Fáfá de Belém não foi nas cantigas de escárnio e mal-dizer que glosavam depreciativamente certas "violas" e determinadas "brasileiras" e acedeu ao convite para integrar o rol de artistas que vão pisar o palco "Diversidade" na Feira "Viver Culturas". Não se trata de uma sequela do Rock in Rio mas tão só mais uma festivaleira iniciativa, do estilo de tantas outras, que têm merecido da inteligentzia Socialista o rótulo de foguetório despesista e propagandístico. Contudo, dá-se o caso de o evento ser patrocinado pela Direcção Regional das Comunidades, em parceria com a Câmara Municipal da Ribeira Grande, pelo que as vozes críticas parece que emudeceram e meteram a viola no saco!
Subitamente as farpas dirigidas pelo Presidente do Governo Regional, numa cerimónia oficial em tom de comício partidário, contra certas autarquias, deixaram de possuir a aura de mistério e revelaram a verdade que já se adivinhava. Para alguns ouvidos a música deixa de ser pimba quando muda a audiência. No caso concreto, Fáfá de Belém vociferando : "Meu coração é vermelho, hei, hei, hei / De vermelho vive o coração, ê, ô, ê, ô / Tudo é garantido após a rosa vermelhar / Tudo é garantido após o sol vermelhecer", é sublime poesia que, por certo, encantará uma vasta plateia pontuada com os ilustres do partido da rosa.
Mas, o acinte do episódio das "violas e brasileiras" é apenas mais uma nota numa marcha cor-de-rosa cujo enredo glorifica o partido do poder e demoniza quem teima em não sucumbir aos seus encantos.
Acresce que entre eflúvios de auto elogio à obra feita e por fazer a banda sonora do Partido Socialista vai além dos amanhãs que cantam e tenta reescrever o passado. Infelizmente o deslumbre pelas luzes da ribalta é de tal ordem que esta II Autonomia tem a soberba presunção de querer impor a falsa ladainha de que a Autonomia fundacional foi um comezinho fenómeno de "festas de políticos de paróquia e declarações piedosas.". Mas, infelizmente, subliminarmente lá vai ficando no ouvido a ideia de que a Autonomia só se construiu a partir de 1996. Esta vontade de reescrever a história, rasurando dos anais da Autonomia os anos da regência do Dr. Mota Amaral, tem por suporte o enlevo propagandístico do desenvolvimento económico. Entre os vários factores propulsionadores desse desenvolvimento de sucesso está a mais recente vaca sagrada da nossa economia: o Turismo. Em honra desta divindade não espanta que o Governo Regional dos Açores, sem qualquer temor pelo futuro, atire a primeira pedra das Portas do Mar, um investimento colossal com retorno garantido enquanto obra de regime.
Contudo, a verdadeira obra do regime não se faz com betão mas sim com um "partido político consolidado" como recentemente afirmou o Coordenador do PS/Açores numa extensa entrevista a este jornal. Mais disse que o PS "é um partido político que as pessoas reconhecem como sendo, por via de vicissitudes várias, o único partido capaz de ter um projecto político visível e actuante na sociedade açoriana". Este sonho de partido único é cada vez mais o hino deste Partido Socialista cuja partitura "actuante na sociedade açoriana" é cada vez mais o samba de uma nota só !
Acresce que entre eflúvios de auto elogio à obra feita e por fazer a banda sonora do Partido Socialista vai além dos amanhãs que cantam e tenta reescrever o passado. Infelizmente o deslumbre pelas luzes da ribalta é de tal ordem que esta II Autonomia tem a soberba presunção de querer impor a falsa ladainha de que a Autonomia fundacional foi um comezinho fenómeno de "festas de políticos de paróquia e declarações piedosas.". Mas, infelizmente, subliminarmente lá vai ficando no ouvido a ideia de que a Autonomia só se construiu a partir de 1996. Esta vontade de reescrever a história, rasurando dos anais da Autonomia os anos da regência do Dr. Mota Amaral, tem por suporte o enlevo propagandístico do desenvolvimento económico. Entre os vários factores propulsionadores desse desenvolvimento de sucesso está a mais recente vaca sagrada da nossa economia: o Turismo. Em honra desta divindade não espanta que o Governo Regional dos Açores, sem qualquer temor pelo futuro, atire a primeira pedra das Portas do Mar, um investimento colossal com retorno garantido enquanto obra de regime.
Contudo, a verdadeira obra do regime não se faz com betão mas sim com um "partido político consolidado" como recentemente afirmou o Coordenador do PS/Açores numa extensa entrevista a este jornal. Mais disse que o PS "é um partido político que as pessoas reconhecem como sendo, por via de vicissitudes várias, o único partido capaz de ter um projecto político visível e actuante na sociedade açoriana". Este sonho de partido único é cada vez mais o hino deste Partido Socialista cuja partitura "actuante na sociedade açoriana" é cada vez mais o samba de uma nota só !
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JNAS na Edição de 27 de Junho do Jornal dos Açores
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