Não presenciei o discurso de cidadania do Presidente da Republica, mas do que me chega através da comunicação social e através da cara de espanto de alguns amigos, é que o nosso presidente concluiu que a nossa autonomia, como ela é, não está esgotada no seu pleno, mas que a sua evolução, essa sim, está à beira de um esgotamento, no mínimo constitucional. Ora bem! Concordo plenamente com a primeira conclusão do Sr. Presidente. Esta nossa autonomia, apesar de mal começada, mal pensada e até possivelmente mal intencionada, apesar de todos os seus defeitos, não está, quase trinta anos depois, aproveitada no seu pleno. E isso é culpa nossa, da nossa falta de cidadania.
Em relação ao segundo ponto, nem sei por onde começar. Se bem entendo o Presidente anunciou que, na sua opinião, a evolução da nossa autonomia pára, aqui e agora. De outra maneira a própria integridade nacional poderá ser posta em causa. O Sr. Presidente, o que nos veio dizer não é que a evolução da nossa autonomia está esgotada, não, o que o Sr. Presidente nos veio dizer é que o estado português se esgotou nesta nossa autonomia.
Quem tem legitimidade de decidir o esgotamento desta nossa autonomia é o povo açoriano. Volto a repetir, cabe-nos a nós decidir, através dos nossos actos de cidadania, como povo, e segundo os garantes da constituição portuguesa e dos direitos humanos, como, quando e em que direcção a nossa autonomia se define e, neste caso, se esgota. Perante o anúncio do esgotamento do meu país para com a minha autonomia, só me resta assumir o direito e a necessidade de uma autonomia progressiva, evolutiva, pondo assim em causa a integridade do estado, passando assim, segundo o presidente, a participar de uma forma de cidadania ilegal. Foi isso que me veio anunciar o meu presidente.
Como se atreve aquele filho de p...ortugal! Estou fulo.
Esta autonomia não é nossa! É deles! E eles decidem que atingiu o seu limite. Se assim for, pois bem, resta-nos a separação daquela parte do país que se esgota aqui, e agora!
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