A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«o facto bombástico do ano de 2004 foi ter sido encerrado, pelo governo, com um superavit sem prejuízos. Uma autêntica proeza digna do titio Patinhas. Porém nem um elogiozito saiu ao Dr. Roberto Amaral, principal autor desse feito, o ex-Secretário Regional das Finanças que governou, durante longos anos este sultanato atlântico em low profile, serena mas firmemente e com cavalheirismo.»
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira, 21 de Janeiro no Açoriano Oriental
«o preservativo, ao fim e ao cabo, é uma questão de plástico que pode salvar vidas.»
Padre Duarte Melo, segunda-feira, 24 de Janeiro no Açoriano Oriental
«A última revisão constitucional representa, para o Presidente da República, uma espécie de nirvana autonómico e constitucional.»
Pedro Gomes, quarta-feira, 26 de Janeiro no Açoriano Oriental
«Portugal é ainda um País de Apartheid social em que os excluídos são ignorados.»
Francisco Louçã, sexta-feira, 28 de Janeiro na Sábado
«Segundo as sondagens, Freitas do Amaral e Francisco Louçã estão a subir na apreciação dos portugueses. Pobre País que adere aos entusiasmos erráticos de um e às investidas totalitárias de outro.»
Raul Vaz, sábado, 29 de Janeiro no Diário de Notícias
«Todas as vezes que abre a boca, Louçã esforça-se por provar que não só não é democrático como permanece fiel aos seus ideais totalitários. (...)
Toda a documentação revelada sobre o universo concentracionário instituído por Lenine, o apoio que a Alemanha lhe deu para que derrubasse o czar e negociasse a paz, o gulag... tudo isso Louçã reduz à "experiência trágica" de regimes "que se chamaram a si próprios comunistas". Esta separação entre o ideal e a prática é uma benesse de que o comunismo tem beneficiado. Se em vez de Lenine e do comunismo, Louçã estivesse a falar de Hitler ou do fascismo, admitir-se-ia que usasse o termo "desvio" quando se referisse aos campos de concentração?
Louçã continua sem admitir que o comunismo é um totalitarismo. Um totalitarismo que se propôs extinguir pessoas pela sua pertença social e pelo seu pensamento, tal como Hitler se propôs extinguir as raças impuras. Tirem-se ao Bloco as causas mediáticas, as conversas sobre as despenalizações, o apoio às causas politicamente correctas e encontra-se Lenine.»
Helena Matos, sábado. 29 de Janeiro no Público.
and now for something completely diferent:
«Nunca sonhei ser primeiro ministro. Nem em pequenino.»
José Sócrates, um dia destes no Jornal de Notícias
segunda-feira, janeiro 31
Antes que o dia acabe
Um post para a Mariana e o seu Ardemar, um dos mais antigos e mais belos blogues deste nosso blogoarquipélago. Parabéns e bons ventos para mais anos de blogue.
A Ilha do Pico vista da Praia do Almoxarife
tudo isto é muito bonito
Acordar de manhã com um hino laudatório no bom estilo elegíaco do meu querido amigo João Nuno é logo razão para acordar sorridente, quando não verdadeiramente escangalhado a rir, como foi o caso de hoje. A notabilíssima prosa do meu amigo causídico provocou-me boas risadas, mas conhecendo-o como o conheço já não esperava outra coisa que não fosse a defesa e o elogio da obra da CMPD e da sua presidente apesar, e como já disse, de o tom e a forma me darem vontade de rir. Como se o restauro do Coliseu fosse o equivalente moderno da invenção da roda. Todos estes investimentos são muito bonitos, sim senhor. O lindíssimo teatro da Horta, o prático teatro da Ribeira Grande, o Centro Cultural de Angra, o Auditório do Ramo Grande, o Cine ValeFormoso, o teatro Micaelense e, sim também, o Coliseu Micaelense, para falar só dos que conheço, tudo isto são importantes investimentos no futuro conjunto de todos nós, até aí concordo com o João Nuno. O problema, meus senhores, é quando nos limitamos a ver isto no pequeno contexto do xadrez político e não percebemos o alcance estratégico que estas coisas têm que ter. O facto é que nos Açores não existe um "conservatório de artes" na verdadeira acepção da palavra. Uma escola de artes do palco que prepare e eduque os nossos jovens para as artes. Não existe uma orquestra, não há uma companhia de bailado, não há uma companhia, nem mesmo semi-profissional, de teatro, não há uma programação regular no domínio das artes de palco que eduque e cultive os públicos. De que servem os edifícios se depois não há nada para por lá dentro? Se dez por cento do investimento que é feito em obras fosse posto na programação e no apoio às artes, aí sim podíamos falar de políticas culturais. Espero sinceramente pelas estratégias programáticas de gestão do Coliseu para avaliar a sério do futuro dessa maior sala de espectáculos dos Açores, para que esta seja mais do que madeira para as térmitas, ou mais do que um salão de bombeiros armado ao chique para massajar o ego da pequenina sociedade micaelense.
Quanto à patetice protocolar dos que estiveram ou não presentes na Gala de Abertura não vou sequer comentar, é como já disse um folhetim partidário ao qual não dou a menor importância, até porque acho uma profunda falta de respeito não convidarem as instituições e empresas da cidade, mesmo da região, ligadas à promoção de eventos e espectáculos. A MUU não foi convidada para a gala de abertura - conhecendo-nos como conheço, provavelmente, o convite seria amavelmente recusado -, mas que ficava bem o convite, ficava. Mas já nem falo da festarola, falo de convidarem as instituições e empresas locais para uma visita de apresentação da sala, das suas especificações técnicas e capacidades. Não julguem os maldosos que eu estou chateado por não ter sido convidado para a dita Gala. Quem me conhece sabe que eu detesto gravatas quanto mais smokings. O que me irrita mesmo é esta constanteobceção obsessão regional pelo acessório, pelo inefável betão e o menosprezo constante pelas coisas importantes, como por exemplo o investimento nas artes. Restaurar o Coliseu por si só não é investir na cultura. E sobre Coliseus é só isto, até amanhã camaradas...
P.S. Este texto expressa apenas as minhas opiniões. A MUU-Produções são quatro pessoas, qualquer coisa para vincular a MUU tem que ser assinada por pelo menos dois.
Quanto à patetice protocolar dos que estiveram ou não presentes na Gala de Abertura não vou sequer comentar, é como já disse um folhetim partidário ao qual não dou a menor importância, até porque acho uma profunda falta de respeito não convidarem as instituições e empresas da cidade, mesmo da região, ligadas à promoção de eventos e espectáculos. A MUU não foi convidada para a gala de abertura - conhecendo-nos como conheço, provavelmente, o convite seria amavelmente recusado -, mas que ficava bem o convite, ficava. Mas já nem falo da festarola, falo de convidarem as instituições e empresas locais para uma visita de apresentação da sala, das suas especificações técnicas e capacidades. Não julguem os maldosos que eu estou chateado por não ter sido convidado para a dita Gala. Quem me conhece sabe que eu detesto gravatas quanto mais smokings. O que me irrita mesmo é esta constante
P.S. Este texto expressa apenas as minhas opiniões. A MUU-Produções são quatro pessoas, qualquer coisa para vincular a MUU tem que ser assinada por pelo menos dois.
AUDACES FORTUNA JUVAT
O Coliseu Micaelense renasceu hoje.
Esta data, 30 de Janeiro de 2005, ficará indelevelmente marcada nos anais da nossa História Micaelense. O Coliseu é hoje nosso e é assim de todos nós.
Recuperada esta nossa casa resta-nos, a todos nós que amamos Ponta Delgada, reavivar a nossa memória colectiva, actualizando-a e enriquecendo-a, como quem cuida de um legado às gerações que estão para vir.
Efectivamente, mais do que pedra sobre pedra a obra do Coliseu Micaelense encarna o sonho e a concretização do nosso imaginário colectivo. «Querer é poder», lá diz o Povo e, é para o Povo que o Coliseu aí está de cara lavada. Sem pretensões de novo riquismo e contido na recuperação de um património há largos anos negligenciado.
A Gala de Reabertura foi apenas o momento solene que serviu para registar o renascimento da maior sala de Espectáculos dos Açores e, naturalmente, uma das melhores de Portugal. A consagração do voluntarismo Micaelense que simbolicamente se materializou no Coliseu foi, oportunamente, evocada na reconstituição Teatral da inauguração do então «Coliseu Avenida». A encenação esteve a cargo do grupo de Teatro «Máquina do Tempo», reconstituindo o discurso inaugural de 1917 (numa época em que a Europa e Portugal sufocavam nas trincheiras da I Grande Guerra) e tirando os rendilhados de época, bem poderia servir de suplemento energético e ânimo ao espírito empreendedor das gentes de São Miguel.
Sendo o Coliseu a materialização em pedra da audácia insular bem poderia ostentar no proscénio de Canto da Maia a máxima «Audaces fortuna juvat». Mas, no coração de cada artista que suba ao palco impenderá essa responsabilidade, até porque a arte é longa e a vida breve...e foi com muita arte e paixão que a Dr.ª Berta Cabral, e uma vasta equipa, realizou o que, para muitos, era uma mera quimera Teatral... abrir de novo ao Mundo as portas do Coliseu Micaelense.
Esta data, 30 de Janeiro de 2005, ficará indelevelmente marcada nos anais da nossa História Micaelense. O Coliseu é hoje nosso e é assim de todos nós.
Recuperada esta nossa casa resta-nos, a todos nós que amamos Ponta Delgada, reavivar a nossa memória colectiva, actualizando-a e enriquecendo-a, como quem cuida de um legado às gerações que estão para vir.
Efectivamente, mais do que pedra sobre pedra a obra do Coliseu Micaelense encarna o sonho e a concretização do nosso imaginário colectivo. «Querer é poder», lá diz o Povo e, é para o Povo que o Coliseu aí está de cara lavada. Sem pretensões de novo riquismo e contido na recuperação de um património há largos anos negligenciado.
A Gala de Reabertura foi apenas o momento solene que serviu para registar o renascimento da maior sala de Espectáculos dos Açores e, naturalmente, uma das melhores de Portugal. A consagração do voluntarismo Micaelense que simbolicamente se materializou no Coliseu foi, oportunamente, evocada na reconstituição Teatral da inauguração do então «Coliseu Avenida». A encenação esteve a cargo do grupo de Teatro «Máquina do Tempo», reconstituindo o discurso inaugural de 1917 (numa época em que a Europa e Portugal sufocavam nas trincheiras da I Grande Guerra) e tirando os rendilhados de época, bem poderia servir de suplemento energético e ânimo ao espírito empreendedor das gentes de São Miguel.
Sendo o Coliseu a materialização em pedra da audácia insular bem poderia ostentar no proscénio de Canto da Maia a máxima «Audaces fortuna juvat». Mas, no coração de cada artista que suba ao palco impenderá essa responsabilidade, até porque a arte é longa e a vida breve...e foi com muita arte e paixão que a Dr.ª Berta Cabral, e uma vasta equipa, realizou o que, para muitos, era uma mera quimera Teatral... abrir de novo ao Mundo as portas do Coliseu Micaelense.
domingo, janeiro 30
Entre-Tigre-e-Eufrates: Democracia a martelo
Lembro-me perfeitamente da 1ª Guerra do Iraque, aquela que reuniu quase todos os consensos. Para quem não esteve no teatro das operações, pode-se até dizer que lhe senti o cheiro, na Praia da Vitória, da varanda do meu quarto na Residencial Teresinha. Cheirava a gasolina e querosene, no rasto perfumado e enjoativo dos caça-bombardeiro americanos que aterravam na pista do aeroporto das Lajes. Estávamos em Agosto e o Pentágono afadigava-se na operação "Desert Shield", cujo objectivo era deslocar a logística militar das US Forces para o Golfo Pérsico onde, a partir da Arábia Saudita (Rihad), seria lançada a ofensiva destinada a expulsar os invasores iraquianos do Koweit.
Cá pelas ilhas as coisas iam bastante mais calmas. As autarquias tinham acabado de abrir os concursos para a realização dos seus primeiros Planos Directores Municipais e eu estava a caminho do Corvo para fazer a minha quota-parte de trabalho no âmbito do PDM local. Já agora, para que se saiba, a Câmara do Corvo foi a única do arquipélago que teve a "audácia" de entregar à Universidade dos Açores a realização do seu PDM. Honra lhe seja feita.
Nesse tempo, já hoje tão distante, a SATA ainda não voava para o Corvo e a única forma de lá chegar era num Aviocar da Força Aérea. Como estava entregue aos cuidados dos Transportes Aéreos Militares, foi-me dado assistir ao frenesim da ponte aérea do lado não civil da questão. Fiquei, evidentemente, impressionado e como se não bastasse, as condições meteorológicas impediram a aterragem do Aviocar na pista de Vila Nova do Corvo, obrigando-me assim a dois dias de pernoita nas instalações militares da Base Aérea nº 4 das Lajes. Abençoado anticiclone que me valeu uma borla no 1º balcão para assistir àquele filme de guerra. A realidade ultrapassava a ficção e metia o "Top Gun" num chinelo: todos os pilotos de caça que vi de perto eram mais altos que o Tom Cruise e usavam óculos escuros, sim, mas para esconder as olheiras. Em contrapartida, a placa onde estavam estacionados os aviões portugueses tinha, no meio de todo aquele vespeiro aeronáutico, uma dimensão comoventemente Lilliputiana. Enfim, à falta de golpe de asa lá me consolei com a ideia de que, afinal, o porta-aviões sempre era nosso.
Tempos mais tarde, por altura de Fevereiro, assuntos universitários levaram-me a Inglaterra quando a operação "Desert Storm" estava no seu auge e, já com o Koweit desocupado, as forças aliadas entravam pelo Iraque adentro. Uma frente fria siberiana tinha-se abatido sobre as Ilhas Britânicas e eu passava grande parte dos dias refugiado na John Rylands Library, ou então no quarto a ouvir as emissões radiofónicas da BBC, já que os meus amáveis anfitriões não consentiam televisão em sua casa. As notícias do bombardeamento de Bagdade chegavam-me abafadas pela voz calma e "british" do jornalista de serviço. Jamais esquecerei aquilo que um Professor de Arqueologia e Antiguidade Oriental da Universidade de Oxford - convidado pela BBC a comentar a guerra em curso - disse dos bombardeamentos "em tapete" que as forças aliadas então efectuavam: "Esta guerra é um exercício de autofagia; estamos a destruir o próprio berço da nossa civilização". Bem vistas as coisas, a declaração estava longe de ser a descoberta da pólvora, pois qualquer um de nós aprendeu no liceu que foi na Mesopotâmia, entre o Tigre e o Eufrates, que o Homem primeiro se tornou sedentário e agrupou em cidades, que depois deram origem às formas mais complexas e hierarquizadas do Estado, isto para não falar da escrita e, consequentemente, da própria História. Ou será que nos esquecemos? Ou será que ainda não tínhamos percebido bem que o actual Iraque corresponde ao território da antiga Mesopotâmia, a Mãe de todas as mães?
Pelos vistos, não. E a prova é que mais de dez anos passados as cenas se repetiram de novo, desta feita em nome da liberdade e da democracia, predicados políticos ocidentais que a administração Bush entendeu impor à sociedade iraquiana, que já tem idade suficiente para saber o que é que quer. Ontem foram a votos expressar a sua vontade. No momento em que escrevo estas linhas estou longe de saber qual foi o resultado ou, sequer, se houve eleições. Em qualquer dos casos a Ministra dos Negócios Estrangeiros americanos, Condoleeza Rice, não tarda muito está a aterrar em Bagdade e, com todo o respeito, gostava de lhe enviar o forward de uma carta escrita há milhares de anos por Plínio o Moço, que assim se dirigia ao homem que ia tomar posse do cargo de governador da Lacedemónia como representante do poder imperial de Roma:
"Lembra-te que foste enviado para a província de Acaia, para aquela verdadeira e pura Grécia, na qual se crê terem sido primeiro inventadas a cultura, a literatura, e até o trabalho dos campos; enviado para estabelecer ordem na constituição de cidades livres, isto é, para junto de homens que são homens ao máximo (?) Reverencia os deuses fundadores e os nomes das divindades, reverencia a glória de antanho e a própria velhice, que, se é venerável nos homens, nas cidades é sagrada (?) Tem diante dos olhos que foi este o país que nos mandou o direito (?) que é para Atenas que vais, que é a Lacedemónia que governas; e que arrebatar-lhes a sombra que lhes ficou e o nome que lhes resta da liberdade é duro, é feroz, é bárbaro".
