quarta-feira, fevereiro 2

a Luz de Lisboa

É da Luz e dos dias frios e luminosos que mais sinto distância. Apesar do burburinho e da beleza inerente à decadência cidadina que lhe configura a aura poética por todos referenciada - Lisboa é, cada vez mais, uma cidade em trânsito. Talvez um ou outro regresso mais prolongado mas nada mais. Após uma semana de ausência pátria chegar a Lisboa e tomar pulso ao estado da nação é, ou foi, um momento angustiante: ameaças, golpes baixos, o voto útil, o amor a Portugal, o fim da pobreza, o(s) Colo(s)...a derrota injusta do SCP para a Taça. Lisboa espelha, na pior acepção da palavra, o País - um enorme buraco, com muitas previsões e conclusões adiadas, orçamentos por cumprir, desvios ao trajecto inicial, sujidade, opulência vs. pobreza, discrepâncias sociais cada vez mais abruptas, o vazio das relações sociais... O restabelecimento da alma surge no fundo de um copo de ginjinha, no Bairro Alto, no 2º andar do El Corte Inglés, num cinema na Av. de Roma, na açorda de gambas, ou numa visita ao CCB. Lisboa, será sempre Lisboa...de preferência com muita Luz por forma a eclipsar a mediocridade do Reino.

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