terça-feira, maio 23
o som do carrilho(ão)
Como é fácil não gostar do Carrilho. É fácil. Tudo no homem pede para não gostarmos dele. Quer seja pela inveja que qualquer homem a sério deve ter pela mulher dele, quer seja pela inveja que qualquer homem inteligente deve ter pela formação dele, quer pelo desprezo que qualquer homem decente deve ter pela arrogância dele. Mas ridicularizar o Carrilho é demasiado fácil. Escolher falar mal do Carrilho é fugir à questão, é escolher fugir da bala que ele disparou para o ar, fugir de ver a verdade que está subjacente a muito daquilo que ele diz. O compadrio mafioso entre jornalistas e fontes, a manipulação das noticias, o arranjinho da comunicação, a deturpada relação entre as redacções e os assessores de imprensa, a noticia de que 70% da informação veiculada pelos jornais tem origem nas agencias de informação (que foi noticia do Expresso e por isso toda a gente vai ridicularizar, mas que é assustadora...). Quer queiramos ou não, quer gostemos ou não, as nossas vidas, hoje, são condicionadas pela comunicação social. O dia-a-dia é regulado pelo caudal e conteúdo dos serviços noticiosos. Falar mal do Carrilho é fácil, perceber que ele tem razão em muito do que diz é que já é mais difícil.
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