A esta sábia e nobre epístola, atrevo-me a acrescentar uma nota pessoal em cartão de visita:
Cara Doutora Rice,
É com imenso respeito pela sua cor de pele que lhe peço o seguinte: faça os impossíveis por ser uma pomba branca.
Acredite que lhe ficava muito agradecido. Eu e muitos outros. A democracia, como dizia Churchill, pode ser o menos mau de todos os sistemas mas, talvez por isso mesmo, não temos o direito de a usarmos como um martelo. O mais certo é os pregos ficarem todos tortos.
N.B.- Este texto foi também publicado (hoje, 2ª feira) na rubrica "Aula Magna" do Açoriano Oriental
sexta-feira, janeiro 28
Notícia de última hora
Santana Lopes abre processo judicial contra uma desconhecida empresa de sondagens que repetidamente deu como possível um empate técnico, nas eleições açorianas, entre o PPD/PSD-A e o PS-A.
Inquirido a comentar, o ministro Bagão Félix, não contendo um sorriso sinistro, simplesmente deixou escapar a expressão - "Let the inquisition begin". Ao seu Lado Paulo Portas, deixando escapar a mesma expressão que lhe invadiu o rosto quando descobriu que também era m(s)inistro do Mar, exclamou, - Mas já não começou?- , no momento em que lhe passava pela frente Freitas do Amaral, conhecido pedófilo e traficante de drogas pesadas, que gargalhava desalmadamente enquanto caminhava de mãos amarradas para o molhe da fogueira. Lá longe ouvia-se uma multidão de renovados cristãos, - Freitas! Amigo! O povo está contigo! ... Freitas! Amigo! O povo está contigo! ... -. Surpreendido o carrasco que o acompanha pergunta-lhe - Quem é o Freitas do Amaral ??? -.
Inquirido a comentar, o ministro Bagão Félix, não contendo um sorriso sinistro, simplesmente deixou escapar a expressão - "Let the inquisition begin". Ao seu Lado Paulo Portas, deixando escapar a mesma expressão que lhe invadiu o rosto quando descobriu que também era m(s)inistro do Mar, exclamou, - Mas já não começou?- , no momento em que lhe passava pela frente Freitas do Amaral, conhecido pedófilo e traficante de drogas pesadas, que gargalhava desalmadamente enquanto caminhava de mãos amarradas para o molhe da fogueira. Lá longe ouvia-se uma multidão de renovados cristãos, - Freitas! Amigo! O povo está contigo! ... Freitas! Amigo! O povo está contigo! ... -. Surpreendido o carrasco que o acompanha pergunta-lhe - Quem é o Freitas do Amaral ??? -.
Sondagens
Não quero, nem de longe nem de perto, entrar em concorrência com o excepcional Pedro Magalhães com análises às sondagens, mas quer-me parecer que de todas estas últimas sondagens o dado mais importante a reter são os mais de 20% de Não Sabe/Não Responde.
P.S. (nunca esta abreviatura foi tão bem utilizada): Sócrates, tu atina meu...
P.S. (nunca esta abreviatura foi tão bem utilizada): Sócrates, tu atina meu...
As voltas que o mundo dá.
Eu vou-me rir à gargalhada quando o uniforme da esquerda for este. Freitas é fixe!
...e eu que toda a vida andei de pullovers em bico e camisas Ralph Lauren.
...e eu que toda a vida andei de pullovers em bico e camisas Ralph Lauren.
«BLOGUICES»
«Bloguices: As novas tecnologias trouxeram bastante de positivo ao mundo. Muita da informação existente no planeta está hoje à distância de um simples clique. No entanto, há também o reverso da medalha. Estão agora na moda os blogues, ferramenta que serve para muitos opinarem sobre qualquer assunto. Todavia, opinar é uma coisa, degradar é outra. Quem lá escreve deveria ter cuidado com as afirmações que faz. Quando se toca na integridade de alguém é preciso que existam provas. Ora, se as há, meus amigos, e dada a gravidade das acusações, venham a público revelá-las. Senão, pensem antes de teclar.»
A fonte é das argoladas do Expresso das Nove, o mesmo que tem um sucedâneo diário que em tempos tinha uma lista, eclética e elitista é certo, de links para blogs! Considerando o passado recente julgo que o alvo não eramos nós , mas outra «sala» de postas. Fica a dúvida de saber se esta argolada foi de encomenda e pensada antes de imprimida!
A fonte é das argoladas do Expresso das Nove, o mesmo que tem um sucedâneo diário que em tempos tinha uma lista, eclética e elitista é certo, de links para blogs! Considerando o passado recente julgo que o alvo não eramos nós , mas outra «sala» de postas. Fica a dúvida de saber se esta argolada foi de encomenda e pensada antes de imprimida!
Freitas do Amaral
Com o PPD/PSD-CDS/PP, nos últimos três anos, "Do ponto de vista estratégico, não avançámos nada nas bases do nosso desenvolvimento; do ponto de vista económico-financeiro, não consolidámos as finanças públicas; do ponto de vista social, não combatemos a pobreza nem diminuímos o fosso entre ricos e pobres".
in Visão nº 621 (via Sala de Fumo)
Mas compramos barcos, tanques, aviões e hélicopetros para o ministéri(c)o da guerra...
in Visão nº 621 (via Sala de Fumo)
Mas compramos barcos, tanques, aviões e hélicopetros para o ministéri(c)o da guerra...
"desmistificação da riqueza dos nossos mares"
Esta questão, faz-me lembrar o outro que dizia - "Sei que sou corno, mas não sei o que vêem na minha mulher, ela não vale nada."
O que um homem de direita, como o Nuno Barata, quer dizer é que, sendo responsável de uma insignificante, mal apetrechada, comparando com Espanha, frotazinha que dá pouco lucro, o mar dos Açores não vale nada.
Que sabe o Nuno Barata, a nível técnico-científico, sobre mar, para além de puxar uns peixinhos para dentro de umas miseráveis carcaças flutuantes, para o vender, assim, ao desbarato?
O mar, nosso e dos outros, é muito mais do que a pesca e a pesca é muito mais do que como se pesca nos Açores.
O que um homem de direita, como o Nuno Barata, quer dizer é que, sendo responsável de uma insignificante, mal apetrechada, comparando com Espanha, frotazinha que dá pouco lucro, o mar dos Açores não vale nada.
Que sabe o Nuno Barata, a nível técnico-científico, sobre mar, para além de puxar uns peixinhos para dentro de umas miseráveis carcaças flutuantes, para o vender, assim, ao desbarato?
O mar, nosso e dos outros, é muito mais do que a pesca e a pesca é muito mais do que como se pesca nos Açores.
O ESTADO DA REGIÃO
Depois do Estado da Região ainda estou em Estado de Choque! Estou, em bom Português das nossas Ilhas, numa palavra: Menente (palavra que o corrector ortográfico do Word com Português (de Portugal), obviamente, não reconhece)!
Um ante scriptum impõe-se. É deplorável a publicidade enganosa com que a RTP-A publicitou no seu site o debate de hoje. Como se viu não houve nenhuma participação cívica, quer pelos tradicionais meios telefónicos, quer pela via modernaça do e-mail, apesar do programa ser um «live-show», inclusivamente com comediantes de serviço para o «comic relief» sempre oportuno para agarrar audiências! Como se isso fosse pouco só avisaram a desoras a ausência do Dr.º Mota Amaral que, estando em convalescença, não se prestou a comparecer no debate!
Seja como for, só com uma desmesurada dose de boa fé, temperada com cinismo q.b., seria de esperar que este debate fosse um efectivo exercício de cidadania! Enquanto os cidadãos estiverem ausentes nunca o será. Como contraponto veja-se o bom exemplo do alinhamento dos debates televisivos nos Estados Unidos de acordo com o modelo do «town hall».
Quanto ao miolo do debate e encerrada a arena é legítimo um exercício de pontuação final, necessariamente subjectivo mas, tendencialmente imparcial.
1º Nuno Barata: pela impulsividade e a capacidade de ter agastado Ricardo Rodrigues e Aníbal Pires. Pontuou também naquilo a que chamou desmistificação da riqueza dos nossos mares quando aferida pelos parâmetros produtivos, por exemplo, de Espanha. Sinal menos para o final quando se resguardou de uma posição incómoda em sede de debate sobre o aborto (!) alegando objecção de consciência (!). Foi o que se apresentou com melhor ar e indumentária. Contudo era dispensável uma discreta, mas visível, pulseira no punho esquerdo bem ao estilo de PSL.
2.º Aníbal Pires: talvez pela novidade e estilo desempoeirado que contrasta com o de Decq Mota, já que este apenas produzia ruído de fundo para a costumeira banda sonora formatada nos estúdios Avante! Soube ainda gerir o seu tempo e o dos outros esquivando-se à disciplina do moderador, pelo que, pontuou em todas as linhas da frente do debate. Sinal negativo pela colagem à tese da Autonomia esgotada. Sinal positivo pela advertência das consequências práticas e directas da dependência da Região e da diluição de poderes e competências na União Europeia.
3.º Joaquim Ponte: só porque se deixou ultrapassar na gestão do tempo pelo Barata e pelo Pires, recuperando todavia na parte final do debate. Sinal positivo pelo facto de surgir ao eleitorado como um valor seguro ostentando experiência e conhecimento da negociação de «dossiers» fundamentais, como por exemplo o da revisão Constitucional. Embora a serenidade não seja uma mais valia telegénica não deixa de ser um critério a ponderar no momento do voto e creio que foi esta a estratégia trilhada por Joaquim Ponte. Comedido mas eficaz! Exemplo do que antecede o ataque cerrado à tese da Autonomia esgotada e ainda o levantar do véu no que respeita aos meandros da negociação da última revisão da Constituição. Sinal menos pelo facto de surgir no debate em substituição de Mota Amaral o que inevitavelmente diminui seja quem for.
4.º Ricardo Rodrigues: não resistiu a piscar o olho à «colega» e «amiga» do Bloco de Esquerda. Por outro lado lançou as costumeiras farpas ao PSD e, curiosamente, com excessiva e velada acidez ao PP de Nuno Barata! Sinal positivo pelo regresso à vida política activa, embora desta feita em benefício de Portugal e do Parlamento de Lisboa e à custa de uma possível pasta que lhe caberia neste novo governo de Carlos César. Sinal negativo pelo facto de a sua candidatura soar a sacrifício imposto por uma travessia dourada do deserto. Sinal positivo pelo «sound byte» com que se virou à questão das Pescas, designadamente, ao «patrocínio» de um processo judicial contra a União junto do Tribunal das Comunidades... lá correrá os seus termos mas, entretanto, ainda serve para pontuar em debates televisivos sempre que for preciso mostrar obra feita.
Quanto aos restantes partidos minoritários não cabem no podium nem têm direito ao tempo de antena que já gastei com os outros. Todavia, uma justa referência à hilariante dupla de extremos protagonizado por Pedro Pacheco e Edgardo Madeira. Em matéria de gozo lúdico opto pelo virtuoso Edgardo Madeira, já que a sua performance foi num registo que a todos fez lembrar o Diácono Remédios... não havia necessidade! Do procurador da Nova Democracia, retive o pensamento profundo e visionário do mesmo quando disse que isto de termos 9 ilhas custa muito dinheiro! É de génio e augura uma brilhante carreira política! Mas, será que pretende impor uma política secessionista para reduzir custos - Que tal começar pelo Ilhéu de Vila Franca... com ele próprio a fixar residência oficial no dito pedaço de terra!
Fiquei também menente com o alinhamento do debate, com a forma ligeira como se abordou a reforma do sistema eleitoral na Região Autónoma dos Açores e com o enfoque dado ao Separatismo e à Independência; pensava eu que fossem temas tabu ou fantasmas do passado. O certo é que quem invocou os espíritos foi o Presidente da República. Ora, à custa do nosso Chefe de Estado e «compagnon de route» do nosso Pedro Arruda fico aqui a cismar com o panfleto deste quando suspira: Merecíamos políticos melhores.
(post scriptum: acho que vou de férias do blog! Conto regressar um dia destes se não for antes!)
quinta-feira, janeiro 27
POST IT
Um post it só para lembrar que logo ao serão, pelas 21 horas e 30 minutos, temos debate na nossa RTP-A. Para quem ainda gosta de debates como eu, aqui fica a nota de que no «Estado da Região», de Osvaldo Cabral, esta semana o debate é com os cabeças de lista às próximas eleições legislativas de 20 de Fevereiro... com todos eles!
«O Estado da Região», ao contrário de muita tralha que inunda o ecrã da RTP-A e que leva o rótulo de «programação informativa», é transmitido em directo estando igualmente aberto à participação dos telespectadores, por telefone ou por email... e isto em tempo real. A isto também se chama Cidadania.
quarta-feira, janeiro 26
DIRIGENTES OCULTOS
...De passagem, enquanto ia cuidadando da minha vida, lá fui ouvindo matinalmente a entrevista ao dr. Paulo Gusmão ao Pedro Moura do Bom Dia.
Num registo dramático, a derrapar para um script de soap opera barata, e com baba e ranho pelo meio, o dr. Paulo Gusmão lá foi dizendo de sua justiça. Cedo esclareceu que não esteve com a estratégia da coligação! Restou esclarecer se fez campanha contra a mesma! Não quis falar da gestão de dinheiros do CDS/PP o que se percebe, já que de insinuações infundadas está a política Regional a abarrotar. Por falar em insinuações, por três vezes, zurziu nos dirigentes ocultos (!!!) do CDS-PP que lhe puxaram o tapete. Disse, em jeito de profissão de fé, que eterno só era o seu baptismo e o seu casamento. Daí que secular e de modo desinteressado abandonava o seu PP - mas não a Assembleia Regional -, cujo líder parlamentar era agora líder de si próprio!
Finalmente, lá disse que estava de nojo como qualquer viúva decente, mas passado o luto não renegaria novas núpcias, agora com a Nova Democracia... será que é já um dirigente oculto de Manuel Monteiro? ...aguardamos as cenas dos novos capítulos!
Num registo dramático, a derrapar para um script de soap opera barata, e com baba e ranho pelo meio, o dr. Paulo Gusmão lá foi dizendo de sua justiça. Cedo esclareceu que não esteve com a estratégia da coligação! Restou esclarecer se fez campanha contra a mesma! Não quis falar da gestão de dinheiros do CDS/PP o que se percebe, já que de insinuações infundadas está a política Regional a abarrotar. Por falar em insinuações, por três vezes, zurziu nos dirigentes ocultos (!!!) do CDS-PP que lhe puxaram o tapete. Disse, em jeito de profissão de fé, que eterno só era o seu baptismo e o seu casamento. Daí que secular e de modo desinteressado abandonava o seu PP - mas não a Assembleia Regional -, cujo líder parlamentar era agora líder de si próprio!
Finalmente, lá disse que estava de nojo como qualquer viúva decente, mas passado o luto não renegaria novas núpcias, agora com a Nova Democracia... será que é já um dirigente oculto de Manuel Monteiro? ...aguardamos as cenas dos novos capítulos!
O Foguetabraze também estará esgotado?
Ele há coisas poderosas que transformam uma alma.
Apesar do velório que o presidente veio cá fazer à autonomia e do velório que o CDS/PP anda a preparar ao Paulo Gusmão, ele é dois post dedicados ao CG, ele é um post dedicado a freguesia de labregos que lhe fica mais próxima do coração, ele é pancadinhas nas costas de velhos sábios que lhe dizem que ele é que é, ele é dias com relógio, mas sem tempo, ele é dia das amigas.
Que gato te comeu a língua, meu velho lobo do mar?
