segunda-feira, fevereiro 28

e o idiota sou eu?

Egyptian tourism wants Oprah
(e, parafraseando os nossos amigos tunalhos "se a Oprah fosse feita nos Açores" talvez dissesse: Eeehhh hóme. Tu não percebes? Qués qu'eu te faça um desenho?)

Egypt's newly-appointed minister of tourism, Mounir Fakhry Abdel Nour, announced he has invited a number of world famous actors and media figures to organize shows and entertainment at Cairo's Tahrir Square. They include Oprah Winfrey, the celebrated American media host.

Oásis?

...


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De todas as lições a retirar do terramoto revolucionário com epicentro no Egipto uma delas é óbvia: ninguém é capaz de prever uma sublevação popular ou anunciar o agendamento de uma revolução.
Essa verdade deve confortar-nos e, seguramente, é também um sinal de alarme para todos aqueles que se arrastam no poder. Analistas internacionais referem como exemplo de imprevisibilidade a queda das autocracias europeias na década de setenta, ou o desmoronar em dominó, no crepúsculo da década de oitenta, dos regimes comunistas e de alguns dos seus satélites. Paradoxalmente foi nessas décadas de 70 e 80 que Moscovo patrocinou e manipulou, sob a sua influência, um modelo de integrismo islâmico que agora ameaça soçobrar.
Uma das causas do rastilho é a perpetuação no poder dos mesmos rostos e das mesmas lideranças. Sinais dessa mumificação no poder não faltam.
Só para citar os mais mediáticos Hosni Mubarak ocupa o poder desde 1981 e o coronel Muammar Qaddafi, com quem Sócrates estabeleceu parcerias económicas (!!!), está no poder desde 1969.
A queda que agora se anuncia pode surpreender mas também serve de sinal para o outro lado da fronteira, até porque 40 anos no poder no mundo árabe é muito menos tempo do que 20 anos de assentamento democrático no poder no nosso mundo.
Mas a verdade é que mesmo no anquilosado e retrógrado mundo árabe a mudança faz-se também por força das novas tecnologias. Estas tornaram impossível, por exemplo, no caso egípcio, reter a informação que tão zelosamente controlavam e monopolizavam. Essa é outra lição a retirar desta convulsão. Outra, que ninguém ainda teve integridade de o fazer, é que a condescendência europeia com esta camarilha permitiu-lhes viver no nosso quintal que agora passa a ser também um problema nosso.
Além disso previsivelmente os 22 países em ebulição, ou em vias de o serem, são todos pertencentes à liga árabe. São ditaduras que sempre contaram com a indulgência conveniente da Europa e dos Estados Unidos. Daí que outra lição fica para a história: afinal Israel tinha razão e é hoje um modelo que porventura até muitos destes manifestantes ambicionam para as suas próprias Pátrias.
Mas tal como as revoluções são imprevisíveis também estes países de matriz muçulmana o são. Recorde-se que em 1979 o Irão passou de uma monarquia progressista para uma república islâmica integrista e que, o mesmo Irão, recentemente em 2009 rechaçou na rua e com sangue uma revolta popular.
A dúvida que importa, e que deixa a Europa em suspenso, é tão só a de saber se desta revolução popular no mundo árabe se plantam as sementes para a democracia ou a serpente do mal feita à imagem e semelhança da irmandade muçulmana? Em terreno tão árido e inóspito aos direitos humanos, à tolerância, e à modernidade, creio que é tempo de começar a lavrar o terreno para a colheita que se espera. Nem que seja num oásis que venha a servir de exemplo ao deserto civilizacional e democrático que domina o mundo árabe e muçulmano.
...
João Nuno Almeida e Sousa na edição de hoje do Açoriano Oriental


domingo, fevereiro 27

To whom it may concern,

A arte de fazer acreditar é difícil e assenta, sobretudo, na arte de comunicar – umas vezes mais e outras menos. Em qualquer uma das situações, essa arte vive dos grandes comunicadores, que sabem como fazer-se ouvir, até no silêncio ao qual muitas vezes se dedicam.

Transportando a visão acima descrita para o modelo democrático em que vivemos, assistimos a uma relação dialéctica entre os “comunicadores” que mandam e os “comunicadores” que, não mandando, são designados (incompreensivelmente, no meu entender) por oposição. De um lado os que incensam o que o poder instituído determina e “manda” fazer e, por outro, os que, na ideia dos anteriores, só vêem o que está mal feito.

Os artesãos (para não lhes chamar artistas) que propagandeiam, a seu bel-prazer, a informação, a desinformação e, até mesmo e muitas vezes, a contra informação, devem carregar sobre os ombros o peso, não o da responsabilidade (porque a sua "arte" assenta na leviandade), mas o da consciência que, propaganda após propaganda, vai aumentando, até se tornar absolutamente insuportável (já todos vimos acontecer o pior).

Coitados daqueles que, na desdita dialéctica, se apresentam com sentido crítico, pois, deles não reza a história. Isso de analisar as coisas, na tentativa de encontrar pontes e pontos de equilíbrio – entre o custo e o benefício, entre as desvantagens e as vantagens –, não serve o sistema.

Que se lixem as populações. Os eleitores é que têm que ser conquistados. E a dinâmica instalada – incentivada e gerida pela disponibilidade financeira que, noutras áreas, acaba por escassear – torna quase impossível o «simples» exercício da cidadania.

No entanto, tudo se torna muito mais fácil para os defensores do regime (seja ele qual for) que até se tornam, aparentemente, mais inteligentes, falando do alto da sua imensa sabedoria, pois, doutrinar as gentes ainda não sortidas neste self-service da política pasquinada é preciso e urge fazê-lo.

É por estas e por outras que quem discorda «só fala mal» e «é incapaz de ver o que é bem feito».

e os Açores continuam na linha da frente(!)

Ricardo Moura é o primeiro piloto açoriano a vencer uma prova à geral do nacional de ralis


Um grande abraço ao Ricardo e parabéns a todos os que tornaram possível esta proeza.
Aqui para mais detalhes

A internacionalização dos Açores...

também se faz por esta via.

