segunda-feira, fevereiro 7
O CONTRATO
Marcelo Rebelo de Sousa assinou no passado dia 4 um «contrato de colaboração» com a RTP como comentador político.
O Professor fica vinculado em exclusivo à estação pública, pelo menos, pelo prazo de um ano - se nenhuma das partes o denunciar nos termos da lei. O formato da participação televisiva de Rebelo de Sousa é decalcado da liturgia dominical da TVI, com a substancial diferença de que em cada intervenção irá publicitar apenas um livro e farpear uma única personalidade.
O contrato assinado estabelece uma cláusula de incompatibilidade, nos termos da qual Rebelo de Sousa renuncia a exercer funções políticas e cargos de responsabilidade partidária, assim como a candidatura a órgãos de soberania e autárquicos. Esta cláusula, assaz bizarra, presume-se que foi amplamente negociada com o «elo mais fraco» da relação contratual.
Este passe para a Televisão do Estado fez-se sem grande alarde, mas deixa-me boquiaberto de espanto. Afinal não se dizia que o Professor tinha sido silenciado por pressões do Governo? Depois de todo o folhetim o Professor tem agora à sua conta a antena do Canal 1, da Televisão que é tutelada pelo mesmo Governo que se dizia envolvido numa conspiração para o calar?
Afinal onde está a mordaça que se dizia ter sido afivelada na língua afiada do incómodo Professor?
Ou será que o contrato era apenas para o Professor Martelo da «Contra-Informação»?
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