quinta-feira, abril 20
O mundo é feito de surpresas.
Quando, ontem ao almoço, me contaram da conferência de imprensa de Manuel António Martins eu nem quis acreditar. Parecia demasiado e, de facto, olhando depois para o comunicado que foi distribuído à imprensa era de facto demasiado. Para mim aquilo era a todos os títulos bombástico. Por duas razões: ou o Sr. endoideceu e é um caso humano lamentável, ou o Sr. está a falar verdade tendo provas e é então é um caso político e jurídico igualmente lamentável. Numa declaração de duas páginas são feitas acusações quase surrealistas. Primeiro o facto de alguém aceitar ser presidente de um clube de futebol na base de uma eventual promessa de um apoio financeiro do governo é já de si impressionante, depois a acusação de que por essa pessoa não ter feito um discurso de apelo ao voto esse apoio ter sido negado é ainda mais impressionante. Para mim nada disto faz muito sentido e fico com a ligeira impressão que há muito mais por detrás desta trapalhada toda do que aquilo que realmente conseguimos ver. Depois ainda há a questão da cobertura jornalística, dos critérios que levaram umas redacções a cobrir o assunto e outras não, umas a dar destaque de primeira página e outras a cometer gaffes de primeira página, ou do spin de dar mais relevância à reacção do governo regional (aqui há uma questão importante, se é a pessoa de Carlos César o visado, ainda por cima por alegados factos que se passaram numa campanha eleitoral, por que razão é o governo regional que põe a acção, não faz muito sentido.) E para aumentar ainda mais o verdadeiro Circo das Celebridades que este caso parece, quem viu a entrevista à TVNET não pode deixar de por as mãos na cabeça. Eu confesso que quando vi pensei que estava a ver um sketch dos Gatos Fedorentos, era demais. Já nem vou falar no caso do eventual jovem filho de dirigentes socialistas do continente que foi parar à Associação Agrícola como quem vai para uma quinta do Le Patriarche e depois voltou limpo e são para a família. Mas a questão da cedência dos terrenos e as insinuações sobre o banco alimentar e por aí a fora é realmente assustador de tão inacreditável que é. No outro dia, por causa do aniversário do Açoriano Oriental, várias pessoas se manifestaram com desagrado pela falta de jornalismo de investigação nos Açores, a bem da nossa sanidade democrática e independentemente da nossa área política este é um caso que merece ser explicado de forma clara às pessoas. Quer para percebermos se o desespero financeiro pode levar um indivíduo a comer actos de loucura, ou, oxalá não, se o nosso sistema político está realmente tão sujo como se diz por aí à boca pequena. O que eu acho e sem querer justificar-me perante o meu camarada André é que não podemos mesmo que tomemos partido por uma das partes deixar que isto se transforme num mero diz que disse sem que se perceba o que realmente se passou.
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