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No dia 1 de Fevereiro de 1908, há mais de 100 anos, assassinaram o Rei D. Carlos e o Príncipe Real D. Luís Filipe. O regicídio, além de crime de lesa-majestade e de traição à Pátria, foi um inegável retrocesso na senda do liberalismo que tinha sido arduamente construído à conta da monarquia constitucional. O golpe final de misericórdia deu-se a 5 de Outubro de 1910 quando "os republicanos portugueses derrubaram um regime que honrava os princípios do estado de Direito e representativo: a concepção do estado como comunidade de cidadãos iguais entre si, o império da lei, a separação e o equilíbrio de poderes."(Rui Ramos). Portugal, depois de séculos de monarquia, emerge no início do século XX num regime republicano onde o Partido Republicano Português é o Estado! Como consequência imediata do atentado terrorista contra o Rei D. Carlos o País mergulha numa longa crise e participa, na I Guerra Mundial, numa desastrosa campanha militar. Consequentemente, sem exagero, citando novamente o historiador Rui Ramos, "Portugal passou o século XX a pagar a factura do 5 de Outubro". Seja como for, a monarquia é hoje um artefacto do passado dado que a Constituição da República Portuguesa sacralizou a forma republicana de governo como dogma de Estado insusceptível de revisão. Todavia, uma viagem pelo passado, sem os preconceitos da fanfarra republicana e dos dogmas do regime, é sempre recomendável e a tarifa fica por conta da liberdade de consciência de cada um. O certo é que o centenário do regicídio tem convocado inusitado interesse editorial e um saudável debate de ideias sobre o que foi o final da Monarquia e, nalguns casos mais audazes, o que teria sido de Portugal se o golpe assassino dos buíças deste País tivesse fracassado. É nessa agenda que se inscreve o colóquio "D.Carlos e a Crise da Monarquia Constitucional – o fim trágico de um reinado.", numa parceria tripartida entre a Câmara Municipal de Ponta Delgada, Centro de Estudos Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores e o Centro de Estudos Interdisciplinares do séc. XX da Universidade de Coimbra. A sessão solene de abertura tem lugar hoje às 21H30 no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ponta Delgada. No dia 22 de Fevereiro, e no Anfiteatro C da Universidade dos Açores, terá lugar um vasto e diversificado programa de apresentação de trabalhos cujo interesse está caucionado pela qualidade dos oradores.
Conhecer o passado, e manter aberto para ele o nosso espírito crítico, é parte do caminho para que os Portugueses aceitem o seu património sem adornos de pechisbeque que os estrangeirismo e as modas do presente vão ditando.
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
No dia 1 de Fevereiro de 1908, há mais de 100 anos, assassinaram o Rei D. Carlos e o Príncipe Real D. Luís Filipe. O regicídio, além de crime de lesa-majestade e de traição à Pátria, foi um inegável retrocesso na senda do liberalismo que tinha sido arduamente construído à conta da monarquia constitucional. O golpe final de misericórdia deu-se a 5 de Outubro de 1910 quando "os republicanos portugueses derrubaram um regime que honrava os princípios do estado de Direito e representativo: a concepção do estado como comunidade de cidadãos iguais entre si, o império da lei, a separação e o equilíbrio de poderes."(Rui Ramos). Portugal, depois de séculos de monarquia, emerge no início do século XX num regime republicano onde o Partido Republicano Português é o Estado! Como consequência imediata do atentado terrorista contra o Rei D. Carlos o País mergulha numa longa crise e participa, na I Guerra Mundial, numa desastrosa campanha militar. Consequentemente, sem exagero, citando novamente o historiador Rui Ramos, "Portugal passou o século XX a pagar a factura do 5 de Outubro". Seja como for, a monarquia é hoje um artefacto do passado dado que a Constituição da República Portuguesa sacralizou a forma republicana de governo como dogma de Estado insusceptível de revisão. Todavia, uma viagem pelo passado, sem os preconceitos da fanfarra republicana e dos dogmas do regime, é sempre recomendável e a tarifa fica por conta da liberdade de consciência de cada um. O certo é que o centenário do regicídio tem convocado inusitado interesse editorial e um saudável debate de ideias sobre o que foi o final da Monarquia e, nalguns casos mais audazes, o que teria sido de Portugal se o golpe assassino dos buíças deste País tivesse fracassado. É nessa agenda que se inscreve o colóquio "D.Carlos e a Crise da Monarquia Constitucional – o fim trágico de um reinado.", numa parceria tripartida entre a Câmara Municipal de Ponta Delgada, Centro de Estudos Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores e o Centro de Estudos Interdisciplinares do séc. XX da Universidade de Coimbra. A sessão solene de abertura tem lugar hoje às 21H30 no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ponta Delgada. No dia 22 de Fevereiro, e no Anfiteatro C da Universidade dos Açores, terá lugar um vasto e diversificado programa de apresentação de trabalhos cujo interesse está caucionado pela qualidade dos oradores.
Conhecer o passado, e manter aberto para ele o nosso espírito crítico, é parte do caminho para que os Portugueses aceitem o seu património sem adornos de pechisbeque que os estrangeirismo e as modas do presente vão ditando.
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
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