terça-feira, outubro 31

Não há 2 sem 3...
















Pelo terceiro ano consecutivo a Escola Secundária Antero de Quental, vê um filme de animação produzido e realizado pelos seus alunos ser selecionado para o Prémio Jovem Cineasta Português do 30º Cinanima - Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho.
Depois de "Sr. António" em 2004 e "A Escarrolagem" em 2005, "A Viagem" um filme de animação baseado em 3 obras do Museu Carlos Machado - "Os Emigrantes" de Domingos Rebelo, "Os Regressantes" e "As Ilhas Emaladas" de Tomaz Borba Vieira -, é um dos 14 filmes selecionados para este prémio.
Parabéns.

segunda-feira, outubro 30

Especial Bill Plympton*



*na sessão de abertura da Semana Fantasporto 2006
31OUT | 21h30 | TEATRO MICAELENSE

Alta Fidelidade

(Cunts Are Still) Running The World marca o regresso de Jarvis aos Discos depois do afastamento dos Pulp. A letra é fenomenal e o video segue-lhe a passada. O lançamento está marcado para dia 13 de Novembro...no mínimo, um regresso jarvástico!

domingo, outubro 29

Reporter X

O prazer de jogar à bola a 5 ou 11, ao sábado de manhã e tarde, passou a 2 em espaço climatizado e com direito a repetição...

weekend postcards

Jonathan Batiste não gorou as expectativas criadas em torno da sua presença no VIII Festival de Jazz de Ponta Delgada. E que hoje termina com a actuação de William Parker. O jovem pianista começou de forma dura como que a testar a audiência para depois a conquistar com o seu entusiasmo. Foi e tem sido Muito Bom!...

sábado, outubro 28

santa Canalha

O Rui antecipou-se no post mas quando li a exigência do comunicado...brami(uuu). O clube que menos exigente é para consigo e demais quer ainda +++ do Governo (que por sinal tem tido para com o CDSC uma postura condescendente). O silêncio paira aqui e aqui. Entretanto, hoje são explicadas as razões da não apresentação de contas aos sócios. Pasmem-se! Desculpa João mas é Mau demais para ficar indiferente...

hoje é um bom dia...

...para ser
vermelho

Hoje acordei assim...

sexta-feira, outubro 27

Curtas e Rápidas #8




A ministra Isabel Pires de Lima, aparentemente por motivos de saúde orçamental, fez-nos o favor de acabar com as Capitais Nacionais da Cultura que, desde Coimbra (exclusive), corriam sérios riscos de se tornarem uma espécie de Trivial Pursuit. Ao contrário do Alexandre, creio estarem agora criadas as condições para os Açores se assumirem como Região Nacional da Cultura. Se a Autonomia não servir para isso, apetece-me perguntar como o miúdo do anúncio da Compal: Porquê???

Sina Triste

Triste sina, a da formiga que não consegue um tempo livre para ouver, não a cigarra, mas a Jacinta. Talvez domingo se o trabalho render.

Thank God its Friday # 1


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Bendita detente de dois dias antes de voltar UNDER PRESSURE à lide quotidiana
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FESTA MUNDIAL DA ANIMAÇÃO

Está a decorrer no auditório da Biblioteca Pública de Ponta Delgada a celebração da "A Festa Mundial da Animação".
Dos três programas disponíveis para itinerância nacional, dois dos quais já exibidos pela Muu na sua quase totalidade, selecionamos para a celebração desta efeméride a terceira opção, um programa composto pelos 5 filmes nomeados para o prémio Cartoon D`Or 2006. Para a atribuição deste prémio, o único atribuído ao cinema animação europeu, foram pré selecionados pelos sete maiores festivais europeus, 27 obras das quais foram nomeadas as 5 obras candidatas ao prémio final atribuído em 27 de Setembro passado ao filme "Dreams and Desires" da britanica Joanna Quinn. Os outros nomeados que fazem parte da sessão que está a ser exibida em Ponta Delgada são:
"História Trágica com Final Feliz" de Regina Pessoa; "Nocturne" de Guillaume Delaunay; "Olis Chance" de Saschka Unseld & Johannes Weiland e "Overtime" de Oury Atlan, Thibaut Berland, Damien Ferrié


No final da primeira sessão, que decorreu hoje às 10h30 com a presença de 123 espectadores, ouviram-se críticas de que alguns filmes eram repetidos. Efectivamente, "História Tragica com Final Feliz" e "Overtime" foram já exibidos na última edição do Macaquins em Janeiro deste ano. Mas, se este poderá ser um motivo de crítica, para alguns, para a Muu é certamente motivo de satisfação por duas razões: 1º, demonstra a existência de um público assíduo e atento que adere a estas iniciativas e 2º, evidencia a qualidade dos filmes que anualmente selecionamos para o Macaquins.

A Festa Mundial da Animação continua hoje com uma sessão marcada para as 15h00 e amanhã, Dia Mundial da Animação com uma sessão única às 16h00.

Açores 2010 - Capital Nacional da Cultura!?

Era mas foi-se...

quinta-feira, outubro 26

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Incrédulo ante o gabarito do cartaz da VIII Edição do Festival de Jazz de Ponta Delgada foi com alívio que confirmei a genuinidade do menu pois, confesso, que até suspeitei de mais um pastiche tão em voga, ou seja, até desconfiei que teríamos mais uma réplica circense, desta feita em versão jazzy, num Tributo a Lou Donaldson. Seja como for, atenta a provecta idade do saxofonista, que no próximo dia 1 de Novembro completa 80 anos de idade, este concerto era efectivamente um tributo a uma das lendas da Blue Note. Lou Donaldson é um dos sobreviventes de uma época de ouro do Jazz e dele se diz que é peculiar discípulo do legado de Charlie Parker. Além dessa honra, Donaldson acumula no curriculum vitae outras aventuras, designadamente, com Milt Jackson, Horace Silver, Thelonious Monk, Charles Mingus, Art Blakey, Donald Byrd, Sonny Clark, Wayne Shorter e Grant Green. Contudo, por razões fora do domínio da organização do Festival, vamos ter o quarteto de Lou Donaldson sem o dito Lou.