Parabéns à Sara Juromito Silva, ao Corpore, à mamã e ao papá.
Parabéns aos Açores.

Filme do Desassossego

Ponto alto na programação do 1º aniversário do 9500 - Cineclube.

Exibição esta tarde, pelas 17h30, no Teatro Micaelense.

sábado, fevereiro 26

Today by the Sea.

...

...
Eu haverei de erguer a vasta vida
que ainda é o teu espelho:
cada manhã hei-de reconstruí-la.
Desde que te afastaste,
Quantos lugares se tornaram vãos
E sem sentido, iguais
a luzes acesas de dia.
Tardes que te abrigaram a imagem,
Música em que sempre me esperavas,
Palavras desse tempo,
Terei de as destruir com as minhas mãos.
Em que ribanceira esconderei a alma
para que não veja a tua ausência,
que como um sol terrível, sem ocaso,
brilha definitiva e sem piedade ?
A tua ausência cerca-me
Como a corda à garganta.
O mar ao que se afunda

...
(Jorge Luís Borges in Fervor de Buenos Aires)

Esta noite



A segunda oportunidade d' A Bela Adormecida esta noite no Teatro.

sexta-feira, fevereiro 25

onde estão os nossos?


"Os ingleses chamavam aos independentistas irlandeses de terroristas. Salazar referia-se aos movimentos de libertação africanos como terroristas. Os britânicos diziam que os apoiantes de Gandhi eram terroristas. E também consideravam os sionistas terroristas. Os sionistas consideravam Arafat um terrorista. E também o Hezbollah. E até todos aqueles que criticam o comportamento de Israel na região. A Fatah diz que o Hamas é terrorista. Para o regime sul-africano Mandela era terrorista e até usou vários dos métodos de combate que hoje são claramente considerados habituais para terroristas.(...)"

Arrastado daqui

A avaliar pelo estado das coisas nos Açores e com o receio - de poder ficar pior - a pairar sobre as nossas cabeças, pergunto: quem nos anda a tramar?
On the road

...

...

"Se eu o soubesse diria ...
O quê ?
Que vida seria um dia.
Para quê ?"

António Maria Lisboa

quinta-feira, fevereiro 24

É oficial



alotarestaurante.com

Agente Provocador



A jornalista Dulce Teixeira é a convidada, desta 5ª feira, do Agente Provocador - com Herberto Quaresma, João Nuno Almeida e Sousa e Alexandre Pascoal.

A actualidade musical e 'mundana' para ouvir em directo na Antena3 - Açores, a partir das 22h00, nas seguintes frequências:

S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz

Cantigas ao desafio

Desafiado pelos sons familiares, recuperei instantes idos. Instantes de um tempo com menos preocupações, onde o mundo era nosso, cabendo no sonho apenas.

“Os Golpes” podem ser um simples “remake”, ou resultado de um “Rock” de raiz portuguesa.

Divertido, lancei a provocação ao vocalista dos “Passos Pesados”*.

“Será que o “Rock” produzido em Portugal tem raízes do nosso folclore, ou apenas são duas correntes musicais distintas?
Ao ouvir o tema ”Arraial” da banda “Os Golpes”, podemos ser induzidos a pensar que haverá uma ligação entre esses dois estilos musicais, e porquê? Pois essa canção consegue transmitir-nos a sensação de estarmos perante uma festa popular, com todos a dançar ao som da música que nos faz bater o pezinho, onde se nota a presença de um ritmo alegre e ritmado. Dado este cenário e sem que o leitor tenha ouvido a dita música, tudo nos leva a crer que estamos perante um “baile de paróquia”, mas ao ligar o volume deparamo-nos com uma das mais promissoras bandas do chamado “Rock Português”, onde o som cru das guitarras se destaca, aliado a uma dinâmica de um som urbano, que caracteriza essa corrente musical. Destaque-se também as palavras utilizadas nesse tema, não sei se em “tom irónico” ou se apenas intencional.
Facto é que estamos perante um tema que apesar de estar identificado como “rock”, nos leva a raízes populares.
Sem arriscar na defesa de que o chamado “Rock Português” tenha raízes no nosso folclore, certo é que o cunho pessoal dos nossos artistas acabe por transportar algo das nossas tradições para um estilo, que surgiu com Elvis Presley e posteriormente com grandes bandas dos EUA e da Inglaterra, que acabaram por globalizar o estilo que, por consequência, acabou por criar simpatizantes e seguidores também em Portugal.
Nos finais dos anos 70 surgem os chamados pioneiros do “Rock Português”, com destaque para Rui Veloso e os UHF, com temas que ainda nos fazem bater o pé, como por exemplo “Chico Fininho” e “Cavalos de Corrida”. Pouco depois aparecem também os “Xutos & Pontapés”, que acabam por cimentar definitivamente a corrente do “Rock Português”. Embora a legião de fãs desse estilo seja bastante significativa em Portugal, o facto é que cada vez mais se caminha para o mediatismo musical, onde diariamente aparecem projectos quase por encomenda, e onde a identidade das músicas por vezes não passam de uma amálgama de estilos musicais, que nem jeito de fusão têm… Mas tudo vale nesta arena.
No início dos anos 90, e na mesma corrente musical, surgem os “Passos Pesados” em Ponta Delgada, aliados também ao gosto musical, das guitarradas puras e intencionais.
Pena minha, é a realidade musical nos Açores ser ainda mais conturbada e de não haver mais bandas do estilo a animar os nossos, “bailes de paróquia”, pois também diga-se em tom de verdade que não é um estilo que todos possam “atingir”.
Aqui sim, e como dizem “Os Golpes”, o folclore está disfarçado de “Rock n’ Roll”. Infelizmente isto é o “prato do dia” no qual a grande parte dos concertos que pelos nossos Açores acontecem são um “arraial”, onde as mulheres se encontram sentadas no muro de jardim, os homens na tradicional “barraca das bebidas” e os putos às corridas, excepto quando aparece um “Grupo Musical” que tenha duas ou três moças, a dançar com uma saia mais curta. Aí sim, talvez o concerto tenha audiência, esta é, a meu ver, a nossa realidade.
Quanto aos nossos jovens, nem comento… No meu tempo de adolescente diziam que éramos a geração rasca. A esta o que se deve chamar?
fica a pergunta no ar…
De uma coisa estou certo: o “Rock” em Portugal não irá acabar. Prova disso são “Os Golpes”, com o seu tema “Arraial”. E muitos mais aparecerão na eternidade dos tempos, a perpetuar um estilo musical que ainda voltará à ribalta.” Toni Pimentel

