terça-feira, maio 31
Pormenores ou nem tanto.
Bem sei que este é um assunto bizarro e de pouco interesse para o comum dos mortais nestes dias de défice, de non, de publicidade estática e outros grandes temas para o futuro da humanidade. Este post é sobre política, pior, é sobre política partidária, portanto quem quiser pode ir já mudando de blogue. Posto isto, cá vai. Quero partilhar convosco algumas perplexidades sobre a estratégia autárquica do PS, que foi agora revelada em todos os seus pormenores após uma, acredito que muito bucólica, reunião do secretariado regional do partido na brava ilha Terceira. Tal como já vinha sendo comentado em boatos de café os piores cenários foram confirmados, o PS vai para estas eleições autárquicas como se estas fossem eleições de segunda, abdicando da ideologia, das ideias, do confronto aberto e corajoso com os adversários e passando ao eleitorado a mensagem de que está satisfeito com o que tem e que mais não quer, obrigado. Aqui convém deixar bem clara uma nota de elogio e de apreço pelo homem e pelo político José San-Bento, nada do que vou aqui dizer é dirigido a essa figura nem ao seu percurso político. Não posso é deixar de expressar a minha tristeza pelo caminho escolhido pelo partido para estas eleições e principalmente para a principal cidade do arquipélago, a capital, Ponta Delgada. Um partido que após ter conquistado a sua maior vitória em eleições, que após ter reafirmado uma maioria sem precedentes, um terceiro mandato na Presidência do Governo Regional, um partido que não quer discutir taco-a-taco a câmara da maior cidade do arquipélago, não pode deixar de ser criticado. O problema não está na figura escolhida ou nas capacidades desta quer para uma campanha forte quer mesmo para o desempenho do cargo, a questão é a mensagem que o PS faz passar ao não apresentar como candidato à câmara de Ponta Delgada uma figura de proa do Partido, uma personalidade forte e marcante no panorama político regional, uma candidatura que ganhasse Ponta Delgada para o PS. Por mais imbatível que possa parecer à priori a Dra. Berta, a verdade é que a gestão autárquica do PSD na câmara não está isenta de erros, não foi impoluta e merece ser contestada em muitos e importantes pontos, mais, Ponta Delgada merece que os dois principais partidos da região apresentem como candidatos à câmara os seus melhores quadros e as suas melhores estratégias. Pensar que não vale a pena concorrer com a Dra. Berta é jogar a política mais baixa de todas - a política do calculismo eleitoralista. Quando abdicamos da luta abdicamos da ideologia e isso é o fim da causa e da utopia. Um partido que não se bate pela ideologia em todos os momentos, é um partido que merece perder eleições. E já nem vou falar na insistência mórbida deste PS pelas candidaturas de Ricardo Silva à Ribeira Grande e de Carlos Ávila à Povoação, exemplos paradigmáticos do tipo de política autárquica deste partido. Lamento é que o partido de Carlos César não queira ser nestas autárquicas o grande partido que foi nas regionais. Já o disse publicamente e reafirmo, Vasco Cordeiro era a personalidade ideal da área socialista para derrotar Berta Cabral, tal como creio que Catarina Furtado seria uma excelente candidata à câmara da Ribeira Grande, por exemplo. Por último um voto de apoio a José San-Bento, que pode a muitos parecer hipócrita depois do que aqui deixei expresso, mas que é verdadeiro e legítimo, o verdadeiro apoio é aquele que sabe ser crítico com justiça e fraterno com camaradagem. Aliás, e como já disse, quanto mais não seja porque Ponta Delgada merece e a Dra. Berta Cabral precisa de uma campanha autárquica onde os dois lados se confrontem de uma forma forte, aguerrida, inteligente e capaz, ou como dizem os ingleses a Fair Fight.
