quarta-feira, janeiro 12

o bartleby do blogue

Podia, é claro que podia, inventar com toda a verve e brilhantismo uma extensa lista de razões, todas elas muito válidas, todas elas inquebrantáveis na sua força justificativa, para o desleixo com que tenho tratado o blogue nos últimos dias, podia mas não o vou fazer, principalmente, porque a verdade é só uma e tão simples na sua prosaica existência que seria quase criminoso escondê-la. A razão para esta ausência da escrita no blogue (menos de 10 posts em um mês é francamente lamentável) foi o amor e a doença. O amor e a doença assim de mãos dadas como dois adolescentes enamorados passeando na praia num final de tarde de verão. O amor familiar e passional e a doença física e viral. Um par mais mortífero que um par de ases numa mesa de póquer. Foram estes dois arautos que me afastaram da companhia do blogomundo preso que me mantiveram na sua vil teia de enleios, dores, febres, prazeres, recolhimentos e alegrias. Quais textos quais carapuça perante tais poderes da natureza humana. Que pode um homem fazer face à simpatia desarmante de uma família reunida, face ao carinho altruísta da paixão do sexo oposto, face aos suores frios, os vómitos, a diarreia, as dores renais, o ardor na uretra, as gotas de sangue na urina (se algum médico me estiver a ler, por favor, aceitam-se recomendações que os 60 euros por consulta são um verdadeiro maremoto para as finanças pessoais), digam-me, que pode um homem fazer? Mas acabadas as festividades, regressado o amor ao reino saudoso das distâncias, debelada (espera-se que sim) a doença, pode que seja possível um regresso aos textos nos próximos dias, sim porque o trabalho, esse, nunca foi desculpa para não blogar. Até porque estou a precisar de picar o João Nuno nesta história do Choque de Gerações.

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