*

Costa Norte, esta manhã

IX EXPOSIÇÃO DE CAMÉLIAS - Furnas

quarta-feira, fevereiro 23



A «desfolhar» o livro intitulado "COZINHA DIVINA - as receitas de um viajante apaixonado pela culinária" da autoria de Chakall, encontrei esta passagem:

"(...) E também dedicado às mães, às filhas, às avós e às netas:
às mulheres que são maltratadas, machizadas, subestimadas,
denegridas, ignoradas. O meu desejo é que chegue o dia em
que tudo isto deixe de acontecer, porque sem as mulheres não
somos nada, nem sequer existiríamos.
Dedicado também aos homens que não agridem física ou
psicologicamente, que não são tarzans de trazer por casa,
que não desprezem os outros por motivos como o sexo,
o físico, a cor da pele, a religião ou qualquer outra coisa
que nos leve a ver os outros como seres diferentes de nós.
Imagine um mundo monocórdico, sem diferenças,
sem contrastes, sem música, sem sabores e sem cores. Eu não
gostaria de viver num mundo assim.
Como disse um dos meus escritores preferidos, Ivan Klima,
olhar o mundo sempre do mesmo lugar decisivamente
embrutece e certamente não existem verdades absolutas,
embora perdurem mentiras evidentes."

Estranhei. Torci o nariz.
Não esperava ler isto num livro de um «mestre de culinária» mas, se calhar, começo a perceber melhor a razão da «escolha gastronómica» da nossa companhia de aviação, que, é como quem diz: para fugir a tudo isto, viaje na SATA(!) e para os Açores, se faz favor.

30 Anos, Academia das Artes dos Açores

A Academia das Artes dos Açores foi fundada a 5 de Agosto de 1980, então com o nome de Academia Livre das Artes, tendo a sua denominação sido alterada em revisão estatutária realizada em 1995. Em 1989, foi considerada pessoa colectiva de utilidade pública pelo Governo Regional dos Açores.

Desde 1981, desenvolve a sua actividade no espaço da antiga Igreja de Nossa Senhora da Graça, junto ao Largo de Camões, em Ponta Delgada. Este imóvel, pertença da Região Autónoma, é parte integrante do antigo convento seiscentista da Ordem de Santo Agostinho e é actualmente ocupado, para além da Academia das Artes, também pelo Conservatório Regional de Ponta Delgada.

O processo de cedência do espaço da Igreja conventual à Academia das Artes dos Açores foi autorizado por via da intervenção apaixonada de Luísa Constantina - a sua fundadora -, junto do Governo Regional.

No decorrer destas três décadas foram inúmeras as obras de adaptação, remodelação e beneficiação realizadas neste espaço, com o intuito de aumentar a sua funcionalidade. Mais recentemente, em 2001, a Academia das Artes viu a sua área de gestão ampliada, através da cedência de mais cinco salas, após a transferência da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada para as novas instalações, o que veio permitir a melhoria da oferta e das condições dos ateliers desenvolvidos, nomeadamente, de Gravura, de Artesanato, de Pintura e de Teatro/Dança.

A Academia, como é popularmente conhecida, é uma associação sem fins lucrativos que, desde a sua criação, teve e tem como propósitos: o ensino, a formação, a promoção e a divulgação das Artes Plásticas, do Artesanato, do Património, das Artes de Palco, entre outras manifestações de índole cultural.

A ambição de fundir as tradições locais, artísticas e artesanais, com a contemporaneidade foi o fundamento que esteve na origem da Academia das Artes dos Açores e foi amplamente defendido pela sua mentora - a artista Luísa Constantina.

Em Novembro passado, na sessão comemorativa do 30º aniversário da Academia das Artes, foi lançado Um Pacto com as Artes, um livro da autoria da Professora Leonor Sampaio que é, nas palavras de Vítor dos Reis, «(…) uma viagem por trinta anos de vida de uma instituição e (…) um olhar sobre a obra e a personalidade da sua fundadora. (…)». Um registo que conta a «(…) história de uma instituição fundamental da cidade de Ponta Delgada e do arquipélago dos Açores» mas que é, simultaneamente, «(…) uma análise da arte, do ensino artístico e da cultura no período a que se reporta». E através do qual verificamos que o papel da ADA «(…) contribuiu decisivamente para a construção e afirmação dessa contemporaneidade».

O documento produzido por Leonor Sampaio é um instrumento fundamental para a compreensão do Presente.

A Academia já não é o único espaço de intervenção artística e criativa no arquipélago, mas não deixou de constituir-se, para os artistas locais, como um espaço de referência e um ‘porto de abrigo’. Aliás, na génese da sua fundação esteve o despertar da comunidade local para as Artes. Passados 30 anos, este desígnio cumpriu-se, em parte, subsistindo outros por concretizar, sendo que os pressupostos iniciais se mantêm actuais.

Nestes anos têm sido muitos os artistas acolhidos, entre locais e nacionais, consagrados e amadores, num espaço gerido de forma irrepreensível, sobretudo, pelo carácter voluntário e gracioso de quem tem estado à frente dos destinos da instituição.

A maioria dos artistas plásticos que hoje são referência nos Açores passou pela galeria da Academia das Artes, quer como artistas, quer como formadores e, muitos, como dirigentes.

