DIA MUNDIAL DO TRABALHADOR
domingo, abril 30
sábado, abril 29
sexta-feira, abril 28
The Best of This...
...
It don't matter, when you turn
Gonna survive, live and learn.
I've been thinking about you baby
By the light of dawn, and in my blues
Day and night, I been missing you
I've been thinking about you baby,
Almost makes me crazy,
Come and live with me
Either way, win or lose,
When you're born into trouble you live the blues
See it almost makes me crazy child
Nothing's right if you ain't here
I'd give all that I have just to, keep you near
I wrote you a letter and tried to make it clear
That you just don't believe that, I'm sincere.
I've been thinking about you baby...
Plans and schemes, hopes and fears
Dreams i've denied for all these years
I've been thinking about...
...
...
Recente aquisição desta semana o Collected dos Massive Attack tem servido de trilha sonora para estes dias e permanecerá na minha hit list dos próximos tempos.
Ecleticamente magnífico o CD termina com Live With Me, tema que nos fica no ouvido e colado à camada mais profunda da nossa alma melómana. Com efeito Live With Me é um tema belíssimo com a voz de Terry Callier ! But...Who the hell is Terry Callier ? Esta dúvida que assalta o leitor foi a mesma que tive quando fui meter o nariz na ficha técnica, pois não reconhecia o dono de tão poderosa voz num registo que é um condensado de soul. Assevera o google que Terry Callier tem aproximadamente a mesma idade da nossa venerável ascendência e deixou de cantar em 1983 para dar o corpinho ao manifesto...que é como quem diz ir fazer pela vida dele e da família. Na década de 90 um tal de Gilles Peterson exumou a discografia de Callier que à data estava longe das artes do canto e, provavelmente, estaria de olhos em bico num ecrã de computador similar ao que é lido este post, pois o dito artista é programador informático na Universidade de Chicago!
Agora de quando em vez empresta a sua voz que, desta feita, com a mestria dos Massive Attack, surge-nos num tema que ouso arriscar será futuramente recordado como um clássico.
...
posted by João Nuno Almeida e Sousa
It don't matter, when you turn
Gonna survive, live and learn.
I've been thinking about you baby
By the light of dawn, and in my blues
Day and night, I been missing you
I've been thinking about you baby,
Almost makes me crazy,
Come and live with me
Either way, win or lose,
When you're born into trouble you live the blues
See it almost makes me crazy child
Nothing's right if you ain't here
I'd give all that I have just to, keep you near
I wrote you a letter and tried to make it clear
That you just don't believe that, I'm sincere.
I've been thinking about you baby...
Plans and schemes, hopes and fears
Dreams i've denied for all these years
I've been thinking about...
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Recente aquisição desta semana o Collected dos Massive Attack tem servido de trilha sonora para estes dias e permanecerá na minha hit list dos próximos tempos.
Ecleticamente magnífico o CD termina com Live With Me, tema que nos fica no ouvido e colado à camada mais profunda da nossa alma melómana. Com efeito Live With Me é um tema belíssimo com a voz de Terry Callier ! But...Who the hell is Terry Callier ? Esta dúvida que assalta o leitor foi a mesma que tive quando fui meter o nariz na ficha técnica, pois não reconhecia o dono de tão poderosa voz num registo que é um condensado de soul. Assevera o google que Terry Callier tem aproximadamente a mesma idade da nossa venerável ascendência e deixou de cantar em 1983 para dar o corpinho ao manifesto...que é como quem diz ir fazer pela vida dele e da família. Na década de 90 um tal de Gilles Peterson exumou a discografia de Callier que à data estava longe das artes do canto e, provavelmente, estaria de olhos em bico num ecrã de computador similar ao que é lido este post, pois o dito artista é programador informático na Universidade de Chicago!
Agora de quando em vez empresta a sua voz que, desta feita, com a mestria dos Massive Attack, surge-nos num tema que ouso arriscar será futuramente recordado como um clássico.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
segundas impressões
Primeiro deixem-me fazer um ponto prévio - o meu único ódio de estimação na política é o Cavaco. É um trauma de adolescência contra o qual não consigo fazer nada. Portanto já sabem que tudo o que eu disser sobre o nosso Presidente padece desse preconceito. Digo isto para esclarecer que as minhas criticas à actuação do Governo Regional ou de um certo e determinado executivo autárquico são apenas isso, criticas à actuação. Mais, na minha modesta perspectiva uma critica não é necessariamente um insulto, nem uma ofensa, nem tem que estar carregada de negativismo. A crítica é uma forma de exigência. Se se critica uma coisa é por que se pretende que essa coisa melhore. Quando aqui deixei um lamento por o Presidente do Governo Regional ter limitado, numa conferência de imprensa sobre cultura, o seu discurso a despejar milhões de euros sobre imóveis degradados e com nomes esdrúxulos foi porque me pareceu que em matéria de cultura isso é manifestamente pouco. Aqui perdoem-me os meus amigos jornalistas, mas se Carlos César anuncia a criação de um Centro Regional de Expressões Contemporâneas e nenhum jornalista o questiona sobre o que é que isso é exactamente isso é, desculpem mais uma vez, incompetência. E este é que é o ponto principal da minha critica à actuação do Presidente e do seu Director Regional. Não me parece aceitável que se anuncie um investimento desta importância sem ao mesmo tempo descrever, nem que seja sucintamente, o que se pretende desse investimento. Eu sou um defensor da criação nos Açores de um museu de arte contemporânea e é por isso que preciso que me expliquem que tipo de instituição vai ser esta. O mesmo para a Casa Armando Cortes Rodrigues ou Morada da Escrita ou lá como se chama. É que o pouco que foi dito levanta uma série de questões importantes. Se o dito Centro de Expressões Contemporâneas é "um novo espaço expositivo de arte que ficará sob a tutela do Museu Carlos Machado" então é pouco. É importante, criar um edifício para colocar em condições condignas a colecção de arte pertencente à Região que actualmente está dispersa por museus e secretarias, é um investimento importante mas não chega. Mais importante ainda seria dar orientações e orçamento para que esta instituição tenha uma politica activa na criação de uma verdadeira colecção de arte contemporânea com sede nos açores, e não regional, e nesse sentido torna-se extremamente importante saber quem vai ser a pessoa responsável pela gestão desta instituição. Manter a tutela na orbita do Museu Carlos Machado parece-me a mim um erro, aliás dos outros investimentos anunciados (Museu de Arte Sacra e Recolhimento de Santa Barbara) mantê-los todos sob a tutela do Museu é um erro, quanto mais não seja pela sua deslocalização geográfica. A questão da localização é também extremamente importante, se por um lado me parece interessante a descentralização cultural, por outro todos sabemos, pelo menos as pessoas ligadas à cultura e aos fenómenos artísticos da contemporaneidade que quanto mais longe se está dos centros urbanos mais difícil se torna atrair públicos. É por isso que estas instituições têm que ter orçamentos e programas de actividade bastante amplos e ambiciosos. Mais uma razão para que em paralelo com o investimento na recuperação do património se estivesse já a fazer um estudo sobre o programa a desenvolver por estas instituições. Tudo isto são perplexidades, algumas de muitas, que eu gostaria de ver esclarecidas, de preferência pelos responsáveis, mas se estes não quiserem então que seja pelos jornais. Um passo no sentido de haver melhores políticos seria estes disponibilizarem-se para explicar abertamente aos cidadãos o alcance e a pertinência das suas medidas. 5,4 Milhões de euros para recuperar a casa Armando Cortes Rodrigues, sim senhor, muito bem, sou só aplausos, mas o que é que essa casa vai ser no futuro é que a mim me interessa realmente saber.
quinta-feira, abril 27
CHERNOBYL...
Retomando o post anterior sobre uma radiante motard Ucraniana é tempo de encerrarmos esta mini-série (em II curtos capítulos) sobre Chernobyl e Elena Filatova.
Quanto a Chernobyl nunca é demais assinalar a data pois o esquecimento cedo se abate sobre as tragédias e os acidentes. Mas há quem diga que a premonição da tragédia de proporções bíblicas vinha já anunciada no Livro. Com efeito, Chernobyl em Ucraniano deriva da palavra artemisia, sendo que a variedade artemisia absinthium é comum na Ucrânia e a sua evocação no Livro da Revelação, mais concretamente no Apocalipse de São João, não deixa de arrepiar pelo paralelismo com o actual cenário pós apocalíptico de Chernobyl. Refere o citado livro do Novo Testamento que pela mão de um anjo maligno cairá sobre a terra uma enorme estrela, ardendo como um sol, e a estrela mergulhará nos rios e nas nascentes...e o nome da estrela é artemisia(absinto). Logo, conclui a profecia, literalmente, que as águas tornar-se-ão amargas como absinto, e os homens perecerão ao beber daquela água, porque a água nas nascentes será venenosamente amarga. Claro está que tal premonição tem o valor que tem, mas para os Ucranianos este humor negro de raiz bíblica tem o valor de uma desgraça há muito profetizada e concretizada.
Porém, a previsibilidade da catástrofe não deveria ter sido lida nas entranhas de um texto bíblico com assombrações tenebrosas, mas sim na eminente derrocada de um regime comunista cuja tecnologia de ponta era cada vez mais uma arma de propaganda. Como se sabe o Nuclear foi para os sovietes uma demonstração de musculatura no ringue da guerra-fria, e o uso indiscriminado das proletárias virtudes da energia atómica não se entrosava, como se viu, com um País depauperado e com legiões de miseráveis. Na União Soviética, ao contrário do que os camaradas da Internacional queriam impingir, a negligência era uma metodologia e a corrupção uma moeda que fazia circular uma economia paralela que contornava o desvalorizado rublo. Não havia qualquer cultura de cidadania, de segurança, ou sequer de consciência ambiental. Cada um fazia por sobreviver quotidianamente ludibriando como podia os tiranetes de bairro que vigiavam tudo e todos em nome do Partido.
Claro está que, mesmo depois de Chernobyl ter exposto esta realidade, ainda abundam por aí espécies bípedes que de modo néscio, o que é desculpável, ou até mesmo dolosamente, o que já não tem perdão, negue tais realidades. Mas, ao contrário de outras monstruosidades, para o negacionismo dos crimes cometidos em nome do Comunismo e da União Soviética nunca calhou a moda penalística de tipificar tais condutas oligofrénicas como crimes!
Por tudo isto e por tantas outras razões o site de Elena Filatova tem também o mérito de arquivar, para mais tarde recordar, as fotos de Chernobyl, mas também do Gulag e dos campos de extermínio comunistas desviados da nossa vista para os confins da Sibéria. Do passado ainda mais distante o site também guarda fotos da II Guerra Mundial. Quanto ao passado recente fica a memória fotográfica da esperança que para aquela gente representou a Revolução Laranja.
