Ambiente ao que desobrigas *
As polémicas nestas ilhas são facilmente desprezadas. Ou melhor, a esterilidade das mesmas manifesta-se pela volatilidade com que elas se dissipam mesmo antes da notícia ser devidamente explorada. Isto apenas acontece pela ampla profusão noticiosa a que assistimos diariamente no arquipélago (!). Por isso. Por desinteresse (duvido!). Ou por constrangimentos de ordem vária. Uma forte possibilidade.
Tudo isto a propósito da polémica que opôs (opõe?!) o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo - e que é simultaneamente presidente da Associação de Municípios de São Miguel - à presidente da Câmara de Ponta Delgada e sua colega na mesma Associação.
Em todo este episódio senti que o problema ambiental foi relegado em prol da quezília na disputa partidária. O aterro sanitário de São Miguel mais não é, infelizmente, do que uma lixeira a céu aberto e, desde a sua concepção, foi assinalado o seu carácter precário e insuficiente para as necessidades emergentes da ilha, no que concerne ao contínuo e crescente depósito de resíduos.
Segundo os empresários instalados no Azores Park, que agora se afirmam lesados, estes não tinham noção da localização do aterro existente?! Ele sempre ali esteve. E, perante isso, não procuraram garantias junto de quem procedeu à venda das áreas comerciais?!
Em tudo isto, denota-se um profundo desrespeito pelo Ambiente que nos rodeia. É latente um egoísmo e um desinteresse social transversal a quem por direito devia gerir os destinos do nosso desperdício (que temos de reduzir drasticamente!).
A este respeito gostaria de citar Alan Weisman, autor de “The World Without Us”, e que recentemente passou por Portugal: «Sem nós, a Terra sobreviveria; sem ela, no entanto, nós não poderíamos sequer existir».
* edição de 30/10/07 do AO
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*** Fotografia X Pari Passu/Luis Anselmo
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