Nesta medida, e como manifestado na reunião plenária de Janeiro’11 da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, pareceu de elementar justiça ao grupo parlamentar do Partido Socialista apresentar um voto de congratulação pelo 30º Aniversário da Academia das Artes dos Açores, realçando o contributo, o ‘inconformismo’ e a importância da Academia e dos seus dirigentes, ao longo destas três décadas ao serviço do ensino e da divulgação cultural nos Açores.

* Publicado na edição de 17 Fev'11 do Açoriano Oriental
** @ Reporter X

terça-feira, fevereiro 22

Ancoradouro

Madalena, Pico, Fev'11
Do outro lado do canal.

...Eu hoje deitei-me assim


Polly Jean Harvey assina em "Let England Shake" aquele que é, so far, provavelmente o melhor disco da sua carreira. Absolutamente brilhante e a merecer escuta em silêncio à medida que vai desconstruindo os alicerces da Old England. Comissionou videos de todas as canções a Seamus Murphy...para já, em teaser, aqui fica Last Living Rose (enjoy it):

domingo, fevereiro 20

Mamma Mia!

The Iron Lady roda por estes dias em Inglaterra. No :ILHAS há quem salive e já o tenha catalogado em soft porn.

Com ou sem trailer oficial, há teasers que dispenso.

sexta-feira, fevereiro 18

Tudo menos parvo

«(...) Sejamos claros: nunca nenhuma canção fez uma revolução. As canções podem acompanhar e incitar a mudanças, mas por si mesmas não criam movimentos sociais de massas. E não há um único disco que sirva de tratado político, por mais brilhante que a mente que o gizou seja - governar implica mais que juntar rimas em três minutos»
João Bonifácio @ Ípsilon a propósito disto. Mas podia ser, muito e bem, sobre isto.

quinta-feira, fevereiro 17

Mais garantias aos consumidores...

... através do Fundo de Garantia de Viagens e Turismo é o ponto forte do novo decreto-lei das agências de viagem, aprovado hoje em Conselho de Ministros.
Este decreto-lei, que transpõe a Directiva Europeia de Bolkestein, tem em vista “proporcionar às empresas e aos empresários deste sector um ambiente mais favorável à realização de negócios”.


Viagem(!), por isso e pela vossa saúde.
E divirtam-se como se não houvesse amanhã.

Fica uma sugestão *


* por me lembrar muitas vezes das conversas com o Paulo Mendes

To Break Free

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A igualdade de género tornou-se numa obsessão que tem contaminado o discurso mediático. Uma bandeira colorida nos dias que correm com fulgor libertário para um igualitarismo utópico em que as diferenças, entre homens e mulheres, serão extintas por decreto, como se por aí se criasse um terceiro género que a natureza ignora. Em dia de amigas e para aquelas que ainda desesperam pela sua emancipação aqui fica um clip clássico...mas já premonitório da inversão de papéis.
...

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Aparentemente, isso dos idiotas é contagioso

Um colunista idiota avalia uma ideia um bocado parva...

"E a canção dos Deolinda chegou ao Parlamento – como se a geração dos recibos verdes e a precariedade do emprego tivessem sido reveladas aos primeiros acordes de "Parva que sou". (...) Mas, como o país está um bocado parvo e desajustado da realidade, estas ideias, um bocado parvas, acontecem."

quarta-feira, fevereiro 16

Paragem obrigatória

A partir de hoje a GFM está entre Lisboa e Madrid.

Photographer. Perfectionist. Loner. Maverick. Visionary.



Bill Cunningham New York
um filme de Richard Press
80 min

“When fashion fans talk about street style these days, they’re likely to drop the names of Scott Schuman, Yvan Rodic aka The Facehunter or Garance Doré . But most of them forget about a true pioneer in this field, 80-year-old New York Times photographer Bill Cunningham, who now gets the credit he deserves in new documentary Bill Cunningham New York.”
- The Independent (UK) (“ New documentary honors streetstyle visionary”)

terça-feira, fevereiro 15

Aviso à navegação

Os agradecimentos ao Mário Nelson Medeiros pelo Mar de Inverno @ Praia de Sta. Bárbara, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel.

Tal e qual as 7 maravilhas nos Açores...


"OPRAH’S SHOW INCREASES AUSTRALIAN TOURISM
The much awaited Australian kick-off of the last series of Oprah Winfrey’s show has had a massive impact of tourism in the country. Thanks to her promotion campaign, the latest numbers are sky high."

pode ler-se no Tourism-review.com e há mais...

"When Oprah Winfrey announced she was only to do one more series of her famous show, heartbroken sighs echoed around the globe. Her wit and humour have won over many spectators over the past 24 years of her show. To make an end worthy of remembering, Oprah chose to kick off in Australia. Many tourist experts eagerly anticipated what kind of impact her choice might make on local tourism and first statistics suggest the queen of American TV has done it again. The industry is about to boom."

... pois é, todos nós conseguimos ver as semelhanças.

ISTO É OUTRA LIGA, dirão os mais ilustrados. E baixemos então os braços, direi eu.

segunda-feira, fevereiro 14

...Eu hoje deitei-me assim !

...

...
Editada no Verão de 1969 esta é um clássico de tantas gerações.
Da minha em particular que nasceu nesse ano.
Uma antiguidade já prescrita para aqueles que têm vergonha dos seus quarenta bem dobrados depois de 69.
Um clássico vintage para outros pois, apesar de levar mais de quarenta no soundbyte de tantas gerações, ainda não perdeu o seu charme. Enjoy it

Produtos regionais

@ Ponta Delgada, 14 Fev'11
O apelo ao consumo de produtos regionais não é, no caso deste anúncio, para ser levado à risca.

domingo, fevereiro 13

Victor Cruz.

...
Honrar os antepassados. Garantir a eternidade nos filhos cujo futuro se deixa orientado. Dar o seu melhor à Terra que é a nossa Pátria. Essa é a suprema missão de um Homem.

Quem não gostaria de ter as páginas da sua biografia marcadas com essas conquistas ? Victor Cruz, prestando homenagem à etimologia do seu nome, alcançou essas victórias na maratona da vida onde tantos perecem pelo caminho. Mais do que a trilogia banalizada de fazer um filho, escrever um livro, e plantar uma árvore, - (não necessariamente por essa ordem) -, o patamar que Homens como Victor Cruz transcendem é um exemplo cuja glória qualquer um de nós gostaria de replicar.