Toda esta informação livre e independente justifica que o site de Elena Filatova tenha já ultrapassado os 15 milhões de hits e continue a somar visitas para quem busca compreender a vastidão da catástrofe de Chernobyl. Com efeito trata-se de tema actualíssimo já que os efeitos de longa duração da radiação libertada na explosão do reactor número quatro não pararam em 26 de Abril de 1986. Na verdade, hoje em toda a zona atingida pela nuvem radioactiva aumentam os casos de cancro, especialmente da tiróide, e entre a nova geração de ucranianos é elevada a malformação cardíaca congénita que mereceu o nome clínico de coração de Chernobyl! Mas, o pior ainda pode estar para vir com a instabilidade do reactor sepultado sobre o «Sarcófago» e com a actual laboração dos restantes reactores 1 e 2 de Chernobyl.
Se algo de positivo há a retirar deste pusilânime episódio da humanidade dúvidas não tenho que será o ter contribuído para o descalabro do comunismo e da União Soviética. Recordo, como se fosse hoje, que as imagens e notícias da época só relataram o desastre alguns dias depois do mesmo ocorrer. Retenho impressivamente o rosto de Gorbatchov anunciando ao Mundo o acidente, e nesse dia tive a certeza que, sem o saber, Mikhail Sergeyevich Gorbachev anunciava também, urbi et orbi, o fim da União Soviética. Contudo o Mundo continua a ser um lugar perigoso...que o diga a Elena Filatova que por ter sobrevivido a tudo isto pouca mossa lhe faz ter por desporto radical acelerar perigosamente pelas estradas de Chernobyl.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
quarta-feira, abril 26
primeiras impressões
O Presidente do Governo Regional escolheu uma visita "informal" ao Museu Carlos Machado para aí anunciar um conjunto alargado de investimentos do seu governo, nos próximos anos, em obras de recuperação do património arquitectónico. No mesmo dia noutro local o seu vice-presidente anunciava um investimento brutal na destruição do património natural e na hipoteca da economia açoriana, mas isso é outra história. A defesa do património é, de facto, um investimento cultural e de grande valor, isso não discuto e até aplaudo. Mas o que eu gostaria de chamar à atenção é que ainda esperamos o anúncio de investimento e medidas naquilo que verdadeiramente é a cultura: a criação. Não chega anunciar uma Casa da Contemporaneidade, ou lá como se vai chamar a coisa, ou uma Casa da Escrita, sem conjuntamente anunciar os orçamentos anuais para estas instituições, os seus programas de acção e tudo aquilo que é a relação dos criadores com os seus públicos. Cultura é criação, não é betão.
CHERNOBYL
...
Na alvorada do dia 26 de Abril de 1986 à 01h23 da manhã a equipa técnica da Central Nuclear de Chernobyl pôs em marcha um fatídico teste de segurança no reactor número quatro. Para além do ponto de retorno e antes que fosse possível impedir a tragédia a reacção nuclear em cadeia entrou em descontrolo culminando numa explosão que lançou para a atmosfera a estrutura do reactor, fumos e cinzas radioactivas sobre uma vasta área da Ucrânia e da Bielorrússia. Volvidas quase duas décadas sobre a tragédia de Chernobyl Elena Filatova faz-nos a visita guiada à área de exclusão total, incluindo a área de 30 Km no perímetro do reactor conhecida por «Dead Zone», que é hoje o cenário pós apocalíptico que se desenvolve no perímetro do desastre.
Elena Filatova é uma jovem Ucraniana, na aparência igual a qualquer outra, mas que no seu site se apresenta como não tendo nada para vender, muito menos a sua Kawasaki Ninja ZX - 11 e a Liberdade absoluta para a levar até onde a Ninja aguentar...nem que seja a zona de exclusão total de Chernobyl. Para Elena Filatova tudo se resume num inexorável aforismo : «Good girls go to heaven. Bad ones go to hell. And girls on fast bikes go anywhere they want.». A nós só nos resta seguirmos como penduras de Elena através da estrada virtual da internet e ainda assim arrepiarmo-nos com a visão do inferno nuclear de Chernobyl.
Como suporte das suas viagens Elena Filatova construiu um notável diário digital em estilo de grande reportagem devidamente ilustrada com fotografia digital que acompanha um texto que se lê com ávida curiosidade. O tour radioactivo de Elena faz-se por estradas bloqueadas à circulação rodoviária mas cujos obstáculos são facilmente transponíveis por uma mota. Na bagagem, além da câmara digital e um kit de mecânica, segue um indispensável contador geiger para medir os níveis de radiação «aceitáveis». Apesar dos riscos, garante a motard Ucraniana que a viagem é segura porque o asfalto não absorve radiação permitindo-lhe assim acelerar sozinha pelos campos radioactivos da zona de exclusão. O cenário supera qualquer ficção pós apocalíptica pois, desde o crepúsculo de 26 de Abril de 1986, cidades, vilas e lugarejos circundantes a Chernobyl permanecem desabitados após uma ordem de evacuação geral. Calcula-se que assim irão permanecer no próximo milénio porquanto até lá o ar, o solo e a água estão contaminados, designadamente com césio 123.
Quantos morreram neste trágico acidente? Ninguém tem a resposta para o macabro número mas a meia centena avançada por um recente relatório das Nações Unidas é uma obscenidade quando comparada com estimativas que oscilam entre 300.000 mil e as 400.000 vítimas. Entre estes conta-se por certo uma percentagem elevada dos mais de 650.000 «liquidadores» que foram recrutados para conter a incandescente besta que ardia no reactor número quatro. À custa da vida de «voluntários» do exército soviético, que ficaram conhecidos como «bio-robots», o reactor número quatro foi sepultado sob um «Sarcófago» de toneladas de betão que presentemente ameaça ruir abrindo brechas para uma sequela da nuvem radioactiva de 1986 ! No interior do «Sarcófago» permanecem instáveis 190 toneladas de uranium e 1 tonelada de plutonium em condições tecnicamente preocupantes não só para a Ucrânia mas para todo o Mundo. Com sarcasmo Elena Filatova aponta o «Sarcófago» de Chernobyl como uma recriação pós moderna das pirâmides pois a sua radioactividade durante os próximos 100.000 anos é garantia suficiente de longevidade só comparável aos mausoléus do Antigo Egipto.
A presciência da horrível realidade de morte nuclear desenrola-se ao longo da foto reportagem da quilometragem que Elena Filatova fez com a sua Kawasaki ao longo das zonas afectadas pelo desastre. Entre elas destaca-se Pripyat, a cidade limítrofe de Chernobyl, que num ápice evacuou num só dia os seus cerca de 50.000 habitantes. Com efeito, Pripyat, uma espécie de Pompeia do Século XX, dista cerca de 4 Km. de Chernobyl e é hoje uma mega cidade fantasma e, por todos os motivos, um dos locais mais radioactivos do mundo. Sobre esta cidade de Pripyat o silêncio é palpável e certamente só a voz de gente da estirpe de Elena Filatova é capaz de quebrar esta tirania do esquecimento. Esse esquecimento é cada vez mais conveniente quando é ponto assente que a energia nuclear é barata, pois 1 Kg de plutonium produz aproximadamente a mesma quantidade de energia que 3 Milhões de Kg. de carvão, o que aliás justifica que Países como a Índia e a China sejam fervorosos adeptos da Energia Nuclear.
Acresce que é também hoje moda apresentar-se o nuclear como energia amiga do ambiente! Na verdade, é indiscutível que a cisão nuclear não concorre para o efeito de estufa pois, em bom rigor, não é sequer poluente. Ao invés, a produção de energia com recurso a combustíveis fósseis é uma «alternativa» que só nos Estados Unidos representa anualmente a emissão de dois mil milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera da Terra! Não causa pois espanto que na última edição da National Geographic se leia que «actualmente, se rasparmos com a unha o revestimento exterior de um engenheiro nuclear, iremos provavelmente descobrir a alma de um ecologista ardente». Mas, para quem não esquece o prenúncio de armageddon ambiental que foi Chernobyl não pode deixar de ficar perplexo com o regresso do Nuclear agora apadrinhado por neo-ambientalistas para quem o slogan «No Nukes» é mero folclore do passado. Será?
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posted by João Nuno Almeida e Sousa.
terça-feira, abril 25
Intermitências
Há blogues que nascem, há blogues que morrem e depois há blogues que ressuscitam...
Desejo Casar e (Indis)pensáveis, bem vindos de volta.
Desejo Casar e (Indis)pensáveis, bem vindos de volta.
Geração de 70 # 9
CLASS of 74
Tinha 15 aninhos espigaditos quando aconteceu o 25 de Abril. Não serei um filho biológico da Revolução porque, enfim, já fumava Português Suave na altura, mas andei no Liceu com ela e essas coisas não se esquecem. Tive uma relação adolescente com a política enquanto a maioria dos meus contemporâneos se armava em homenzinho filiando-se em partidos, alianças e movimentos. Alguns reconstruídos, outros M-L. Fiz as coisas próprias de um miúdo irresponsável numa época em que era proibido proibir. Muito conveniente, posso-vos garantir. Como não tinha de andar em piquetes de colagem, aturar comissários jacobinos, ou dinamizar células do MAEESL (Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa), dei muito bom uso à liberdade supletiva dos desalinhados, entregando-me a lascívias pequeno burguesas liminarmente proibidas pela vulgata das cinco efígies vermelhas: Marx, Engels, Lenine, Estaline e Mao. A liberdade, como depressa descobri, era muito maior do que qualquer um daqueles senhores. Mas também não tenho qualquer dúvida de que se não fosse o 25 de Abril nunca teria tido a liberdade de o descobrir. Por isso é que ele me está tatuado na pele. Nunca fui à guerra, nem sequer à tropa, mas tenho essa chapa mecanográfica pendurada ao peito: Class of 74.
25 de ABRIL, SEMPRE.
Bom feriado, blogosfera.
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner
domingo, abril 23
Reporter X
Os Dias estão para Isto [Lagoa do Fogo/Sábado/22 de Abril/Passeio mensal dos Amigos dos Açores].
sexta-feira, abril 21
Infiltrado - Inside Man Puro entretenimento. Grande actores. O regresso em forma de Spike Lee que nem por um momento deixa escapar a possibilidade de comunicar uma mensagem subliminal - racismo, corrupção, ódio, ambição, sexo, política, armas, poder, tecnologia, dinheiro = civilização = modern times. A ver na Castelo Lopes. Capote A sinopse: Em Novembro de 1959, Truman Capote (Philip Seymour Hoffman, o grande favorito ao Óscar de Melhor Actor), o autor de "Breakfast at Tiffany''s", lê um artigo numa das últimas páginas do "New York Times" sobre o homicídio de quatro membros de uma família do Kansas. A história prende-lhe atenção, pois Capote acredita que nas mãos do escritor certo a realidade pode ser tão apaixonante como a ficção. Convence então a "New Yorker" a publicar a história e viaja para o Kansas para acompanhar a investigação. A sua voz fina, maneirismos e modo de vestir pouco convencional dão origem a hostilidade numa zona do país que ainda se vê como parte do Velho Oeste. Mas aos poucos, Capote consegue ganhar a confiança dos locais, sobretudo a do agente Alvin Dewey, que lidera a investigação e a caça aos assassinos. Apanhados em Las Vegas, os homicidas - Perry Smith e Dick Hickock- são devolvidos ao Estado do Kansas onde são julgados e condenados à morte. Capote visita-os na prisão. À medida que os vai conhecendo, descobre que aquilo que inicialmente tinha sido pensado como um artigo de revista cresceu e deu lugar a um livro - um livro que poderia tornar-se um dos mais importantes da literatura moderna. Em exibição no Solmar. Na sala ao lado mantém-se, felizmente, Good Night, and Good Luck. Esta semana a desculpa passa, impreterivelmente, por uma ida à sala de cinema + próxima, inclusive em Rabo de Peixe.
quinta-feira, abril 20
Classe
PP acha que se está numa plena luta de classes.
