Antes de mais, deixem que diga uma coisa. Se já estamos assim em Janeiro como é que isto não vai estar em Setembro?! A profusão de posts e de comentários por hora vai ser, seguramente, assustadora. Os computadores vão fumegar, de certeza.
Mas até lá muita água vai correr e muitos parágrafos vamos, nós os bloguistas açorianos interessados, escrever.
Eu continuo a defender o ponto de vista de que nos Açores os candidatos são mais importantes do que os partidos. São os cabeças de lista por cada ilha que, debaixo do chapéu do líder regional, realmente influenciam os eleitores nas suas opções de voto. Este facto é ainda mais essencial pela proximidade dos eleitores aos candidatos. Num meio pequeno como é o nosso as vitórias nascem no contacto pessoal, directo, amistoso, das figuras políticas com a população. É por isso que me referi a figuras como Gusmão, Sampaio e Marques Paz da forma como me referi. São e serão sempre elementos centrais na campanha. Mas para bem da argumentação acrescento o seguinte, também o Sr. Contente e o Sr Ricardo Silva irão desempenhar o mesmo papel. Tal como o Sr Bolieiro, ou o Sr Andrade. A questão é que as figuras que gravitam na orbita dos astros Cesar e Cruz desempenham um papel importantíssimo, porque todos sabemos e o eleitorado também, que é dai que sairão os putativos membros de qualquer governo que se venha a formar e numa economia dependente como é a nossa este aspecto é da maior importância. É obvio que a minha escolha de nomes não é aleatória e, se é preciso que o diga, todas estas figuras estão, para mim, ao mesmo nível e o nível é baixo. Talvez fosse bom que os lideres dos dois principais partidos, que insistem em dizer que estão abertos á chamada sociedade civil, apresentassem para além de listas de candidatos a deputados, listas de possíveis secretários regionais. Talvez assim pudéssemos todos fazer escolhas mais acertadas.
Quanto à questão ideológica é claro que por todo o espectro político atravessa uma enorme falta de ideologia e, pior, de ideias. A razão é simples. A grande maioria das pessoas que hoje estão na política activa não o fazem por aquilo que o Nuno chamou de noção de “serviço público”, muito menos pela defesa de ideais que considerem básicos para a construção de uma sociedade melhor. Só se está na política hoje por que é mais fácil do que estar no mundo empresarial e porque se é mais bem pago do que na “função pública”. Desculpem-me os um porcento que confirmam esta regra. Para agravar isto a total servidão dos políticos aos interesses económicos, ainda para mais numa pequeníssima e pobre região como a nossa, impede a prossecução de qualquer ideal ou ideia de desenvolvimento que afronte ou belisque esses interesses. O pragmatismo da política de hoje é que o dinheiro manda em tudo. (Mesmo em quem não está na política activa.)
Posto isto levanta-se a questão de porque é que nos interessamos, porque é que participamos, porque é que votamos. Porque alguns de nós tem ideais e lutam por eles. Na esquerda, na direita, no centro, uns poucos de nós acreditam que com ideais, e noção de serviço público é possível, e desejável, construir um mundo melhor. Oxalá os que hoje se candidatam também o tivessem.
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