Vem isto a propósito de reler o belo naco de prosa da autoria da Mariana Matos num domínio, em que a mesma é, - salvo melhor opinião, que não é a minha -, especialista: Natália Correia. O texto epigrafado «A Palavra e o Manifesto» (tinha que ter uma dimensão panfletária!) vem publicado no número 11 do Magazine In-Flight da Sata. Não sendo a Mariana Matos bilingue está explicada a tradução selvagem, do citado trabalho, para a língua dos cosmopolitas. Na verdade, um tal Martin Earl leva a talhe de foice uma tradução do seguinte jaez:
O original de Mariana Matos:
«Natália não morreu ainda. Permanece, invisível, na quietude da Lagoa do Fogo, em São Miguel, onde ia sempre que vinha à sua ilha; permanece nos espaços brancos do nosso papel, enquanto cidadãos, responsáveis pelos nossos direitos; alertando-nos para o acumular dos dias perdidos e achados na condição de gente que todos somos»
A corruptela traduzida pelo tal Earl:
«That vision lives on today and her presence is still felt in the calmness of the Lagoa do Fogo, where she would visit on her return trips to São Miguel, which she considered her island.»
Com traduções tão pobres como esta não admira que se diga que a nossa Língua é muito rica! Por falar em réditos será que estas traduções são pro bono ou principescamente pagas? Se o cachet for adequado até eu me habilito a traduzir a Mariana e, modéstia à margem, julgo que faria muito melhor!
Sem comentários:
Enviar um comentário