Resta-nos a consolação das reedições da Blue Note e a irrepreensível política da Direcção do Teatro Micaelense que faculta a quem já comprou o bilhete a possibilidade do reembolso ou optar por outra noite do Festival. Eu já escolhi a primeira hipótese a não ser alguém se habilite a estes bilhetes para o concerto com o "fantasma" de Lou Donaldson.
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desculpe, importa-se de repetir...

Vitória no Iraque "é possível" num "prazo realista"

quarta-feira, outubro 25

...Eu hoje deitei-me assim !

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Confesso que pertenço ao grupo de cinéfilos que, hereticamente, nunca se deslumbrou com o basfond fetichista de Pedro Almodóvar. Nunca fui um aficionado do desfile de criaturas bizarras que alegremente se passeiam na filmografia do mais aclamado cineasta Ibérico. Não reconheço particular graça à galeria de personagens da movida nocturna amplamente exposta por Almodóvar. Porém, nada me move contra a portentosa Penélope Cruz, quer seja em versão de namoradinha de Tom Cruise em Vannila Sky, quer seja nas vestes de uma inverosímil freira em Todo Sobre Mi Madre, ou mais recentemente na pele de Raimunda em Volver. Uma película tão prodigiosa quanto a Penélope Cruz que em Raimunda tem um desempenho notável. Deplorável foi a qualidade da película em exibição no Cine-Solmar com um registo de som praticamente inaudível e incapaz de vencer o rumorejar irritante do ar condicionado!

terça-feira, outubro 24

resolução pessoal para os próximos meses

Sobre a "questão" do Aborto e do referendo pela sua despenalização: votar no sim e discutir o mínimo possível sobre o assunto. Aparentemente em Portugal ninguém consegue discutir este problema de forma ponderada, sensata, racional.

Marinhas #1



João Vaz (1859-1931), A Praia, s/data
(Lisboa, Casa-Museu Anastácio Gonçalves)



Não tendo eu o engenho artístico e plástico de Henrique Pousão, D. Carlos de Bragança, João Vaz, ou Alfred Keil, todos eles notáveis pintores de marinhas, resolvi socorrer-me destas prosas bárbaras para evocar ambientes que, infelizmente, deixaram há muito de ser um desígnio colectivo nacional. Gosto do mar, desde puto. Gatinhei, pus-me erectus e cresci, nas praias da Arrábida, Figueirinha e Tróia, no tempo em que havia Sanatório no Outão, e não uma Cimenteira, no tempo em que os areais de Tróia ainda não tinham sido resortados pela Torralta. O meu pai era Piloto da Barra de Setúbal, de uma Setúbal que cheirava a Bocage, sem grandes sombras de cintura industrial. Foi ele que dirigiu a construção da Casa dos Pilotos à ilharga do Portinho da Arrábida, logo acima da Estalagem da família do Sebastião da Gama, aquele poeta bem intencionado que escreveu Pelo Sonho é que Vamos. Passei a vida de roda da água quando o estuário do Sado era um sítio decente. Visitei, ocasionalmente, alguns dos cargueiros que o meu pai arrumava no porto de Setúbal e talvez seja daí que me veio esta mania romântica de fazer uma viagem de circum-navegação num navio mercante, com grandes provisões literárias de Sommerst Maugham, Joseph Conrad e Malcolm Lowry. Devo ter passado uma infância feliz, pois não me lembro de quase nada. Aos 5 anos de idade vim para o outro lado do Tejo, ainda a primeira ponte não estava construída, e ingressei na Instrução Primária. Assentados arraiais em Lisboa, nas Avenidas Novas, senti saudades dos cacilheiros. Daí em diante travei conhecimento com as piscinas. A do Areeiro, porque era quente, nem merecia entrar nestas contas, mas a da Praia das Maçãs e a da Praia Grande, com as ditas praias ali mesmo ao lado, pareceram-me um verdadeiro contra-senso. As piscinas tinham um cheiro invasivo a bronzeador e provocavam-me terríveis ataques de sinusite. Não gostei. Além disso faltavam-lhes as ondas. Eram, literalmente, chatas. A da Praia das Maçãs, contudo, tinha uma coisa agradável: o trajecto que se fazia para lá chegar num eléctrico vermelho que partia da Estefânia, junto ao velho Liceu de Sintra. A partir dos 12 anos, felizmente, o destino balnear fixou-se na praia de Carcavelos que, majestosamente enquadrada pela Fortaleza de São Julião da Barra, passou a ser a manifestação tangível da fúria romântica dos mares. O compasso aberto entre São Julião da Barra e o Hospital Ortopédico da Parede foi o campo lavrado da minha vilegiatura marítima juvenil. Além disso, o glorioso Benfica estagiava na Estalagem Rota do Sol, junto à Estação de comboio, provavelmente porque o Mister, Jimmy Hagan de seu nome, morava em Carcavelos. Foi num desses estágios que Eusébio proferiu aquele genial aforismo da cultura portuguesa contemporânea: o meu marisco preferido é o tremoço. Mas que raio é que se passa com este blog, que nunca mais ninguém falou de futebol??? Estamos a ficar sérios??? Chatos como as piscinas?

segunda-feira, outubro 23

Alta Fidelidade

Música electrónica para quem gosta de canções e não toca guitarra. Disponível em qualquer leitor mp3 que se preze.

Vox Populi

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"auscultar o vox populi, essa entidade sagrada de cujos pronunciamentos - sempre inteligentes e informados - dependem os deuses."
Miguel Castelo Branco - Combustões
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Paul Whitehead - Success.
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aborto burguês versus aborto clandestino

"A mulher burguesa portuguesa concebe o filho em Portugal e "mata-o" no estrangeiro. Em Portugal matar é no estrangeiro desmanchar. Desmanchar no estrangeiro não é matar em Portugal."