Para que conste.
Hoje, o bloqueador de serviço fui eu.
O mundo é feito de surpresas.
Quando, ontem ao almoço, me contaram da conferência de imprensa de Manuel António Martins eu nem quis acreditar. Parecia demasiado e, de facto, olhando depois para o comunicado que foi distribuído à imprensa era de facto demasiado. Para mim aquilo era a todos os títulos bombástico. Por duas razões: ou o Sr. endoideceu e é um caso humano lamentável, ou o Sr. está a falar verdade tendo provas e é então é um caso político e jurídico igualmente lamentável. Numa declaração de duas páginas são feitas acusações quase surrealistas. Primeiro o facto de alguém aceitar ser presidente de um clube de futebol na base de uma eventual promessa de um apoio financeiro do governo é já de si impressionante, depois a acusação de que por essa pessoa não ter feito um discurso de apelo ao voto esse apoio ter sido negado é ainda mais impressionante. Para mim nada disto faz muito sentido e fico com a ligeira impressão que há muito mais por detrás desta trapalhada toda do que aquilo que realmente conseguimos ver. Depois ainda há a questão da cobertura jornalística, dos critérios que levaram umas redacções a cobrir o assunto e outras não, umas a dar destaque de primeira página e outras a cometer gaffes de primeira página, ou do spin de dar mais relevância à reacção do governo regional (aqui há uma questão importante, se é a pessoa de Carlos César o visado, ainda por cima por alegados factos que se passaram numa campanha eleitoral, por que razão é o governo regional que põe a acção, não faz muito sentido.) E para aumentar ainda mais o verdadeiro Circo das Celebridades que este caso parece, quem viu a entrevista à TVNET não pode deixar de por as mãos na cabeça. Eu confesso que quando vi pensei que estava a ver um sketch dos Gatos Fedorentos, era demais. Já nem vou falar no caso do eventual jovem filho de dirigentes socialistas do continente que foi parar à Associação Agrícola como quem vai para uma quinta do Le Patriarche e depois voltou limpo e são para a família. Mas a questão da cedência dos terrenos e as insinuações sobre o banco alimentar e por aí a fora é realmente assustador de tão inacreditável que é. No outro dia, por causa do aniversário do Açoriano Oriental, várias pessoas se manifestaram com desagrado pela falta de jornalismo de investigação nos Açores, a bem da nossa sanidade democrática e independentemente da nossa área política este é um caso que merece ser explicado de forma clara às pessoas. Quer para percebermos se o desespero financeiro pode levar um indivíduo a comer actos de loucura, ou, oxalá não, se o nosso sistema político está realmente tão sujo como se diz por aí à boca pequena. O que eu acho e sem querer justificar-me perante o meu camarada André é que não podemos mesmo que tomemos partido por uma das partes deixar que isto se transforme num mero diz que disse sem que se perceba o que realmente se passou.
quarta-feira, abril 19
a uma só voz
Do que o país necessita é de +++ FÉRIAS - a controvérsia em torno da falta de quórum que inviabilizou a realização das votações semanais na AR, aqui revisitada pelas diversas forças políticas representadas no hemiciclo: CDS; PS; PCP e PSD (a TSF não tinha disponível o testemunho do BE). Para uma melhor visualização da infeliz prestação dos deputados (desta grande nação) o melhor será ouvi-los, a todos, em simultâneo e em uníssono - a percepção do real não podia ter um tom mais apropriado.
maravilhas de viver nos Açores
...esta manhã, em São Miguel, chove.
agora imaginem aqui um smile em grande sorriso.
agora imaginem aqui um smile em grande sorriso.
terça-feira, abril 18
a vida sem primavera
O clima açoriano, tutelado pelo famigerado anticiclone, tem características singulares. Uma das mais tristes, para mim que gosto de nuances, é a ausência de Outono e de Primavera. Nos Açores temos, como diz o povo, as quatro estações num dia, mas não as temos no ano. Do Verão para o Inverno e de volta outra vez, com mais ou menos dias de chuva pelo meio. Mas nem tudo é mau. Também há dias como o de hoje, em que o impacto súbito do calor faz esquecer todos os meses de borrasca. Hoje foi o primeiro dia de Verão e foi bem bom.
segunda-feira, abril 17
Hugo Ferreira: Micaelense de Rosto de Cão: Cozinheiro: em entrevista ontem ao AO: assinalou o percurso que o tem levado a percorrer Mundo à procura de reencontrar o caminho de regresso à(s) ilha(s). Uma observação curiosa e para consumo interno: "investe-se no espaço físico e esquece-se que nesse espaço têm de trabalhar pessoas, cozinheiros e empregados de mesa e são eles que vão fazer o espaço". E mais importante, do que ter cozinhado para Hugh Grant, é que já o fez para mim! Um @braço.
...postando de Santiago sem tils!
Creación de Adán, portal de Praterías ...algures em Santiago
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Se algo serve de consolo ao orgulho Pátrio é a saída de Portugal. Na verdade a fronteira Lusitana arruma num canto a desordenada e possidónia entrada no Norte de España. Contudo, após breve quilometragem deixamos na lonjura do retrovisor a modernidade nouveau riche de Vigo e penetramos no casco histórico de Santiago. Aí sim España vale a peña! Contudo, para trás guarda-se na memória digital os magnifícos dias Atlânticos passados em Lisboa. Porém, Portugal é um País bizarro, pois a oferta cultural em dias de Páscoa fica reduzida aos humores dos zeladores dos Museus Nacionais. Janelas Verdes: fechado; Jerónimos e restante parque monumental de Belém: idem; Museu Militar: igualmente. Neste a desilusao foi enorme pois esperava encontrar o espólio museológico da nossa triste campanha na I Grande Guerra. Ao invés, tive que me contentar com um edital assinado por um Major, cujo nome, obviamente, permanecerá no esquecimento, literalmente avisando que, por motivos imputáveis ao período quaresmal, o Museu encerrava no dia 13 e assim permaneceria nos dias 14, 15, 16, 17, e, pasme-se 18! Além desta Santa e venerável motivaçao (por aqui como já perceberam os teclados sao escassos em til(s)) devemos acrescentar a vil pecunia, pois os guardas do museus Lusitanos entraram em greve pela falta dele. Daqui decorre que o lastro cultural que pretendia deixar impresso no imaginário dos meus infantes ficou sobremaneira empobrecido.
Em compensaçao os ditos deixaram-se fotografar, para mais tarde recordar, junto de outros ícones Nacionais... como por exemplo a Pantera Negra. Claro está que se trata de Eusébio... ou melhor dizendo da estátua de ébano do craque encarnado!!! Mera coincidência para uma familía intrinsecamente Sportinguista que passou dois deliciosos dias nas bancadas do Pavilhao do glorioso a assistir à Taça do Mundo de Judo - Lisboa 2006! De Lisboa ainda permanece a saudade de um lauto jantar na Bica do Sapato a convite do amigo, e comentador recorrente deste blog, Paulo Alves dos Santos. Degustamos um notável menu de sashimi, sushi e tempura, com destaque para um salmao luxuriante e um naco de atum cuja vermelhidao era de um tom pecaminoso e obsceno. Para bem calcar este pecado de gula ainda marchou, com deleite, um gelado de chá verde e um de gengibre. Enfim, agora por terras de Santiago de Compostela, temos tempo e vagar para nos penitenciarmos. Para o efeito levei a trupe à venerável Catedral de Santiago e, continuando a saga de divina adoraçao, fomos todos em procissao até uma singela capelinha, de seu nome Café Paradiso, onde saciamos a fome com uns pimentos padrons e umas gambas al ajillo. Era nosso desiderato no regresso recolhermos ao Parador dos Reis Católicos de Santiago de Compostela, mas tal seria um capital pecado de luxo que a nossa bolsa nao suportaria! Resta-nos a demanda do bendito Café Ascot, recomendado pelo irmao Riley, que ainda nao encontramos! Será em Santiago ou em Salamanca? Aceitamos sugestoes. Saludos
...
posted by JNAS.
Alta Fidelidade *
V/A - Monsieur Gainsbourg Revisited (Barclay)
Monsieur Gainsbourg Revisited é uma humilde homenagem ao músico francês desaparecido há 15 anos, em Paris.
Uma vida de excessos conduziram-no a uma morte precoce mas que, nem por isso, o deixou ser um ícone maior da cena musical internacional.
Na memória dos 50 anos do "cantor do sexo e da sedução, criador anarquista e 'crooner' clássico, homem da decadência e da liberdade" (Y/Público de 31/03/06), surgiu a ideia de reunir uma série de nomes internacionais em consonância com a memória da herança protagonizada por Serge Gainsbourg. Assim, na lista restrita de convidados podemos encontrar referências tão dispares como as de: Tricky, Franz Ferdinand, Cat Power, Michael Stipe, Placebo, Portishead, Marianne Faithfull, Jarvis Cocker, The Kills e de The Rakes.
A iniciativa surgiu por intermédio da revista semanal Les Inrockuptibles com o intuito, não revelado, de conquistar o universo anglo-saxónico, na medida em que muitos são os artistas que fazem repetidamente referência de culto à música e à figura de Monsieur Gainsbourg. Daí que as versões presentes nesta revisitação socorrem-se, naturalmente, do inglês numa transcrição realizada por Boris Bergman, cuja finalidade comercial evidencia a necessidade de quebra da barreira temporal e geracional.
Como qualquer outro projecto similar nem sempre as abordagens são, de todo, homogéneas - por graça da criatividade momentânea. Mas, ainda assim, o destaque vai para as prestações de Cat Power em dueto com Karen Elson num lânguido Je t'aime moi non plus, a colaboração entre Jarvis Cocker e Kid Loco e, eventualmente, os Portishead num mais que sombrio e psicadélico - Un Jour Comme un Autre - Anna. E ainda para a participação de algumas das cantoras originais como: Françoise Hardy e Jane Birkin.
Curiosamente, para não dizer obviamente, as versões mais apetecíveis são as que ficam mais próximas dos originais. Sem, no entanto, desvirtuar a intenção, desta homenagem, que consiste em perpetuar na memória a obra-prima de Serge Gainsbourg e nunca a tentativa de conseguir suplantá-la (o que seria, no mínimo, absurdo e despropositado).
Para quem conhece fica aqui a sugestão. Para muitos a introdução ao universo tangível do personagem controverso e vanguardista de Serge Gainsbourg.
* crónica semanal publicada no suplemento SARL/Jornal dos Açores de 14.04.06
** Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
Monsieur Gainsbourg Revisited é uma humilde homenagem ao músico francês desaparecido há 15 anos, em Paris.
Uma vida de excessos conduziram-no a uma morte precoce mas que, nem por isso, o deixou ser um ícone maior da cena musical internacional.