Apesar do velório que o presidente veio cá fazer à autonomia e do velório que o CDS/PP anda a preparar ao Paulo Gusmão, ele é dois post dedicados ao CG, ele é um post dedicado a freguesia de labregos que lhe fica mais próxima do coração, ele é pancadinhas nas costas de velhos sábios que lhe dizem que ele é que é, ele é dias com relógio, mas sem tempo, ele é dia das amigas.
Que gato te comeu a língua, meu velho lobo do mar?
(Really) Early morning blog , 4
Porque hoje é Quarta-feira.
Se me ponho a trabalhar
e escrevo ou desenho,
logo me sinto tão atrasado
no que devo à eternidade,
que começo a empurrar pra diante o tempo
e empurro-o, empurro-o à bruta
como empurra um atrasado,
até que cansado me julgo satisfeito;
(...)
Em troca, se vou passear por aí
sou tão inteligente a ver tudo o que não é comigo,
compreendo tão bem o que não me diz respeito,
sinto-me tão chefe do que é fora de mim,
dou conselhos tão bíblicos aos aflitos
de uma aflição que não é minha,
dou-me tão perfeitamente conta do que
se passa fora das minhas muralhas
como sou cego ao ler-me ao espelho,
que, sinceramente não sei qual
seja melhor,
se estar sózinho em casa a dar à manivela do mundo,
se ir por aí a ser o rei invisível de tudo o que não é meu.
José de Almada Negreiros, Obras Completas, vol. 4, Poesia, Ed. Estampa, 1971.
A AUTONOMIA ESTAFADA
O Presidente da República assentou praça na nossa esgotada Autonomia. Veio cá com ares de visita régia proclamar aos seus súbditos que bem podiam debater mais e melhor Cidadania, escusando, por outro lado, de cogitar mais e melhor Autonomia. Esta era matéria dada que, em substância, estaria fora da agenda política Presidencial. Quem está de fora até parece que a Autonomia foi assim graciosamente outorgada por decreto Presidencial! Não fossem as restantes intervenções, e ainda o que se seguiu, a imagem inaugural do Congresso de Cidadania extinguir-se-ia numa nova fórmula autonómica: A Autonomia Esgotada!
Depois da sessão inaugural do Congresso da Cidadania, adornado com lídimos cidadãos de 1ª Classe na qualidade de representantes dos restantes, teve lugar a ronda do micro da RTP-A pelos dirigentes políticos, para indispensável comentário à nova doutrina Sampaio sobre a Autonomia.
Como seria de esperar, por razões de afinidade e solidariedade ideológica, Carlos César foi comedido no seu comentário. Contudo não deixou de divergir quanto à tese do «exauriamento» da autonomia. Como também seria de esperar, nesta fase do campeonato, Victor Cruz teve mais «genica» na defesa do acervo da Autonomia, pontuando assim no prime-time do Jornal da Noite da RTP-A. Do CDS/PP, porventura combalido com a putativa desfiliação de Gusmão, saiu uma declaração em low-profile que nada acrescentou ao que havia sido dito por César e Cruz.
Espanto, ou talvez nem tanto, foi a concordância adestrada dos Comunistas cá do burgo e do Bloco de Esquerda. Os Açorianos ficam a saber que também para estes a Autonomia esgotou-se.
Deplorável foi a forma pouco corajosa e a reserva mental como o PDA ladeou a questão dizendo, por um lado, que advogam uma Autonomia sem fim e por outro, que o que importava era levar a Autonomia até onde os Açorianos quisessem! Mero usus loquendi! O que o PDA quis dizer, mas não disse e não teve audácia para o fazer, é que, in fine, defende a Independência dos Açores! Não se compreende tal acabrunhamento, afinal não é nossa divisa oficial «Antes Morrer Livres que em Paz Sujeitos», ou será que a mesma máxima é hoje pura iconografia oficial de uma Autonomia Estafada?
Depois da sessão inaugural do Congresso da Cidadania, adornado com lídimos cidadãos de 1ª Classe na qualidade de representantes dos restantes, teve lugar a ronda do micro da RTP-A pelos dirigentes políticos, para indispensável comentário à nova doutrina Sampaio sobre a Autonomia.
Como seria de esperar, por razões de afinidade e solidariedade ideológica, Carlos César foi comedido no seu comentário. Contudo não deixou de divergir quanto à tese do «exauriamento» da autonomia. Como também seria de esperar, nesta fase do campeonato, Victor Cruz teve mais «genica» na defesa do acervo da Autonomia, pontuando assim no prime-time do Jornal da Noite da RTP-A. Do CDS/PP, porventura combalido com a putativa desfiliação de Gusmão, saiu uma declaração em low-profile que nada acrescentou ao que havia sido dito por César e Cruz.
Espanto, ou talvez nem tanto, foi a concordância adestrada dos Comunistas cá do burgo e do Bloco de Esquerda. Os Açorianos ficam a saber que também para estes a Autonomia esgotou-se.
Deplorável foi a forma pouco corajosa e a reserva mental como o PDA ladeou a questão dizendo, por um lado, que advogam uma Autonomia sem fim e por outro, que o que importava era levar a Autonomia até onde os Açorianos quisessem! Mero usus loquendi! O que o PDA quis dizer, mas não disse e não teve audácia para o fazer, é que, in fine, defende a Independência dos Açores! Não se compreende tal acabrunhamento, afinal não é nossa divisa oficial «Antes Morrer Livres que em Paz Sujeitos», ou será que a mesma máxima é hoje pura iconografia oficial de uma Autonomia Estafada?
terça-feira, janeiro 25
O esgotamento do Presidente e da Republica
Não presenciei o discurso de cidadania do Presidente da Republica, mas do que me chega através da comunicação social e através da cara de espanto de alguns amigos, é que o nosso presidente concluiu que a nossa autonomia, como ela é, não está esgotada no seu pleno, mas que a sua evolução, essa sim, está à beira de um esgotamento, no mínimo constitucional. Ora bem! Concordo plenamente com a primeira conclusão do Sr. Presidente. Esta nossa autonomia, apesar de mal começada, mal pensada e até possivelmente mal intencionada, apesar de todos os seus defeitos, não está, quase trinta anos depois, aproveitada no seu pleno. E isso é culpa nossa, da nossa falta de cidadania.
Em relação ao segundo ponto, nem sei por onde começar. Se bem entendo o Presidente anunciou que, na sua opinião, a evolução da nossa autonomia pára, aqui e agora. De outra maneira a própria integridade nacional poderá ser posta em causa. O Sr. Presidente, o que nos veio dizer não é que a evolução da nossa autonomia está esgotada, não, o que o Sr. Presidente nos veio dizer é que o estado português se esgotou nesta nossa autonomia.
Quem tem legitimidade de decidir o esgotamento desta nossa autonomia é o povo açoriano. Volto a repetir, cabe-nos a nós decidir, através dos nossos actos de cidadania, como povo, e segundo os garantes da constituição portuguesa e dos direitos humanos, como, quando e em que direcção a nossa autonomia se define e, neste caso, se esgota. Perante o anúncio do esgotamento do meu país para com a minha autonomia, só me resta assumir o direito e a necessidade de uma autonomia progressiva, evolutiva, pondo assim em causa a integridade do estado, passando assim, segundo o presidente, a participar de uma forma de cidadania ilegal. Foi isso que me veio anunciar o meu presidente.
Como se atreve aquele filho de p...ortugal! Estou fulo.
Esta autonomia não é nossa! É deles! E eles decidem que atingiu o seu limite. Se assim for, pois bem, resta-nos a separação daquela parte do país que se esgota aqui, e agora!
Em relação ao segundo ponto, nem sei por onde começar. Se bem entendo o Presidente anunciou que, na sua opinião, a evolução da nossa autonomia pára, aqui e agora. De outra maneira a própria integridade nacional poderá ser posta em causa. O Sr. Presidente, o que nos veio dizer não é que a evolução da nossa autonomia está esgotada, não, o que o Sr. Presidente nos veio dizer é que o estado português se esgotou nesta nossa autonomia.
Quem tem legitimidade de decidir o esgotamento desta nossa autonomia é o povo açoriano. Volto a repetir, cabe-nos a nós decidir, através dos nossos actos de cidadania, como povo, e segundo os garantes da constituição portuguesa e dos direitos humanos, como, quando e em que direcção a nossa autonomia se define e, neste caso, se esgota. Perante o anúncio do esgotamento do meu país para com a minha autonomia, só me resta assumir o direito e a necessidade de uma autonomia progressiva, evolutiva, pondo assim em causa a integridade do estado, passando assim, segundo o presidente, a participar de uma forma de cidadania ilegal. Foi isso que me veio anunciar o meu presidente.
Como se atreve aquele filho de p...ortugal! Estou fulo.
Esta autonomia não é nossa! É deles! E eles decidem que atingiu o seu limite. Se assim for, pois bem, resta-nos a separação daquela parte do país que se esgota aqui, e agora!
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«Insistimos muito para que os palestinianos ataquem o terrorismo. Enquanto o Grande Médio Oriente continuar a ser uma região de tirania, de desespero e de ira, produzirá extremistas e movimentos que ameaçam a segurança dos americanos e dos nossos amigos.»
Condoleeza Rice, terça-feira 18 de Janeiro no Comité de Relações Externas do Senado
«O arcaísmo ideológico de boa parte da nossa esquerda encara a concorrência como uma manobra de capitalistas para sugar os trabalhadores. À direita defende-se o livre mercado como princípio, mas que só vale para os outros: a «minha empresa», o «meu sector» são sempre casos especiais que exigem protecções do Estado.»
Francisco Sarsfield Cabral, terça-feira 18 de Janeiro no Diário de Notícias
«A falta de memória é a ideologia nacional.»
Fernando Sobral, quarta-feira, 19 de Janeiro no Jornal de Negócios
«Comparados com a digressão chinesa do dr. Sampaio, os mergulhos do dr. Sarmento no Bom-Bom foram de uma dignidade louvável. Aliás, é debaixo de água que os nossos representantes atingem em pleno a postura de Estado. A verdadeira «marca Portugal» é o naufrágio.»
Alberto Gonçalves, quarta-feira, 19 de Janeiro no Correio da Manhã
«Há, à esquerda, alternativas à lógica anti-social e neoliberal de saneamento financeiro. É possível e é urgente a adopção de estratégias de equilíbrio das contas públicas - em si mesmas indispensáveis - que compatibilizem esse objectivo com o desenvolvimento económico, a justiça social e a dignidade da vida.»
Fernando Rosas, quarta-feira 19 de Janeiro no Público
«Ao seu convencimento da superioridade moral da esquerda, Louçã junta agora a presunção da superioridade moral e política de quem "gerou vida".»
Helena Matos, Sábado 22 de Janeiro no Público
«Mário Soares é um homem com sorte. Do alto do seu sentimento de impunidade não hesitou esta semana em acusar os autarcas, de forma generalizada, de serem agentes da corrupção, sem que se tenha sentido minimamente obrigado a indicar que situações conhece e que deveriam ser desmascaradas a bem da saúde da comunidade.»
João Cândido da Silva, Sábado 22 de Janeiro no Público
«Um bom juiz tem de ter uma sólida formação cultural, deve ser aberto ao Mundo e aos outros saberes, deve se alguém extremamente bem apetrechado do ponto de vista técnico-jurídico.»
Anabela Rodrigues, na sua primeira entrevista como Directora do Centro de Estudos Judiciários, Domingo 23 de Janeiro no Público
«Insistimos muito para que os palestinianos ataquem o terrorismo. Enquanto o Grande Médio Oriente continuar a ser uma região de tirania, de desespero e de ira, produzirá extremistas e movimentos que ameaçam a segurança dos americanos e dos nossos amigos.»
Condoleeza Rice, terça-feira 18 de Janeiro no Comité de Relações Externas do Senado
«O arcaísmo ideológico de boa parte da nossa esquerda encara a concorrência como uma manobra de capitalistas para sugar os trabalhadores. À direita defende-se o livre mercado como princípio, mas que só vale para os outros: a «minha empresa», o «meu sector» são sempre casos especiais que exigem protecções do Estado.»
Francisco Sarsfield Cabral, terça-feira 18 de Janeiro no Diário de Notícias
«A falta de memória é a ideologia nacional.»
Fernando Sobral, quarta-feira, 19 de Janeiro no Jornal de Negócios
«Comparados com a digressão chinesa do dr. Sampaio, os mergulhos do dr. Sarmento no Bom-Bom foram de uma dignidade louvável. Aliás, é debaixo de água que os nossos representantes atingem em pleno a postura de Estado. A verdadeira «marca Portugal» é o naufrágio.»
Alberto Gonçalves, quarta-feira, 19 de Janeiro no Correio da Manhã
«Há, à esquerda, alternativas à lógica anti-social e neoliberal de saneamento financeiro. É possível e é urgente a adopção de estratégias de equilíbrio das contas públicas - em si mesmas indispensáveis - que compatibilizem esse objectivo com o desenvolvimento económico, a justiça social e a dignidade da vida.»
Fernando Rosas, quarta-feira 19 de Janeiro no Público
«Ao seu convencimento da superioridade moral da esquerda, Louçã junta agora a presunção da superioridade moral e política de quem "gerou vida".»
Helena Matos, Sábado 22 de Janeiro no Público
«Mário Soares é um homem com sorte. Do alto do seu sentimento de impunidade não hesitou esta semana em acusar os autarcas, de forma generalizada, de serem agentes da corrupção, sem que se tenha sentido minimamente obrigado a indicar que situações conhece e que deveriam ser desmascaradas a bem da saúde da comunidade.»
João Cândido da Silva, Sábado 22 de Janeiro no Público
«Um bom juiz tem de ter uma sólida formação cultural, deve ser aberto ao Mundo e aos outros saberes, deve se alguém extremamente bem apetrechado do ponto de vista técnico-jurídico.»
Anabela Rodrigues, na sua primeira entrevista como Directora do Centro de Estudos Judiciários, Domingo 23 de Janeiro no Público
segunda-feira, janeiro 24
CIDADANIA
«O Estado nunca será verdadeiramente livre enquanto não reconhecer o indivíduo como um poder superior e independente, do qual deriva o próprio poder e autoridade do Estado. Sonho com um Estado que por fim seja capaz de ser justo com todos os homens e que trate os cidadãos com respeito como se fossem seus vizinhos. Um Estado que semeie este fruto lança a cultura de um Estado mais perfeito e glorioso, com o qual eu também sonhei mas, que até agora ainda não vi em lado nenhum».
Henry David Thoreau - 1817 1862 - Autor da celebérrima «Desobediência Civil» (1849) o mesmo que acossado pelos cobradores de impostos da União disse «I was never molested by any person but those who represented the State.»...um anarco-conservador, portanto, e um cidadão do Mundo (embora conste que pouco ou nada tenha viajado!)
A Cidadania é de todos, embora ainda hoje uns sejam mais cidadãos do que outros! Talvez essa realidade seja a motivação subliminar do Congresso da Cidadania que arranca hoje em Ponta Delgada.
Para saber mais clique aqui.
Henry David Thoreau - 1817 1862 - Autor da celebérrima «Desobediência Civil» (1849) o mesmo que acossado pelos cobradores de impostos da União disse «I was never molested by any person but those who represented the State.»...um anarco-conservador, portanto, e um cidadão do Mundo (embora conste que pouco ou nada tenha viajado!)
A Cidadania é de todos, embora ainda hoje uns sejam mais cidadãos do que outros! Talvez essa realidade seja a motivação subliminar do Congresso da Cidadania que arranca hoje em Ponta Delgada.
Para saber mais clique aqui.
domingo, janeiro 23
INTOLERÂNCIA
O mais famoso clown da esquerda radical Portuguesa, a verdadeira estrela da trupe circense do «Tijolo» de esquerda, revelou uma vez mais a intolerância da sua fé. A última pedrada de Francisco Louçã foi em Paulo Portas e é um exemplo visceral de trogloditismo político.
Pela cartilha do Bloco de Esquerda, Paulo Portas e, bem assim todos aqueles que não são «pais de família», não têm legitimidade de opinar sobre a vida e de referendar a mesma em sede de escrutínio popular sobre o aborto que, como se sabe, está em todas as páginas do programa eleitoral do Bloco. Com propriedade é o que Helena Matos apelida, no Público de hoje, de reaccionarismo progressista!
