Em trânsito *
Lisboa. Reencontro os meus locais predilectos. Apesar de tudo parecer igual esta é uma cidade que se reinventa. Primeira constatação - o ar quente e o clima de insegurança. A conversa com o condutor que me transita, que mais não é do que um monólogo em versão fórum TSF, avança para a análise: do estado da nação; dos assaltos que se multiplicam; do orçamento de estado; do governo e inevitavelmente dos políticos. Não lhe dou razão. Mas, o veredicto continua. Chegados ao destino. Pago a corrida. Peço o recibo. Um compasso de espera. O “resmunguinho”. Era um taxista de Lisboa. Há coisas que não mudam.
A capital está em obras. Essa parece ser uma contingência da urbanidade destes dias. Quer na ilha quer no país. O metro é, provavelmente, a melhor opção em termos de mobilidade no que concerne a transporte público. É rápido, é barato e é eficaz.
Neste domingo, à tarde, há um evento que me persegue. Ainda não parei de circular mas há quem ainda não tenha parado de falar – o discurso de encerramento de Luís Filipe Menezes parece não ter fim. Entre as pausas, que impus a mim mesmo, parece-me mais do mesmo. Mais compincha do que companheiro. A falar de renovação mas a refugiar-se na segurança dos ilustres do partido. Parece-me estranho no lugar, não encaixa. Falam dos Açores e da Madeira. A TV fica em Jardim. Açores, outra vez. E aparece Berta Cabral (?!). É um equívoco de realização?! Sai a imagem. E fixam Costa Neves num relance. Parece estar com cara de poucos amigos. O discurso? Atribuir aos Açores e à Madeira total liberdade nos destinos das autonomias (!). A bonomia do discurso de ocasião. Jardim aplaude. Não consigo ver mais. Fui... Vou ao teatro.
Ao inicio da noite uma passagem pelo vício dos discos. Seguido de uma ida ao Bairro Alto para jantar (continua a ser um local de “peregrinação”). A cidade está suja. E o Bairro Alto não é excepção. Actualmente, aparenta ser um imenso graffiti. Em doses e locais apropriados recomenda-se. Não é o caso. Chega a ser excessivo e mesmo um elemento perturbador que gera ruído e poluição visual. De volta ao jantar – impõe-se a conversa com os amigos. Passamos em revista o quotidiano e os sonhos que estão na gaveta. As Ilhas estão quase sempre no cerne da conversa. Ideias muitas. Certezas poucas. O linguado estava óptimo!
A memória é infalivelmente nostálgica.
* edição de 16/10/07 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Lomo Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário