quarta-feira, maio 31

"MAKE MY DAY...PUNK !"

"You've got to ask yourself a question: do I feel lucky? Well, do ya, punk?"

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"Go ahead, make my day."




Dirty Clint Eastwood Harry é indubitavelmente uma superstar. Como se nota nutro particular estima por esta cínica e desapiedada personagem de Dirty Harry. Harry é uma consciência implacável que, sem quaisquer dúvidas existenciais, apenas confia na sua 44 Magnum. Nada mais nada menos do que um revólver básico que, no dizer do seu dono, é "the most powerful handgun in the world.".

Dirty Harry é um "lone ranger" dos tempos modernos, solitário conforme manda o respectivo arquétipo, pelo que é também um descrente do "sistema" contra o qual reedita o estilo do velho Oeste nas ruas de São Francisco. Claro está que este género de ficção não faz o gosto dos gurus da esquerda intelectualoide que à data, por certo, andava entretida com os delírios cinéfilos da Nouvelle Vague e quejandos. Daí até apelidarem a dita personagem de "reaccionária" foi um passo. O que, convenhamos, só abona em favor do heróico Dirty Harry. Ademais, se para Dirty Harry "um bom criminoso era um criminoso morto", logo se percebe que a provocação subliminar só poderia ter como ricochete o epíteto de "fascista" ou, na língua dos gringos, um ícone da "right-wing propaganda".

Dirty Harry é por certo a mais emblemática personagem desse grande Mister do cinema que é Clint Eastwood. Curiosamente o papel esteve para ser entregue a Frank Sinatra, John Wayne e até Paul Newman ! Contudo, hoje o inesquecível olhar sardónico, rematado com um esgar de prazer quando Dirty Harry dispara a sua justiceira Magnum 44, tem a marca registada de Clint Eastwood. A série de filmes de Dirty Harry tem ainda o bónus de uma realização vivaz e sem rodeios de Don Siegel. Como se tal não bastasse para incluir a série na memória dos anos 70 recorde-se ainda que Don Siegel teve o luxo de montar os filmes da série ao ritmo de uma banda sonora produzida pelo mestre Lalo Schifrin.

Em suma: "Dirty" Harry Callahan, como personagem de ficção, é maravilhosamente cativante com as suas constantes punch-lines contra criminosos sem emenda, advogados corruptos, e políticos ineptos. Um género que, como se sabe, fez escola no cinema norte americano.

Claro está que Clint Eastwood é muito mais do que Dirty Harry mas também não deixa de ser verdade que muito lhe deve. Presumo que celebrem juntos o aniversário do Mister Clint Eastwood que nasceu a 31 de Maio de 1930 em São Francisco.
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