainda fecundo, desacelero o passo. Afinal, I’m no longer a young boy. Deixai, por isso, vir a mim as criancinhas, pois, é delas o reino dos Açores.

Reino do qual republicanamente se retira, como um brigadeiro estelar na reserva mas, moral. Um certo guru da ética, ao qual poderão recorrer todos aqueles que, no exercício das tarefas que lhes forem superiormente distribuídas, virem as suas mãos sujas, como aquelas às quais se referiu, há dias, D. José Policarpo.

Espera lá!
Não sei porque me perdi com estes pensamentos. É que, sem saber bem dentro do que cabem elas, estas são questões internas, com as quais nós não nos devíamos preocupar. Tanto tempo, tanta ansiedade e, afinal, nada disto parece ter a menor importância.

Estarei enganado? Será isto uma ratoeira?
E se há tramoia? Escondida por detrás de tanta moral e bons costumes.

Essa agora, que disparate!
Ele nunca nos trocou as voltas... são as brumas.
Claro! Agora que penso melhor sobre isto... nós temos a rota, temos o mapa e o timoneiro. Ele, na nossa agenda, deixará de marcar e nunca mais nos condicionará.

E o 9500 é parte do paraíso...



Obrigado Ana Cristina Gil pelo quinhão do "paraíso" que nos atribui.

sexta-feira, outubro 7

Os Açores não são a Madeira

Carlos César termina mandato em 2012 e não se recandidata ao governo dos Açores
Ponto.

Qual é o jornal regional que é capaz de publicar 2 páginas sobre o filme "Sangue do Meu Sangue" e que com conhecimento do facto, é incapaz de gastar 50 caracteres para divulgar que o mesmo filme terá projeção na próxima 2ª feira pelas 21h30 no 9500 Cineclube - sala 2 do Cine Solmar - prestando assim um mau serviço aos seus leitores?

(...)
Grande filme português? Sim, sem dúvida. Mas não tenhamos receio de desafiar o nosso complexo de inferioridade e digamos, sem equívoco: grande filme. Ponto.
João Lopes, DN, 4 de Outubro de 2011

quinta-feira, outubro 6

...Eu hoje deitei-me assim !

O que tem descoberto ?
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Anna Calvi
"Que a música pode dar todas as respostas e colocar ainda mais perguntas".

Pedro Cabrita Reis

Para visitar a partir de hoje e até 30 de Novembro na Fonseca Macedo.

Tomas Tranströmer

Lisboa

No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas
Subidas.
Havia duas prisões. Uma delas era para os gatunos.
Eles acenavam através das grades.
Eles gritavam. Eles queriam ser fotografados!

"Mas aqui", dizia o revisor e ria baixinho como um afectado
"aqui sentam-se os políticos". Eu vi a fachada, a fachada, a fachada
e em cima, a uma janela, um homem,
com um binóculo à frente dos olhos, espreitando
para além do mar.

A roupa pendia no azul. Os muros estavam quentes.
As moscas liam cartas microscópicas.
Seis anos depois, peguntei a uma dama de Lisboa:
Isto é real, ou fui eu que sonhei?

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Desde a montanha

Estou na montanha e vejo a enseada.
Os barcos descansam sobre a superfície do verão.
«Somos sonâmbulos. Luas vagabundas.»
Isso dizem as velas brancas.

«Deslizamos por uma casa adormecida.
Abrimos as portas lentamente.
Assomamo-nos à liberdade.»
Isso dizem as velas brancas.

Um dia vi navegar os desejos do mundo.
Todos, no mesmo rumo – uma só frota.
«Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém.»
Isso dizem as velas brancas.

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Tomas Tranströmer - Prémio Nobel da Literatura 2011

RIP



Visionário, revolucionário, inovador, pioneiro - algumas das muitas palavras utilizadas para descrever Steve Jobs.

