Quando voltei do almoço quase toda a gente no local aonde trabalho falava ou lia na net sobre a notícia da possível detenção de 11 suspeitos de pedofilia, cá em S. Miguel.
Fiquei triste, com aquele peso amargurado que se sente no estômago, local da última batalha contra a realidade. É como que, apesar de desconfiar, alguém me dissesse que a mulher que eu amo, ama outro homem. A ilha que eu amo é suspeita de ser amante de um mal que viveu entre mim e ela e que eu tentei ignorar. Desconfiei mas não acreditei. E agora? E se a verdade for verdade?
Não deixarei de amar a minha ilha, mas tenho medo que ela me deixe de amar e tome, de agora em diante, como amantes todo este tipo de mal.
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