Paradoxalmente, este Bloco que proscreve do debate político sobre o aborto quem «nunca gerou uma vida» (para usar um termo técnico do Bloco), é o mesmo Bloco que é porta-estandarte de uma visão «progressista» da família onde são igualitárias, perante a lei, as uniões de facto homossexuais e, porque sendo estes incapazes de procriar sem que cometam adultério com o sexo oposto, faculta-lhes, magnânima e tolerantemente, a legitimidade à adopção!!!
Vem isto a propósito, como sabem os mais atentos, à colação do recente frente-a-frente, na SIC, entre Louçã e Portas que terminou assim: «Não tem direito a falar de vida; não sabe o que é gerar uma vida. Eu sei porque tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança», Francisco Louçã dixit dirigindo-se a Paulo Portas que, não sendo pai, até se calhar é Tio e tem por sobrinhos petizes que já andam cirandando em volta de Louçã!
Ora, o paradigma da democracia sempre se debateu e debaterá com o desafio da tolerância para com os intolerantes. Na facção da intolerância Nacional milita, desde o 25 de Abril, Francisco Louçã. O seu mais recente manifesto de ódio não foi uma argolada ou uma satírica farpa. Ao invés, foi uma voluntariosa e intolerante bandarilha ferrada com gosto.
Sendo o voto uma arma, espero que ninguém fique desarmado, especialmente, quando estiver na mira a possibilidade de um governo de coligação do PS com esta pandilha do Bloco.
(para mais do mesmo: passe por este blog de Luís Januário, também ele do «Tijolo» de esquerda mas, dissidente no que tange à performance de Louçã)...mais doutrina sobre o partido da virtude no Abrupto e até no Barnabé !!!
Pela cartilha do Bloco de Esquerda, Paulo Portas e, bem assim todos aqueles que não são «pais de família», não têm legitimidade de opinar sobre a vida e de referendar a mesma em sede de escrutínio popular sobre o aborto que, como se sabe, está em todas as páginas do programa eleitoral do Bloco. Com propriedade é o que Helena Matos apelida, no Público de hoje, de reaccionarismo progressista!
Paradoxalmente, este Bloco que proscreve do debate político sobre o aborto quem «nunca gerou uma vida» (para usar um termo técnico do Bloco), é o mesmo Bloco que é porta-estandarte de uma visão «progressista» da família onde são igualitárias, perante a lei, as uniões de facto homossexuais e, porque sendo estes incapazes de procriar sem que cometam adultério com o sexo oposto, faculta-lhes, magnânima e tolerantemente, a legitimidade à adopção!!!
Vem isto a propósito, como sabem os mais atentos, à colação do recente frente-a-frente, na SIC, entre Louçã e Portas que terminou assim: «Não tem direito a falar de vida; não sabe o que é gerar uma vida. Eu sei porque tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança», Francisco Louçã dixit dirigindo-se a Paulo Portas que, não sendo pai, até se calhar é Tio e tem por sobrinhos petizes que já andam cirandando em volta de Louçã!
Ora, o paradigma da democracia sempre se debateu e debaterá com o desafio da tolerância para com os intolerantes. Na facção da intolerância Nacional milita, desde o 25 de Abril, Francisco Louçã. O seu mais recente manifesto de ódio não foi uma argolada ou uma satírica farpa. Ao invés, foi uma voluntariosa e intolerante bandarilha ferrada com gosto.
Sendo o voto uma arma, espero que ninguém fique desarmado, especialmente, quando estiver na mira a possibilidade de um governo de coligação do PS com esta pandilha do Bloco.
(para mais do mesmo: passe por este blog de Luís Januário, também ele do «Tijolo» de esquerda mas, dissidente no que tange à performance de Louçã)...mais doutrina sobre o partido da virtude no Abrupto e até no Barnabé !!!
sábado, janeiro 22
estou farto de conversas sobre turismo
Ando já há quatro ou cinco dias a pensar num post sobre turismo. Estes posts [1 e 2 e 3 e sucessivos comentários e contraposts] e as discussões a eles associadas puseram-me a pensar nisso e, a determinada altura, quis mesmo fazer mais um texto sobre esta matéria tão importante. Pensei fazer um manifesto sobre O Turismo nos Açores. Uma prelecção em torno das políticas implementadas, as políticas a implementar, os objectivos, o bom e o mau que tem sido executado cá na região, enfim, mais uma dessas, muitas, bem intencionadas reflexões que têm sido feitas sobre o futuro dos Açores e o papel que o turismo desempenha ou pode desempenhar nesse futuro. Mas confesso que não tive pachorra. Se querem que vos diga sinceramente estou farto de conversa fiada, de boas intenções, de projectos, de medidas a implementar, estudos, prateleiras inteiras de dossiers, especialistas, técnicos, conversa da treta e toda a restante série de bocas que todos, todos sem excepção, eu incluído, têm andado a foguetear nos últimos tempos sobre os Açores e o Turismo. Por isso e para não desatar aqui aos insultos em caps lock, deixo-vos apenas um poema de uma bonita canção pop que resume, no meu entender tudo o que há a dizer sobre turismo neste momento nos açores.
O tema original é de Joni Mitchell e apareceu no álbum de 1970 «Ladies of the Canyon», foi recorrentemente regravado por outros músicos, mas a versão mais conhecida é certamente a gravação de 2003 pela banda californiana Counting Crows com a participação de Vanessa Carlton. Essa versão, apesar de pobre, pode ser ouvida aqui.
Pois é o futuro é mesmo um parque de estacionamento.
Big Yellow Taxi
They paved paradise
And put up a parking lot
With a pink hotel, a boutique
And a swinging hot spot
Don't it always seem to go
That you don't know what you've got
Till it's gone
They paved paradise
And put up a parking lot
They took all the trees
Put 'em in a tree museum
And they charged the people
A dollar and a half just to see 'em
Don't it always seem to go
That you don't know what you've got
Till it's gone
They paved paradise
And put up a parking lot
Hey farmer farmer
Put away that D.D.T. now
Give me spots on my apples
But leave me the birds and the bees
Please!
Don't it always seem to go
That you don't know what you've got
Till it's gone
They paved paradise
And put up a parking lot
Late last night
I heard the screen door slam
And a big yellow taxi
Took away my old man
Don't it always seem to go
That you don't know what you've got
Till it's gone
They paved paradise
And put up a parking lot
O tema original é de Joni Mitchell e apareceu no álbum de 1970 «Ladies of the Canyon», foi recorrentemente regravado por outros músicos, mas a versão mais conhecida é certamente a gravação de 2003 pela banda californiana Counting Crows com a participação de Vanessa Carlton. Essa versão, apesar de pobre, pode ser ouvida aqui.
Pois é o futuro é mesmo um parque de estacionamento.
sexta-feira, janeiro 21
A Relíquia de Eça de Queiróz
Companhia de Teatro A Barraca
Encenação de Hélder Costa
21 e 22 de Janeiro | 21h30 no Teatro Micaelense
«Espectáculo cómico e musical sobre um texto clássico de um dos maiores romancistas do século XIX. A história conta as peripécias de Raposão, sobrinho de D. Maria do Patrocínio, a "Titi", velha beata conservadora e extremamente pueril nas suas crenças religiosas. O sobrinho tudo faz para conseguir a herança da Titi, e para isso traz uma relíquia de Jerusalém que "teria pertencido ao Senhor"... Uma troca de embrulhos conduz à derrota dos projectos de Raposão, e reforça o constante espírito de farsa satirizando a problemática social e religiosa»
...quer saber mais? Então clique aqui!
Não sendo eu um grande fã das artes de palco produzidas em Portugal o cartaz promete e Eça de Queiróz merece a devida reverência. A «Relíquia», a par de o «Crime do Padre Amaro», é das obras mais populares do maior escritor Português de sempre. Talvez essa popularidade se justifique,porquanto, malha em alvo certeiro: o serôdio beatismo que dominava a burguesia constrangida por um genuflector clericalismo dos costumes.
Um breve friso biográfico de Eça de Queirós pode ser encontrado aqui.
Quem quiser ler ou reler a «Relíquia» pode fazê-lo digitalmente aqui, através da memorável Edição Original da Obra disponível na Biblioteca Digital Nacional.
quinta-feira, janeiro 20
Para as Amigas
Para as Amigas, antes que o dia delas acabe:
(...)
Ela volta-se e olha-se um momento ao espelho,
Mal se dando conta do desaparecido amante;
O seu cérebro consente um pensamento semi-formado:
Ora, já está: e ainda bem que acabou.
Quando uma linda mulher se entrega a loucuras e,
De novo só, caminha de um lado para o outro no quarto,
Compõe automaticamente o cabelo
E põe um disco no gramofone.(...)
T.S. Eliot, A Terra sem Vida, Edições Ática, s.d. (trad. Maria Amélia Neto)
(...)
Ela volta-se e olha-se um momento ao espelho,
Mal se dando conta do desaparecido amante;
O seu cérebro consente um pensamento semi-formado:
Ora, já está: e ainda bem que acabou.
Quando uma linda mulher se entrega a loucuras e,
De novo só, caminha de um lado para o outro no quarto,
Compõe automaticamente o cabelo
E põe um disco no gramofone.(...)
T.S. Eliot, A Terra sem Vida, Edições Ática, s.d. (trad. Maria Amélia Neto)
BILINGUISMOS
Vem isto a propósito de reler o belo naco de prosa da autoria da Mariana Matos num domínio, em que a mesma é, - salvo melhor opinião, que não é a minha -, especialista: Natália Correia. O texto epigrafado «A Palavra e o Manifesto» (tinha que ter uma dimensão panfletária!) vem publicado no número 11 do Magazine In-Flight da Sata. Não sendo a Mariana Matos bilingue está explicada a tradução selvagem, do citado trabalho, para a língua dos cosmopolitas. Na verdade, um tal Martin Earl leva a talhe de foice uma tradução do seguinte jaez:
O original de Mariana Matos:
«Natália não morreu ainda. Permanece, invisível, na quietude da Lagoa do Fogo, em São Miguel, onde ia sempre que vinha à sua ilha; permanece nos espaços brancos do nosso papel, enquanto cidadãos, responsáveis pelos nossos direitos; alertando-nos para o acumular dos dias perdidos e achados na condição de gente que todos somos»
A corruptela traduzida pelo tal Earl:
«That vision lives on today and her presence is still felt in the calmness of the Lagoa do Fogo, where she would visit on her return trips to São Miguel, which she considered her island.»
Com traduções tão pobres como esta não admira que se diga que a nossa Língua é muito rica! Por falar em réditos será que estas traduções são pro bono ou principescamente pagas? Se o cachet for adequado até eu me habilito a traduzir a Mariana e, modéstia à margem, julgo que faria muito melhor!
O original de Mariana Matos:
«Natália não morreu ainda. Permanece, invisível, na quietude da Lagoa do Fogo, em São Miguel, onde ia sempre que vinha à sua ilha; permanece nos espaços brancos do nosso papel, enquanto cidadãos, responsáveis pelos nossos direitos; alertando-nos para o acumular dos dias perdidos e achados na condição de gente que todos somos»
A corruptela traduzida pelo tal Earl:
«That vision lives on today and her presence is still felt in the calmness of the Lagoa do Fogo, where she would visit on her return trips to São Miguel, which she considered her island.»
Com traduções tão pobres como esta não admira que se diga que a nossa Língua é muito rica! Por falar em réditos será que estas traduções são pro bono ou principescamente pagas? Se o cachet for adequado até eu me habilito a traduzir a Mariana e, modéstia à margem, julgo que faria muito melhor!
"RIDDLE ME THIS RIDDLE ME THAT"
Já não é novidade e já se antevia este resultado com a pole position do Nuno Barata na lista do CDS/PP. Agora parece que é oficial e já há notícias na imprensa regional que dão nota da rotura do partido com Gusmão. Veja-se a edição de ontem do Açoriano Oriental, em página da secção regional assinada por Paula Gouveia.
Dão-se alvíssaras em teste de escolha múltipla quanto às razões de tal rotura:
- 1ª - Será que Paulo Portas não gostou da obliteração voluntária de Paulo Gusmão na campanha das últimas regionais?
- 2ª - Será que há problemas de gestão interna do partido e de secretariado por liquidar?
- 3ª - Será que o Paulo Gusmão anda de namoro ou tem afinidades com a Nova Democracia de Manuel Monteiro?
Note-se que só uma das respostas é válida estando ali as restantes apenas para despistar.
Dão-se alvíssaras em teste de escolha múltipla quanto às razões de tal rotura:
- 1ª - Será que Paulo Portas não gostou da obliteração voluntária de Paulo Gusmão na campanha das últimas regionais?
- 2ª - Será que há problemas de gestão interna do partido e de secretariado por liquidar?
- 3ª - Será que o Paulo Gusmão anda de namoro ou tem afinidades com a Nova Democracia de Manuel Monteiro?
Note-se que só uma das respostas é válida estando ali as restantes apenas para despistar.
ABENÇOADO
Ele há dias assim! Pontua-se na mouche e depois no resto não se acerta uma! Será que é isto a que os orientais apelidam de yin e yang?
Voltando atrás; web log do dia de hoje: Saltei da cama irascível e mal humorado como é o meu timbre. Note-se que o grau de crispação redobrou quando dei conta que estava ligeiramente atrasado para embarcar para Lisboa... Chegado ao Aeroporto uma prestimosa e amiga supervisora deu-me guia de marcha para trás (e a mais 6 ou 7 passageiros) pois, apesar do voo largar às 8 horas e 45 minutos, às 8 horas e 15 minutos (data da minha chegada ao balcão) declarou despoticamente, com um sorriso sardónico afivelado no fácies marcial que o uniforme da Sata lhe conferia, que havia fechado o voo à instantes! Entretanto, a minha boleia tinha partido a caminho de um funeral, pelo que, fiz-me à estrada. Chegado ao local de trabalho a minha secretária não estava ao serviço pois, presumindo eu que estaria tranquilamente embalado nas asas da Sata para lá e para cá, sendo que de premeio tinha um reunião de trabalho, havia de véspera concedido uma merecida folga à Fátima permitindo-lhe que fosse ao já referido funeral!
Regresso ao santificado Aeroporto João Paulo II e em compasso de espera vou traçando as linhas da reclamação escrita contra a excessivamente zelosa supervisora... Entretenimento tão inconsequente quanto traçar as linhas de umas palavras cruzadas mas, seguramente, muito mais divertido. Em jejum, lá embarquei para Lisboa a bordo da TAP onde me serviram um «snack» incomparavelmente inferior à ração que diariamente, cá em casa, sirvo na lamela da nossa fila de São Miguel! Chamei a «assistente de bordo» devolvendo-lhe o tabuleiro retendo do mesmo o que se salvava: Uma «Cola Light»! Intermezzo de 15 minutos a passar pelas brasas e logo o Airbus afunila em direcção a Lisboa... (Luminosa como Sempre)...
Espavorido abandono a correr o Aeroporto de Lisboa, lamentando não ter acordado mais cedo pois escusava de andar nesta lufa-lufa e teria tido tempo para uma refeição decente no «Ghandi-Palace» que havia prometido ao meu irmão e respectiva consorte (neste caso não sei se a Francisca é com sorte ou com azar!). «Amando-me» ao primeiro táxi que agarro e zzzt para o trabalho. Numa alucinante viagem contra relógio, com passagem por Xabregas, lá consigo chegar, in extremis, à reunião de trabalho que tinha agendado. Atento o percurso as expectativas eram modestas mas, surpreendentemente a reunião superou a minha desmoralizada fé. Depois, dei por mim sozinho na Baixa e resolvo comemorar, aquele êxito parcelar e silente, com uma fúria de açúcar. Devidamente instalado no «Haagen Dazs» do Chiado peço um crepe com caramelo, nozes, gelado de leite condensado e outro de «niquinhas» de bolachas «Oreo» que, era tão doce que fiquei nauseado o resto do dia. Degustado o último pedaço do crepe, falta menos de uma hora para o regresso e não dá para ligar ao meu irmão e muito menos à minha escassa lista de amizades que ainda têm a indulgência de me aturar... Decido ir ao Carmo ver se é desta que o alfarrabista está aberto. Azar! Como sempre está fechado, embora sadicamente deixe qualquer bibliófilo a babar-se da vitrine, pois com despudor exibe uma ampla e sedutora torre de babel feita de resmas de ficção, história, filosofia e, para coroar o ramalhete, uns volumezitos de poesia e angelografias acerca do sexo das referida criaturas.