Vera Drake. Realizado por Mike Leigh ("Nu", "Segredos e Mentiras"), o filme foi nomeado para três Óscares - Melhor Realizador, Melhor Actriz (Imelda Staunton já tinha sido nomeada para os Globos de Ouro por este desempenho notável) e Melhor Argumento Original. Estas nomeações somam-se aos prémios conquistados até agora: Leão de Ouro e Prémio Melhor Actriz no Festival de Veneza, 11 nomeações para os BAFTA (nas principais categorias, entre as quais Melhor Filme e Melhor Actriz) e ainda o Prémio Europeu do Cinema de Melhor Actriz (in Público). Amanhã será, provavelmente, o último dia em exibição no Solmar.
os comment's
...andam um pouco agitados. A Administração do :ILHAS recomenda calma com ou sem a ajuda de um especialista.
...VOLTA QUE ESTÁS PERDOADA !!!
...
O «nosso» Primeiro-ministro concedeu esta semana a graça de quebrar o seu sapiente e régio silêncio, e esse desjejum foi marcado com um estridente libelo acusatório à função pública Portuguesa. Aparentemente, para o Socialista Eng.º Sócrates, o rosto do «monstro» dá pelo nome de função pública!
Assim, e apesar do extenso rol de promessas eleitorais, o Partido Socialista vira-se aos trabalhadores da função pública numa fervorosa missão de salvar o futuro à custa dos «direitos sociais» que eram tão caros à esquerda quando andava em campanha. Por um lado, para estancar a hemorragia da despesa pública - (peçonhento veneno destilado pelo «monstro») - a filosofia de Sócrates segue a cartilha do congelamento das progressões automáticas e das actualizações dos suplementos remuneratórios e, por outro lado, para prolongar a agonia dos sobreviventes estica a idade de reforma «ad mortem» !
Embalado no coro de carpideiras do costume e com a banda sonora encomendada à Comissão Constâncio, o Primeiro-ministro anunciou ainda o aumento do I.V.A., o que é já a crónica de mais uma promessa eleitoral traída pois, factos são factos, o Eng. Sócrates recorrentemente havia dito que não estava de acordo com a subida dos impostos e que esta era até evitável. Afinal, deu o dito por não dito e defraudou o eleitorado que nele votou!
Lamentavelmente, numa época em que tanto se propala o enobrecimento da classe política e da verdade do discurso de Estado, não deixa de ser irónico que o Primeiro-ministro faça tábua rasa das suas próprias promessas eleitorais.
Apesar do Eng. José Sócrates repudiar a imagem do discurso da tanga, recusando-se assim a baixar ao nível inferior que só poderia ser a retórica do fio dental ou as misérias do nu integral, o certo é que a promessa de que não haverá discurso da tanga, mas sim da «confiança e crescimento»(sic!), seria uma boa «deixa» para um número de «stand-up comedy» se fosse novidade e tivesse graça. Mas, no cenário das vidas reais teremos o aumento do I.V.A. para os 21 % com a justificação de que o previsível aumento de receita será «alocado»(!) à segurança social.
Tudo isto é servido numa cuidada «mise en scène» em tom de «film noir», - produzido por Constâncio e realizado por Sócrates - em que o País é um actor à beira do precipício que os Portugueses teimam em não enxergar. Mas, como se sabe, neste País há uma Região em «superávit» cujo líder também já prometeu que não vai pagar a factura da crise. Efectivamente, o Presidente do Governo Regional dos Açores, afirmou publicamente que tinha garantias de Sócrates de que não vão ser os Açores a pagar a crise. Veremos como vai ser possível esse golpe de prestidigitação sem desmancho de uma doutrina unilateral da solidariedade, sem perda do poder de compra dos açorianos, e sem perda de competitividade empresarial. Num cenário de «filme catástrofe» só ficou por explicar porque razão neste enredo se salva a Banca que continuará a pagar menos IRC do que as pequenas e médias empresas, e se nas cenas dos próximos capítulos, neste frenesim de austeridade, sobram algumas vitualhas para alimentar a máquina da «economia de solidariedade» pouco interessada na virtualidade do trabalho mas, seguramente empenhada na capitação dos votos que tem garantido ao Partido Socialista.
