«Claro que há quem pense que a mera existência das Lajes nos põe numa lista de países sortudos com acesso VIP aos pináculos do poder americano. O dr. Miguel Monjardino, no Expresso de 26 de Janeiro, exultava: “As Lajes continuam a ser o trunfo que tem permitido a Lisboa lutar acima do seu peso em Washington. “(...) tudo parece indicar que vão continuar associadas ao poder aeroespacial dos EUA”. Ser associado “ao poder aeroespacial dos EUA” será suficiente recompensa pela cedência de território nacional com tamanho valor estratégico?»Ana Gomes na edição de 09.02.08 do Expresso
«Niemeyer nega autoria do Casino. “Eu fiz um projecto a uma escala pequena e o arquitecto português desenvolveu. E ele mudou algumas coisas. De modo que não considero um projecto meu”. Com esta afirmação, a autoria do único projecto atribuído em Portugal a um dos maiores nomes da arquitectura do mundo é negada pelo próprio arquitecto».O. Niemeyer em entrevista ao Expresso de 09.02.08
«Por serem dirigentes públicos, os autarcas podem gastar o que não têm, ficar a dever, provocar a falência de cidadãos e empresas e não cumprir os compromissos e os contratos assinados. Por serem eleitos, podem fazer a demagogia que lhes dá na cabeça, gastar no que lhes apetece, contratar os amigos e subsidiar o que lhes interessa, que não são depois chamados a pagar e assumir responsabilidades. Talvez tudo fosse diferente se os políticos tivessem de responder, com os seus bens, pelas dívidas e pelos abusos de que são responsáveis».António Barreto na edição de 24.02.2008 do Público
«O tuga a ver o desastre Noticiário da SIC de sexta-feira — de repente, Clara de Sousa interrompe o alinhamento para entrar em directo com Miami, onde um avião de carreira está a proceder a uma aterragem de emergência. Um primeiro directo é um fiasco completo — só imagens da pista e nada a acontecer com a pivot a tentar desesperadamente manter o interesse — e no segundo assiste-se ao avião a realizar uma aterragem de emergência impecável da qual saiu intacto e com os passageiros todos ilesos. E agora expliquem-me qual é a justificação de um canal generalista português interromper o seu noticiário para transmitir em directo uma aterragem de emergência que está a ter lugar do outro lado do mundo. Para mim, este directo não só é injustificável em qualquer situação (até na televisão americana) como, em Portugal, transporta aquele cheirinho macabro, voyeurista reles, do tuga que abranda para ver o desastre».Jorge Mourinha na edição de 24.02.2008 do Público
«Menezes deveria ter escolhido outros "autismos" do actual governo, se ele mesmo não estivesse a ter um comportamento "autista": espartilhado por conselheiros de imagem que o querem apresentar como um político responsável, vemos o líder da oposição entristecido, receoso, sem ideias renovadas, sempre atrás da agenda do Primeiro-Ministro. Para bem do país, é tempo de sair do "autismo" a que o querem reduzir e antecipar propostas, mas quem será capaz de lhe entregar o país? (...) Temos sobretudo de denunciar o "autismo" de membros do governo que, todos os dias, nos querem fazer crer que tudo caminha pelo melhor, quando a realidade do quotidiano de muitas famílias mostra o contrário. A solução para esse "autismo" só pode ser uma: ouvir muitas opiniões, sobretudo daqueles que não têm acesso aos média nem às estruturas do Largo do Rato. E José Sócrates não precisaria de criticar professores que se manifestam se, lado a lado com os dirigentes do Ministério da Educação, se dispusesse a falar com professores de várias zonas do país, sem agenda prévia nem resumos dos assessores».Daniel Sampaio na edição de 24.02.2008 da Pública (in Público)
* O Lado B do Vox Populi
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