quarta-feira, fevereiro 6

McCain

ou da importância de ganhar eleições

Por mais que a utopia nos encante e uma certa ideologia romântica de transformação do mundo nos aqueça as noites, a verdade é que a política ainda é feita de pragmatismo. A política americana, então, é feita de hiper-realismo. A recente ascensão de John McCain à pole position de indigitação como candidato Republicano à eleição presidencial de Novembro é prova disso mesmo. Confrontados como uma sucessão difícil, fruto do desastre bushiano, que favorece manifestamente as hipóteses democratas de chegar à Casa Branca, os republicanos cerram fileiras em torno do mais esquerdista dos seus – John McCain. Numa eleição que, não havendo manipulações externas das máquinas de voto, será decidida no centro esquerda o Partido Republicano defende-se com o único candidato que pode realmente disputar esse eleitorado. Mesmo as actuais vozes que na direita e extrema-direita do partido agora se levantam contra o liberal conservative McCain, em chegando a Novembro correrão para as urnas para por o voto no Republicano. Perante este simplicíssimo maquiavelismo eleitoral em que o fim último de manter a Casa Branca no Partido Republicano justifica a eleição de McCain, a pergunta que os democratas terão que fazer é quem destes dois, Obama ou Hillary, pode verdadeiramente ganhar a McCain.

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