Victor Cruz personificou e deu voz a um vibrante sentimento popular de Açorianidade, que nunca escondeu um exacerbado patriotismo pela nação Açoriana, onde quer que ela estivesse. Depois do Verão quente de 75, e do ímpeto independentista aguçado pelo 6 de Junho, Victor Cruz manteve a chama do orgulho regionalista Açoriano muito depois de outros a terem trocado, na feira da ladra mais próxima, pela conveniência do colaboracionismo com os verdugos de outrora, por sinal, à data, filiados no mais visceral centralismo.

Essa flamejante alma Açoriana perpassa pelas páginas do recente apontamento biográfico de Victor Cruz editado pela "Publiçor". É uma viagem emocional a um passado dourado com a nostalgia em que o compromisso com a Pátria não tinha meio-termo: "Açores, ama-os ou deixa-os". Era assim, sem transigir, que se defendia a bandeira Açoriana. É também uma memória de uma vivência que já se perdeu nas cidades modernas. Sem a parafernália da aldeia global, em que paradoxalmente vivemos cada vez mais isolados, naqueles tempos, o convívio era uma forma de vida. Era assim, por exemplo, nas tertúlias que "nos Açores em geral, são um dos hábitos mais arreigados, de muitos intelectuais que se juntam em cafés, à hora do pequeno-almoço para porem em dia os enredos políticos, trocarem impressões sobre o que dizem os jornais, os livros que se publicaram",...enfim, o Mundo.

Esse mesmo Mundo para onde partiram tantos Açorianos e que tanto apoio tiveram em Victor Cruz, como emérito profissional do Consulado dos Estados Unidos que, com a sua bonomia e dinamismo, foi seguramente um farol de esperança em dias tão negros. Esse mesmo Mundo que Victor Cruz trouxe aos Açores com os dias da rádio, na banda sonora do Solar da Graça, no Carnaval igualitário do Coliseu, e até no pioneiro e irrepetível show de variedades "Açorianíssimo".

Tudo isto sempre ao serviço dos Açores e do seu Povo como atesta ainda hoje o legado que deixou com o Centro do Emigrante Açoriano, ou na afirmação das Grandes Festas do Senhor Espírito Santo em Ponta Delgada, "como uma marca distintiva e unificadora de todos nós", para remoque de muitos, especialmente após a recuperação desse "Império do Divino Espírito Santo" pela mão da Dr.ª Berta Cabral com a aceitação popular que se conhece.

A biografia de um Açoriano desta estirpe não se arruma em 82 páginas, tantas quantos os anos bem vividos de Victor Cruz mas, ainda assim, é um justo e fraterno reconhecimento de um amigo. Foi o que fez o Dr. Carlos Melo Bento, cuja própria biografia seria um subsídio para a memória de um tempo que ainda vivemos.

João Nuno Almeida e Sousa na edição de hoje do Açoriano Oriental.

e amanhã é 2ª-feira

e porque hoje é domingo

"Não gostei e, portanto, acabou-se."(!)*


Homens de fibra estes açorianos. Homens que dão tudo pela sua terra.

Mas a política - diz-se - é uma coisa feia, feita por pessoas lindas (há algumas feias também mas, não vêm para o caso).

Contudo, há duas coisas muito importantes a reter: Os Açores têm ganho com as pessoas boas - que têm apoiado os sempre-em-pé da política. E os sempre-em-pé da política vão-se fazendo com elas e desfazendo-se delas, quando a eles aquelas já não interessam.

Os cidadãos não são parvos. Podem «abster-se» de uma participação mais interventiva na política, porque percebem que isso só «dá pão para alguns» mas, sabem também que cidadania não se resume a isso apenas (como alguns querem fazer crer para não perderem a legítimidade no exercício do poder).

Mas, o pior para os sempre-em-pé da política são os idiotas.
Os abomináveis idiotas são aqueles tipos que não abrem mão das promessas feitas ao eleitorado.
Os insuportáveis idiotas são aqueles atoleimados que querem contribuir - com todas as suas forças - para a melhoria das condições de vida das suas gentes. Das gentes que o viram crescer e lhe vaticinaram um futuro risonho.

Mas, os idiotas são uns gajos porreiros, até servem para bodes expiatórios. Pois, os sempre-em-pé da política sabem que o povo delira com cabeças a rolarem. Não importa de quem. Não importa quando. E também não importa como.
Os sempre-em-pé da política sabem que, de quando em quando, é importante fazer sangue e há que fazê-lo com quem cuja ausência não enfraqueça o sistema.

Vem isto a propósito da entrevista de Fernando Menezes, no Grafonola e no AO, na qual confessa que não esperava ser substituído. Daquela maneira, digo eu.

* a exclamação é minha.

sexta-feira, fevereiro 11

R.I.P.

A propósito de uma entrada do MEC sobre a celebração da vida e do tempo que nos separa da morte. Paz!

quarta-feira, fevereiro 9

Açores que futuro? (estou tão farto desta pergunta)


foto daqui

Acredito que este tempo é de mudança.
No entanto, todo o tempo é tempo de mudança.

Estaremos nós a falar de uma visão diferente?
Estaremos nós a falar de abordagens diferentes?

A quem interessa tudo isto?
E, à espera que muitos se sintam desafiados a responder,
interessa até que ponto?

Memória



Em exposição até 06 Mar'11 no MCM.

terça-feira, fevereiro 8

Casa de São Bento demolida

Foto Rita Dourado, 06 Fev'11
Uma reflexão de Isabel Albergaria sobre o Património que nos assiste e pelo qual devemos pugnar.

As evidências em jeito de conclusão: «(...) nem todo o edificado de um centro histórico como o de Ponta Delgada tem que ser mantido. Muitos dos seus edifícios não têm carácter histórico ou arquitectónico que mereça a sua conservação, desde que uma arquitectura qualificada os venha substituir. Por outro lado, nos casos em que se justifique o cuidado pela manutenção, é preciso entender o edifício como um todo, o corpo inteiro e não apenas um rosto».

