segunda-feira, fevereiro 18
Os trabalhos de Cesar.
Depois da inevitável vitória nas directas, por números que muitos não deixarão de aproveitar para comparações idiotas, esquecendo convenientemente a importância das políticas, para valorizar os episódios eleitorais, cumpre agora a Carlos Cesar liderar o partido, sustentado na unanimidade que lhe foi concedida. Os trabalhos de Cesar começam exactamente aí, na organização interna do seu partido. É um erro pensar que a unanimidade em torno do líder represente uma verdadeira união do partido dentro de si mesmo, antes pelo contrário. Um dos maiores desafios que Carlos César terá pela frente nos dois anos após o próximo congresso de Abril, será aproveitar o seu papel catalizador para estruturar o PS-Açores por forma a que este possa se unir internamente em torno de um projecto que vá para além de uma liderança. As parcas reformas que foram promovidas no congresso da Horta em 2006 geraram poucos efeitos e é urgente aprofundar os mecanismos de organização interna que podem potenciar o papel do partido nos actos eleitorais que se aproximam e, principalmente, possam projectar o PS-Açores para o futuro. Recentemente Cesar referiu que o PSD de Mota Amaral não soube nunca reconhecer os erros que cometeu e por isso perdeu eleições. Um dos grandes erros desse PSD foi precisamente hipotecar-se à figura omnipresente de João Bosco, esquecendo que um partido se faz de militantes, de estruturas, de acção na sociedade e de união em torno de um projecto político ideológico. Do próximo congresso regional do partido terá que sair um PS unido e habilitado que projecte na sociedade uma imagem de um grupo coeso não só pela liderança mas acima de tudo pela capacidade de acção e que prove aos açorianos que o PS-Açores tem no seu líder a melhor figura para governar a região mas, principalmente, que o PS-Açores tem no seu seio os melhores quadros, as melhores políticas e os melhores projectos para os Açores. Este é também o desígnio que deve orientar a constituição das listas de deputados, a formação do futuro governo e não menos importante a orientação da política autárquica do partido, por mais difíceis que sejam algumas batalhas eleitorais autárquicas. O PS-Açores, este PS, liderado por Carlos Cesar, tem a obrigação de se apresentar aos açorianos com a convicção de ser o partido que apresenta as melhores opções para os açorianos e para o futuro dos Açores. No imediato Carlos Cesar tem estes grandes trabalhos, que não são doze, mas são hercúleos, para executar: reorganizar o partido unindo-o em torno de políticas que extravasem a união apenas pela imposição do líder; gerir o processo de formação das listas de deputados e de seguida do governo com o objectivo claro de valorizar ainda mais a acção política do partido no governo da região; fazer acalentar um novo desígnio autárquico às estruturas do partido. Tudo isto são trabalhos que começaram a ser preparados antes de sexta-feira passada e todos eles são vitais para o PS-Açores e para o nome que Carlos Cesar deixará na história política dos Açores, mas resta ainda um outro trabalho que também pertence a Carlos Cesar e que terá tanta ou mais importância nesse retrato histórico da sua liderança – a sucessão.
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