Na memória dos 50 anos do "cantor do sexo e da sedução, criador anarquista e 'crooner' clássico, homem da decadência e da liberdade" (Y/Público de 31/03/06), surgiu a ideia de reunir uma série de nomes internacionais em consonância com a memória da herança protagonizada por Serge Gainsbourg. Assim, na lista restrita de convidados podemos encontrar referências tão dispares como as de: Tricky, Franz Ferdinand, Cat Power, Michael Stipe, Placebo, Portishead, Marianne Faithfull, Jarvis Cocker, The Kills e de The Rakes.
A iniciativa surgiu por intermédio da revista semanal Les Inrockuptibles com o intuito, não revelado, de conquistar o universo anglo-saxónico, na medida em que muitos são os artistas que fazem repetidamente referência de culto à música e à figura de Monsieur Gainsbourg. Daí que as versões presentes nesta revisitação socorrem-se, naturalmente, do inglês numa transcrição realizada por Boris Bergman, cuja finalidade comercial evidencia a necessidade de quebra da barreira temporal e geracional.
Como qualquer outro projecto similar nem sempre as abordagens são, de todo, homogéneas - por graça da criatividade momentânea. Mas, ainda assim, o destaque vai para as prestações de Cat Power em dueto com Karen Elson num lânguido Je t'aime moi non plus, a colaboração entre Jarvis Cocker e Kid Loco e, eventualmente, os Portishead num mais que sombrio e psicadélico - Un Jour Comme un Autre - Anna. E ainda para a participação de algumas das cantoras originais como: Françoise Hardy e Jane Birkin.
Curiosamente, para não dizer obviamente, as versões mais apetecíveis são as que ficam mais próximas dos originais. Sem, no entanto, desvirtuar a intenção, desta homenagem, que consiste em perpetuar na memória a obra-prima de Serge Gainsbourg e nunca a tentativa de conseguir suplantá-la (o que seria, no mínimo, absurdo e despropositado).
Para quem conhece fica aqui a sugestão. Para muitos a introdução ao universo tangível do personagem controverso e vanguardista de Serge Gainsbourg.
* crónica semanal publicada no suplemento SARL/Jornal dos Açores de 14.04.06
** Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
domingo, abril 16
Reporter X
Nem o católico praticante - que espreita a montra numa pausa da homilia pascal pró cigarro - acredita que o local mais Central de Ponta Delgada permaneça encerrado há quase um ano. Uma situação simplesmente incompreensível e que pela morosidade assume uma dimensão ridícula. A zona nobre (!) da cidade está moribunda - só não vê quem não quer!
sábado, abril 15
Well jesus christ was an only child
He went down to the river
And he drank and smiled
And his dad was oh-so-mad
Should have insured that planet
Before it crashed
Working real hard to make internet cash
Work your fingers to the bone sitting on your ass
I know now what I knew then
But I didn't know then what I know now
Penny found out as her hair was styled
You should hide you kids
While the dogs run wild
Jesus christ was an only child
He went down to the river
And he drank and smiled
And his dad was oh-so-mad
Should have killed that little fucker
Before he even had
Tiny Cities é o último disco de Sun Kil Moon o novo projecto de Mark Kozelek (dos extintos Red House Painters) e que aqui refaz originais dos americanos Modest Mouse. Toda a informação, passível de materialização, disponível neste Caldo Verde composto em São Francisco (Califórnia/USA).
He went down to the river
And he drank and smiled
And his dad was oh-so-mad
Should have insured that planet
Before it crashed
Working real hard to make internet cash
Work your fingers to the bone sitting on your ass
I know now what I knew then
But I didn't know then what I know now
Penny found out as her hair was styled
You should hide you kids
While the dogs run wild
Jesus christ was an only child
He went down to the river
And he drank and smiled
And his dad was oh-so-mad
Should have killed that little fucker
Before he even had
Tiny Cities é o último disco de Sun Kil Moon o novo projecto de Mark Kozelek (dos extintos Red House Painters) e que aqui refaz originais dos americanos Modest Mouse. Toda a informação, passível de materialização, disponível neste Caldo Verde composto em São Francisco (Califórnia/USA).
sexta-feira, abril 14
Porque o Humano necessita pecar - o filme da semana habita no Solmar [Boa Noite, e Boa Sorte - Good Night, and Good Luck] A acção decorre nos primórdios do jornalismo televisivo, na América dos anos 50. O filme retrata o conflito verídico entre Edward R. Murrow (David Stratharirn) e o Senador Joseph McCarthy e a Comissão do Senado das Actividades Anti-Americanas, (...) ao analisar as mentiras e as tácticas rasteiras perpetradas por McCarthy durante a sua "caça às bruxas" aos comunistas. Para ver sem contemplações.
quinta-feira, abril 13
Atenção
Caro leitor, neste momento você está a cometer um pecado! Mas não faz mal, nós perdoamos.
via Bordado de Murmúrios e Blasfémias
via Bordado de Murmúrios e Blasfémias
...
En passant vou postando aqui de Alfama a caminho de uns caracóis. Lisboa continua azul e é sob um céu tórrido que calcorreamos as velhas pedras desta notável cidade. Lamentavelmente parte das atracções que tinha planeado foram para férias de Páscoa antecipadas! Portugal no seu melhor. Próximo post, se Deus quiser, a partir de Santiago ou a descaminho de Compostela. Entretanto, numa peregrinação pagã, e a rogo do Arruda, há ainda tempo para uma passagem fervorosamente devota pela Cervejaria Ramiro. Aceitam-se sugestões.
a fatwa madeirense
Quando julgamos que já nada nos surpreende, quando, ingenuamente, acreditamos que já assistimos a todas as barbáries do mundo, surge sempre uma nova forma de estupidez para nos provar errados. Na Madeira os guardiões da fé cristã revoltam-se contra uma "rave". O Bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria, qual ayatola desenfreado, classificou mesmo a dita festarola, entre outras coisas muito graves, de, pasme-se, "acto terrorista", incitando mesmo à violência. Como dizia o outro o mundo está mesmo perigoso. Perdidos numa espiral de fanatismo idiota, os senhores da Fé, querem à força converter-nos a todos, numa ditadura horrenda de jejuns e ladainhas. Não se compreende que num mundo dividido uma religião que se diz de perdão não saiba respeitar a liberdade de uns poucos que só querem não ter fé nenhuma. É fácil falar de respeito e indulgência, difícil é praticá-lo. Desculpem-me a violência da prosa, mas há poucas coisas que me irritem mais do que o fanatismo e a intolerância, venha ele de onde vier.
quarta-feira, abril 12
Reporter X
A revolta do comércio tradicional está instalada - as miúdas da Mango que se ponham a pau!...
terça-feira, abril 11
única dúvida pública (autocrítica)
tomar partido
Vejamos. Não creio que defender o sistema partidário e almejar por políticos melhores seja uma contradição. Pode ser uma dupla quimera, mas no fundo é uma luta convergente. O que se pretende ao ter melhores políticos é, por maioria de razão, ter melhores partidos. Não há um sem o outro. A minha preocupação com a deriva anti-partidária nacional prende-se com o meu medo das maiorias, pior, das maiorias com líder. A história está cheia de exemplos do perigo dos iluminados. (Para quem gosta de séries vejam a fantástica Rome que têm passado na 2 e que vai estar à venda em DVD.) O poder, ainda por cima legitimado pelo voto popular, colocado nas mãos de uma pessoa é um perigo tremendo. É, também, a antítese do pluralismo. A nossa vontade colectiva de um líder salvador só é comparável à nossa necessidade de acreditar num Deus redentor, mas este sebastianismo é altamente pernicioso. Um homem, ou uma mulher, não pode nunca ser representativo de toda uma sociedade. Num estado de direito democrático os partidos políticos são uma forma de expressão do pluralismo. Devidamente estruturados, carregando um ideário politico, um programa e, mais importante, uma carga ideológica, os diversos partidos são, perante a sociedade, a expressão de diferentes visões da governação. Apresentam-se a eleições, ganham, perdem, governam, vão novamente a eleições e são avaliados pelos cidadãos. Representam a sociedade no seu todo. É claro que os partidos são feitos por pessoas e têm, por isso, defeitos. No caso português é também verdade que os maiores e piores casos de populismo individual têm nascido nos e dos partidos, mas o problema aí é das pessoas e não dos partidos per si. Aliás no nosso país em trinta anos de democracia temos assistido, exceptuando o caso de Alberto João Jardim que apenas confirma a regra, a um esforço dos partidos em controlar as derivas populistas internas. As lutas pela liderança são uma forma de auto regulação interna dos partidos e obrigam o líder a uma responsabilização para com os órgãos do partido. O discurso anti partidos, a que temos assistido, em que se acusa os partidos de serem uma corja de malfeitores culpados dos maiores males, perverte a própria democracia. Primeiro porque não apresenta uma alternativa plural e, mais grave, porque pretende sugerir que a alternativa são os próprios detentores desse discurso, numa visão personalista e populista da governação. Esforçarmo-nos por políticos melhores é esforçarmo-nos por partidos melhores e, na minha perspectiva, por uma democracia melhor. Mas e antes que me comecem a atirar pedras não pretendo com isto dizer que a democracia se esgota nos partidos, longe disso. Acredito e defendo todo o tipo de associações cívicas e qualquer forma de participação dos cidadãos na sociedade e na vida pública. Oxalá houvesse mais pessoas empenhadas em contribuir, seja de que forma for, mais para o bem público do que para a satisfação pessoal.
segunda-feira, abril 10
Canções & Fugas, o primeiro disco a solo de Mário Laginha, foi gravado no Teatro Micaelense em Dezembro de 2005 e lançado na passada 2ª feira (03 de Abril). Chegou(me) hoje pelo correio. Um Abraço de profícuas fugas...
Salmo Quaresmal
Hip Christian T-Shirt Design
...
Listen to me very carefully
I want to present the moment you´ve been waiting for
...
I very seldom do this but here comes a young man out of the audience and says:
I want to get stoned on Jesus.
I'm concerned about this young man that's been around drugs and wants something from Jesus
he just came out from nowhere
I'm going to pray for him
Jesus is going to save him
Jesus is going to deliver him
Right? Right?
...
Come here son
We are going to kneal at the foot of the cross
There's room at the cross for everyone
There's room for you
...
Jesus he is been stoned on drugs and - on everything else
But I want you to suck it with your Power
suck it with your Glory
Let him turn on to Jesus tonight
Let the Power of God break this show now?
Save him Jesus
...
Now put your hands up son and start thanking God for saving you
Say: Thank you Jesus for saving me! Yes you ought to do something
...
Did you ever see Marijuana?
Do you feel it Man?
I want to get stoned on Jesus
Jesus Christ is the answer
If you believe it shout yes.
YES...
...