No meio do espavento destas medidas para salvar o futuro fica ainda o silêncio contido da «entourage» do costume e o odor do arrependimento dos que foram no canto desta sereia que prometeu que tudo seriam rosas! Esses desenganados por certo já fazem em segredo o seu acto de contrição murmurando: «Volta Manuela Ferreira Leite que estás perdoada»! Agora, esse acto de fé é extemporâneo. Habituem-se! Habituem-se e acautelem-se, pois num cenário em que as taxas de juro de longo prazo, associadas às Obrigações do Tesouro, atingiram valores preocupantes em Março de 2005, não são precisos grandes dotes de premonição para antever a subida do custo do dinheiro que, até agora, tem merecido a benção da taxa de 2% outorgada pelo Banco Central Europeu. Se essa taxa se altera teremos por certo uma sequela deste filme de terror embora nessa remake o «monstro» venha a ter um fácies padronizado pela União Europeia.
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JNAS na edição de hoje do Jornal dos Açores
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O «nosso» Primeiro-ministro concedeu esta semana a graça de quebrar o seu sapiente e régio silêncio, e esse desjejum foi marcado com um estridente libelo acusatório à função pública Portuguesa. Aparentemente, para o Socialista Eng.º Sócrates, o rosto do «monstro» dá pelo nome de função pública!
Assim, e apesar do extenso rol de promessas eleitorais, o Partido Socialista vira-se aos trabalhadores da função pública numa fervorosa missão de salvar o futuro à custa dos «direitos sociais» que eram tão caros à esquerda quando andava em campanha. Por um lado, para estancar a hemorragia da despesa pública - (peçonhento veneno destilado pelo «monstro») - a filosofia de Sócrates segue a cartilha do congelamento das progressões automáticas e das actualizações dos suplementos remuneratórios e, por outro lado, para prolongar a agonia dos sobreviventes estica a idade de reforma «ad mortem» !
Embalado no coro de carpideiras do costume e com a banda sonora encomendada à Comissão Constâncio, o Primeiro-ministro anunciou ainda o aumento do I.V.A., o que é já a crónica de mais uma promessa eleitoral traída pois, factos são factos, o Eng. Sócrates recorrentemente havia dito que não estava de acordo com a subida dos impostos e que esta era até evitável. Afinal, deu o dito por não dito e defraudou o eleitorado que nele votou!
Lamentavelmente, numa época em que tanto se propala o enobrecimento da classe política e da verdade do discurso de Estado, não deixa de ser irónico que o Primeiro-ministro faça tábua rasa das suas próprias promessas eleitorais.
Apesar do Eng. José Sócrates repudiar a imagem do discurso da tanga, recusando-se assim a baixar ao nível inferior que só poderia ser a retórica do fio dental ou as misérias do nu integral, o certo é que a promessa de que não haverá discurso da tanga, mas sim da «confiança e crescimento»(sic!), seria uma boa «deixa» para um número de «stand-up comedy» se fosse novidade e tivesse graça. Mas, no cenário das vidas reais teremos o aumento do I.V.A. para os 21 % com a justificação de que o previsível aumento de receita será «alocado»(!) à segurança social.
Tudo isto é servido numa cuidada «mise en scène» em tom de «film noir», - produzido por Constâncio e realizado por Sócrates - em que o País é um actor à beira do precipício que os Portugueses teimam em não enxergar. Mas, como se sabe, neste País há uma Região em «superávit» cujo líder também já prometeu que não vai pagar a factura da crise. Efectivamente, o Presidente do Governo Regional dos Açores, afirmou publicamente que tinha garantias de Sócrates de que não vão ser os Açores a pagar a crise. Veremos como vai ser possível esse golpe de prestidigitação sem desmancho de uma doutrina unilateral da solidariedade, sem perda do poder de compra dos açorianos, e sem perda de competitividade empresarial. Num cenário de «filme catástrofe» só ficou por explicar porque razão neste enredo se salva a Banca que continuará a pagar menos IRC do que as pequenas e médias empresas, e se nas cenas dos próximos capítulos, neste frenesim de austeridade, sobram algumas vitualhas para alimentar a máquina da «economia de solidariedade» pouco interessada na virtualidade do trabalho mas, seguramente empenhada na capitação dos votos que tem garantido ao Partido Socialista.