Manuel Melo Bento, Domingo, 1 de Outubro, no Azores Publicum

"É uma vergonha o aborto clandestino diz o primeiro-ministro. Mas o aborto legal indiscriminado é uma abjecção contra o maior valor humano: a vida."

Carlos Melo Bento, quarta-feira, 18 de Outubro, no Açoriano Oriental.

"cavalo" a rodos

"Seringas com fartura às portas do liceu...Na Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada, a droga continua a ser uma dura e triste realidade."

Capa do Correio do Açores, quarta-feira, 18 de Outubro.

O Sócrates Dual

"O Sócrates que foi à Madeira enfrentar os desmandos apocalípticos de Alberto João Jardim não foi o primeiro-ministro, mas o secretário-geral do PS."

Nuno Brederode Santos, segunda-feira, 16 de Outubro, no Açoriano Oriental

"Numa intervenção claramente vincada como primeiro-ministro, Sócrates relembrou a "obra feita" e os projectos do Executivo em termos de ciência, qualificação dos recursos humanos, complemento solidário para os idosos, reforma na segurança social, ensino, emprego e crescimento da economia nacional."

Luísa Couto, segunda-feira, 23 de Outubro, no Açoriano Oriental

Ave César

"Se fosse Jardim era populismo, sendo César, só adversários mais encarniçados o taxarão assim, a propósito de ter resolvido não aplicar nos Açores as acrescidas taxas de internamento hospitalar determinadas por esse grande humanista que se está a revelar o Ministro Correia de Campos. As autonomias, como a descentralização autárquica, fizeram-se justamente para, entre outras coisas, defender as populações de critérios economicistas, que as tratassem como números, em vez de como pessoas. É demagogia? Boa, quero ser governado por um batalhão de demagogos. Esta saudação a César partirá, em primeira linha, "dos que vão morrer". Que, desta forma, viram um polegar para cima!"

Paulo Cunha Porto, terça-feira, 17 de Outubro, no Misantropo Enjaulado

Maná blogoesférico ?

"O maná publicitário também já está surtir efeitos no mundo da blogosfera. Os líderes da Internet propõem aos autores do blogues a colocação de publicidade relacionada com os seus conteúdos, nas suas páginas."

Sónia Correia dos Santos, Domingo, 23 de Outubro, no Açoriano Oriental.

Sócrates style

"Apesar das ondas o Primeiro-Ministro mantém-se em seco. Mas qual é o segredo desta aura invulgar de popularidade ? O estilo. Este mesmo."

Cláudia Cardoso, sexta-feira, 20 de Outubro, no Açoriano Oriental

Quote of the Week

"Só me admira que o sucedido com o PSD, não tenha servido de lição ao PS (ou deverei dizer "a César"). Se os "delfins" não forem a eleições já com o estatuto de Presidente do Governo Regional (de preferência há algum tempo) vão de patins."

Abel Carreiro, quinta-feira, 19 de Outubro, na caixa de comments do Foguetabraze.

Reporter X

Ponta Delgada. Nas imediações de um H****. Outubro 2006. O ca(c)os urbano, desta suposta urbe, reina na profusão anárquica de fios eléctricos e volumetria desordenada.

em Espanha

Um político, uma jornalista e uma caneta = 1 polémica nacional.

sexta-feira, outubro 20

O mapa cor de rosa

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Embalados no adormecimento da pax açoriana, imposta pelo actual consulado de Carlos César, não causa espanto que a recente sondagem da RTP-Açores mais não tenha sido do que ruído de fundo na nossa sociedade. Com efeito, quem esperava daquele "indicador de tendência" uma surpresa só poderia viver alienado do verdadeiro real social das nossas Ilhas.

Bem sei que ainda há por aí uns velhos do Restelo que teimam em envergar as vestes da desgraça e da depressão social quando, a propaganda e as sondagens, demonstram à saciedade o contrário. Serve de exemplo a recente performance televisiva do insuspeito Padre Weber Machado que literalmente sentenciou: "Infelizmente, os Açores continuam a ser a região mais pobre do País". Dito isto desfilou um rol comparativo dos índices de dependência do rendimento de inserção social que nos colocam no pelotão da frente dos subsidiodependentes. Concluiu o vetusto prelado que "Falta trabalho nestas Ilhas". Ora, que importam estas geriátricas palavras quando vivemos num regime de pleno Emprego Socialista?

Se adicionarmos a esta receita um rol de notáveis feitos arquitectados pelo engenho Socialista dúvidas não temos que o resultado da sondagem não poderia ser outro. Efectivamente, sob pena de atestado de inimputabilidade política, alguém se atreve, por exemplo, a negar o êxito da mobilidade inter ilhas que é hoje uma realidade de sucesso ? É certo que há algumas avarias de permeio, mas isso são pormenores! Alguém medianamente abonado poderá deixar de sentir orgulho de viajar na nossa frota aérea ? Com efeito, é a nossa Sata que nos leva a conhecer o mundo e a fazer a ponte com Lisboa, tudo isto em regime de monopólio nas asas do regime, pelo que, apresenta um tarifário social que se pretende acessível para todos. Poderá alguma alma bem intencionada negar o clima de cooperação entre agentes educativos e a respectiva tutela que em união têm colocado os Açores nos píncaros do sucesso escolar ? Será possível a um cidadão devidamente ilustrado negar o mérito de uma Scut para o Nordeste cujo retorno social será diluído por várias gerações que irão pagar o usufruto civilizacional de termos a 10ª Ilha mais perto de nós ? Não será por vulgar despeito que os críticos da majestática empreitada das Portas do Mar não se cansam de olhar com assomo para a implantação daquele mastodonte financeiro às portas da cidade de Ponta Delgada ?