Man From the Audience - ARKESTRA ONE -
...
posted by Tyler Durden
anti-partidarismo
O estudo pós-eleitoral feito para o Instituto de Ciências Sociais pela Universidade Católica apresentado na edição de hoje do Público e as análises de André Freire e Pedro Magalhães que o acompanham são peças interessantíssimas para a compreensão do actual estado da política portuguesa. Para além de outras conclusões, como a separação ideológica, ou a importância do "centrão", ou, espantoso, a principal razão para a abstenção ser o "estar farto da politica e das eleições", um dado é para mim fulcral: o poder que a mensagem anti-partidos tem neste momento em Portugal. Os candidatos mais votados e que de facto maiores simpatias colheram no eleitorado foram os que mais se afastaram do estigma partidário e, consequentemente, todos os candidatos mais fortemente penalizados foram aqueles cujas campanhas se amparavam mais nos respectivos partidos apoiantes. Este olhar desconfiado com que o país olha para os partidos, que já nas autárquicas tinha sido visível, com os candidatos que transmitiram uma mensagem contra as lógicas partidárias a ganharem em toda a linha, levanta muitas questões importantes e, a meu ver, alguns problemas sérios. Ao fim de trinta anos de democracia é consensual que o sistema precisa de uma reforma, mas será que são os partidos os verdadeiros cancros do sistema? O problema é que sem partidos que tipo de democracia teremos? Bem ou mal, mais ou menos obscuros, a realidade é que os partidos têm mecanismos internos de auto controlo. E formas de legitimação e de escrutínio pela sociedade. Descredibilizar a actividade partidária é uma das mais perigosas formas de demagogia. A fulanização do regime, em que desde a Junta de Freguesia até ao Presidente da República votamos apenas pela cara do candidato, pode levar o país ao pior dos populismos, à pior das tiranias.
domingo, abril 9
Desde ontem é exigível e premente uma visita ao Porto pela inauguração da Antologia a ANTÓNIO DACOSTA.
sábado, abril 8
Porque o dia acordou azul
Helena Almeida - pintura habitada, 1977
"É uma mistura de azul-cobalto com azul ultramarino. É o azul mais energético que eu consegui fazer e que simultaneamente associo com o espaço. Não podia ser vermelho, verde ou amarelo. Tinha de ser uma cor que tivesse a ver com estas duas ideias: energia e espaço"
chove
copiosa e ininterruptamente nestas ilhas há, pelo menos, 2 meses. Os cérebros denotam enferrujamento acentuado, o ritmo tolda-se mas os pastos estão verdes. Não haverá forma de enviar o sistema de baixas pressões para o Alentejo profundo!?...
sexta-feira, abril 7
V for Vendetta
...
...
Sexta-feira, ao final do dia, com a bênção de ter tempo para matar atrevi-me a entrar na nossa "cinecittà" sob as portas da Castello Lopes. Visceralmente senti-me tentado a dar meia volta pois, no foyer, o concentrado de testosterona emanado pela audiência de Brokeback Mountain misturava-se enjoativamente com o aroma de pipocas caramelizadas. Como não fico embevecido, nem com cowboys, nem com popcorns adocicadas, teria ido trincar qualquer coisa não fosse o cartaz que anunciava Freedom Forever. Com essa sugestiva promessa paguei os ? 4,70 da praxe e acomodei-me numa sala enorme, tendo apenas por companhia um casalito teen mais entretido na higiene oral de cada um deles do que numa cinéfila ménage à trois. Em suma, julgo que vi o filme sozinho, mas V for Vendetta é memorável e por certo arrisca-se a ser uma fita de culto.
O enredo tem por lastro uma BD de Alan Moore e o cenário é uma Londres que num futuro próximo é governada por um tiranete fascista de inspiração ariana. Na pátria da Magna Charta Libertatum as liberdades individuais foram suprimidas, e os bifes vivem uma paz social podre sem sobressaltos pois, de certa forma, foram lobotomizados por um governo que conspirou contra o próprio povo, forjando um ataque terrorista para justificar o assalto ao poder e a dissolução da democracia liberal. Seja como for, nessa sombria Inglaterra, dominada pelas botas cardadas de um poder totalitário, os Ingleses vivem num estado comfortably numb...até que aparece V, um sinistro mascarado com o fácies de Guy Fawkes. Fawkes foi um terrorista que no século XVII fracassou em explodir as "House of Parliament" (incluindo o famoso BigBen), fracasso esse ainda hoje celebrado no Reino Unido em 5 de Novembro, mas que no filme é retomado como promessa, desta feita de catarse colectiva e de libertação. V retoma a simbólica personagem de Fawkes e avisa-nos logo no prólogo desta aventura panfletária: «Remember, Remember, the fitth of November, the gunpowder treason and plot. I know of no reason why the gunpowder treason should ever be forgot.». Um filme perigoso? Por certo seria uma arma de demagogia primária acaso tivesse caído nas garras de Michael Moore, mas felizmente é apenas uma feliz adaptação cinematográfica de um êxito da BD dos anos oitenta.
O filme tem vários motivos de interesse a começar pelo misterioso V cuja patine justifica o recurso às citações de clássicos como Aristóteles, Shakespeare e Goethe, embora o estilo seja mais o género de um Thoreau. Depois, em V for Vendetta há uma série de gimmicks que emprestam uma ironia deliciosa a esta película. Dessa sarcástica ironia é bom exemplo a deliberada utilização do actor John Hurt para representar o tecnologicamente omnipresente Alto Chanceler. Este tirano reduziu a Inglaterra a uma corruptela nazi onde a música foi proibida, o recolher obrigatório é geral, a homossexualidade é punida com prisão, os imigrantes são repatriados, as raças de cor foram devolvidas à procedência, a comunicação social é de canal único, bem como a religião que é una e liderada por um bispo pleno de públicas virtudes e pedofilias privadas e, claro está, presume-se que a Monarquia foi extinta. Onde está a ironia? Desde logo, a ironia é que tudo isto nos é servido num registo Orwelliano ao estilo da seminal novela 1984, sendo que, em V for Vendetta, o mesmo John Hurt que havia em Nineteen Eighty-Four representado o papel de oprimido na personagem de Winston Smith passa agora, em V for Vendetta, a opressor em estilo Big Brother. Outro pormenor interessante é a performance deliciosa de Hugo Weaving no papel de V. Desta feita o infame Mr. Smith da saga Matrix veste a pele de V o nosso herói com british accent.
V for Vendetta roça o estilo de film noir que não acredita da redenção e no perdão, afinal para o herói V «the only verdict is vengeance; a vendetta held as a votive, not in vain, for the value and veracity of such shall one day vindicate the vigilant and the virtuous.». Mas, muito mais do que uma trama em que um mascarilha tem a pancada de engendrar frases com superávit inicial de V(s),a questão que o filme coloca é até onde somos capazes de transigir em troco de uma segurança totalitária e, por contraponto, se seríamos capazes de sacrificar a própria vida para tentar atingir um mundo que acreditamos ser melhor e mais livre. A resposta apoteótica emerge ao som da Abertura 1812 de Tchaikovski num gran finale operático a piscar o olho aos grandes épicos panfletários de Hollywood.
Apesar de tudo estamos perante um filme de ficção de ciência-política até porque a boa e velha Inglaterra liberal prevalecerá.
...
posted by João Nuno Almeida e Sousa
Sexta-feira, ao final do dia, com a bênção de ter tempo para matar atrevi-me a entrar na nossa "cinecittà" sob as portas da Castello Lopes. Visceralmente senti-me tentado a dar meia volta pois, no foyer, o concentrado de testosterona emanado pela audiência de Brokeback Mountain misturava-se enjoativamente com o aroma de pipocas caramelizadas. Como não fico embevecido, nem com cowboys, nem com popcorns adocicadas, teria ido trincar qualquer coisa não fosse o cartaz que anunciava Freedom Forever. Com essa sugestiva promessa paguei os ? 4,70 da praxe e acomodei-me numa sala enorme, tendo apenas por companhia um casalito teen mais entretido na higiene oral de cada um deles do que numa cinéfila ménage à trois. Em suma, julgo que vi o filme sozinho, mas V for Vendetta é memorável e por certo arrisca-se a ser uma fita de culto.
O enredo tem por lastro uma BD de Alan Moore e o cenário é uma Londres que num futuro próximo é governada por um tiranete fascista de inspiração ariana. Na pátria da Magna Charta Libertatum as liberdades individuais foram suprimidas, e os bifes vivem uma paz social podre sem sobressaltos pois, de certa forma, foram lobotomizados por um governo que conspirou contra o próprio povo, forjando um ataque terrorista para justificar o assalto ao poder e a dissolução da democracia liberal. Seja como for, nessa sombria Inglaterra, dominada pelas botas cardadas de um poder totalitário, os Ingleses vivem num estado comfortably numb...até que aparece V, um sinistro mascarado com o fácies de Guy Fawkes. Fawkes foi um terrorista que no século XVII fracassou em explodir as "House of Parliament" (incluindo o famoso BigBen), fracasso esse ainda hoje celebrado no Reino Unido em 5 de Novembro, mas que no filme é retomado como promessa, desta feita de catarse colectiva e de libertação. V retoma a simbólica personagem de Fawkes e avisa-nos logo no prólogo desta aventura panfletária: «Remember, Remember, the fitth of November, the gunpowder treason and plot. I know of no reason why the gunpowder treason should ever be forgot.». Um filme perigoso? Por certo seria uma arma de demagogia primária acaso tivesse caído nas garras de Michael Moore, mas felizmente é apenas uma feliz adaptação cinematográfica de um êxito da BD dos anos oitenta.
O filme tem vários motivos de interesse a começar pelo misterioso V cuja patine justifica o recurso às citações de clássicos como Aristóteles, Shakespeare e Goethe, embora o estilo seja mais o género de um Thoreau. Depois, em V for Vendetta há uma série de gimmicks que emprestam uma ironia deliciosa a esta película. Dessa sarcástica ironia é bom exemplo a deliberada utilização do actor John Hurt para representar o tecnologicamente omnipresente Alto Chanceler. Este tirano reduziu a Inglaterra a uma corruptela nazi onde a música foi proibida, o recolher obrigatório é geral, a homossexualidade é punida com prisão, os imigrantes são repatriados, as raças de cor foram devolvidas à procedência, a comunicação social é de canal único, bem como a religião que é una e liderada por um bispo pleno de públicas virtudes e pedofilias privadas e, claro está, presume-se que a Monarquia foi extinta. Onde está a ironia? Desde logo, a ironia é que tudo isto nos é servido num registo Orwelliano ao estilo da seminal novela 1984, sendo que, em V for Vendetta, o mesmo John Hurt que havia em Nineteen Eighty-Four representado o papel de oprimido na personagem de Winston Smith passa agora, em V for Vendetta, a opressor em estilo Big Brother. Outro pormenor interessante é a performance deliciosa de Hugo Weaving no papel de V. Desta feita o infame Mr. Smith da saga Matrix veste a pele de V o nosso herói com british accent.
V for Vendetta roça o estilo de film noir que não acredita da redenção e no perdão, afinal para o herói V «the only verdict is vengeance; a vendetta held as a votive, not in vain, for the value and veracity of such shall one day vindicate the vigilant and the virtuous.». Mas, muito mais do que uma trama em que um mascarilha tem a pancada de engendrar frases com superávit inicial de V(s),a questão que o filme coloca é até onde somos capazes de transigir em troco de uma segurança totalitária e, por contraponto, se seríamos capazes de sacrificar a própria vida para tentar atingir um mundo que acreditamos ser melhor e mais livre. A resposta apoteótica emerge ao som da Abertura 1812 de Tchaikovski num gran finale operático a piscar o olho aos grandes épicos panfletários de Hollywood.