Desço o Carmo e vou à Casa Havaneza em busca de umas mini «MonteCristo» que de momento estavam esgotadas. Última paragem antes do regresso na FNAC! Em vão busco os CD´s que alguns amigos cuidaram de encomendar e aos quais vou aparecer de mãos a abanar. Com presciência leio já os respectivos pensamentos: «Lá vem a desculpa de que estão esgotados!». Com o cronómetro a correr vejo que ainda vou a tempo de dar um pulo à secção de livros da FNAC Chiado. Tal é a pressa que tangencialmente não acerto numa pálete de «Código(s) da Vinci» e restantes apêndices do género: «Da Vinci Ilustrado»; «Da Vinci Descodificado»; «Da Vinci Desmistificado»; «Da Vinci Contraditado»...
Vamos ao que interessa: Da lista dos três romances que buscava encontrar na FNAC apenas disponível o último de Philip Roth, «The Plot Against America», em versão estado-unidense. Claro está que fico a aguardar a tradução! Seja como for lá veio um clássico de George Steiner e um divertissement de Ray Bradbury. À saída ia tropeçando, novamente, nas páletes de «Código(s) da Vinci».
Regresso ao Aeroporto com uma sensaborona certeza de dejá vu ao passar por Xabregas e, entretanto, apercebo-me que tal se deve a estar novamente a ser incensado com os perfumes de uma ETAR que por ali se mistura com outras insalubridades. Finalmente Aeroporto. Ah e desta vez como tinha já feito o check in apenas me restou ficar à espera da acessibilidade à porta de embarque. «Meanwhile» sou fustigado com os odores de suor mesclados com as frituras do «Mcdonald´s». O voo agora está atrasado e se para Lisboa viajava na TAP agora regressava na SATA o que só aumenta o meu desnorte. Como despedida de Lisboa recebo uma comissão de seguranças que me colocam na ridícula situação de, após despojado de casaco, chaves, relógio e porta moedas, demandarem que tire o cinto... como as calças eram da colecção em que eu tinha uns kilos a mais corri o risco de ali ficar em pêlo!
A bordo vou lendo os jornais nacionais o que não é nada recomendável em situações de stress pós traumático. Finalmente, o regresso a casa! Já o disse e repito: Ele há dias assim! Pontua-se na mouche e depois no resto não se acerta uma! Cumprida e missão e tendo pontuado profissionalmente, é caso para nos sentirmos nivelados quando o resto são só vicissitudes. Mas regressar e ter a alegria da minha mulher e o sorriso dos meus filhos é caso para nos sentirmos abençoados.
Voltando atrás; web log do dia de hoje: Saltei da cama irascível e mal humorado como é o meu timbre. Note-se que o grau de crispação redobrou quando dei conta que estava ligeiramente atrasado para embarcar para Lisboa... Chegado ao Aeroporto uma prestimosa e amiga supervisora deu-me guia de marcha para trás (e a mais 6 ou 7 passageiros) pois, apesar do voo largar às 8 horas e 45 minutos, às 8 horas e 15 minutos (data da minha chegada ao balcão) declarou despoticamente, com um sorriso sardónico afivelado no fácies marcial que o uniforme da Sata lhe conferia, que havia fechado o voo à instantes! Entretanto, a minha boleia tinha partido a caminho de um funeral, pelo que, fiz-me à estrada. Chegado ao local de trabalho a minha secretária não estava ao serviço pois, presumindo eu que estaria tranquilamente embalado nas asas da Sata para lá e para cá, sendo que de premeio tinha um reunião de trabalho, havia de véspera concedido uma merecida folga à Fátima permitindo-lhe que fosse ao já referido funeral!
Regresso ao santificado Aeroporto João Paulo II e em compasso de espera vou traçando as linhas da reclamação escrita contra a excessivamente zelosa supervisora... Entretenimento tão inconsequente quanto traçar as linhas de umas palavras cruzadas mas, seguramente, muito mais divertido. Em jejum, lá embarquei para Lisboa a bordo da TAP onde me serviram um «snack» incomparavelmente inferior à ração que diariamente, cá em casa, sirvo na lamela da nossa fila de São Miguel! Chamei a «assistente de bordo» devolvendo-lhe o tabuleiro retendo do mesmo o que se salvava: Uma «Cola Light»! Intermezzo de 15 minutos a passar pelas brasas e logo o Airbus afunila em direcção a Lisboa... (Luminosa como Sempre)...
Espavorido abandono a correr o Aeroporto de Lisboa, lamentando não ter acordado mais cedo pois escusava de andar nesta lufa-lufa e teria tido tempo para uma refeição decente no «Ghandi-Palace» que havia prometido ao meu irmão e respectiva consorte (neste caso não sei se a Francisca é com sorte ou com azar!). «Amando-me» ao primeiro táxi que agarro e zzzt para o trabalho. Numa alucinante viagem contra relógio, com passagem por Xabregas, lá consigo chegar, in extremis, à reunião de trabalho que tinha agendado. Atento o percurso as expectativas eram modestas mas, surpreendentemente a reunião superou a minha desmoralizada fé. Depois, dei por mim sozinho na Baixa e resolvo comemorar, aquele êxito parcelar e silente, com uma fúria de açúcar. Devidamente instalado no «Haagen Dazs» do Chiado peço um crepe com caramelo, nozes, gelado de leite condensado e outro de «niquinhas» de bolachas «Oreo» que, era tão doce que fiquei nauseado o resto do dia. Degustado o último pedaço do crepe, falta menos de uma hora para o regresso e não dá para ligar ao meu irmão e muito menos à minha escassa lista de amizades que ainda têm a indulgência de me aturar... Decido ir ao Carmo ver se é desta que o alfarrabista está aberto. Azar! Como sempre está fechado, embora sadicamente deixe qualquer bibliófilo a babar-se da vitrine, pois com despudor exibe uma ampla e sedutora torre de babel feita de resmas de ficção, história, filosofia e, para coroar o ramalhete, uns volumezitos de poesia e angelografias acerca do sexo das referida criaturas.
Desço o Carmo e vou à Casa Havaneza em busca de umas mini «MonteCristo» que de momento estavam esgotadas. Última paragem antes do regresso na FNAC! Em vão busco os CD´s que alguns amigos cuidaram de encomendar e aos quais vou aparecer de mãos a abanar. Com presciência leio já os respectivos pensamentos: «Lá vem a desculpa de que estão esgotados!». Com o cronómetro a correr vejo que ainda vou a tempo de dar um pulo à secção de livros da FNAC Chiado. Tal é a pressa que tangencialmente não acerto numa pálete de «Código(s) da Vinci» e restantes apêndices do género: «Da Vinci Ilustrado»; «Da Vinci Descodificado»; «Da Vinci Desmistificado»; «Da Vinci Contraditado»...
Vamos ao que interessa: Da lista dos três romances que buscava encontrar na FNAC apenas disponível o último de Philip Roth, «The Plot Against America», em versão estado-unidense. Claro está que fico a aguardar a tradução! Seja como for lá veio um clássico de George Steiner e um divertissement de Ray Bradbury. À saída ia tropeçando, novamente, nas páletes de «Código(s) da Vinci».
Regresso ao Aeroporto com uma sensaborona certeza de dejá vu ao passar por Xabregas e, entretanto, apercebo-me que tal se deve a estar novamente a ser incensado com os perfumes de uma ETAR que por ali se mistura com outras insalubridades. Finalmente Aeroporto. Ah e desta vez como tinha já feito o check in apenas me restou ficar à espera da acessibilidade à porta de embarque. «Meanwhile» sou fustigado com os odores de suor mesclados com as frituras do «Mcdonald´s». O voo agora está atrasado e se para Lisboa viajava na TAP agora regressava na SATA o que só aumenta o meu desnorte. Como despedida de Lisboa recebo uma comissão de seguranças que me colocam na ridícula situação de, após despojado de casaco, chaves, relógio e porta moedas, demandarem que tire o cinto... como as calças eram da colecção em que eu tinha uns kilos a mais corri o risco de ali ficar em pêlo!
A bordo vou lendo os jornais nacionais o que não é nada recomendável em situações de stress pós traumático. Finalmente, o regresso a casa! Já o disse e repito: Ele há dias assim! Pontua-se na mouche e depois no resto não se acerta uma! Cumprida e missão e tendo pontuado profissionalmente, é caso para nos sentirmos nivelados quando o resto são só vicissitudes. Mas regressar e ter a alegria da minha mulher e o sorriso dos meus filhos é caso para nos sentirmos abençoados.
(Really) Early morning blog 2
Bom dia blogosfera. Não se assustem com as "breaking news", elas remontam à década de 1980.
NOTÍCIA DE UM CASO TREMENDO QUE ABALOU O PARLAMENTO
Estava o Parlamento em tédio morno
Do Processo Penal a lei moendo
Quando carnal a deputada porno
Entra em S. Bento. Horror! Caso tremendo!
Leda à tribuna dos solenes sobe
A lasciva onorevole Cicciolina
E os seus pares saudando ali descobre
O botão rosado da tettina.
Para que dos pais da Pátria o pudor vença,
Do castro bracarense o verbo chispa:
Cesse a sessão em nome da decência
Antes que a Messalina mais se dispa.
Mas (ó partidas que prega a estatuária!)
Que fazer no hemiciclo avesso ao nu
Daquela estátua que a nudez plenária
Ali ostenta sem pudor nenhum?
Eis que o democristão então concebe
As vergonhas velar da escultura.
Honesta inspiração do céu recebe
E moção apresenta de censura:
Poupado seja à nudez viciosa
O olhar parlamentar votado ao bem.
Da estátua tapem-se as partes vergonhosas,
Ponham-lhe cuequinhas e soutiens
Natália Correia, Antologia Poética, Dom Quixote, 2002
Agora vejam lá bem do que o Dr. Mota Amaral se safou ....
Uma trivia a finalizar: quem era o castro bracarense e democristão?
NOTÍCIA DE UM CASO TREMENDO QUE ABALOU O PARLAMENTO
Estava o Parlamento em tédio morno
Do Processo Penal a lei moendo
Quando carnal a deputada porno
Entra em S. Bento. Horror! Caso tremendo!
Leda à tribuna dos solenes sobe
A lasciva onorevole Cicciolina
E os seus pares saudando ali descobre
O botão rosado da tettina.
Para que dos pais da Pátria o pudor vença,
Do castro bracarense o verbo chispa:
Cesse a sessão em nome da decência
Antes que a Messalina mais se dispa.
Mas (ó partidas que prega a estatuária!)
Que fazer no hemiciclo avesso ao nu
Daquela estátua que a nudez plenária
Ali ostenta sem pudor nenhum?
Eis que o democristão então concebe
As vergonhas velar da escultura.
Honesta inspiração do céu recebe
E moção apresenta de censura:
Poupado seja à nudez viciosa
O olhar parlamentar votado ao bem.
Da estátua tapem-se as partes vergonhosas,
Ponham-lhe cuequinhas e soutiens
Natália Correia, Antologia Poética, Dom Quixote, 2002
Agora vejam lá bem do que o Dr. Mota Amaral se safou ....
Uma trivia a finalizar: quem era o castro bracarense e democristão?
quarta-feira, janeiro 19
Manuel Aires Mateus
"O meu medo em relação à cidade de Ponta Delgada é que a violência das intervenções contemporâneas possa não ser consentânea com o património que aqui temos (...), se ela perder a sua especificidade, não é mais do que uma pequena cidade no meio do Oceano"Depoimento do arquitecto ao AO (de 15/01/05) após mesa redonda organizada pelo IAC e OA, no passado fim-de-semana, no Hotel do Colégio, em Ponta Delgada.
Post para esvaziar o ego
Se...
Se estivesse no Porto ia hoje para Londres ao mesmo preço (19,99 euros com taxas incluídas) que vou de taxi de Ponta Delgada às Furnas.
Mas como lá não estou, vou de carro para Rabo de Peixe.
A vida é como os interruptores, uns dias para baixo outros para cima.
Se estivesse no Porto ia hoje para Londres ao mesmo preço (19,99 euros com taxas incluídas) que vou de taxi de Ponta Delgada às Furnas.
Mas como lá não estou, vou de carro para Rabo de Peixe.
A vida é como os interruptores, uns dias para baixo outros para cima.
Post para insuflar o ego
Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada - Macaquins Sessão Juvenil
EuGénio de Andrade
Dedico esta homenagem à Mariana e ao Pedro.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
Fiquei chocado...
Ontem decidi, após um mês de afastamento voluntário, tornar a ver o Choque de Gerações. O Pedro, meu colega de Blog, merecia que eu fizesse o esforço.
Acho que é óbvio que um mês de hiato me fez, e ao programa, um imenso bem. O programa melhorou e eu também. Isto apesar de, aparentemente, para quem vê de fora, aquilo ainda parecer um poço de tiques de vaidade, mas agora parecem ter mais legitimidade, os tiques. E claro que tive sorte de este elenco ser particularmente melhor. O Joel, pareceu-me, deixa a conversa ser mas fluida, as conversas foram menos estranhas à nossa realidade e alguém conseguiu que, ao menos, se ouvisse menos aquela recombolante gama na boca do ruminante convidado.
Pois bem, força! Não se esqueçam que quem tanto evolui, e tanto tem para evoluir, só pode ter começado de um nível baixo. Mas este facto só interessa para que se deixe o passado solidificar de maneira que as nossas costas, quando tentarmos recuar, se deparem com uma parede intransponível.
Tenho esperança que esta seja a opinião de 99% dos açorianos que têm tv-cabo instalado nas suas casas.
P.S. que JNAS me perdoe.
Acho que é óbvio que um mês de hiato me fez, e ao programa, um imenso bem. O programa melhorou e eu também. Isto apesar de, aparentemente, para quem vê de fora, aquilo ainda parecer um poço de tiques de vaidade, mas agora parecem ter mais legitimidade, os tiques. E claro que tive sorte de este elenco ser particularmente melhor. O Joel, pareceu-me, deixa a conversa ser mas fluida, as conversas foram menos estranhas à nossa realidade e alguém conseguiu que, ao menos, se ouvisse menos aquela recombolante gama na boca do ruminante convidado.
Pois bem, força! Não se esqueçam que quem tanto evolui, e tanto tem para evoluir, só pode ter começado de um nível baixo. Mas este facto só interessa para que se deixe o passado solidificar de maneira que as nossas costas, quando tentarmos recuar, se deparem com uma parede intransponível.
Tenho esperança que esta seja a opinião de 99% dos açorianos que têm tv-cabo instalado nas suas casas.
P.S. que JNAS me perdoe.
K.D. Lang, Hymns of the 49th parallel
Comprei ontem. Um cd infinito e íntimo. Nostálgico, mas não deprimente. É com uma bondade imensa, e óbvio respeito, que K.D. Lang permite ao seu coração traduzir músicas de seus conterrâneos (Canadá) como Neil Young, Joni Mitchell, Leonard Cohen, Bruce Cockburn e outros. Outros tempos, outra voz, outras emoções, a mesma força.
Com pouco mais do que um teclado, uma guitarra e um baixo, não será por acaso que a única canção assinada por K.D. se intitula "Simple".
(...)
"Love is simple
Be sure to know that
All in love
Is ours
That love, as a philosophy
Is simple
(...)
Be sure to know that
All in love
Is ours...
Is ours..."
(...)
Este cd é meu...