Em suma : Não será o progresso e o desenvolvimento Socialista uma realidade reconfirmada pela sondagem efectuada a meio milhar de alminhas Açorianas ? Dizem os números da plebiscitária sondagem que sim !

Quanto a índices de cidadania e participação cívica a sondagem sugere, maldosamente, que apenas o PSD Açores constitui o último reduto de alternativa e oposição ao regime. Na verdade, asseveram-nos os números da sondagem que, à excepção do PSD Açores, a restante oposição nos Açores é residual, ou até mesmo marginal. Será que estes dados são o espelho da nossa realidade fervilhante de movimentos de participação cívica político partidária ou de outra natureza ? Que dizer da reserva moral da nossa Direita Açoriana que aparece pulverizada nas sondagens ? Como justificar o enxovalho que representam as intenções de voto nos Comunistas Açorianos que, apesar de terem sido purgados de uma vaga de dissidentes que se passaram para os lados da Rosa, continuam a luta empenhados nos ideais do socialismo ? Como encaixar a paupérrima prestação do Bloco de Esquerda que, como se sabe, está cada vez mais implantado nos hábitos e costumes das nossas gentes ? Respondidas estas interrogações, dúvidas não temos que a mensagem subliminar da sondagem que atribui ao PSD o ónus de ser a única oposição nos Açores, não poderá deixar de ser uma falácia!

Ademais, a sondagem também não reflecte os amplos espaços de cidadania que se movimentam na sociedade Açoriana. Como podemos nós olvidar, por exemplo, a actividade cívica de um Fórum Açoriano ou o empenho ambientalista de um SOS Lagoas ? Como negar o amplo debate jornalístico sustentado por um Promedia ou até o vasto e heterogéneo rol de comentadores que têm assento nos estúdios do canal único da televisão Açoriana ? Como é possível esquecermo-nos da importante mole de produtores culturais, e demais artistas do regime que, sem peias ou amortizações, contribuem com a graça da sua arte para uma cultura alternativa desvinculada do poder ? Finalmente, como podemos deixar de reconhecer o castigo moral da trupe satírica que, de língua afiada, faz humor desabrido com figuras públicas sem que alguma vez os retratados tenham beliscado as intenções dos comediantes de serviço público ?

Como se percebe a sondagem não passa de um mero "indicador de tendência", ilumina parte da nossa realidade ao mesmo tempo que deixa na sombra um lado negro do nosso quotidiano, num mapa que se quer pintar de cor de rosa.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

quinta-feira, outubro 19

CineClube

Volver Depois de "Má Educação", Pedro Almodóvar volta a olhar o universo das mulheres, num filme que marca também o seu regresso e reconciliação com a sua terra natal, as suas raízes e a sua própria mãe. Três gerações de mulheres sobrevivem ao vento quente, ao fogo, à loucura, à superstição e até mesmo à morte, graças à bondade, mentiras e uma vitalidade sem limites. São elas Raimunda (Penélope Cruz), casada com um operário a viver do subsídio de desemprego e uma filha adolescente (Yohana Cobo); Sole (Lola Dueñas), a sua irmã, que ganha a vida como cabeleireira; e a mãe de ambas (Carmen Maura), morta num incêndio, juntamente com o marido. O fantasma de Carmen regressa à terra para ajudar primeiro a sua irmã (Chus Lampreave) e depois Sole. Embora seja com Raimunda que tenha em vida deixado assuntos pendentes, tal como fez com a vizinha da sua aldeia, Agustina. O conjunto de actrizes de "Voltar" ganhou o Prémio de Melhor Interpretação Feminina no Festival de Cannes (no CineCartaz). Depois de um jejum forçado por via das idiossincrasias patrióticas do pós-11 de Setembro - vou voltar ao cinema...

quarta-feira, outubro 18

...Eu hoje deitei-me assim !

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Enquanto o Diabo pestanejava Jeff Beck era capaz de saltar de um registo heavy metal para um tom jazzy ! De permeio não causa espanto que tivesse produzido um idiossincrático Blues (de Luxe) com uma improvável banda que tinha como lead singer o esfusiante Rod Stewart. Não ocorre ao comum dos melómanos que o mesmo Rod dos collants fucsia e Baby Jane fosse o mesmo que explode numa poderosa fusão de Rock e Blues, por exemplo, neste álbum que quase remonta à data do nascimento da minha geração. Mas, a verdade é que em "Truth" explode um duelo infatigável entre o Blues de Rod Stewart e o hard rock de Jeff Beck. Isto parece tão improvável como, por exemplo, ter o palhonço do Paulo Gonzo numa belíssima formação de Blues. Contudo é uma verdade de facto idêntica aos Go Graal Blues Band que, no final da década de 70, circulavam pelo vinil capitaneados por Paulo Gonzo (duplo !!). Até aceito que este "Truth" tenha sido um flop comercial mas, como a verdade vem sempre ao de cima, pode ser que mais alguém redescubra esta verdade remasterizada e também fique fascinado por este "Blues de luxe".
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

terça-feira, outubro 17

Reporter X

Media nos Açores * Os jornais e os media nos Açores raramente são notícia. Aliás, são-no quase sempre por razões equidistantes aos próprios meios de comunicação: seja a alteração das regras nos subsídios a atribuir pelo governo (o caso Promedia); ou por encerramentos e constrangimentos. E este é, malogradamente, um assunto pouco ou nada contestado.

