terça-feira, fevereiro 10

Resposta aos comentários do André Bradford no seu blog Não M´Acredito

O André apresenta os três seguintes pontos como resposta ao meu post. Seguem os meus comentários a cada ponto.

1º Nunca me passaria pela cabeça que o intuito do Dr. Victor Cruz fosse o de chamar a atenção para a questão do círculo eleitoral regional às Europeias por duas razões principais: desde logo, porque não é essa a razão principal; segundo, porque me faz confusão que ele queira propor uma alteração às regras do jogo quando faltam apenas 4 meses para as Eleições Europeias, e não queira alterar as "regras do jogo" em relação às Regionais, que são daqui a 8.

A questão aqui não é tanto, qual o intuito do Dr. Victor Cruz mas sim a tua capacidade, como comentador político, de ver qual a questão mais importante abordada. Dos parágrafos assinalados tu escolheste evidenciar que ele já está a admitir que o resultado das europeias, na região, não têm a mesma importância do que as regionais. Eu escolhi evidenciar que ele acha uma vitória pessoal ter conseguido colocar um candidato açoriano num lugar elegível nas listas do PSD/CDS/PP.

2º A diplomacia açoriana é, constitucional e estatutariamente, uma diplomacia a dois tempos, isto é, primeiro com Lisboa, depois com o resto do mundo. O que poderá estar mal, do teu ponto de vista, é a Constituição e o Estatuto Político-Administrativo da Região. Mas essa é toda uma outra discussão, além de que nunca nos impediu de estabelecermos contactos directos com organismos internacionais - como acontece com a União Europeia -, regiões ou Estados, como aconteceu já com a Califórnia ou com Timor Leste.

Blá, blá, blá. O que está mal, meu amigo é esta autonomia. Todo o resto é blá, blá, blá.
Não é o que esta autonomia “nunca me impediu” de fazer que me preocupa, mas sim aquilo que ela não me permite, “prontos”!

3º Não me parece que seja triste, de uma perspectiva realista, ter um candidato em lugar elegível ao Parlamento Europeu. Triste seria não ter ou então trocar um deputado europeu açoriano por uma Secretaria de Estado.

Eu não disse que era triste ter ou não ter. O que eu disse é que é triste que a semântica da questão nos seja posta de forma a parecer como uma grande conquista por parte de Victor Cruz e uma piedosa oferta por parte das hostes sociais-democratas cristãs da capital do império o facto de um açoriano estar colocado num lugar elegível.

Obrigado, André, pelos teus comentários.

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