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Fazer oposição é saber construir uma alternativa. Numa Democracia pluralista a deriva para uma vereda de sentido único, sem alternativas eleitorais, é também a deriva para um regime de partido único. O PSD como maior partido da oposição tem a responsabilidade de facultar aos eleitores o poder de escolherem outro caminho. Não caminhos que se bifurcam para becos sem saída repescando personagens e bandeiras extemporâneas. Só rasgando novas vias contemporâneas, com acessibilidades a uma nova geração de políticas e de políticos, é que o PSD, a nível Nacional e a nível Regional, será capaz de apresentar-se ao eleitorado como alternativa. E essa alternativa é cada vez mais indispensável, porquanto, não restam dúvidas de que as maleitas do principal partido da oposição inquinam a saúde da Democracia em Portugal. É assim indispensável que haja uma permanente reserva de alternativas eleitorais no PSD sob pena de a actual hegemonia Socialista abusar do poder que lhe foi confiado. Espelho dessa realidade abusiva é a actual doutrina de Sócrates que vê em cada opositor, que assim se manifeste, um perigoso conspirador comunista a justificar medidas preventivas policiais com grave atropelo das "liberdades" ! Hoje, o PS que outrora exibia ufanamente essas liberdades de Abril, não hesita em coarctar as mesmas com uma "ditadura do silêncio". O PSD, como maior partido da oposição, tem o fardo, não só de denunciar estas chagas da nossa Democracia, mas também de apontar uma alternativa futura. Em primeiro lugar, a construção desse caminho deve ser feita com efectivo respeito pelo "pluralismo interno", sob pena de o PSD não se diferenciar de um PS onde impera o estilo seguidista do "culto do líder". Em segundo lugar, o PSD tem que desconstruir o falso mito de que ideologicamente são escassas as diferenças de fundo com o PS. Aqui há lugar para um amplo debate, designadamente, saber se é desejável maior ou menor participação do Estado na economia. Depois, haverá lugar para, na prática, se cotejar o mérito dessas opções ideológicas, nomeadamente, apurar qual o estado actual da economia do país independentemente do deficit, se é ou não desejável maior flexibilidade dos vínculos laborais, se devemos ou não privatizar sectores estruturantes da nossa economia - (entre nós o caso da SATA demanda particular atenção do PSD-Açores) - , auditar e ponderar o estado actual do regime de rendimento social de inserção, tutelar ou não com eficácia os desmandos da banca obstando a episódios escandalosos, como o actual folhetim do perdão selectivo de dívidas num dos mais pujantes bancos da nossa praça, enquanto a classe média paga os juros da crise. Estes são tópicos essenciais ao enquadramento da oposição que precisamos e que o PSD deveria assumir em vez de se perder na denúncia pontual ou em projectos megalómanos de uma nova Constituição. Finalmente, o PSD deverá emergir na oposição, com os seus quadros e dirigentes, como um "governo sombra" evitando o desnecessário desgaste do líder em todas as frentes de combate. Também aqui o PSD terá que vincar a sua diferença do PS que não hesita em lançar mão do outsourcing para arregimentar tecnocratas, devidamente "vigiados", para executarem as políticas unilateralmente ditadas pelo líder. Mas, como se sabe, a encruzilhada do PSD é a de encontrar as personagens certas para, no labirinto da oposição, encontrar o fio de ariadne, não para regressar ao passado, mas para encontrar o caminho do futuro e da alternativa de poder.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
Fazer oposição é saber construir uma alternativa. Numa Democracia pluralista a deriva para uma vereda de sentido único, sem alternativas eleitorais, é também a deriva para um regime de partido único. O PSD como maior partido da oposição tem a responsabilidade de facultar aos eleitores o poder de escolherem outro caminho. Não caminhos que se bifurcam para becos sem saída repescando personagens e bandeiras extemporâneas. Só rasgando novas vias contemporâneas, com acessibilidades a uma nova geração de políticas e de políticos, é que o PSD, a nível Nacional e a nível Regional, será capaz de apresentar-se ao eleitorado como alternativa. E essa alternativa é cada vez mais indispensável, porquanto, não restam dúvidas de que as maleitas do principal partido da oposição inquinam a saúde da Democracia em Portugal. É assim indispensável que haja uma permanente reserva de alternativas eleitorais no PSD sob pena de a actual hegemonia Socialista abusar do poder que lhe foi confiado. Espelho dessa realidade abusiva é a actual doutrina de Sócrates que vê em cada opositor, que assim se manifeste, um perigoso conspirador comunista a justificar medidas preventivas policiais com grave atropelo das "liberdades" ! Hoje, o PS que outrora exibia ufanamente essas liberdades de Abril, não hesita em coarctar as mesmas com uma "ditadura do silêncio". O PSD, como maior partido da oposição, tem o fardo, não só de denunciar estas chagas da nossa Democracia, mas também de apontar uma alternativa futura. Em primeiro lugar, a construção desse caminho deve ser feita com efectivo respeito pelo "pluralismo interno", sob pena de o PSD não se diferenciar de um PS onde impera o estilo seguidista do "culto do líder". Em segundo lugar, o PSD tem que desconstruir o falso mito de que ideologicamente são escassas as diferenças de fundo com o PS. Aqui há lugar para um amplo debate, designadamente, saber se é desejável maior ou menor participação do Estado na economia. Depois, haverá lugar para, na prática, se cotejar o mérito dessas opções ideológicas, nomeadamente, apurar qual o estado actual da economia do país independentemente do deficit, se é ou não desejável maior flexibilidade dos vínculos laborais, se devemos ou não privatizar sectores estruturantes da nossa economia - (entre nós o caso da SATA demanda particular atenção do PSD-Açores) - , auditar e ponderar o estado actual do regime de rendimento social de inserção, tutelar ou não com eficácia os desmandos da banca obstando a episódios escandalosos, como o actual folhetim do perdão selectivo de dívidas num dos mais pujantes bancos da nossa praça, enquanto a classe média paga os juros da crise. Estes são tópicos essenciais ao enquadramento da oposição que precisamos e que o PSD deveria assumir em vez de se perder na denúncia pontual ou em projectos megalómanos de uma nova Constituição. Finalmente, o PSD deverá emergir na oposição, com os seus quadros e dirigentes, como um "governo sombra" evitando o desnecessário desgaste do líder em todas as frentes de combate. Também aqui o PSD terá que vincar a sua diferença do PS que não hesita em lançar mão do outsourcing para arregimentar tecnocratas, devidamente "vigiados", para executarem as políticas unilateralmente ditadas pelo líder. Mas, como se sabe, a encruzilhada do PSD é a de encontrar as personagens certas para, no labirinto da oposição, encontrar o fio de ariadne, não para regressar ao passado, mas para encontrar o caminho do futuro e da alternativa de poder.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
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