Durante este ano, Ponta Delgada assistiu à publicação de 4 diários. O título mais recente não resistiu e fechou recentemente as portas. Na base da implementação deste projecto esteve em cima da mesa algum estudo de viabilidade de mercado? Mais do que um projecto comunicacional era um projecto comercial? A existência de um novo jornal diário é/era uma exigência dos leitores? Quantos leitores existem em São Miguel (Ponta Delgada, em particular)? Haverá capacidade para absorver 3/4 diários em Ponta Delgada (digo Ponta Delgada porque dificilmente os jornais são de ilha, apesar de algumas tentativas, e menos ainda do arquipélago como muitas vezes se tenta fazer crer)? Perante a incidência global da informação em formato digital, que papel assumem os jornais locais? Os jornais ditos locais e/ou regionais devem ou não circunscrever à região o seu olhar num mundo globalizado? Para quem compra os jornais diários nacionais fará sentido ler as notícias, que fizeram notícia no dia anterior, nas páginas do jornal local no dia seguinte? Faz para que não os lê e não consulta a net!? Que público(s) é(são) este(s)? Quem é que lê e consulta jornais? Qual a frequência da compra? Que propósitos é que levam ao folhear das páginas de um diário - será um mero companheiro do café? Existem estudos sobre o jornal&leitor regional? Estas são questões que gostaria de indagar.

Relativamente aos profissionais do sector, nós, leitores, somos capazes de efectuar os melhores e piores juízos de valor em relação a quem edita um jornal nestas ilhas. Mas, existe alguém que os "defenda"? Terão a formação adequada? Existe uma associação ou sindicato que os represente? Nos Açores sempre existiu uma forte motivação à edição/publicação de periódicos, uma tendência que se mantém e regista alguma agitação. O que é que está na base deste frenesim editorial? Haverá qualidade editorial nos títulos ao dispor dos leitores ou estamos perante meras empresas, cujo objectivo maior é uma questão de facturação!?

As guerras e os ódios pessoais inerentes a um espaço sócio-cultural restrito delimitam forçosamente a agenda e a edição daqueles que, por princípio, têm por obrigação informar. Isso não é dito nem assumido, mas lê-se.

A partir desta semana e quinzenalmente a Comunicação, a Cultura, o Ambiente e algumas divagações circunstanciais serão motivo de escrita nesta coluna intercalada com o João Pacheco de Melo. Para já garanto, pois não gosto de promessas, que não vou falar do Santa Clara... * na edição de 17/10/06 do AO

no melhor pano

cai a nódoa.

Curtas e Rápidas # 7




Trocava alguns milhões do próximo Quadro Comunitário de Apoio, pelos seguintes investimentos a longo prazo:

1. Ver a Universidade dos Açores integrada na poule de instituições portuguesas que irão participar no acordo estratégico de cooperação científica com o Massachusets Institute of Technology.

2. Assistir à abertura de uma delegação da FLAD nos Açores.

No meio de tanto choque tecnológico, era bom que o Governo da República percebesse de uma vez por todas that Geography matters! Mas como, se nem os próprios açorianos parecem dar-se conta disso? Ou será que, como diz o título de um livro de Yves Lacoste, La Géographie ça sert d'abord pour faire la Guerre ?

segunda-feira, outubro 16

weekend postcards 3

Marina. Ponta Delgada. Sábado. 14 de Outubro 2006. A cidade vislumbrava-se solarenga e após um café revigorante dei com este cenário - um iate de luxo repousava a caminho de um destino situado, provavelmente, entre o Mediterrâneo e as Caraíbas. Um mar de possibilidades...

domingo, outubro 15

Teaser


*
Com estreia marcada para o dia dos meus anos,
aqui fica o 1º teaser da mais aguardada adaptação
de uma novela grafica para cinema.

weekend postcards 2

Mercado da Graça. Ponta Delgada. Sábado. 14 de Outubro 2006. O cantinho da agricultura biológica para frescas ervas aromáticas e alguma fruta da ilha.

weekend postcards

Mercado da Graça. Ponta Delgada. Sábado. 14 de Outubro 2006. 1 viagem e 1 rotina semanal por sabores e hábitos em desuso.

sexta-feira, outubro 13

coisas realmente importantes

A excessiva politização do Prémio Nobel da Literatura destrói, ou não, a importância literária da obra dos laureados?

Adenda: Na minha opinião a Academia Sueca é demasiado política e, sim, demasiado de esquerda. A atribuição do prémio Nobel da Literatura tem sido, ao longo dos anos, uma manifestação mais política do que literária. É claro que os laureados são ao mesmo tempo bons, alguns mesmo grandes, escritores mas o prémio é sempre uma arma política. Em abono da Academia Sueca convém dizer que muitas vezes a politização mais excessiva é feita à posteriori pelos media, mas aquando da atribuição é já clara a mensagem politica que pode ser extraída do facto de tal escritor ter sido galardoado. Neste ano é claríssimo que Orhan Pamuk é galardoado não só por ser um bom escritor, mas por ser Turco, por se debruçar sobre o "choque de civilizações", a liberdade de expressão no mundo islâmico e por aí a fora. E basta olhar para a lista de galardoados e fazer a respectiva ligação com os anos em que os prémios foram dados e os países de origem para perceber uma determinada tendência, uma determinada elação política. Pinter o ano passado, Coetzee em 2003, Gao Xingjian em 2000 e por aí a fora, os exemplos são imensos. Já para não falar nos casos extremos de Sartre e Churchill. É claro que são todos grandes escritores, alguns deles são enormes escritores, mas fica sempre a sensação que para ser agraciado com o Nobel não basta ser um grande escritor é preciso também ser um escritor politizado ou politizável. A minha pergunta não era tanto uma censura à Academia, ou uma inquirição conspiratória sobre as razões obscuras para a atribuição do prémio, mas antes se este ruído político em torno dos autores não deturpa uma leitura isenta, plenamente livre, literária, das suas obras, era essa a principal parte da minha pergunta e a minha resposta é, infelizmente, sim. Eu sou dos tais que todos os anos espera que o Nobel vá para um Norman Mailer, ou para um António Lobo Antunes, ou para um Enrique Vila-Matas e a lista poderia continuar.

ÍCONES DO SEC. XX - # 8

"To me, consensus seems to be the process of abandoning all beliefs, principles, values and policies. So it is something in which no one believes and to which no one objects"
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Margaret Hilda Roberts Thatcher iniciou a sua vida profissional com uma licenciatura de Oxford em Química à qual, mais tarde, adicionou uma licença para exercer Advocacia na área do Direito Fiscal! Como alquimista não foi além de assalariada num laboratório que desenvolveu o protótipo do sundae; como fiscalista enterrou-se politicamente com uma impopular poll tax, ou seja, um imposto per capita cuja tributação era independente do rendimento. Pelo caminho foi a primeira mulher a assumir o cargo de Primeiro-ministro do Reino Unido e, no Sec. XX Britânico, foi o Primeiro-ministro que mais tempo esteve no poder ([1]).

Começou a sua idiossincrática carreira política como deputada Conservadora na Câmara dos Comuns. Durante esses anos de tirocínio na oposição parlamentar Thatcher deixou registo da sua peculiar personalidade liberal e conservadora: por um lado ,votou favoravelmente a descriminalização da homossexualidade e apoiou, com o seu voto, a legalização do aborto, mas, por outro lado, manteve-se inflexível na defesa da pena capital e opôs-se à simplificação do processo de divórcio. No seu debute governativo, como Secretary of State for Education and Science, no Governo Conservador de Edward Heath (1970-1974) inaugurou uma galeria de alcunhas sendo à data conhecida por "Thatcher Milk Snatcher", pois abolira a distribuição universal e gratuita de leite nas escolas retomando, paradoxalmente, uma medida do anterior governo Trabalhista obcecado em reduzir o orçamento da Educação.

O cognome de "Dama de Ferro" surge, mais tarde, pela primeira vez como um mimo do "Krasnaya Zvezda" ([2]) em réplica editorial ao discurso de 19 de Janeiro de 1976 em Kensington Town Hall ([3]). Nesse recuado ano da década de setenta Mrs. Thatcher era apenas líder da oposição numa decrépita e descredibilizada Grã-bretanha. Contudo, o tom do discurso da "Iron Lady" era premonitório de um indomável voluntarismo que iria transformar o Reino Unido e por arrasto o Mundo.

Nesse célebre discurso, numa época em que a expansionista União Soviética construía um submarino nuclear por mês, para fins ostensivamente hostis como é óbvio, Margaret Thatcher quebrava o gelo da detente ao assertivamente advertir que os sovietes eram apenas uma superpotência a nível militar. Pese embora a propaganda alardeasse o contrário, a Pátria do Comunismo era, na realidade, um fracasso em termos humanos e económicos cuja exportação, por via da Internacional, era um perigo real. Thatcher ilustrou o perigo da deriva expansionista da União Soviética ao evocar a tentação da cubanização do nosso País. No discurso de Kensington exemplificou para os descrentes: "We have seen the Communists make an open grab for power in Portugal, our oldest ally. A sign that many of the battles in the Third World War are being fought inside Western countries.".

Após a primavera eleitoral de 1979, Thatcher passa a governar o Reino Unido com férrea personalidade impondo a sua política, mesmo contra as vozes críticas do Partido Conservador. Modernizou a velha receita liberal de "Menos Estado, Melhor Estado" e, em consequência, cortou drasticamente na carga fiscal colocando no pedestal da economia o modelo do mercado livre. Numa época em que a Europa vivia entretecida na teia do Socialismo, Thatcher iniciou uma revolução económica com a privatização de empresas cuja sacrossanta tutela seria sempre pública independentemente de laborarem atavicamente "no vermelho". Iniciou esta política com uma British Airways, tecnicamente à beira da bancarrota, privatizando-a e metamorfoseando-a numa das mais lucrativas companhias aéreas do Mundo! Foi uma verdadeira "Revolução Conservadora" e um rude golpe no Keynesianismo e no Welfare State. No passo seguinte inicia uma política reformista de "Capitalismo Popular" ! A receita é tranversal pois, se por um lado, faculta a preferência da venda maciça das casas arrendadas com o programa "Right to Buy", por outro lado, expande as privatizações em massa criando novos e ricos capitalistas.

Alma gémea de Ronald Reagan, entretanto eleito Presidente dos Estados Unidos da América em 1980, acicatou ideologicamente a política de afrontamento à União Soviética indo ao ponto de estacionar mísseis de cruzeiro em solo Britânico, directamente apontados para lá da cortina de ferro. A história veio a dar-lhe razão, bem como o seu quinhão de glória na derrocada da União Soviética. Contudo, os ventos de guerra sopravam dos antípodas pois, nas Falklands ([4]), nas palavras ácidas de Roger Waters ([5]), "Galtieri took the Union Jack". Efectivamente, em Abril de 1982, a Argentina invadia as Falklands, numa encenação de patriotismo trauliteiro que foi prontamente rechaçado pela têmpera de Thatcher e pelo aço do exército Britânico que nunca abandonou a sua Pátria. A "Dama de Ferro", ao "comando" do exército Britânico, recuperou a Union Jack hasteando-a de novo em port Stanley. A guerra das Falklands Islands, ou Islas Malvinas para os enxovalhados Argentinos, resultou no fim da ditadura na Argentina e num recrudescimento da popularidade de Thatcher.

Internamente, Thatcher enfrentaria ainda com êxito o IRA, sobrevivendo inclusive a um ataque terrorista. Também, com marcial determinação não cedeu a uma poderosa greve mineira, e após um ano de intenso conflito laboral e social derrotou o National Union of Mineworkers. Pulverizada a influência sindical em 1985 Thatcher encerrou várias minas e privatizou as restantes que tinham viabilidade económica e empresarial.

O declínio e queda de Margaret Thatcher consumou-se no final da década de 80 motivado externamente pelo isolacionismo eurocéptico coadjuvado pela animosidade social gerada com o lançamento da impopular poll tax.