Apesar de tudo estamos perante um filme de ficção de ciência-política até porque a boa e velha Inglaterra liberal prevalecerá.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
quinta-feira, abril 6
Alta Fidelidade *
Stereolab - Fab Four Suture (Too Pure/Beggars)
O retro como forma de afirmação pop
Após 15 anos de carreira, 10 discos de originais e um conjunto de compilações e edições raras e limitadas em vinil - onde é que podemos "encaixar" - Fab Four Suture?
Este disco conjuga vários temas lançados durante o ano passado e apenas disponíveis em Ep's e lados B de edições limitadas - uma peça de coleccionador para os fãs e a síntese para o consumidor que não compra vinil (e/ou singles em CD).
Os Stereolab têm tido uma carreira e uma produção discográfica profícua, basta para isso recordar títulos como: Mars Audiac Quintet (1994), Emperor Tomato Catchup (1996), Dots And Loops (1997), Cobra Phases (1999) ou, o último, Margerine Eclipse (2004).
Laetitia Sadier, francesa e ícone pop-alternativo, dá voz a uma das mais importantes bandas indie dos últimos 20 anos e que se movimenta num universo longínquo e cool.
O percurso dos Stereolab tem sido construído de forma ascendente mas, no final de 2002, a morte do teclista/vocalista Mary Hansen crivou marcas profundas na banda que equacionou a separação. Mas, ao fim deste tempo, o ânimo parece ter regressado à dinâmica do grupo que aparenta estar recomposto e disposto a divertir-se.
Os discos dos Stereolab podiam, perfeitamente, pertencer a um sub-género novelístico repartido por vários capítulos eternizados, sobretudo, pelos temas melódicos de pop açucarada, doces harmonias e a referência, decalcada e permanente, ao krautrock (= electrónica psicadélica = um género musical desenvolvido na Alemanha Ocidental no final dos anos 60 e durante os 70?s que conjugava electrónica, guitarras e sons pré-gravados = A tónica posta na experimentação e inovação, abarcando todos os géneros, retorcendo-os, misturando-os, recriando-os, duma forma criativa e pioneira...).
Pop retro-futurista, música lounge para a futura estação espacial internacional? Por aqui há confiança e a pop tem razões para sorrir. Apesar de haver alguma cansaço, evidente, o grupo manifesta uma qualidade superior pela produção cuidada. No entanto, podemos questionar - já ouvimos isto antes? Sim. Soava melhor? Talvez. Decepcionante? Pelo contrário!
Os Stereolab são uma banda em que podemos sempre confiar mesmo que o resultado final não seja radiante. Para muitos a audição de um novo disco dos Stereolab pode revelar-se aborrecida e tediosa mas o facto é que a honestidade das suas melodias são um dístico que os identifica, em que a o característica loop funciona como algo inebriante e soporífero - não produz efeitos secundários e alivia.
* crónica semanal publicada no suplemento SARL/Jornal dos Açores de 31.03.06
** Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
*** Esta semana o MALANDRO trocou-me as voltas...daí que amanhã não haja crónica no SARL/in Jornal dos Açores. Não obstante - a malandragem - as novidades musicais continuam actualizadas à direita (aqui + abaixo).
O retro como forma de afirmação pop
Após 15 anos de carreira, 10 discos de originais e um conjunto de compilações e edições raras e limitadas em vinil - onde é que podemos "encaixar" - Fab Four Suture?
Este disco conjuga vários temas lançados durante o ano passado e apenas disponíveis em Ep's e lados B de edições limitadas - uma peça de coleccionador para os fãs e a síntese para o consumidor que não compra vinil (e/ou singles em CD).
Os Stereolab têm tido uma carreira e uma produção discográfica profícua, basta para isso recordar títulos como: Mars Audiac Quintet (1994), Emperor Tomato Catchup (1996), Dots And Loops (1997), Cobra Phases (1999) ou, o último, Margerine Eclipse (2004).
Laetitia Sadier, francesa e ícone pop-alternativo, dá voz a uma das mais importantes bandas indie dos últimos 20 anos e que se movimenta num universo longínquo e cool.
O percurso dos Stereolab tem sido construído de forma ascendente mas, no final de 2002, a morte do teclista/vocalista Mary Hansen crivou marcas profundas na banda que equacionou a separação. Mas, ao fim deste tempo, o ânimo parece ter regressado à dinâmica do grupo que aparenta estar recomposto e disposto a divertir-se.
Os discos dos Stereolab podiam, perfeitamente, pertencer a um sub-género novelístico repartido por vários capítulos eternizados, sobretudo, pelos temas melódicos de pop açucarada, doces harmonias e a referência, decalcada e permanente, ao krautrock (= electrónica psicadélica = um género musical desenvolvido na Alemanha Ocidental no final dos anos 60 e durante os 70?s que conjugava electrónica, guitarras e sons pré-gravados = A tónica posta na experimentação e inovação, abarcando todos os géneros, retorcendo-os, misturando-os, recriando-os, duma forma criativa e pioneira...).
Pop retro-futurista, música lounge para a futura estação espacial internacional? Por aqui há confiança e a pop tem razões para sorrir. Apesar de haver alguma cansaço, evidente, o grupo manifesta uma qualidade superior pela produção cuidada. No entanto, podemos questionar - já ouvimos isto antes? Sim. Soava melhor? Talvez. Decepcionante? Pelo contrário!
Os Stereolab são uma banda em que podemos sempre confiar mesmo que o resultado final não seja radiante. Para muitos a audição de um novo disco dos Stereolab pode revelar-se aborrecida e tediosa mas o facto é que a honestidade das suas melodias são um dístico que os identifica, em que a o característica loop funciona como algo inebriante e soporífero - não produz efeitos secundários e alivia.
* crónica semanal publicada no suplemento SARL/Jornal dos Açores de 31.03.06
** Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
*** Esta semana o MALANDRO trocou-me as voltas...daí que amanhã não haja crónica no SARL/in Jornal dos Açores. Não obstante - a malandragem - as novidades musicais continuam actualizadas à direita (aqui + abaixo).
Vox Populi...o Lado B desta semana.
...
Tábua dos Sete Pecados Mortais
(Ira,Soberba,Luxúria,Preguiça,Gula,Avareza e a Inveja)
por HIERONYMUS BOSCH 1450-1516
...
"A regulação social da norma heterossexual da masculinidade é difícil de romper... sair do armário não é fácil."
Sofia Aboim, socióloga a propósito das cowboyadas de brokeback, Domingo, 26 de Março, no Público.
"As pessoas que fazem e dinamizam blogues nos Açores sabem muito bem o que estão a fazer."
Paulo Querido, quinta-feira, 30 de Março, no suplemento de informática do Jornal dos Açores.
"Em Portugal há uma crítica de fachada e no meio literário há um ambiente de vénias mútuas e elogios fáceis onde o amiguismo reina e os amigos escrevem sobre os amigos."
João Pedro George, Sábado, 1 de Abril no Público
"Esse tal de George é mais um blogger à procura de emprego ou de notoriedade."
Clara Ferreira Alves, algures esta semana no Eixo do Mal.
"Apesar das vantagens, a participação feminina nos blogs ainda fica a desejar."
Carla Dias, segunda-feira, 27 de Março no Açoriano Oriental.
"a propósito do "balanço", pela negativa, que os vereadores do PS fizeram dos primeiros "100 dias" da gestão de Berta Cabral. Vindo de quem vem, de "vozes que não chegam ao céu" e que aqui na terra merecem uma gargalhada geral, tal "balanço", pelo bota-abaixo, só reforça e valoriza a actuação da presidente e do seu executivo. Por isto, senhores vereadores do PS: "Bem hasnam"."
António Lagarto, sexta-feira 31 de Março no Açoriano Oriental
"Novidade! Convívio!2 loirinhas taradinhas e 2 moreninhas safadinhas!!! Vivenda privada todos os dias.TM 968767012 ou 96107936."
...quinta-feira 6 de Abril nos Classificados do Açoriano Oriental.
Tábua dos Sete Pecados Mortais
(Ira,Soberba,Luxúria,Preguiça,Gula,Avareza e a Inveja)
por HIERONYMUS BOSCH 1450-1516
...
"A regulação social da norma heterossexual da masculinidade é difícil de romper... sair do armário não é fácil."
Sofia Aboim, socióloga a propósito das cowboyadas de brokeback, Domingo, 26 de Março, no Público.
"As pessoas que fazem e dinamizam blogues nos Açores sabem muito bem o que estão a fazer."
Paulo Querido, quinta-feira, 30 de Março, no suplemento de informática do Jornal dos Açores.
"Em Portugal há uma crítica de fachada e no meio literário há um ambiente de vénias mútuas e elogios fáceis onde o amiguismo reina e os amigos escrevem sobre os amigos."
João Pedro George, Sábado, 1 de Abril no Público
"Esse tal de George é mais um blogger à procura de emprego ou de notoriedade."
Clara Ferreira Alves, algures esta semana no Eixo do Mal.
"Apesar das vantagens, a participação feminina nos blogs ainda fica a desejar."
Carla Dias, segunda-feira, 27 de Março no Açoriano Oriental.
"a propósito do "balanço", pela negativa, que os vereadores do PS fizeram dos primeiros "100 dias" da gestão de Berta Cabral. Vindo de quem vem, de "vozes que não chegam ao céu" e que aqui na terra merecem uma gargalhada geral, tal "balanço", pelo bota-abaixo, só reforça e valoriza a actuação da presidente e do seu executivo. Por isto, senhores vereadores do PS: "Bem hasnam"."
António Lagarto, sexta-feira 31 de Março no Açoriano Oriental
"Novidade! Convívio!2 loirinhas taradinhas e 2 moreninhas safadinhas!!! Vivenda privada todos os dias.TM 968767012 ou 96107936."
...quinta-feira 6 de Abril nos Classificados do Açoriano Oriental.
quarta-feira, abril 5
o futuro é todos os dias
Uma novíssima editora, a Guerra & Paz, dirigida por Manuel Fonseca, ex director da SIC, lança-se numa iniciativa curiosa. Em parceria com o Abrupto faz a pré-publicação de um novo livro de Agustina no blogue. O editor, reconhecendo que muito do seu público-alvo está na blogoesfera, recorre aquele que é provavelmente o blogue mais lido no país para fazer vender o seu livro. Antes de qualquer opinião sobre o assunto tenho umas quantas questões que eu gostava de colocar: que contrapartidas tira Pacheco Pereira desta iniciativa? Deveria, ou não, o editor pagar a Pacheco Pereira pela utilização do Abrupto? Depois há a questão dos direitos de autor, que agora está na ordem do dia por causa da indústria discográfica, quem controla a partir de agora a reprodução dos textos de Agustina que saírem no Abrupto? E deve ou não haver controle sobre isso? Isto leva-me a uma outra questão, para quem gosta de literatura e tem blogues sabe a dificuldade que muitas vezes há em conseguir online determinados poemas, não seria interessante um sistema de troca de conteúdos literários, género P2P? Os blogues no fundo são uma rede integrada de trocas, troca de conteúdos, de opiniões, de referências. Será um autor mais ou menos respeitado pelo seu trabalho ser partilhado livremente online? E será que isso não leva a uma maior projecção e consequentemente à possibilidade de maiores vendas nos suportes físicos? O futuro está a acontecer todos os dias.
terça-feira, abril 4
always listen to good great music
Um disco realmente fantástico. Um cocktail fabuloso entre samba, bossa nova, hip hop, jazz, easy listening e mais uns quantos géneros, daqueles que nos fazem querer balançar, sorrir e gozar o melhor da vida. O grande Sérgio Mendes, rodeado do que de melhor há na música soul contemporânea, de Black Eyed Peas a Stevie Wonder, de Jill Scott a John Legend, de India Arie a Marcelo D2, um verdadeiro festival de boa música. Um disco para comprar ou para downloadar, que esta história da Industria, esse monstro de sete cabeças, andar armada em Velho do Restelo tentando impedir os downloads com ameaças de processos nos tribunais é uma verdadeira estupidez. É impossível impedir o futuro.
Vox Populi... Edição Especial Padre Duarte Melo
...
Canto da Maya (1890 - 1981) Hino de Amor
Col. Museu Carlos Machado.
...
«Um dia, o Diabo apareceu-me e desafiou-me: "Queres ser rico ou inteligente?" -"Inteligente e que saiba escrever!" (Porque a riqueza está sujeita às revoluções e aos impostos) -"Não! Só tens uma só opção!" -"Então, quero ser inteligente!" -"Para que isso aconteça tenho de ficar com a tua alma!" -Dei-lhe a alma uma vez que ela não me servia para nada. Fiz um pacto com o Diabo. Que se lixe! Não me tenho dado mal, não senhor. Quando algum micaelense é nomeado para qualquer cargo gera-se sempre uma onda de opiniões que em geral fica dicotomicamente ideologizada em espuma de esquerda e de direita. O Dr. Duarte Melo não fez pacto com o Diabo, senão não era padre. Deve tê-lo feito com o governo de César. Não sendo este o Diabo propriamente dito, também faz pactos. E de todos os tipos, diga-se em abono da verdade política, se esta existe realmente. Fez pactos com a direita, extrema-direita micaelense (beata, amante do próximo, cumpridora dos requisitos bíblicos, etc.), e outros que tais. Ah, e com a esquerda! É do hábito, desculpem-me! O Padre, deve ser da esquerda. Ainda bem!»
Manuel Melo Bento, terça-feira 28 de Março.
«A nomeação do padre Duarte Melo para director do Museu Carlos Machado é uma coisa boa. Trata-se dum Homem imensamente admirável, com ideais e práticas humanitárias e humanísticas. Um Homem de coragem que nunca se deixou abater pelos miríades de "Velhos do Restelo" que, desde a sua vinda, tentaram assassiná-lo das mais variadas e, por vezes, hediondas formas.»
Natália Almeida, terça-feira, 28 de Março no Açoriano Oriental
«De "cemitério" aqui (no Museu Carlos Machado) só existe o ESPÍRITO de muitas gerações e de muitas colecções, que irão sempre intervir na evolução dos tempos através da transmissão do Conhecimento que este espaço contém.»
Margarida Teves de Oliveira, quinta-feira, 30 de Março no Açoriano Oriental.
«como cristão sinto-me mal que com tanta frequência a Igreja apregoe aos fiéis que há falta de sacerdotes e depois autorize que muitos deles ocupem lugares que nada tem a ver com a vocação que escolheram.(...) Como é que V. Reverência deixa aquele tacho de Capelão (segundo a RDP ganhava 650 contos em moeda antiga) para ir para o Museu? Poderá alegar que vai receber o mesmo que um leigo. Como se diz em filosofia «dado e não concedido», pois os leigos não têm as missas nem a côngrua da paróquia e na maior parte dos casos despendem verbas significativas com a alimentação, vestuário e educação dos filhos.»
Manuel Faria de Castro, em carta aberta ao Padre Duarte Melo, Sábado 1 de Abril no Açoriano Oriental.
«Nesta hora efémera na passagem da lama e das sombras de escritas viscosas, entendo que o ser padre não esgota a capacidade de intervenção social e, por isso, é perfeitamente possível e legítimo compatibilizar o ministério sacerdotal com o de Director de Museu, lugar de memória, de identidade, de conhecimento e de desenvolvimento no combate à exclusão. (...) É falso que ganhasse os citados 650 contos, mas sim muito menos do que metade do montante que refere.»
Padre Duarte Melo, Director do Museu Carlos Machado em resposta à carta aberta de Manuel Faria de Castro, terça-feira, 4 de Abril, no Açoriano Oriental....
Estimadas(os) comentadoras(es): «amém ou ámen» e até já que o lado secular do Vox Populi é já a seguir.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa.
Canto da Maya (1890 - 1981) Hino de Amor
Col. Museu Carlos Machado.
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«Um dia, o Diabo apareceu-me e desafiou-me: "Queres ser rico ou inteligente?" -"Inteligente e que saiba escrever!" (Porque a riqueza está sujeita às revoluções e aos impostos) -"Não! Só tens uma só opção!" -"Então, quero ser inteligente!" -"Para que isso aconteça tenho de ficar com a tua alma!" -Dei-lhe a alma uma vez que ela não me servia para nada. Fiz um pacto com o Diabo. Que se lixe! Não me tenho dado mal, não senhor. Quando algum micaelense é nomeado para qualquer cargo gera-se sempre uma onda de opiniões que em geral fica dicotomicamente ideologizada em espuma de esquerda e de direita. O Dr. Duarte Melo não fez pacto com o Diabo, senão não era padre. Deve tê-lo feito com o governo de César. Não sendo este o Diabo propriamente dito, também faz pactos. E de todos os tipos, diga-se em abono da verdade política, se esta existe realmente. Fez pactos com a direita, extrema-direita micaelense (beata, amante do próximo, cumpridora dos requisitos bíblicos, etc.), e outros que tais. Ah, e com a esquerda! É do hábito, desculpem-me! O Padre, deve ser da esquerda. Ainda bem!»
Manuel Melo Bento, terça-feira 28 de Março.
«A nomeação do padre Duarte Melo para director do Museu Carlos Machado é uma coisa boa. Trata-se dum Homem imensamente admirável, com ideais e práticas humanitárias e humanísticas. Um Homem de coragem que nunca se deixou abater pelos miríades de "Velhos do Restelo" que, desde a sua vinda, tentaram assassiná-lo das mais variadas e, por vezes, hediondas formas.»
Natália Almeida, terça-feira, 28 de Março no Açoriano Oriental
«De "cemitério" aqui (no Museu Carlos Machado) só existe o ESPÍRITO de muitas gerações e de muitas colecções, que irão sempre intervir na evolução dos tempos através da transmissão do Conhecimento que este espaço contém.»
Margarida Teves de Oliveira, quinta-feira, 30 de Março no Açoriano Oriental.
«como cristão sinto-me mal que com tanta frequência a Igreja apregoe aos fiéis que há falta de sacerdotes e depois autorize que muitos deles ocupem lugares que nada tem a ver com a vocação que escolheram.(...) Como é que V. Reverência deixa aquele tacho de Capelão (segundo a RDP ganhava 650 contos em moeda antiga) para ir para o Museu? Poderá alegar que vai receber o mesmo que um leigo. Como se diz em filosofia «dado e não concedido», pois os leigos não têm as missas nem a côngrua da paróquia e na maior parte dos casos despendem verbas significativas com a alimentação, vestuário e educação dos filhos.»
Manuel Faria de Castro, em carta aberta ao Padre Duarte Melo, Sábado 1 de Abril no Açoriano Oriental.
«Nesta hora efémera na passagem da lama e das sombras de escritas viscosas, entendo que o ser padre não esgota a capacidade de intervenção social e, por isso, é perfeitamente possível e legítimo compatibilizar o ministério sacerdotal com o de Director de Museu, lugar de memória, de identidade, de conhecimento e de desenvolvimento no combate à exclusão. (...) É falso que ganhasse os citados 650 contos, mas sim muito menos do que metade do montante que refere.»
Padre Duarte Melo, Director do Museu Carlos Machado em resposta à carta aberta de Manuel Faria de Castro, terça-feira, 4 de Abril, no Açoriano Oriental....
Estimadas(os) comentadoras(es): «amém ou ámen» e até já que o lado secular do Vox Populi é já a seguir.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa.
Aviso Importante
Os textos publicados neste blogue são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, são opiniões pessoais que não reflectem o pensamento da totalidade dos seus membros.
E esta ode à Dra. Berta já estava a queimar-me os olhos.
E esta ode à Dra. Berta já estava a queimar-me os olhos.
segunda-feira, abril 3
Ponta Delgada está na moda
...
Apesar das respeitáveis 460 primaveras Ponta Delgada está cada vez mais na moda. Assim é, desde logo, porque não se deixou prostrar à adoração nobiliárquica do alvará régio de D. João III que, em 2 de Abril de 1546, elevou este burgo em que vivemos à categoria de cidade. Com efeito, a sua laboriosa população cedo meteu mãos à obra colocando a cidade de Ponta Delgada na linha da frente do "top ten" das cidades de Portugal. Ao contrário de outras cidades, Ponta Delgada não se deixou cair no torpor de uma entropia colectiva, que para outras latitudes se convencionou chamar de depressão colectiva. Na verdade, Ponta Delgada jamais teria vagar para se deixar deprimir pois, desde a sua fundação, anda há 460 anos absorta com o seu progresso, com a sua dinâmica empresarial, com a sua acção política e com as suas actividades culturais.
Mas, esta dinâmica de que hoje somos herdeiros tem um notável legado no Sec. XIX, pois é nesses memoráveis idos de oitocentos que encontramos a gesta que remonta aos "Bravos do Mindelo" que daqui partiram em 1832, foi também no ano seguinte de 1833 que os nossos antepassados tiveram a ousadia de declarar a independência da ilha (!), foi também aqui que em 1835 foi publicado o 1º número do Açoriano Oriental, o mais antigo Jornal Português, e foi também nesta cidade que nasceu Antero de Quental, e uma prole de visionários que soube arriscar o seu investimento nos Açores e outros tantos que ajudaram a construir o manifesto da nossa Autonomia. Importa pois olhar para este embasamento da modernidade micaelense, honrando-o no presente com a ambição futura de ir sempre mais longe.
Apesar das respeitáveis 460 primaveras Ponta Delgada está cada vez mais na moda. Assim é, desde logo, porque não se deixou prostrar à adoração nobiliárquica do alvará régio de D. João III que, em 2 de Abril de 1546, elevou este burgo em que vivemos à categoria de cidade. Com efeito, a sua laboriosa população cedo meteu mãos à obra colocando a cidade de Ponta Delgada na linha da frente do "top ten" das cidades de Portugal. Ao contrário de outras cidades, Ponta Delgada não se deixou cair no torpor de uma entropia colectiva, que para outras latitudes se convencionou chamar de depressão colectiva. Na verdade, Ponta Delgada jamais teria vagar para se deixar deprimir pois, desde a sua fundação, anda há 460 anos absorta com o seu progresso, com a sua dinâmica empresarial, com a sua acção política e com as suas actividades culturais.