No meio do espavento destas medidas para salvar o futuro fica ainda o silêncio contido da «entourage» do costume e o odor do arrependimento dos que foram no canto desta sereia que prometeu que tudo seriam rosas! Esses desenganados por certo já fazem em segredo o seu acto de contrição murmurando: «Volta Manuela Ferreira Leite que estás perdoada»! Agora, esse acto de fé é extemporâneo. Habituem-se! Habituem-se e acautelem-se, pois num cenário em que as taxas de juro de longo prazo, associadas às Obrigações do Tesouro, atingiram valores preocupantes em Março de 2005, não são precisos grandes dotes de premonição para antever a subida do custo do dinheiro que, até agora, tem merecido a benção da taxa de 2% outorgada pelo Banco Central Europeu. Se essa taxa se altera teremos por certo uma sequela deste filme de terror embora nessa remake o «monstro» venha a ter um fácies padronizado pela União Europeia.
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JNAS na edição de hoje do Jornal dos Açores
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segunda-feira, maio 30
Feira do Livro de Lisboa
A imagem gráfica é da responsabilidade da Barbara says... e do amigo António Gomes. Abraço&Parabéns!...
3ª Mostra de Curtas Metragens
6 a 12 de Junho 2005
A MUU-Produções Culturais, realiza nos próximos dias 6 a 12 de Junho a 3ª Mostra de Curtas Metragens que terá lugar no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada com sessões às 21h30 dos dias 6 a 12 e várias sessões nas tardes dos dias 11 e 12.
O programa desta 3ª edição é composto por uma selecção de filmes de curta metragem provenientes de agências e associações de cinema independente que privilegiam a exibição em circuitos alternativos e nos maiores festivais internacionais do género.
Serão exibidos programas do EMAF - European Media Art Festival(Alemanha), Antimater - Underground Film Festival (Canadá), Independent Exposure - Microcinema International (Estados Unidos) e uma colecção de trabalhos audiovisuais de alunos da Universidade Lusófona.
Para informação detalhada da programação e sinopses dos filmes consultar a página da MUU.
Todas as sessões são de entrada livre.
A MUU-Produções Culturais, realiza nos próximos dias 6 a 12 de Junho a 3ª Mostra de Curtas Metragens que terá lugar no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada com sessões às 21h30 dos dias 6 a 12 e várias sessões nas tardes dos dias 11 e 12.
O programa desta 3ª edição é composto por uma selecção de filmes de curta metragem provenientes de agências e associações de cinema independente que privilegiam a exibição em circuitos alternativos e nos maiores festivais internacionais do género.
Serão exibidos programas do EMAF - European Media Art Festival(Alemanha), Antimater - Underground Film Festival (Canadá), Independent Exposure - Microcinema International (Estados Unidos) e uma colecção de trabalhos audiovisuais de alunos da Universidade Lusófona.
Para informação detalhada da programação e sinopses dos filmes consultar a página da MUU.