Margaret Thatcher foi indubitavelmente um ícone do Sec. XX cujo magnetismo, carisma, e voluntarismo, gerou legiões de acólitos que ainda hoje a colocam no Top de Grandes Líderes do Séc. XX. Também incendiou populares e viscerais ódios de estimação que, por certo, preferiam ver Maggie no cadafalso embalada nos acordes de "Margaret On The Guillotine" ( [6] ) de Morrissey.

Margaret Hilda Roberts Thatcher nasceu a 13 de Outubro de 1925. Hoje, aos 81 anos, a "Dama de Ferro" enferruja tranquilamente em Londres.

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Links :

Thatcher Foundation
"Margaret Thatcher: a política que nunca quis agradar", por
Jorge Almeida Fernandes no Público

"Thatcher's children", um excelente artigo de Simon Jenkins no Guardian
Leaders and Revolutionaries da Time
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Notas :

[1] Para uma sinopse histórica dos Prime Ministers recomenda-se um tour ao site oficial do n.º 10 de 10 Downing Street, mais concretamente em http://www.number-10.gov.uk/output/Page123.asp [2] o.s."Estrela Vermelha" que, à data, era o jornal do exército soviético - http://www.redstar.ru/ [3] O discurso integral, "Britain Awake", pode ser lido na integra no site da Fundação Margaret Thatcher em http://www.margaretthatcher.org/speeches/displaydocument.asp?docid=102939 [4] Sobre a Guerra das Falklands v. o site: http://www.falklandswar.org.uk/ [5] "The Final Cut - A Requiem for the Post War Dream by Roger Waters, performed by Pink Floyd", editado em 1983 é um documento negro e caústico sobre esses anos da Guerra Fria e particularmente crítico para Maggie Thatcher. [6] "The kind people Have a wonderful dream / Margaret on the guillotine / Cause people like you Make me feel so tired / When will you die? Do not shelter this dream / Make it real." Assim se ouvia Morrissey em 1988 no album Viva Hate !

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posted by João Nuno Almeida e Sousa

quinta-feira, outubro 12

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Após um fugaz encontro na edição da Noite da SicNoticias com Vicente Jorge Silva e Paula Teixeira da Cruz veriquei a incapacidade operacionalizante da classe política continental, ou pelo menos de uma determinada facção mediática-comentarista-operante, com a realidade dos 2 arquipélagos - é gritante o desconhecimento factual das ilhas (o mesmo não se poderá dizer da atitude faccional!).

República das Bananas V

(...) a maioria do território açoriano é plano (...).
Alberto João Jardim esta noite via SicN

a semana,

afinal, tem Cinco Dias.

1ª apresentação nacional

do novo livro de Daniel Sampaio, hoje, em Ponta Delgada (x 2).

República das Bananas IV

A esterilidade da banana.

quarta-feira, outubro 11

Post It

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a propósito da entrevista do Arruda e do Pascoal à RDP (em representação do Ilhas), via Cristina Oliveira, e das sugestões de leitura blogoesféricas feitas pelos referidos confrades, ocorreu-me registar que o Arruda continua em falta quanto à linkagem, pelo menos, do Combustões e do Misantropo Enjaulado. Aqui fica o post it e a encomenda cujo despacho se espera para breve.

Eu hoje deitei-me assim...

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à terceira repetição, do terceiro andamento "Feierlich und Gemessen" da 1ª Sinfonia de Mahler, não resisti ao negrume de Orpheus. Uma solene e bem medida marcha, este 3º andamento da "Titã", tem uma sonolenta origem na conhecida canção de embalar "Frère Jacques" ! Seria hoje Gustav Mahler um erudito do dub ?

terça-feira, outubro 10

Postal da República





Não foi uma jura, mas desde os alvores do novo século que deixei de sair à noite por sistema, facto que além de aumentar o prazo de validade da vil carcaça, teve o efeito colateral de me fossilizar em matéria de arquétipos musicais. Embora pouco hip, a situação apresenta vantagens. Uma das mais gratificantes é a de ser educado pela filha mais velha, a Margarida, que aqui há cinco anos chamou a minha atenção para o Ben Harper e os The Inocent Criminals. Foi amor à primeira vista. A rapariga tem bom gosto, sai à mãe. A semana passada estive em Lisboa e achei por bem agradecer-lhe comprando dois bilhetes para o concerto no Pavilhão Atlântico. A casa estava praticamente cheia e, como dizem os vizinhos espanhóis, foi uma noite de puta madre. Os quatro encores não me deixam mentir. Só me lembro de ter visto dois músicos tão contagiados pelo entusiasmo do público, o Lou Reed e o Ian Dury, ambos em Cascais nos inícios da década de 80. Deu para perceber que Lisboa naquela noite foi um Prozac para o Ben Harper, que não se cansava de repetir: thank you for lifting me up. Chegou até a tocar o Heart of Gold, do Neil Young, porque não sabia dizer obrigado em português, mas a maioria da juvenil plateia ficou a ver navios. Com alguma dose de paternalismo expliquei ao ouvido da Margarida o significado da dedicatória. Ao menos ela não ficou lost on translation. Outro detalhe agradável do concerto, marcado para as 20h00 do dia 4 de Outubro, é que já passava da meia noite quando foram dedilhados os primeiros acordes do Burn One Down. Quase estive tentado a erguer o punho enquanto milhares de vozes entoavam o refrão: if you don?t like my fire, then don?t come around, cause I?m gonna burn one down. Não podia imaginar melhor maneira de exprimir o meu protesto pelo aniversário da República positivista. Viva o Rei.

