sábado, fevereiro 2

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The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford A relação entre Jesse James (Brad Pitt) e Robert Ford (Casey Affleck) tem tanto de infantil como de trágico: o primeiro vive a sua condição de lenda do velho Oeste quase como um assombramento; o segundo contempla no outro uma espécie de ideal redentor, dir-se-ia uma miragem paterna e libertadora. Da sua estranha proximidade nasce o negrume psicológico do filme de Andrew Dominik, de tal modo que, da vulnerabilidade dos rostos ao mais pequeno gesto quotidiano, tudo surge contaminado por uma avassaladora pulsão de morte. Como se James encenasse a sua própria morte e Ford fosse apenas o instrumento humano encarregado de consumar um destino transcendental. O título é o «O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford», mas também poderia ser: “Vida e morte de um herói condenado” (Crítica de João Lopes in Cinema 2000), esta semana em exibição no Solmar. Continua em cartaz, na sala 3 da Castello Lopes, o mordaz Charlie Wilson's War, numa analogia perspicaz da actualidade e do passado recente da política externa norte-americana, em particular no perpetuar das incongruências assumidas e perpetradas pelos “polícias do mundo”.

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