segunda-feira, maio 15

Um ano de Jornal

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Há largos anos, mais concretamente há cerca de 20 anos (!), Viriato Soromenho Marques, hoje especialista Catedrático em áreas como a "Filosofia da Política, da Cultura e do Ambiente", veio aos Açores numa campanha promocional da leitura de Jornais. Naqueles verdes anos, pela mão do Prof. Sá Couto, uma vasta trupe de alunos da cadeira de Filosofia da Escola Antero de Quental participou animadamente na conferência que integrava um roteiro de propaganda do slogan "Ler Jornais é Saber Mais.". Era um dever de cidadania dizia-nos, e bem, o Prof. Sá Couto.
No momento em que escrevo mais uma crónica para o Jornal dos Açores que, por estes dias, comemora o seu primeiro ano de existência, recordo o slogan, a campanha, a cidadania, o debate, e sobretudo o fervor, a ambição, e a esperança próprias da juventude daqueles dias e que julgo ter sido também uma imagem de marca deste novo diário micaelense. Decorrido um ano de circulação entre nós do Jornal dos Açores este é também a materialização de que ler jornais é de facto saber mais e, simultaneamente, um combate diário contra a penúria das nossas taxas de leitura e uma insurreição contra a indigência de mentalidades já formatadas numa sociedade pouco dada ao contraditório. Mas, o "quid" editorial de um jornal que não está acomodado será sempre saber mais de quê?

Como leitor diário arrisco-me hoje a dizer que o Jornal dos Açores empenhou-se numa irreverência séria, apostando num jornalismo vivaz que prometia ser uma alternativa e não um complemento à imprensa diária já existente cujos pergaminhos de antiguidade era impossível negar ou sequer disputar. Hoje faço votos para que o Jornal dos Açores não malbarate os seus jovens talentos que, apesar de "serem daqui", nada ficam a dever a algumas estrelas estrangeiradas dos "media" que por cá gostam de se pavonear. Volvido um ano de vida deste Jornal é tempo de felicitar o empenho pessoal de João Paz, Nuno Mendes e do José António Rodrigues. A estes "três mosqueteiros", responsáveis pela defesa do projecto editorial deste Jornal, juntou-se uma jovem equipa de jornalistas cujo mérito principal é acreditar diariamente em mais uma edição do Jornal dos Açores.

Como cronista convidado tenho página reservada à terça-feira desde 17 de Maio de 2005 cujo caderno de encargos tem por obrigação a liberdade de expressão e a participação cívica devidamente temperadas q.b. com ironia e algum humor que alguns, infelizmente, confundem com sarcasmo. O certo é que foi com elevado sentido de responsabilidade que honradamente aceitei o convite da redacção do Jornal dos Açores para assinar uma crónica semanal. É particularmente gratificante possuir inscrito o meu nome no rol de notáveis cronistas deste Jornal como o são, por exemplo, André Bradford, Carmo Rodeia, Emanuel Carreiro, José Borges, Jorge Macedo, Mário Abrantes, Paulo Belo Maciel, Paulo Noval (cito-os por ordem alfabética e não por ordem de preferência pessoal como é óbvio). Com estas palavras não pretendo olvidar o balanço de um ano de escrita, o que farei por imperativo de consciência, até porque, palavras o vento leva e só a escrita fica, mas este é apenas o momento de felicitar o Jornal dos Açores e com estima fazer votos de produtiva longevidade. O futuro reserva-nos outras edições cujas páginas estão ainda em branco mas, parafraseando as palavras do Director, nesta nau «com garra, tenacidade e determinação, vamos navegando na escrita à procura de um porto seguro.».
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JNAS na Edição Especial de 16 de Maio do Jornal dos Açores.
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