A 'fachada' é, infelizmente, aquilo que cada vez mais importa. Infelizmente!

segunda-feira, fevereiro 7

Representante da República assina diploma que alarga compensação às autarquias

Pois, não "não interfere com a autonomia financeira", não "impõe" e "permite que sejam as autarquias a tomar a decisão".

O 'ónus' está em cada autarquia decidir pela sua aplicação. Dizer o contrário, isso sim, é 'maquiavelismo'.

Maquiavelismo à regional

...
Em voluntariosa fuga para a frente o PS Açores patrocinou recentemente um projecto de Decreto Legislativo Regional para alargar a remuneração compensatória aos funcionários das Autarquias Açorianas. Tudo isto com inusitado pedido de urgência e dispensa de exame em comissão como seria, aliás, recomendável.
Na sequência da discriminação avulsa e arbitrária que introduziu no Orçamento Regional, com a remuneração compensatória, o PS Açores, e demais aliados de conveniência, quer agora alargar o dito "subsídio" também às autarquias Açorianas, como se estas fossem tuteladas pelo governo regional. São níveis diferenciados da Administração e, por enquanto, com tutela também diferenciada. O projecto de Decreto Legislativo Regional é assim um presente envenenado e um precedente preocupante em matéria de arquitectura Constitucional das relações institucionais com o poder local. Sem qualquer concertação social, ou mediação dos parceiros eventualmente representativos dos trabalhadores abrangidos, o projecto foi apresentado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Oportunamente esse projecto será aferido por quem de Direito quanto ao seu mérito Constitucional e à sua bondade legislativa. O diploma, com excepção da norma referente à sua entrada em vigor, resume-se a dois artigos. Basicamente refere que aos trabalhadores das autarquias locais "sediadas" na Região "cujas remunerações totais ilíquidas mensais, se situem entre os € 1500 e os € 2000 é garantida uma remuneração compensatória igual ao montante da redução remuneratória efectuada por força daquele Orçamento", sendo este naturalmente o Orçamento do Estado. Idêntica disposição é prevista para aqueles trabalhadores que tenham direito a vencimento ilíquido superior ao referido intervalo. Significa isto que se, por um lado, os Municípios Açorianos estão obrigados ao cumprimento das normas do Orçamento do Estado, por outro lado, ficam sujeitos, por diploma regional, a incorrerem no aumento da despesa que os cortes orçamentais visam implementar ! Um absoluto paradoxo. Bem sabemos que o despesismo não mora aqui, mas o facto é que o projecto de decreto regional também não clarifica como será paga a factura de excepcionarmos o Orçamento do Estado do qual, aliás, dependem sobremaneira as autarquias locais em geral. Efectivamente, apenas se diz que a remuneração compensatória em causa é atribuída pelos respectivos "serviços processadores das autarquias locais" ! Como e em que termos é matéria de insondável mistério.
Ao arrepio da tradição da imperatividade da lei ainda se refere que "compete aos órgãos das autarquias locais sediadas na Região Autónoma dos Açores a decisão da atribuição da remuneração compensatória nos termos do presente diploma". Que órgãos e que termos? Pergunta pertinente quando esta é matéria na qual o Governo Regional inovou sem cuidar das minudências dos respectivos procedimentos para processar tais verbas. Trata-se de um acto de manifesto maquiavelismo devolvendo aos executivos camarários em causa o ónus da respectiva responsabilidade financeira. Este projecto é um extravagante texto literário também do ponto de vista jurídico e não pode deixar de merecer de quem de Direito a respectiva fiscalização preventiva da sua validade e das responsabilidades que representa. Maquiavel não seria capaz de uma urdidura deste calibre.

João Nuno Almeida e Sousa hoje no Açoriano Oriental

sábado, fevereiro 5

E, porque nada de bom acontece depois das 2 da manhã,



Por estes dias, escrever sem deitar abaixo, requer um exercício de «racionalismo» nem sempre fácil de conseguir.

Muitos de nós, em vez de vivermos orientados para os resultados, estamos demasiadamente concentrados com os processos. Chamam a isto eficiência e muitos contentam-se em saber que, apesar de não irem a lado nenhum, estão a fazer as coisas como lhes mandam.

No entanto, dizer-se que estes tipos não servem para as funções que desempenham, pode ser falacioso, pois, pessoas com este perfil foram de extrema importância para figuras como De Gaulle, que de objectivo em objectivo, só os conseguia continuar a marcar porque “a intendência vem atrás”.

Hoje, o omnipotente necessita de uma máquina humana bem menor mas, dadas as exigências impostas pelo tear da propaganda, o desafio do líder não se esgota na capacidade de todos controlar. É absolutamente crítico observar cuidadosamente a meta a atingir e conseguir contagiar todos os seguidores com o desejo de lá chegar.

O sentido crítico das pessoas - dos colaboradores (não confundir com colaboracionistas) – que ajudam a fazer a obra, nem sempre é apreciado e, considerado muitas vezes – muitas mais do que as razoáveis – um empecilho a uma liderança forte, é normal e parvamente esmagado.

Ora, congregar sem oprimir, deve ser, por excelência, o desafio do líder - indivíduo do qual se espera a comunicação da visão do estádio a atingir. Contudo, as lideranças fortes tendem a esfarelar a criatividade individual e o espírito de iniciativa, factores absolutamente essenciais para se descobrir novos caminhos e novas formas de se conseguir ser eficaz. O deserto é, por isso, quase certo em redor do líder que se descuida no exercício da condução das suas «massas».

Será com certeza utópico, na nossa sociedade, poder vir a avaliar o líder pelo grau de suporte que ele confere à estrutura que comanda, em vez de o avaliar pelo grau de importância que representa na hierarquia convencional da mesma. Mas, se é certo que apenas em algumas empresas da nossa malfadada região se assiste à inversão da pirâmide organizacional, torna-se perfeitamente claro que só as estruturas que reconhecem a devida importância a todos os colaboradores que se encontram em contacto directo com o cliente – o activo mais importante de cada empresa -, serão ganhadoras, sempre! Mesmo em alturas de crise (sobretudo nestas, talvez).