Oh que felicidade

Na semana passada encontrei o freddie mercury - assim mesmo com minúsculas - a passear em Ponta Delgada.
Fiquei felicíssimo porque afinal ele é bem mais baixo do que eu e tem uma barriga muito maior do que a minha, e estou convencido que se o tivesse ouvido cantar ainda chegaria à conclusão que o meu canto é melhor do que o dele.
Com ele andavam uns gajos que me disseram serem o bono e o mick, mas não quis acreditar eram estrelas a mais para o meu fraco coração.

segunda-feira, outubro 9

Vacas para todos os gostos



até às 23H59 de 4ª feira ? 11 de Outubro AQUI

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Porque as rotativas não podem parar

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República das Bananas III

E ninguém demite este sr.!?

um acto

CRIMINOSO.

weekend postcards

Remédios. Lagoa do Fogo. Domingo 08/10/06. Highway no sentido Lagoa - Ponta Delgada. 1 domingo chuvoso em cintilante contraste com o dia de hoje - 1 gloriosa happy monday...

Sinais


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Os sinais da meia-idade, matreiros e inelutáveis, instalam-se comodamente nas nossas vidas. Inicialmente teimamos em não os reconhecer mas, se pararmos o carrossel do quotidiano, eles lá estão especados, sarcasticamente sinalizando o ciclo da vida. Por vezes são bagatelas tão comezinhas, como por exemplo, subitamente deixarmos de receber notícias ou postais de amigos, e passarmos a ter a nossa caixa de correio atulhada de facturas por pagar e resmas de publicidade inútil. Outras vezes, por exemplo, os sinais de desgaste estão na sublimação do fogo reformista trocado pela cálida cinza conformista...maleita que urge atacar sem dó nem piedade. Mas, ao abeirarmo-nos dos quarenta o diário de bordo das nossas vidas passa a registar o principal, remetendo para o fundo das notas de rodapé o acessório. No rol de bens essenciais que se leva desta existência a amizade faz parte do lastro da vida. Meus amigos são aqueles que partilham comigo a sua casa, retribuindo a nobreza de sentimento de nos aceitarmos mutuamente apesar daquilo que nos divide. O meu amigo Pedro Arruda comemorou ontem o seu aniversário. Desejo-lhe felicidades e que siga sempre no bom caminho.

domingo, outubro 8

Parabéns!

Ao aniversariante, ao getTogether e ao colestrol em formato Brigadeiro caseiro (nota importante o 44 simboliza o nº da casa e não a idade do dito mas que por vezes se confunde, confunde-se, sim confundo,...).

sexta-feira, outubro 6

Reporter X

Pópulo de Cima. Fronteira dos concelhos de Ponta Delgada - Lagoa. 5 de Outubro de 2006. Esta placa sobreviveu a muitos despistes automobilísticos nos tempos áureos e idos do Populos Inn. Contudo, não resistiu a uma noite de selvático Vandalismo. Ás autarquias já bastava a LFL - é caso para dizer-se que a Lagoa está + pobre...

domingo, outubro 1

A não perder...

a feira de dvds da Conforto. A partir de amanhã, dia 2, e durante todo o mês de Outubro no armazém da Conforto (nas Laranjeiras) grande stock de DVDs e Jogos ao preço da chuva que teimou em cair durante este fim de semana.


Amanhã deixarei aqui a minha "Official Selection".

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CHERCHEZ LA FEMME #10













Marilyn Chambers, a.k.a. The Ivory Snow soap girl


Em matéria de Marilyns, escrever sobre a Monroe seria uma vulgaridade previsível e, salvo o devido respeito à famosa pinup presidencial, sinto pela Chambers maiores afinidades geracionais, não obstante ela levar-me alguns anos de avanço. Marilyn Ann Briggs nasceu a 22 de Abril de 1952 em Westport, Connecticut, muito embora alguns sites na Net afirmem ser ela natural de Providence, Rhode Island. A mulher não possui qualquer biografia oficial, atributo imprescindível das urban legends americanas, mas caso este último palpite se confirme ainda não perdi a esperança de que venham a descobir, entre os seus ancestrais, uma avó de Rosto de Cão, ou mesmo dos Remédios da Bretanha, viveiros genéticos preciosos das mais ardentes loiras açorianas. Adiante. A Marilyn começou a fazer-se notar aos 17 anos quando aparece na caixa de sabonetes Ivory Snow com um bébé ao colo que, dizem as más linguas, seria a Brooke Shields. Depois disso ainda tentou a carreira de actriz moralmente correcta, contracenando com Barbara Streisand num filme de que já não recordo o título, mas o seu definitivo passaporte para a fama foi o épico Behind the Green Door (1972), fita que os entendidos não hesitam em classificar como marco miliário da indústria do cinema pornográfico. Foi nesses preparos que a conheci, sem silicones ou subterfúgios de maquilhagem, nas sessões contínuas do multicultural cinema Olímpia que, felizmente, ainda resiste (acho eu) à voragem da pipoca e das grandes cadeias de distribuição. A espontaneidade e voluntarismo da Marilyn eram tais que a fronte do ecrã do Olímpia até ficava perlada de suor. Com o seu ar de girl next door chutou imediatamente para fora a outra estrela da época, Linda Lovelace, uma senhora um bocadinho mais plástica a quem tive o prazer de ser apresentado no Cine-Teatro Carlos Alberto, no Porto. A Linda era um coirão que só nos punha a pensar em porcarias, mas a Marilyn Chambers, com aquele seu ar lavado de atleta olímpica, até me inspirou sonetos de amor. Nunca percebi muito bem por que razão o Andy Wharol não agarrou nela para um dos seus filmes. Provavelmente porque Miss Chambers andava pela contracosta da Califórnia, cluster da pornografia americana, longe da Factory e do Studio 54 em Nova Iorque, onde Wharol fazia o body hunting que marcava o padrão da moda nesses saudosos dancing days. Seja como for, ninguém tira à Marilyn o seu lugar cativo no Panteão da década de 70, ao lado de Watergate e uns furos acima da Jane Fonda.

DIA MUNDIAL DA MÚSICA

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THE RECKLESS PENGUINS - Dinner Music for a Pack of Hungry Cannibals
Recorded September 21, 1996 at the concert "Reckless Night On Board The
Bottom Line: A Birthday Tribute To Raymond Scott"



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The Twilight Zone

O caso do envelope (ainda!?).