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«...é facílimo, barato e fiável montar um sistema de alerta para maremotos com reflexos nos Açores. Na era dos computadores, da fibra óptica e dos satélites e com a "sementeira" de equipamentos sismográficos que anda por aí, em poucas semanas é possível concretizar uma rede avisadora»
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira 14 de Janeiro no Açoriano Oriental
«Estou convencido que da cartola o eng. Sócrates terá que tirar elefantes e não coelhos, para que os portugueses voltem a ficar optimistas»
André Marques Paz, Sábado 15 de Janeiro no Açoriano Oriental
«O CDS passou a ser, agora, a fonte de todas as virtudes. Já tive isso na campanha de Lisboa, O dr. Portas era o herói da Esquerda»
Pedro Santana Lopes, Sábado 15 de Janeiro no Jornal de Notícias
«O princípio da não escolha é fundamental para que se mantenha o dogma da igualdade. Neste mundo todos são iguais a todos: os bons professores ganham o mesmo que os maus. Os funcionários administrativos empenhados são tão valorizados ou depreciados quanto o mais absentista ou corrupto dos seus colegas. Os bons alunos não são estimulados para não se fazer sobressair a ignorância ou o desinteresse alheios»
Helena Matos, Sábado, 15 de Janeiro no Público
«Agora, só falta saber quem será o próximo ministro ou próximo cacique que resolve dar um encontrão ao primeiro-ministro: com a máxima lealdade e apreço, evidentemente.»
Vasco Pulido Valente, Sábado 15 de Janeiro no Público
«Nesta campanha eleitoral, julgo (presunção legítima) que haverá um debate na televisão entre o candidato n.º 1 do PS, Ricardo Rodrigues, e o seu par do PSD Mota Amaral; o que é que um e outro têm para nos dizer sobre: aborto e a revisão da lei que está na agenda de Sócrates; uniões de facto e casamentos homossexual e a pretensão destes do direito de adopção de filhos; cidadania e a desprotecção das vítimas menores, como por exemplo as que vão a julgamento sem advogados que as defendam contra a Defesa dos arguidos e contra as suas próprias e respectivas famílias que as obrigam a "desistir" das queixas...»
Estevão Gago da Câmara, Sábado 15 de Janeiro no Açoriano Oriental
«Ricos, fiquei embasbacada com os aumentos das tarifas da SATA. Aquilo é que foi subir as passagens e baixar a temperatura da comidinha servida a bordo, passadas as eleições regionais.»
Maria Corisca, Domingo 16 de Janeiro , no Correio dos Açores
«Um dos motivos invocados para debater ou corrigir o sistema eleitoral consiste na necessidade de produzir um parlamento melhor e eleger deputados mais capazes. Eis uma ideia errada que corre o risco de tornar inúteis as discussões. Nada garante que as actuais listas blindadas de candidatos substituíveis produzam deputados inferiores ou superiores aos que resultariam de listas individuais e de círculos uninominais.(...) Os argumentos sobre o valor do deputado desnaturam o debate. Na verdade, o que está em causa são os eleitores, não os eleitos.»
António Barreto, Domingo 16 de Janeiro no Público
«...é facílimo, barato e fiável montar um sistema de alerta para maremotos com reflexos nos Açores. Na era dos computadores, da fibra óptica e dos satélites e com a "sementeira" de equipamentos sismográficos que anda por aí, em poucas semanas é possível concretizar uma rede avisadora»
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira 14 de Janeiro no Açoriano Oriental
«Estou convencido que da cartola o eng. Sócrates terá que tirar elefantes e não coelhos, para que os portugueses voltem a ficar optimistas»
André Marques Paz, Sábado 15 de Janeiro no Açoriano Oriental
«O CDS passou a ser, agora, a fonte de todas as virtudes. Já tive isso na campanha de Lisboa, O dr. Portas era o herói da Esquerda»
Pedro Santana Lopes, Sábado 15 de Janeiro no Jornal de Notícias
«O princípio da não escolha é fundamental para que se mantenha o dogma da igualdade. Neste mundo todos são iguais a todos: os bons professores ganham o mesmo que os maus. Os funcionários administrativos empenhados são tão valorizados ou depreciados quanto o mais absentista ou corrupto dos seus colegas. Os bons alunos não são estimulados para não se fazer sobressair a ignorância ou o desinteresse alheios»
Helena Matos, Sábado, 15 de Janeiro no Público
«Agora, só falta saber quem será o próximo ministro ou próximo cacique que resolve dar um encontrão ao primeiro-ministro: com a máxima lealdade e apreço, evidentemente.»
Vasco Pulido Valente, Sábado 15 de Janeiro no Público
«Nesta campanha eleitoral, julgo (presunção legítima) que haverá um debate na televisão entre o candidato n.º 1 do PS, Ricardo Rodrigues, e o seu par do PSD Mota Amaral; o que é que um e outro têm para nos dizer sobre: aborto e a revisão da lei que está na agenda de Sócrates; uniões de facto e casamentos homossexual e a pretensão destes do direito de adopção de filhos; cidadania e a desprotecção das vítimas menores, como por exemplo as que vão a julgamento sem advogados que as defendam contra a Defesa dos arguidos e contra as suas próprias e respectivas famílias que as obrigam a "desistir" das queixas...»
Estevão Gago da Câmara, Sábado 15 de Janeiro no Açoriano Oriental
«Ricos, fiquei embasbacada com os aumentos das tarifas da SATA. Aquilo é que foi subir as passagens e baixar a temperatura da comidinha servida a bordo, passadas as eleições regionais.»
Maria Corisca, Domingo 16 de Janeiro , no Correio dos Açores
«Um dos motivos invocados para debater ou corrigir o sistema eleitoral consiste na necessidade de produzir um parlamento melhor e eleger deputados mais capazes. Eis uma ideia errada que corre o risco de tornar inúteis as discussões. Nada garante que as actuais listas blindadas de candidatos substituíveis produzam deputados inferiores ou superiores aos que resultariam de listas individuais e de círculos uninominais.(...) Os argumentos sobre o valor do deputado desnaturam o debate. Na verdade, o que está em causa são os eleitores, não os eleitos.»
António Barreto, Domingo 16 de Janeiro no Público
Depois de Scarlett em Tóquio ("Lost in Translation"), e de Scarlett no século XVIII ("Rapariga com Brinco de Pérola"), a actriz de 20 anos multiplica-se em projectos de envergadura. Actualmente, Scarlett Johansson roda o "thriller" "The Island", de Michael Bay, com Ewan McGregor, mas já está em treinos (desporto, manejo de armas) para o seu próximo papel em "Missão: Impossível 3". Será o primeira presença de Johansson num filme de acção, interpretando uma aliada de Ethan Hunt, ao lado de Tom Cruise, Kenneth Branagh, Carrie-Anne Moss e Ving Rhames. "MI3" será realizado por J. J. Abrams, criador da série televisiva "Alias", e chegará às salas americanas em Julho de 2006. Antes disso, a actriz irá substituir Kate Winslet no próximo filme de Woody Allen, a rodar em Londres, e será dirigida por Brian De Palma na sua adaptação do policial de James Ellroy, "Black Dahlia", cuja rodagem começa em Abril, com Josh Hartnett, Mark Wahlberg e Hilary Swank. Quem disse que 2005 não trouxe boas notícias!? A musa visada vem no Público.
terça-feira, janeiro 18
calvície q/b
2 comment's ao CHOQUE - o Pedro falou, no plural, dos nossos filhos e fiquei a perceber que vão todos sofrer de severas doenças cervicais. No essencial foi divertido. Estão uns homenzinhos - dirão outros...
Ninguém viu ontem o Prós e Contras?
A parte que eu vi achei um espectáculo, um verdadeiro serviço público. Mas acabei por adormecer. A culpa foi do Mário Soares.
Directamente do meu puff.
Depois de escrever em comentário que, após uma leitura externa, o congresso do PSD não apresentou nenhuma solução corajosa para verdadeiros problemas do povo açoreano, o João Nuno diz que eu não li o seu post. Aqui vai uma versão possível de um resumo, visto por mim, do post, cheio de vitalidade do JNAS, sobre o congresso do PSD.
Victor Cruz aceita a devolução do poder porque ninguém, nem os mais críticos, tiveram coragem para o aceitar de mão beijada.
É preciso credibilizar a oposição.
É preciso preparar desde já a conquista do poder. É preciso ganhar as autárquicas, pois o Poder Local é hoje um balão de oxigénio para o PSD-Açores.
Valorização do património histórico do partido retomando o título de campeões da autonomia.
Vitalidade preconizada pelas intervenções dos "históricos", que fazem parte do elenco que não teve coragem de ocupar a liderança.
Mais poder às bases do partido. O repto de um referendo interno.
A usual vasta Comissão de Independentes.
A renovação em 50% da actual direcção política do Partido e a eleição de um novo Secretário-Geral.
A cereja no topo do bolo, o desafio a Mota Amaral à sua candidatura a Belém.
Entusiasmado com esta vitalidade, o Pedro Gomes faz um comentário, ao qual me atrevo também a fazer um resumo que se segue.
PSD não perdeu muito tempo a lamentar o resultado eleitoral.
Tem uma nova liderança e uma re-orientação estratégica, uma nova ambição: afirmar um projecto de alternativa política.
Um novo objectivo imediato: ganhar as eleições autárquicas.
Uma nova estratégia em matéria de presidenciais, ver Mota Amaral como candidato presidencial.
O PSD definiu que a revisão do Estatuto Político-Administrativo (EPA) não se deve limitar a uma alteração cirúrgica, em resultado da revisão constitucional: o PSD quer mais competências regionais, definidas duma maneira ampla e ousada (gestão do domínio público marítimo, gestão de solos e urbanismo, arrendamento rural e urbano, regionalização dos serviços de registos, notariado e administração de finanças).
O PSD deliberou fazer um referendo aos seus militantes.
Prontos! Aqui está um resumo, feito directamente do meu puff, e através das palavras de dois dos mais importantes representantes da vitalidade do PSD.
Fico, no entanto, com esperança na revisão do EPA.
Victor Cruz aceita a devolução do poder porque ninguém, nem os mais críticos, tiveram coragem para o aceitar de mão beijada.
É preciso credibilizar a oposição.
É preciso preparar desde já a conquista do poder. É preciso ganhar as autárquicas, pois o Poder Local é hoje um balão de oxigénio para o PSD-Açores.
Valorização do património histórico do partido retomando o título de campeões da autonomia.
Vitalidade preconizada pelas intervenções dos "históricos", que fazem parte do elenco que não teve coragem de ocupar a liderança.
Mais poder às bases do partido. O repto de um referendo interno.
A usual vasta Comissão de Independentes.
A renovação em 50% da actual direcção política do Partido e a eleição de um novo Secretário-Geral.
A cereja no topo do bolo, o desafio a Mota Amaral à sua candidatura a Belém.
Entusiasmado com esta vitalidade, o Pedro Gomes faz um comentário, ao qual me atrevo também a fazer um resumo que se segue.
PSD não perdeu muito tempo a lamentar o resultado eleitoral.
Tem uma nova liderança e uma re-orientação estratégica, uma nova ambição: afirmar um projecto de alternativa política.
Um novo objectivo imediato: ganhar as eleições autárquicas.
Uma nova estratégia em matéria de presidenciais, ver Mota Amaral como candidato presidencial.
O PSD definiu que a revisão do Estatuto Político-Administrativo (EPA) não se deve limitar a uma alteração cirúrgica, em resultado da revisão constitucional: o PSD quer mais competências regionais, definidas duma maneira ampla e ousada (gestão do domínio público marítimo, gestão de solos e urbanismo, arrendamento rural e urbano, regionalização dos serviços de registos, notariado e administração de finanças).
O PSD deliberou fazer um referendo aos seus militantes.
Prontos! Aqui está um resumo, feito directamente do meu puff, e através das palavras de dois dos mais importantes representantes da vitalidade do PSD.
Fico, no entanto, com esperança na revisão do EPA.
Sentado à mesa, sem guardanapos de papel (1)
Os sabores são uma parte decisiva da nossa memória. Quando era miúdo, o meu primeiro contacto com os Açores foi por via palatal. Aprendi muito cedo que o doce de capucho era, de longe, a melhor compota do mundo, seguido a uma confortável distância pela goiabada caseira. O terceiro lugar do pódio ia para a laranja amarga (nada de confusões com o Eng. Guterres).
Aprendi isto em casa da minha avó e tias, uma espécie de "Little São Miguel" em Lisboa, para onde a família se tinha mudado de armas e bagagens pouco antes do começo da 2ª Grande Guerra. Só vim ao mundo bem mais tarde, em 1958 (quando o Tratado de Roma foi assinado e Vladimir Nabokov publicou a Lolita), mas perfeitamente a tempo de educar a boca aos sabores açorianos. Sempre que alguém chegava da ilha e tocava à campainha do 2º Dto., era certo e sabido que tínhamos ananás e batatada à sobremesa. Com sorte - se a visita era da prima Meliza - a volúpia do açúcar prolongava-se com o seu célebre pudim de pão, que levava vinho do Porto e era flamejado com aguardente da Caloura.
O sétimo dos céus, contudo, apresentava-se sob a forma de massa sovada: densa e maciça, com uma réstia sábia de pinto a pedir manteiga. Ainda sou do tempo, pré-pasteurizado, em que o queijo de São Jorge estalava no céu-da-boca. Agora sabem a certificado, de papel. É a vida.
A avó Luz, a tia Josefa e a tia Henriqueta já lá estão, todas juntas, no cemitério dos Prazeres, um nome digno de parque de diversões. Guardo delas a maior das saudades e um sabor a sonhos perdidos, fofos e empapados em calda. Felizmente deixaram atrás alguns livros de receitas, dos quais sou fiel depositário. Jamais experimentei fazer algum doce, receando perturbar o saber centenário e conventual que se escondia por detrás daquelas linhas manuscritas. Só me aventuro nos salgados. De tempos a tempos postarei aqui uma receita, com a ortografia original.
Para já deixo-vos com os melindres, uns biscoitos cujo nome aconselha mergulho prévio em chá verde da costa norte.
Melindres
Um quilo d'açucar, um quilo de farinha, 8 ovos, 2 colheres de sopa de manteiga de porco e outro tanto de vaca, canela, herva doce, um pouco de sal e raspa de limão. O açúcar de cana - hoje não há, põe-se outro qualquer - mistura-se com a farinha, canela e herva doce, depois é que se junta o resto dos temperos. Depois de misturado fazem-se pequenos biscoitos ou SS, ou o que se quer fazer, e vão ao forno em taboleiros levemente untados de manteiga.
Aprendi isto em casa da minha avó e tias, uma espécie de "Little São Miguel" em Lisboa, para onde a família se tinha mudado de armas e bagagens pouco antes do começo da 2ª Grande Guerra. Só vim ao mundo bem mais tarde, em 1958 (quando o Tratado de Roma foi assinado e Vladimir Nabokov publicou a Lolita), mas perfeitamente a tempo de educar a boca aos sabores açorianos. Sempre que alguém chegava da ilha e tocava à campainha do 2º Dto., era certo e sabido que tínhamos ananás e batatada à sobremesa. Com sorte - se a visita era da prima Meliza - a volúpia do açúcar prolongava-se com o seu célebre pudim de pão, que levava vinho do Porto e era flamejado com aguardente da Caloura.
O sétimo dos céus, contudo, apresentava-se sob a forma de massa sovada: densa e maciça, com uma réstia sábia de pinto a pedir manteiga. Ainda sou do tempo, pré-pasteurizado, em que o queijo de São Jorge estalava no céu-da-boca. Agora sabem a certificado, de papel. É a vida.
A avó Luz, a tia Josefa e a tia Henriqueta já lá estão, todas juntas, no cemitério dos Prazeres, um nome digno de parque de diversões. Guardo delas a maior das saudades e um sabor a sonhos perdidos, fofos e empapados em calda. Felizmente deixaram atrás alguns livros de receitas, dos quais sou fiel depositário. Jamais experimentei fazer algum doce, receando perturbar o saber centenário e conventual que se escondia por detrás daquelas linhas manuscritas. Só me aventuro nos salgados. De tempos a tempos postarei aqui uma receita, com a ortografia original.
Para já deixo-vos com os melindres, uns biscoitos cujo nome aconselha mergulho prévio em chá verde da costa norte.