Mas, esta dinâmica de que hoje somos herdeiros tem um notável legado no Sec. XIX, pois é nesses memoráveis idos de oitocentos que encontramos a gesta que remonta aos "Bravos do Mindelo" que daqui partiram em 1832, foi também no ano seguinte de 1833 que os nossos antepassados tiveram a ousadia de declarar a independência da ilha (!), foi também aqui que em 1835 foi publicado o 1º número do Açoriano Oriental, o mais antigo Jornal Português, e foi também nesta cidade que nasceu Antero de Quental, e uma prole de visionários que soube arriscar o seu investimento nos Açores e outros tantos que ajudaram a construir o manifesto da nossa Autonomia. Importa pois olhar para este embasamento da modernidade micaelense, honrando-o no presente com a ambição futura de ir sempre mais longe.
Mas se é hoje pacífico que Ponta Delgada está na "pole position" dos desafios do futuro não é menos verdade que o grande desafio é continuar em primeiro lugar. Na viragem do Século XXI este desafio foi liderado por Berta Cabral que não se limitou a gerir a conta corrente do passado, mas também ousou investir no futuro, apesar do recrudescimento da política do garrote que o Estado teima em impor ao poder local. Porém, como habitualmente usa dizer Berta Cabral, para novos problemas novas soluções, e numa época de constrangimento financeiro do poder local a Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada avança para parcerias público privadas que têm o mérito de servirem de alavanca à dinâmica empresarial de que a cidade necessita. No resto, não valerá a pena desperdiçar os caracteres a que tenho direito nesta página com o rol de obras feitas pela actual equipa de Berta Cabral, pois elas, desde a rede de Mini Bus até à recuperação do Coliseu, estão já integradas no quotidiano desta cidade e dos munícipes. Contudo, sempre haverá quem desmereça tais feitos, nem que seja em louvor dos costumeiros paladinos do bota-abaixo que por ora andam entretidos com os candeeiros da matriz e outras minudências, enquanto não vislumbrarem outro motivo de escárnio que apelidam de oposição
Ao invés, prefiro aproveitar o tempo do leitor que teve a indulgência de aqui chegar para lhe lembrar que se mais não se faz em Ponta Delgada é por obra e graça das costumeiras "forças de bloqueio". E nisto não há qualquer demagogia quando nos lembramos, por exemplo, da emblemática candidatura da Polícia Municipal. Este caso ilustra bem o "bloqueio" da tutela da Administração Central do Governo da República pois, apesar da candidatura do Município de Ponta Delgada ter merecido aprovação técnica, continua pendente da luz verde do Conselho de Ministros. Depois de percorrido um árduo caminho que se destinava a avaliar o crivo técnico da nossa candidatura, a mesma depois de tecnicamente aprovada, "bloqueou" nos corredores do Terreiro do Paço e teima em de lá sair com destino ao Conselho de Ministros.
Ao invés, prefiro aproveitar o tempo do leitor que teve a indulgência de aqui chegar para lhe lembrar que se mais não se faz em Ponta Delgada é por obra e graça das costumeiras "forças de bloqueio". E nisto não há qualquer demagogia quando nos lembramos, por exemplo, da emblemática candidatura da Polícia Municipal. Este caso ilustra bem o "bloqueio" da tutela da Administração Central do Governo da República pois, apesar da candidatura do Município de Ponta Delgada ter merecido aprovação técnica, continua pendente da luz verde do Conselho de Ministros. Depois de percorrido um árduo caminho que se destinava a avaliar o crivo técnico da nossa candidatura, a mesma depois de tecnicamente aprovada, "bloqueou" nos corredores do Terreiro do Paço e teima em de lá sair com destino ao Conselho de Ministros.
Outros exemplos do "modus operandi" da engenharia do "bloqueio" caberiam aqui nesta crónica, mas resta-nos a esperança de que esses outros enguiços que por aí andam embargados se resolvam com elementar justiça e bom senso. Ao invés, no fim, quem fica a perder é a cidade, sem que se enxergue qual a mais valia que as ditas "forças de bloqueio" têm para oferecer a Ponta Delgada.
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JNAS na Edição de 4 de Abril do Jornal dos Açores
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JNAS na Edição de 4 de Abril do Jornal dos Açores
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IVA - Ilha(s) de Valor Acrescentado
Na Graciosa já não se publicam jornais. Pelo que as notícias do quotidiano da ilha Branca estão mais acessíveis à distância deste clique ou pela rádio em formato blog. 2 mais que prováveis entradas associadas ao Planeta Açores.
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Quem disse que a literatura light (um conceito redutor de redundante) não acarretava malefícios?! E não há uma alma caridosa que providencie cautela às publicações da previdente!?...
domingo, abril 2
Alta Fidelidade *
Tosca - Souvenirs (G-Stone)
Mais um sessão de revisão imposta à matéria dada pela dupla Richard Dorfmeister e Rupert Huber - também conhecidos por Tosca.
Neste Souvenirs estão reunidos versões de alguns temas incluídos em J.A.C., o último álbum de originais dos Tosca.
Na lista de convidados podemos encontrar velhos e novos amigos, uns mais conhecidos do que outros, mas todos cúmplices na acção de virar o disco para tocar o mesmo.
A iniciar as hostilidades temos Burnt Friedman, um músico associado a projectos como os Nonplace e Flanger, e que aqui reproduz a sua visão musical globalizante, os alemães Frost & Wagner numa contribuição dub; Plantlife apresenta um registo downbeat; Señor Coconut com a sua veia latina e em registo Big Band; Hans-Peter Lindstrom, norueguês, e um dos homens mais requisitados do mercado, em termos de remisturas, debita uma sonoridade espacial em formato disco.
Contam-se, igualmente, as prestações de DJ DSL, Mr. Stereotyp, Henrik Schwarz, Makossa & Megablast e uns velhos companheiros de estrada os Madrid de los Austrias.
Após uma audição é palpável o efeito difuso dos diversos intervenientes. Souvenirs pauta-se por algumas irregularidades, na exacta medida que esta troca de experiências nem sempre favorece a matéria prima original, passível de materialização, pelas diversas linguagens a concurso. Pelo que esta operação serve, fundamentalmente, os propósitos a G-Stone, a editora pertença da dupla, na difusão dos novos artistas associados/contratados.
De qualquer modo e apesar de alguma estagnação estética e criativa os Tosca são um nome indissociável do que de melhor se produz ao nível da electrónica contemporânea.
* crónica semanal publicada no suplemento SARL/Jornal dos Açores de 24.03.06
** Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
Mais um sessão de revisão imposta à matéria dada pela dupla Richard Dorfmeister e Rupert Huber - também conhecidos por Tosca.
Neste Souvenirs estão reunidos versões de alguns temas incluídos em J.A.C., o último álbum de originais dos Tosca.
Na lista de convidados podemos encontrar velhos e novos amigos, uns mais conhecidos do que outros, mas todos cúmplices na acção de virar o disco para tocar o mesmo.
A iniciar as hostilidades temos Burnt Friedman, um músico associado a projectos como os Nonplace e Flanger, e que aqui reproduz a sua visão musical globalizante, os alemães Frost & Wagner numa contribuição dub; Plantlife apresenta um registo downbeat; Señor Coconut com a sua veia latina e em registo Big Band; Hans-Peter Lindstrom, norueguês, e um dos homens mais requisitados do mercado, em termos de remisturas, debita uma sonoridade espacial em formato disco.
Contam-se, igualmente, as prestações de DJ DSL, Mr. Stereotyp, Henrik Schwarz, Makossa & Megablast e uns velhos companheiros de estrada os Madrid de los Austrias.
Após uma audição é palpável o efeito difuso dos diversos intervenientes. Souvenirs pauta-se por algumas irregularidades, na exacta medida que esta troca de experiências nem sempre favorece a matéria prima original, passível de materialização, pelas diversas linguagens a concurso. Pelo que esta operação serve, fundamentalmente, os propósitos a G-Stone, a editora pertença da dupla, na difusão dos novos artistas associados/contratados.
De qualquer modo e apesar de alguma estagnação estética e criativa os Tosca são um nome indissociável do que de melhor se produz ao nível da electrónica contemporânea.
* crónica semanal publicada no suplemento SARL/Jornal dos Açores de 24.03.06
** Proposta disponível na discoteca DISREGO (CC Parque Atlântico)
CANADA DRY
Eu sei que vai um bocado ao arrepio do mainstream, mas acho o Canadá um sítio simpático. Tem coisas europeias e americanas, costa e contracosta, lagos como migalhas de pão numa toalha de refeitório. Isto sem contar com o Leonard Cohen e o Neil Young, a Joni Mitchel e a Margaret Trudeau, que é para respeitar as quotas de género. Além disso é um país assepticamente tolerante. Depois das tropas especiais americanas serem humilhadas em Mogadiscio, o Canadá recebeu vagas de somalis com os braços abertos. Em matéria de sexo, então, vale tudo menos dar cabeçadas no céu-da-boca. Há uns anos atrás fiz uma palestra na Robarts Library, em Toronto, sobre a emigração açoriana para o Brasil no século XIX. O moderador da sessão tinha ares de Marilyn Manson. Perguntei à pessoa que me acompanhava quem era o personagem. Hoje é a Jane, vem de salto alto e meia de nylon, foi a resposta. Como assim? Insisti. Há dias em que é o John e, conforme o seu estado de espírito, envia mails aos colegas de Departamento a notificá-los da identidade sexual que irá assumir. O esclarecimento foi dado de forma tão natural, que até tossi. Desde esse dia os Mountain Guards deixaram de ser um símbolo canadiano no meu imaginário. A Jane-John tomou-lhes o lugar. Depois desta experiência ontológica de canadianess, percebi que até os comportamentos desviantes têm uma forma by the book de ser aceites naquela sociedade.
Manifestamente, muitos dos portugueses que estão agora a ser deportados do Canadá não agiam by the book. Ou então fiaram-se na Nossa Senhora de Fátima, convencidos de que passavam por refugiados somalis. Pasmo com as reacções de virgem ofendida que este processo está a despertar. As comunidades portuguesas sempre foram as filhas de um Deus menor para a nomenklatura do Palácio das Necessidades. Agora que a castanha estalou na boca do Ministério dos Negócios Estrangeiros, talvez seja tempo de mexer as águas do pântano e agilizar, social e culturalmente, a diplomacia do croquete. Poderá ser inconstitucional e politicamente incorrecto, mas os parlamentares e governantes açorianos deviam repensar as suas relações com a República em matéria de Comunidades. É uma falta de atrevimento lastimável os Açores não terem agenda cultural e económica própria em relação à sua diáspora no continente americano. Entre o Instituto Camões e a Casa dos Açores de Toronto, que marcam o perímetro da nossa condição esquizofrénica, há um imenso Canadá de espaço por ocupar.
sábado, abril 1
PDL
Logo todo o PDL estará dentro do TM.
E estará também em http://www.pdlcafe.com/ onde poderá, desde já, inscrever-se na newsletter para ficar a par das últimas festas e novidades.
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