É ainda sabido que “casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. E, para falar de uma realidade concreta, que todos conhecem, o principal agente turístico de um destino é o seu habitante, sendo de crucial importância saber envolvê-lo na dinâmica desejável. E fazemos isso?

Por esta e por outras, entretanto amadurecidas, contradigo-me, dizendo que «O Turismo» não é o novo ciclo da economia açoriana, mas sim, uma alavanca imprescindível para nos permitir tirar maior rendimento dos sectores primário, secundário e terciário.

O turismo deve ser visto - por todos - como uma ferramenta. Uma ferramenta que nos deve permitir diminuir a fragilidade da nossa economia, condicionada negativamente pela nossa localização geográfica e pela reduzida dimensão do mercado interno.

No que diz respeito à primeira, não podemos permitir que se repita a história da laranja ou da vaca. No que toca à segunda, só podemos aumentar a nossa massa crítica, aumentando a população flutuante e, então, promover exportações sem custos de transporte, permitindo - com simpatia - a entrada de divisas no país.

Não obstante, julgo padecermos de um problema congénito que, a vários níveis (ao da promoção que de nós se faz hoje também), nos impede de «vendermos» as nossas ideias/produtos (leia-se comunicar) mesmo «cá dentro» que, associado a uma certa tendência para a ostracização dos «idiotas» e o desprimor pelo «povo», faz com que não passemos da cepa torta.

Remato dizendo que, em vez de esperarmos pelas pessoas esclarecidas, devemos ajudar a construi-las (!). Só assim ganhamos todos.

quinta-feira, fevereiro 3

Agente Provocador



O multifacetado Mário Roberto é o convidado, esta 5ª feira, do Agente Provocador.

A actualidade musical e 'mundana' para ouvir em directo na Antena3 - Açores a partir das 22h00, nas seguintes frequências:

S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz

Apresentação

Viva México de Alexandra Lucas Coelho é apresentado hoje, pelas 20h30, na Solmar.

quarta-feira, fevereiro 2

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Ana Vieira Pronomes, 2001
«"Muros de Abrigo", o nome dado à primeira exposição antológica de Ana Vieira no Centro de Arte Moderna (CAM) da Gulbenkian, é também a designação, nos Açores, dos muros de pedra que protegem as vinhas do ar vindo do mar. Esses muros, que a artista percorria em criança abrindo sucessivamente as portas que os separavam uns dos outros, introduzem o conceito que o comissário Paulo Pires do Vale escolheu para abordar a obra de Ana Vieira: o muro, fronteira entre um exterior e um interior, o público e o privado, o doméstico e o mundo.
(...)
Ana Vieira disse em tempos que toda a vida tinha fugido do objecto, e na verdade há na sua obra uma recusa da facilidade e do lado mais comercial da arte que é também uma ética. Assumindo a sua condição individual e social, bem em consonância com a produção artística internacional desde a década de 70, transforma-a em princípio estético operativo do qual não se afasta nunca. Esta é assim uma obra de uma coerência e de uma exigência notáveis, que urge colocar no seu devido lugar na arte portuguesa contemporânea».
Depois da passagem, em 2010, pelo Museu Carlos Machado, tempo de permanência e de visita obrigatória, até 27 Mar'11, no CAM.

Esta exposição resulta de uma parceria - estratégica e fundamental para a instituição açoriana - entre o MCM e a FG.

* O bold é meu.

terça-feira, fevereiro 1

‘Improvement’(?). E o megalómano sou eu?

É coisa para perguntar à SRE se esta é a “receita” para evitar que o joio se misture com o trigo. Extemporâneo, talvez se possa acrescentar, uma vez que o trigo já ardeu ou está a arder.

Apesar de pecar por tardia, por ser muito ambiciosa e desfocada em termos de hierarquização na resposta à massa crítica, aplaudo a iniciativa e felicito a AHRESP, e o seu delegado, pelo "achievement".



"Projecto percorre ilhas para melhorar sector da restauração

A Secretaria Regional da Economia, através da Direcção do Turismo, e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) vão levar a cabo um projecto conjunto para avaliar a qualidade da restauração açoriana, com vista a melhorar a oferta nesta área turística. O projecto, que deverá arrancar em breve, irá desenvolver-se ao longo de três anos desde Santa Maria ao Corvo, privilegiando a formação de recursos humanos, incluindo o domínio de línguas, higiene, qualidade gastronómica e de serviço prestado. Além do aspecto do ‘improvement’, a iniciativa propõe-se fazer o levantamento da melhor gastronomia existente nos Açores e sensibilizar para a importância da inovação e da utilização de produtos regionais. Como evidencia o delegado regional da AHRESP, Luís Duarte, dono de um restaurante em Ponta Delgada, este projecto tenta mostrar que “se a gastronomia e restauração tiverem boa qualidade, com certeza que o cliente sairá sempre muito mais satisfeito e com vontade de voltar, porque já temos beleza e a animação está a melhorar de dia para dia”. Numa primeira fase, a acção começará com a realização de um projecto-piloto na Terceira. Na prática, será feita uma auditoria ao restaurante para se identificar as falhas, as mais-valias, formas de inovação, tornando-o apelativo e proporcionando-lhe uma boa gestão. “Não se trata de chegar às ilhas e fazer um concurso gastronómico. Temos uma boa gastronomia, agora precisamos é de a usar melhor e é neste sentido que se enquadra o projecto”. Luís Duarte lembrou que “não pode haver turismo se não houver restauração”. O delegado regional da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal lembrou, por isso, que há que aproveitar o facto dos Açores terem sido considerados o segundo melhor destino turístico a nível mundial. “Temos de aproveitar todas essas vantagens e julgo que a gastronomia é uma peça fundamental. O Governo já percebeu isso - até porque está por trás do projecto que percorrerá os estabelecimentos de restauração das nove ilhas - e agora é uma questão de acertos”, enfatizou. Apesar de reconhecer que existem “problemas” e que a Região precisa de ter “restauração melhor”, Luís Duarte entende que este sector é o parente pobre do turismo, sobretudo na comparação com a hotelaria e agências de viagens. “Temos problemas, mas ‘bater’ sempre na restauração é mau. Quando os transportes aéreos não funcionam não se diz nada ou diz-se pouco; quando o hotel não funciona não se diz nada ou diz-se pouco. Depois, quando vêm os estudos, a restauração é que está mal (...) e os empresários do ramo sentem-se amachucados na sua dignidade”. Razão para dizer que “merecemos ser um bocadinho melhor tratados”, mesmo porque, em seu entender, o consumidor “é muito mais castigado noutras áreas e nem sequer refila”. Uma das grandes preocupações da AHRESP é a formação de empregados e de empresários na restauração e hotelaria."
PAULO FAUSTINO