Morreu Steve Jobs

Foto Blugydesign

Pode até ser um exagero circunstancial mas o Mundo nunca mais foi o mesmo...

terça-feira, outubro 4

ESTREIA NACIONAL


SANGUE DO MEU SANGUE de João Canijo (2011)
2ª feira, dia 10, no 9500 Cineclube [Cine Solmar - sala2]

Limites

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Há limites para tudo. Limites para a desresponsabilização política do PS de César, e dos seus "delfins", pela hecatombe económica cujo fosso se cava cada vez mais fundo numa enorme vala comum onde se enterram falências a esmo. Limites para a repetida falsidade da nossa "saúde" financeira quando "toda a verdade" sobre as nossas finanças regionais está por revelar, escondida que está sob o véu das contas marginais ao orçamento regional por onde "sangram" milhões em sociedades comerciais que mais não são do que um prolongamento tentacular do governo regional. Limites para as paroquiais guerrilhas alimentadas por um culto de personalidade do líder do PS que institucionalmente enxovalham a região como a que, por exemplo, recentemente foi protagonizada pelo Presidente do Governo Regional que não quis representar os Açores, ao lado do Presidente da República, num importante acto de projecção nacional aquando da inauguração do Centro de Estudos Natália Correia, por sinal na Freguesia onde César reside e que tanto alardeia estimar! Com esse afecto enviou um substituto que ficou "aos papéis" e optou pela demagógica inauguração de um lanço das SCUTs que, no caso, mais não se tratou do que "cortar a fita" a meia dúzia de quilómetros de pavimento entre Vila Franca e…Vila Franca!

Limites também para o nepotismo à escala regional mas em registo dinástico, até com subliminar evidência fotográfica, em que o pater e "Querido Líder" César reúne com o filius familiae César, qual "Jovem General", em audiência no âmbito das propostas de plano e orçamento do PS ! Só faltou trocarem flores ao melhor estilo de opereta, num momento que lembra o lado mais piroso da Coreia do Norte, onde as "rosas", como a "kimjongilia", celebram alegremente o nome da família e da corte, quando tristemente a realidade social e económica até murcha qualquer "cravo" mais resiliente. Limites para a desfaçatez deste PS que confunde o partido com o governo e que alimenta um tabu. Limites também para, do outro lado, se prestar atenção ao suspense de um folhetim que não existe porque dele não há que temer em qualquer cenário. Limites pois para a novela e o enredo da sucessão de César como se os Açorianos fossem reféns deste PS feito à sua imagem e semelhança. Citando com inteira justiça um artigo de opinião de Luís Rendeiro no Diário Insular, aqui ao lado na Terceira, e com a propriedade de quem vive numa ilha tarjada de "cor-de-rosa" a verdade é também esta: "O PS de César amordaçou e amedrontou os Açorianos. Tanto, que se fez temer em vez de se fazer respeitar".

Para isto também é preciso pôr um limite. Mas, para lá do que se diz e opina, também há limites legais, que tarde ou cedo, são o sinal de stop a este desgoverno. Limites que nem decorrem daquele que diz magnanimamente ter escrito pelo seu punho a sua própria sentença, como o fez Carlos César, atirando à cara dos Açorianos essa falsa generosidade, com a norma limite para os mandatos do Presidente do Governo Regional dos Açores agora inclusa no Estatuto Político Administrativo da nossa região. Esse limite era já programático desde a revisão Constitucional de 2004 no "princípio da renovação" da nossa Lei Fundamental. Este é também um limite pelo qual "ninguém pode exercer a título vitalício qualquer cargo político de âmbito nacional, regional ou local" razão pela qual, seguindo o texto constitucional, importa "determinar limites à renovação sucessiva de mandatos dos titulares de cargos políticos executivos". Como se sabe não há nenhum tabu quanto à possibilidade de César pater ser recandidato a Presidente do Governo. Apenas uma farsa a que importa pôr um limite.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 3 de Out. do Açoriano Oriental

Mais IVA?



E cá nos Açores, a onde será a reunião?