Melindres
Um quilo d'açucar, um quilo de farinha, 8 ovos, 2 colheres de sopa de manteiga de porco e outro tanto de vaca, canela, herva doce, um pouco de sal e raspa de limão. O açúcar de cana - hoje não há, põe-se outro qualquer - mistura-se com a farinha, canela e herva doce, depois é que se junta o resto dos temperos. Depois de misturado fazem-se pequenos biscoitos ou SS, ou o que se quer fazer, e vão ao forno em taboleiros levemente untados de manteiga.
segunda-feira, janeiro 17
VIÚVA POR UM ANO
A adaptação cinematográfica de grandes obras de ficção, regra geral, tem por sina redundar num lamentável pastiche em estilo soap opera ou de romance de aeroporto. Recordo a propósito a asquerosa adaptação da obra prima de Philip Roth, «A Mancha Humana» (Ed. da D. Quixote em Portugal), com um incongruente Anthony Hopkins e uma Nicole Kidman que já se sabia disposta a tudo mas, nunca em alinhar em tão deplorável corruptela de um must da literatura contemporânea.
Vem isto, en passant, porque passei pela Bertrand e dei de caras com uma edição de uma obra de John Irving, «Viúva por um ano», agora mascarada com uma sobrecapa promocional da respectiva adaptação cinematográfica.
Conhecendo os antecedentes dou o benefício da dúvida ao filme que aqui se promove. Na verdade, «O Estranho Mundo de Garp», «Hotel New Hampshire» ou até mesmo «Cider House Rules», são felizes adaptações que se vêem e revêem com agrado. Seja como for um grande livro é sempre muito mais gratificante e este «Viúva por um Ano» (Em Portugal Editado pela ASA) não foge à regra. É absolutamente indispensável, no lote de ficção moderna, em qualquer biblioteca que não sirva apenas de enfeite doméstico.
A recensão do livreiro está aqui, a minha crítica aqui está.
Um dia destes volta à minha mesa de cabeceira para ser relido. Entretanto, sugiro ao Pedro Arruda que o disponibilize na nossa lista de recomendações de leitura. Custa 15 Euros e 85 Cêntimos na Bertrand de Ponta Delgada e 14 Euros e 40 Cêntimos na do Chiado (custos da insularidade presumo)! Quanto a fitas ficamos à espera do DVD do «A Porta do Chão» e, pode ser que, entretanto, Hollywood se tenha atirado a fazer uma mega produção da escabrosa obra «Um filho do Circo»!
Desmancha-prazeres
Não, não quero ser desmancha-prazeres e deitar água sobre essa linda fogueira de vaidades em se transformou o PSD-A após três dias de «forróbodo». Mas é que ao passar os olhos pelos jornais de hoje duas coisas saltam à vista e inspiram-me a seguinte pergunta: Qual destes dois vice-presidentes do PSD têm mais força política?
Creio que a resposta a esta pergunta está em alguns acontecimentos recentes, nomeadamente a constituição das listas de deputados do PSD pelo Porto.
P.S. Causa-me alguma impressão que defensores da «libertação política do povo Açoriano» venham também defender a candidatura de Mota Amaral à Presidência da República, qual é que é mesmo o objectivo é libertarmo-nos do continente ou conquistá-lo? Preciso que me expliquem isto, se faz favor, obrigado. Pronto, eu sei que agora vão cair-me em cima o «carmo e a trindade» independentista mas pronto, eu sou assim, meio masoquista... (fiz um poema, eh eh)
Vítor Cruz Diz Que Cavaco "Prejudica PSD a Pensar nas Presidenciais"
«Sobre as presidenciais, em concreto, é para mim óbvio que o candidato natural do PSD é Cavaco Silva. Esta é uma opinião que tenho há muito tempo.»
Creio que a resposta a esta pergunta está em alguns acontecimentos recentes, nomeadamente a constituição das listas de deputados do PSD pelo Porto.
P.S. Causa-me alguma impressão que defensores da «libertação política do povo Açoriano» venham também defender a candidatura de Mota Amaral à Presidência da República, qual é que é mesmo o objectivo é libertarmo-nos do continente ou conquistá-lo? Preciso que me expliquem isto, se faz favor, obrigado. Pronto, eu sei que agora vão cair-me em cima o «carmo e a trindade» independentista mas pronto, eu sou assim, meio masoquista... (fiz um poema, eh eh)
apaniguar *
[conjugação no Presente]
eu apaniguo
tu apaniguas
ele apanigua
nós apaniguamos
vós apaniguais
eles apaniguam
* apaniguado
adj. e s. m., protegido; favorecido; sectário; favorito; amouco (s. m., índio que jura morrer pelo seu chefe).
eu apaniguo
tu apaniguas
ele apanigua
nós apaniguamos
vós apaniguais
eles apaniguam
* apaniguado
adj. e s. m., protegido; favorecido; sectário; favorito; amouco (s. m., índio que jura morrer pelo seu chefe).
Mota Amaral à presidência... a que propósito??!??
Comecemos por aqui, sem maldade, por agora.
Quem foi, quem é e quem será Mota Amaral para ser distiguido com o prémio, e o previlégio, de servir a nação, e a democracia, do seu panteão mais alto.
Quem foi, quem é e quem será Mota Amaral para ser distiguido com o prémio, e o previlégio, de servir a nação, e a democracia, do seu panteão mais alto.
O CONGRESSO
Não fui ao XV Congresso Regional do PSD Açores para fazer a catarse do passado. Muito menos alinhar no crescente coro de carpideiras incapaz de sair do torpor do luto em que ficaram após as eleições de Outubro. Fui com vontade de participar e, sendo o PSD um partido personalista, dar o meu contributo sem quaisquer peias e também ouvir o que tantos tinham para dizer.
Como os holofotes da blogoesfera Regional não estiveram virados para o Teatro da Ribeira Grande, aqui ficam algumas notas pessoais motivadas por dever de militância. Também o faço para exercer internamente no blog o contraditório ao Pedro Arruda que, não só lançou o despique para este post, como ainda sempre que pode também faz uso do seu cartão de militante Socialista (embora presuma que nunca tenha postos os pés num Congresso cor-de-rosa, o que em termos de exercício democrático da militância é sempre de lamentar, a não ser que parta do pressuposto, errado e diletante, de que não está para se misturar com a plebe socialista na entronização do César).
Para o que importa, defendi e defendo que a conquista do Poder Regional não se prepara apenas em 4 semanas de campanha em sprint, mas sim numa extenuante campanha maratona de 4 anos. Mas, do passado importa também reter o que é essencial e, do passado recente, fica o retrocesso de Victor Cruz na sua promessa demissionária! Digam o que disserem os seus detractores uma coisa é certa: é preciso ter coragem para assumir tal atitude. Não nos esqueçamos que o Victor Cruz, no dia 18 de Outubro do ano passado, abriu espaço para a tomada do poder dentro do PSD Açores e, mesmo assim, ninguém o tomou, apesar de para o fazer nem sequer carecer de disputar a liderança! Ora, o próprio Victor Cruz disse ao «Expresso das Nove» da semana passada (o tal que, no seu sucedâneo diário, eliminou o link ao :Ilhas): «Eu não brinco com coisas sérias. Fiquei calado para ver se havia quem avançasse»... como se viu, nem sequer os mais críticos tiveram a coragem de o fazer!
Como linhas de força estratégicas para que seja possível recolocar o PSD-Açores na conquista do Poder Regional, defendi e defendo, 4 ideias-força para 4 anos de oposição: 1ª Credibilização da oposição com um «Governo Sombra» que surja aos olhos dos Açorianos com uma imagem de equipa, atenuando assim a excessiva exposição pública do líder, que escusa de estar presente a comentar todas as valências da vida pública; 2ª Aposta no reforço do Poder Autárquico disputando sériamente as 6 Câmaras Municipais Socialistas da R.A.A.. Esta aposta é ainda mais importante do que as eleições de Fevereiro pois, como se sabe, o Poder Local é hoje um balão de oxigénio para o PSD-Açores. Logo, nesta matéria: reforçar resultados e partir à conquista de Angra do Heroísmo (temos um excelente candidato) Horta (idem) e Lagoa (também!); 3ª Mais poder às bases com a assunção do risco da eleição directa do líder, sendo certo que um líder votado directamente pelas bases é sempre um líder renovado; 4ª Valorização do património histórico do partido retomando o título de campeões da autonomia, nunca esquecendo que mais importante do que os ditos «históricos» do partido é a obra por eles legada que importa prosseguir.
Assim, ao contrário do que alguns arautos da desgraça vociferavam, este Congresso não foi um requiem e muito menos, conforme uma ideia peregrina na qual nunca acreditei, um congresso à porta fechada. Ao contrário de alguns abutres que por aí pairam, adestrados pela esquerda-caviar, não sobraram restos mortais para depenicarem, pois afinal o PSD-Açores soube renascer! Sinal dessa vitalidade foram as intervenções de Vasco Garcia, Berta Cabral, João Bosco Mota Amaral, Reis Leite, Madruga da Costa, Carlos Costa Neves... e isto só para falar nos ditos «históricos».
Sinal de vitalidade foi também o debate interno de duas propostas de alteração dos estatutos com consequências importantes e desafiadoras no futuro do partido. A este debate acrescente-se o repto de um referendo interno, tendo por objecto escrutinar o partido quanto à proposta de alteração da actual Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa Regional. Assim, já no próximo dia 29 vamos a votos, tendo por quesitos saber se para melhorar a proporcionalidade na ALR devemos propor aumentar ou diminuir o número de deputados e se além dos 9 círculos eleitorais será desejável que crie mais um círculo de compensação ou círculos concelhios. Sinal de surpreendente vitalidade foi o anúncio de uma vasta Comissão de Independentes dispostos a ladearem o PSD-Açores e o seu Gabinete de Estudos, contribuindo com o seu know-how em sectores chave do pulsar da autonomia Açoriana. Vital foi ainda a renovação em 50% da actual direcção política do Partido e a eleição de um novo Secretário-Geral!
Tudo isto são sinais de vitalidade mas, a cereja no topo do bolo da unidade plural, foi o desafio a Mota Amaral para que desagrave a birra de Cavaco Silva e que a todos nos honre com a sua candidatura a Belém.
Cá por mim a luta ainda não acabou e será no PSD-Açores que continuarei a ambicionar por um partido mais reformista e menos neo-liberal, porquanto, o desenvolvimento só é económico para ser Social. No resto, para nós, ainda não acabou o aprofundamento da Autonomia e, para mim, a libertação política do povo Açoriano é ainda um sonho realizável... enquanto for esse o sonho do PSD-Açores lá estarei.
Como os holofotes da blogoesfera Regional não estiveram virados para o Teatro da Ribeira Grande, aqui ficam algumas notas pessoais motivadas por dever de militância. Também o faço para exercer internamente no blog o contraditório ao Pedro Arruda que, não só lançou o despique para este post, como ainda sempre que pode também faz uso do seu cartão de militante Socialista (embora presuma que nunca tenha postos os pés num Congresso cor-de-rosa, o que em termos de exercício democrático da militância é sempre de lamentar, a não ser que parta do pressuposto, errado e diletante, de que não está para se misturar com a plebe socialista na entronização do César).
Para o que importa, defendi e defendo que a conquista do Poder Regional não se prepara apenas em 4 semanas de campanha em sprint, mas sim numa extenuante campanha maratona de 4 anos. Mas, do passado importa também reter o que é essencial e, do passado recente, fica o retrocesso de Victor Cruz na sua promessa demissionária! Digam o que disserem os seus detractores uma coisa é certa: é preciso ter coragem para assumir tal atitude. Não nos esqueçamos que o Victor Cruz, no dia 18 de Outubro do ano passado, abriu espaço para a tomada do poder dentro do PSD Açores e, mesmo assim, ninguém o tomou, apesar de para o fazer nem sequer carecer de disputar a liderança! Ora, o próprio Victor Cruz disse ao «Expresso das Nove» da semana passada (o tal que, no seu sucedâneo diário, eliminou o link ao :Ilhas): «Eu não brinco com coisas sérias. Fiquei calado para ver se havia quem avançasse»... como se viu, nem sequer os mais críticos tiveram a coragem de o fazer!
Como linhas de força estratégicas para que seja possível recolocar o PSD-Açores na conquista do Poder Regional, defendi e defendo, 4 ideias-força para 4 anos de oposição: 1ª Credibilização da oposição com um «Governo Sombra» que surja aos olhos dos Açorianos com uma imagem de equipa, atenuando assim a excessiva exposição pública do líder, que escusa de estar presente a comentar todas as valências da vida pública; 2ª Aposta no reforço do Poder Autárquico disputando sériamente as 6 Câmaras Municipais Socialistas da R.A.A.. Esta aposta é ainda mais importante do que as eleições de Fevereiro pois, como se sabe, o Poder Local é hoje um balão de oxigénio para o PSD-Açores. Logo, nesta matéria: reforçar resultados e partir à conquista de Angra do Heroísmo (temos um excelente candidato) Horta (idem) e Lagoa (também!); 3ª Mais poder às bases com a assunção do risco da eleição directa do líder, sendo certo que um líder votado directamente pelas bases é sempre um líder renovado; 4ª Valorização do património histórico do partido retomando o título de campeões da autonomia, nunca esquecendo que mais importante do que os ditos «históricos» do partido é a obra por eles legada que importa prosseguir.
Assim, ao contrário do que alguns arautos da desgraça vociferavam, este Congresso não foi um requiem e muito menos, conforme uma ideia peregrina na qual nunca acreditei, um congresso à porta fechada. Ao contrário de alguns abutres que por aí pairam, adestrados pela esquerda-caviar, não sobraram restos mortais para depenicarem, pois afinal o PSD-Açores soube renascer! Sinal dessa vitalidade foram as intervenções de Vasco Garcia, Berta Cabral, João Bosco Mota Amaral, Reis Leite, Madruga da Costa, Carlos Costa Neves... e isto só para falar nos ditos «históricos».
Sinal de vitalidade foi também o debate interno de duas propostas de alteração dos estatutos com consequências importantes e desafiadoras no futuro do partido. A este debate acrescente-se o repto de um referendo interno, tendo por objecto escrutinar o partido quanto à proposta de alteração da actual Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa Regional. Assim, já no próximo dia 29 vamos a votos, tendo por quesitos saber se para melhorar a proporcionalidade na ALR devemos propor aumentar ou diminuir o número de deputados e se além dos 9 círculos eleitorais será desejável que crie mais um círculo de compensação ou círculos concelhios. Sinal de surpreendente vitalidade foi o anúncio de uma vasta Comissão de Independentes dispostos a ladearem o PSD-Açores e o seu Gabinete de Estudos, contribuindo com o seu know-how em sectores chave do pulsar da autonomia Açoriana. Vital foi ainda a renovação em 50% da actual direcção política do Partido e a eleição de um novo Secretário-Geral!
Tudo isto são sinais de vitalidade mas, a cereja no topo do bolo da unidade plural, foi o desafio a Mota Amaral para que desagrave a birra de Cavaco Silva e que a todos nos honre com a sua candidatura a Belém.
Cá por mim a luta ainda não acabou e será no PSD-Açores que continuarei a ambicionar por um partido mais reformista e menos neo-liberal, porquanto, o desenvolvimento só é económico para ser Social. No resto, para nós, ainda não acabou o aprofundamento da Autonomia e, para mim, a libertação política do povo Açoriano é ainda um sonho realizável... enquanto for esse o sonho do PSD-Açores lá estarei.
domingo, janeiro 16
(Really) Early morning blog
Sobre a cabeça, caem as aves.
Já não sei se premeditada é a intenção de me fazer voar direcção aos mortos.
Que sopro estremece a cidade branca?
Os cães desprevenidos são apanhados ao amanhecer.
Tudo é muito claro e a cal recobre o basalto.
Uma a uma caem as aves.
Excluída do bando,
eis uma em curto vôo de desespero.
O som da sua morte sobrepõe-se ao som geral da baía.
Ao cair sobre a cabeça,
é um casco de navio rasgando a água?
a morte mexe por dentro dessa vida: incontida grande grita de naufrágio que,
no entanto,
mal se ouve abafada pela ressaca das marés.
Entre a cabeça e a morte, o arquipélago mexe.