Uma derrota real !

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Com esforçado malabarismo os socialistas de lá, de cá, e também os de ocasião, mais os seus avençados e comendadores do costume, querem fazer das Presidenciais uma vitória moral de Manuel Alegre e do seu paladino insular: Carlos César.

A verdade é que nestas eleições o eleitorado conferiu a Cavaco Silva um expressivo mandato para uma "magistratura actuante". A verdade é que, também por cá, essa foi a vontade absoluta da maioria dos Açorianos que até elegeram Cavaco Silva com uma percentagem acima da média nacional. A esfíngica figura presidencial não esqueceu tal facto e com gratidão sublinhou: "Ganhei em todos os distritos de Portugal, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira".Curiosa declaração de vitória para aquele que os socialistas diziam ser o arqui-inimigo das regiões autónomas!

Mas mais do que a vitória de Cavaco o que ninguém pode esquecer é a clamorosa derrota de Sócrates e de César. Quanto ao ainda primeiro-ministro de Portugal, cujo prazo de validade está cada vez mais perto de expirar, é inequívoco que levou dos Portugueses um expressivo "cartão amarelo" que confere, por outro lado, ao árbitro de serviço em Belém, a necessária autoridade moral para um esperado "cartão vermelho" a este putrefacto governo. Quanto ao ainda presidente do governo regional dos Açores, cuja vida política está já a completar o fim do seu ciclo, sai também "chamuscado" a nível regional, sendo que, no panorama nacional já estava "queimado" com os episódios despesistas e faustosos da sua corte, cujo folhetim da remuneração compensatória foi apenas o capítulo mais recente.

Mas, César tem esta fixação de julgar, com arrogância, que Autonomia é ele e os Açores nele se esgotam. Tal como Luís XIV, o absolutista "Roi Soleil", que se diz proclamava "L’État, c’est moi", também César tem a vaidade de se julgar dono da Autonomia, dos Açores, e dos Açorianos como se estes lhe devessem vassalagem, nomeadamente, através do voto. Consequentemente, julgava ser bastante a sua palavra para condicionar o voto dos Açorianos nas Presidenciais. César vociferou aos quatro cantos do arquipélago que o bardo Alegre era o melhor amigo dos Açorianos e até fez coro com uma frente política contra-natura que congregou revolucionários trotskistas, à moda do bloco de esquerda, com conservadores independentistas, do que resta do PDA. Franqueou as portadas da sua coutada insular a Manuel Alegre julgando ter suficiente temor reverencial dos Açorianos que identificando-se com o voluntarismo de César votariam, como ele, em Alegre. Carlos César, acastelado em Santana, até fez campanha do alto sobranceiro da sua tribuna de Presidente do Governo Regional aproveitando toda e qualquer recepção no Palácio de Santana para atacar Cavaco Silva e enobrecer o Alegre trovador.

Apesar do mimetismo com a pulsão absolutista, a verdade é que ninguém é dono do voto dos Açorianos, e estes também mostraram maturidade suficiente para assumirem as suas responsabilidades para com a Nação. Apesar do discurso de César apelar a uma infantilização do eleitorado, com a ameaça do Cavaco "Papão" das Autonomias, os Açorianos souberam fazer por si próprios a leitura do que estava em jogo. Carlos César, e o PS Açores, empenharam-se, como se não houvesse amanhã, nesta campanha de Manuel Alegre. Fizeram dos Açores o terreiro de onde partiria a Alegre armada, mas a verdade é que não engajaram nessa campanha a maioria dos Açorianos!

Entre perdas e danos ainda ninguém teve a coragem de somar à derrota política a derrota pessoal de Carlos César, não só pelo revés dos resultados, mas também pelo facto de ter indigitado para a Direcção de Campanha Nacional de Alegre o infante Francisco César. Como o nepotismo nunca foi um valor republicano, também aqui o eleitorado Açoriano não se reviu na mais-valia da majestática presença de Francisco César no palco da corte nacional da dinastia rosa à qual, graciosamente, pertence por filiação e, nobiliarquicamente, foi levado por mão paterna ao vínculo de vice-presidente do PS no Parlamento Regional.

Em suma : foi o Povo Açoriano que, nestas eleições, rejeitou um atestado de menoridade passado por quem se julga dono da Autonomia e dos Açorianos. Nada fica como dantes, até porque para o futuro, César perdeu também um aliado em Belém para a sua deriva pessoal de poder em 2012. Quebrou-se, para já, um elo do ciclo vitorioso do socialismo a cuja família César pertence.



João Nuno Almeida e Sousa na edição de 31 de Jan. do AO

Post-scriptum: A Senhora Secretária Regional do Trabalho, Solidariedade Social e Aeronáutica Civil devolveu a bolsa que a respectiva Direcção Regional, que por sinal é tutelada por ela própria, pagou ao seu filho para o Curso de Piloto Aviador! Porquê ? Não era um direito que adquiriu de modo legítimo e transparente no quadro da legalidade vigente ? Foi por querer anular um “negócio consigo mesma” ? Por causa dos blogs, das redes sociais, das parangonas na comunicação social, da Sic e da TVI ?