José Henrique Santos Barros
Bom dia, :Ilhas
Bom dia congressistas do PSD-Açores
sábado, janeiro 15
Sugestão BD
"Romance Ilustrado", 592 páginas de absoluta perfeição gráfica e narrativa autobiográfica. Sem edição portuguesa, é possível encomendar a versão original na amazon.uk por 19,99£, na amazon.com por $19,99, na amazon.fr por 23,51 (versão francesa, bah!) ou na amazon.jp por 2,737 Y (versão japonesa [--]).
Minipops
Página de culto, instituição na net, muita música em poucos milímetros.
Franz Ferdinand
Chemical Brothers
Franz Ferdinand
Chemical Brothers
...dos Malefícios e Benefícios da incineração.
M - de malefício e de Michael
Uma obra do artista plástico Michael Beulter, que fazia parte de uma exposição de arte pública patente em Frankfurt, que incluia um lavatório partido e 17 pedaços de loiça espalhados pelo chão, foi recolhida pelo departamento de limpezas da cidade e incinerada.
B - de benefício e de Beulter
A autarquia inscreveu 30 funcionários do departamento de limpezas em aulas de arte moderna.
Uma obra do artista plástico Michael Beulter, que fazia parte de uma exposição de arte pública patente em Frankfurt, que incluia um lavatório partido e 17 pedaços de loiça espalhados pelo chão, foi recolhida pelo departamento de limpezas da cidade e incinerada.
B - de benefício e de Beulter
A autarquia inscreveu 30 funcionários do departamento de limpezas em aulas de arte moderna.
sexta-feira, janeiro 14
PSD
Por esta hora deverá estar a ter início numa Ribeira Grande fustigada por grandes ondas o XV Congresso do PSD-Açores. Um congresso que não o é porque nele nada se irá discutir, nada se irá debater, nada se irá disputar. Este congresso do PSD-A é, acredite-se ou não, a cerimónia de entronização do maior derrotado das últimas eleições legislativas regionais, Vítor Cruz. Num fingimento lamentável, demonstrativo do grau zero a que chegou a política e os políticos deste país, o principal partido da oposição nos Açores e um dos dois mais importantes partidos da democracia portuguesa, prepara-se para não só se enganar a si próprio como para tentar enganar todo o eleitorado regional. Convém lembrar que no último congresso do PSD-A, realizado à há pouco mais de um ano, a moção de Vítor Cruz foi aprovada por quase unanimidade e que as directrizes políticas apontadas nessa moção levaram o PSD-A à maior derrota na história deste partido. Mas o que acho verdadeiramente lamentável no actual estado do PSD-A é o absoluto esvaziamento do partido no que toca a figuras de peso para uma disputa de liderança. Como é possível que um partido com a história e a relevância política do PSD-A não encontre dentre os seus militantes duas ou três figuras de mais ou menos monta disponíveis para dar a cara pelo partido num momento difícil dando-lhe assim a honra de uma liderança renovada? Ao ponto a que chegou a política quando ninguém se apresta a pegar no leme do barco que está de velas rasgadas à deriva com um capitão destroçado. Como poderá o PSD-A olhar-se ao espelho e ver que não houve ninguém que se assumisse como líder, mesmo que temporário, dando não só ao partido, mas ao próprio Vítor Cruz, a honra de uma esperança no futuro? Em política a regra do tempo é de um valor incalculável. O tempo de agir, o tempo de esperar, o tempo de assumir, o tempo de "atravessar o deserto". Todos sabemos que pela sua juventude Vítor Cruz não estaria nunca acabado para a política depois das últimas eleições, mas era de elementar bom senso, tal como o próprio assumiu, sair de cena e deixar o partido recuperar o capital político com uma nova liderança. O acto de cobardia protagonizado por todos os dirigentes do PSD-A ao nenhum se assumir como possível sucessor de Vítor Cruz é de tal modo constrangedor que corre o partido o risco de nos próximos anos nunca reconquistar o poder na região. O acto patético de após a morte do rei se fazer vivas ao esqueleto do rei é uma farsa medonha da qual o PSD-A pode nunca vir a recuperar. Não existem partidos de uma só pessoa, bom em boa verdade há a Nova Democracia, como conseguirá o PSD-A explicar ao eleitorado a sobrevivência de um derrotado, derrotado esse que irá acumular derrotas sucessivas nos próximos meses? Como pode o próprio Vítor Cruz aceitar tal papel? Quererá este levar ao extremo da letra do seu nome o papel de crucificado do PSD-A? Esta falta de lisura, de honradez, de coragem demonstrada pelo PSD-A é lamentável para o futuro da democracia açoriana. Vítor Cruz tinha que sair, alguém no partido tinha que assumir a liderança, demonstrando-se assim aos eleitores que o partido está vivo, com alternativas e pronto para a oposição e o embate. Mas quem sou eu para falar que até nem sou do PSD e que só estou chateado com o congresso por este ser na Ribeira Grande e eu ser cliente habitual, aos sábados, da deliciosa sopa de carne da Cascata.
Sob o signo de Amanda
É a minha primeira posta. Ouço que, segundo a etiqueta bloguística, é preciso identificar-me. Sou o Carlos G. Riley. Ando pelo meio-dia da vida e licenciei-me em História, um curso espantosamente útil que - mercado dixit - não dá para nada. O G. no meio do nome é para distinguir de um meu primo homónimo, homem de paz a quem não quero meter em mais trabalhos. Dizem também que devo revelar ("full disclosure") aquilo com que me identifico... então aqui vai um primeiro amor: Roxy Music.
A 24 de Março de 1973, por altura do "golpe das Caldas", era editado o segundo LP dos Roxy - For your pleasure - com a Amanda Lear na capa, toda ela um sonho molhado de vinyl, pantera negra pela trela. Bem dizia o Bryan Ferry na melhor faixa do disco (In every Dream Home a Heartache):
Inflatable doll, my role is to serve you (...) disposable darling, my breath is inside you (...) I blew up your body, but you blew my mind.
E foi mesmo assim. Fiquei com a cabeça a andar à roda quando ouvi aquilo pela primeira vez, nas almofadas da garagem do Jorge, em Carcavelos.
Eu sei que é piegas, mas devo assumir o meu soft spot pelos anos setenta, "the decade that taste forgot", como dizia o Ian Penman do New Musical Express. Grandes colheitas, nessa altura. A Amanda, por exemplo, de quem hoje já pouca gente fala. Era uma daquelas belezas andróginas feitas à medida do Andy Warhol, mas o Salvador Dali apanhou-a primeiro. O Guardian, que é um jornal sério, diz que ela lhe foi apresentada pelo Brian Jones, dos Rolling Stones, na swinging London dos anos sessenta. Depois da morte do Brian numa piscina, a Amanda foi amante do David Bowie (bruxo!) e do Bryan Ferry. Só no final da década de 70 é que passou do estatuto de "Roxy girl" para o de rock star, quando inicia a carreira a solo em plenos dancing days do disco sound.
Musicalmente, a Amanda Lear nunca foi grande espingarda. Mas o seu corpo e as suas capas vendiam milhões, sobretudo na Itália e na Alemanha. Tirando isso, que já não é pouco, havia ainda o timbre da sua voz baixa. Abissalmente baixa. Comparada com ela, a Grace Jones passava por soprano. Começou então a especular-se sobre a sua identidade sexual, mas nem uma edição da Playboy com honras de centerfold desfez os equívocos. Foi quanto bastou para transformá-la no mais enigmático travesti da minha geração. Ainda hoje vive, no sul de França, como a Brigitte Bardot, mas parece que está mais bem conservada.
Lembrei-me dela a propósito da quadra que agora começa. O Entrudo este ano dispensa gatinha brasileira de novela; temos Carnaval eleitoral à vista e o tema dos bailes é o transformismo político e ideológico. Quem vai mascarado de quê???. Aceitam-se sugestões. Dão-se alvíssaras.
De uma coisa estou certo: quem não for tão bom como a Amanda não merece ser primeiro-ministro.
Só não vê quem não quer...
Andy Warhol - Dollar Sign, 1982
Segundo a agência LUSA e segundo as apresentações de orçamentos para a próxima campanha apresentados pelos partidos ao Tribunal Constitucional:
PPD/PSD .......7.3 milhões de euros (máximo permitido por lei/por candidatos)
CDS/PP......... 6.7 milhões de euros (máximo permitido por lei/por candidatos)
PS................... 4.85 milhões de euros
CDU............... 0.86 milhões de euros
BE.................. 0.73 milhões de euros
????????????????????????????????????
CDS/PP...... 6.7 milhões de euros
????????????????????????????????????
Quantos submarinos, navios, aviões e helicópteros é necessário comprar...??!??
Ou será que o dinheiro vem dos que tiveram as sua pensões aumentadas??!?? Deve ser!!!
mais um "gajo" para me "apoguentá"
Delacroix´s La Liberté guidant le peuple
Tenho poucas coisas em comum com o Sr. Pinto da Costa, mas gosto do FCP, não conheço ninguém, nunca fui apresentado a ninguém e se a minha mulher fosse boazona preferia que ela assistisse aos jogos do FCP embrulhada na claque dos Super Dragões do que assistisse a um jantar de família dos monarcas do Nepal. Penso eu de que a isto se resume a minha empatia com Sr. Bimbo.
Vai daí que, serve o exemplo para vos dizer que, não conheço, nem em alguma situação me foi apresentado o supostamente ilustre Professor Carlos Riley. Ri de quê?
Acrescentando mais uma empatia nortenha, não falo de quem não conheço mas, dizem-me que é um tipo que vai para cama com todos, um irlandês monárquico, dois termos que quando juntos não são bom prognóstico e carecem de alguma lógica, assim como alguém que se diga um monárquico ateu.
Dizem que este novo reforço será apresentado hoje, acompanhado com um bife Aliança, espero que o nome do bife seja profético, mesmo que seja ateu. Apesar de ter recebido convite, não sei se poderei estar presente, mas fico curioso se dirá mais do que a usual promessa de que está no :ilhas para marcar, que vem para trabalhar. Cá para mim, e apesar de não jogarmos na mesma posição, por causa deste "gajo" ainda acabo no banco. Em resumo é mais um "gajo" para me "apoguentá".
CINE ALTERNATIVO
Os Diários de Motocicleta são uma espécie de adaptação cinéfila de um tour tipo Dakar em versão proleteca. Consta que a estreia é já amanhã e que o Tózé já reservou dois lugares!!! A crítica cinéfila, em formato xunga, está aqui... Talvez segunda-feira pegue a sessão da meia-noite. Até lá a minha agenda não dá para mais qualquer desdobramento. Bom fim-de-semana e até breve se não for antes!
(foto original de Che Guevara montado na «Poderosa» com Alberto Granado à sua direita... pois, como se sabe, não havia ninguém mais à esquerda do que o Comandante)
quinta-feira, janeiro 13
de listas e partidos
Valerá a pena um olhar atento à barracada da formação das listas de deputados à Assembleia da República? Valerá a pena gastar tempo de reflexão com esse tristíssimo espectáculo de ganância e despudor com que todos os partidos, todos sem excepção, nos presentearam por estes dias? Muito provavelmente não, não vale minimamente a pena. Para quê lamentar que figuras importantes no panorama político nacional, como Medeiros Ferreira, Helena Roseta, Manuela Ferreira Leite, Teresa Patrício Gouveia, Isabel de castro, Pedro Roseta, entre tantos outros, desapareçam das listas de candidatos a deputados. Para quê insurgir contra a lógica puramente aparelhística na constituição das listas. Para quê revoltar contra um partido que põe nos três primeiros lugares da lista por Coimbra três pessoas cujo único aspecto político relevante é o sobrenome. Para quê classificar de ultrajante o tratamento dado a Sónia Fertuzinhos. Para quê agonizar com tudo isto e mais os outros inúmeros exemplos de voracidade e desprezo que os partidos deram ao país, já não sabíamos todos que era assim que as coisas se faziam? Esta é a verdadeira face dos partidos que nos governam, é importante ter consciência disto. Quanto mais o país conhecer os partidos, melhor para o país e melhor para os partidos.
Sem uma catrafada de tags - 2 em 1
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"Dia 15(sabado agora) na Biblioteca Publica e de Arquivo de P.Delgada(ao pé do jardim do Colégio) vou lançar meu novo livro lá às 20h00. Vou aproveitar para anunciar publicamente minha data de casamento e apresentar publicamente minha noiva. Em relação ao livro esgotou 2500 livros em 5 dias em S Paulo e 2000 em Lisboa em apenas 3 dias. Não vais querer perder a festa pois não?...Então aparece sabado...
abraços
adoro voces todos...
Zeca
PACIÊNCIA DE CHINÊS
Não! Não é uma «Louquícia» ou uma boutade do «Contra-Informação», são declarações oficiais do Presidente da República, Jorge Sampaio, que defendeu hoje uma relação de diálogo e compreensão entre a União Europeia e a China, mais concretamente, na questão dos direitos humanos! Acredite se quiser mas, segundo o Público, Jorge Sampaio, a propósito dos direitos humanos na China, dixit: "não se pode entrar à canelada" com "uma potência emergente". "É um diálogo paciente", "lento" e "longo", ou seja, para o efeito é preciso ter paciência de Chinês.
Definitivamente o reino de Sampaio não é deste mundo! Primeiro, estranha-se o diálogo com a barbárie em matéria de Direitos Humanos, especialmente na China dos presos por delito de opinião, das execuções sumárias por crimes bagatelares, da eugénica política de controlo de natalidade... and so on! Depois, se se trata de uma matéria sensível e delicada onde, taxativamente, "não se pode entrar à canelada", o melhor é estar quieto, porquanto, as alternativas abaixo da canela são assaz escassas! Finalmente, olhar para a China e descobrir uma «potência emergente» só se explica se, entretanto, Jorge Sampaio andou meio Século XX distraído a olhar para outro lado.
Mas, afinal tudo tem uma explicação quando entre os princípios se interpõem os interesses do vil metal que não tem ideologia nem moral. Na verdade, o nosso Presidente da República, lá longe em Pequim, a propósito do «diálogo» disse: "Podemos tirar algum benefício disso" e "juntar ao diálogo político, que é frutuoso, uma dimensão económica"... que é como quem diz em bom Português «juntar o útil ao agradável». Claro está que esta linguagem simples não consta do léxico do Sampaiês. A propósito a diligente embaixada Portuguesa em Pequim, com a devida antecedência, treinou um batalhão de autóctones, com conhecida e atávica paciência de Chinês, para a árdua tarefa de servirem de interpretes oficiais de Sampaiês... devem estar todos de olhos em bico!
quarta-feira, janeiro 12
o bartleby do blogue
Podia, é claro que podia, inventar com toda a verve e brilhantismo uma extensa lista de razões, todas elas muito válidas, todas elas inquebrantáveis na sua força justificativa, para o desleixo com que tenho tratado o blogue nos últimos dias, podia mas não o vou fazer, principalmente, porque a verdade é só uma e tão simples na sua prosaica existência que seria quase criminoso escondê-la. A razão para esta ausência da escrita no blogue (menos de 10 posts em um mês é francamente lamentável) foi o amor e a doença. O amor e a doença assim de mãos dadas como dois adolescentes enamorados passeando na praia num final de tarde de verão. O amor familiar e passional e a doença física e viral. Um par mais mortífero que um par de ases numa mesa de póquer. Foram estes dois arautos que me afastaram da companhia do blogomundo preso que me mantiveram na sua vil teia de enleios, dores, febres, prazeres, recolhimentos e alegrias. Quais textos quais carapuça perante tais poderes da natureza humana. Que pode um homem fazer face à simpatia desarmante de uma família reunida, face ao carinho altruísta da paixão do sexo oposto, face aos suores frios, os vómitos, a diarreia, as dores renais, o ardor na uretra, as gotas de sangue na urina (se algum médico me estiver a ler, por favor, aceitam-se recomendações que os 60 euros por consulta são um verdadeiro maremoto para as finanças pessoais), digam-me, que pode um homem fazer? Mas acabadas as festividades, regressado o amor ao reino saudoso das distâncias, debelada (espera-se que sim) a doença, pode que seja possível um regresso aos textos nos próximos dias, sim porque o trabalho, esse, nunca foi desculpa para não blogar. Até porque estou a precisar de picar o João Nuno nesta história do Choque de Gerações.
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