Todas as sessões são de entrada livre.
domingo, maio 29
[um momento de conservadorismo pós-beato em formato politicamente correcto] A ilha de todos os puritanismos afixa ostensivamente outdoors dos denominados "gentlemen's clubs". Outro exemplo: quem viaja na SATA tem ao seu dispor, na revista de bordo, inúmeras publicidades com a oferta disponível no comércio do prazer das ilhas - é esta animação de qualidade que pretendemos para o chamado turismo de natureza!? Como não fossem suficientes os atentados ao Ambiente temos agora uma verdadeira praga na animação das gentes das ilhas. E quantas cidades se podem vangloriar ao expor verdadeiras beldades autóctones via OUTDOOR!? Será que ninguém deu por eles!? Eles andam aí...
os jornais
Ontem apercebi-me da razão pela qual os jornais não chegam (as horas de conveniência matinal) às bancas nos Açores ou, neste caso, a Ponta Delgada. O avião que faz a ligação matinal com Lisboa chega-nos de Boston e não da capital com a suprema informação mesmo que desmentida a meio da manhã. Isto não será novidade para ninguém mas foi para mim com os custos de um sábado madrugador por razões de força maior. Eis a minha contribuição para algumas das reclamações residentes.
sexta-feira, maio 27
Oui
O principal aspecto da minha ideologia, ou posto de outra maneira, das minhas convicções, que me distingue e me separa dos conservadores, é a minha firme crença na possibilidade de um mundo melhor. Acreditar numa força oculta que leve o homem a decisões que permitam o avanço da história no sentido do bem comum, da paz, do entendimento entre pessoas. Num determinado momento da história em que nos solicitam que decidamos pelo futuro, nunca me recusaria a arriscar e a escolher a utopia. O conservador é aquele que em face da mudança prefere não fazer, parar, recusar. Domingo a França decide se a Europa pode já dar um salto no sentido de um mundo melhor, quero acreditar que Sim, que pode.
MILLION DOLLAR BABY versus A MANCHA HUMANA
1.
«Million Dollar Baby» que, na praxe das traduções abstrusas que por cá se fazem, ficou rotulado como «Sonhos Vencidos»(!), venceu com mérito a última coroação dos óscares. Cá por mim bem podia prescindir das estatuetas e nem por isso deixaria de deter todo o mérito de ser um excelente filme. Todavia, o preconceito congénito da intelectualidade Europeia olha sempre com desconfiança para este tipo de cinema, e acha sempre «déclassé» tecer loas a um filme burilado por um ícone Americano que deu corpo e voz ao implacável Dirty Harry. Ora, esta mesma «inteligentzia» quando percebe que o filme não é sobre boxe inflecte o raciocínio abrindo alas para uma análise da eutanásia. Todavia, o filme não é nem sobre o boxe nem um manifesto a favor da eutanásia, é apenas uma história de amor!
Neste último filme de Clint EastWood não se espere do mesmo uma espécie de panfleto neo-realista a favor da eutanásia, filmado sob os cânones de uma escola cinematográfica que faria delirar qualquer Cine Clube patrocinado pelos habituais «maître-à-penser» do Bloco de Esquerda e afins! Nada disso!
É certo que a realidade do filme é a violência escalavrada de um ginásio mas aí também reside a magia da luta que supera as improváveis condições com que tantas vezes se parte para o ringue da vida. É nesta banalidade que reside a dignidade da primeira e segunda parte deste filme pois, afinal, como nos ensina um ancestral mantra yoga «o verdadeiro heroísmo está em conquistar a nossa própria natureza».
Porém, quando se sai deste filme não se traz colada à pele a impressão de ele mudou a nossa vida. Apenas se recorda o calvário de uma vida banal e de um acidente que tolheu qualquer esperança de contrariar essa vulgaridade. Não! O filme não é sobre boxe ou sobre a eutanásia... esse é o pano de fundo de cena a uma inesquecível história de amor, e a outras tantas histórias de dignidade humana e de lealdade. No resto, a «fita» é irrepreensível nos desempenhos de Hillary Swank e Morgan Freeman.
2.
 «Os Cobardes morrem muitas vezes antes de morrerem;
 O corajoso só uma vez o sabor da morte prova.
 De todos os prodígios de que ouvi falar,
 O mais estranho me parece que temam os homens;
 Posto que a morte, um fim inescapável,
 Virá quando tiver que vir»
Bem o sabemos que em «Million Dollar Baby» as primeiras linhas desta peça dramática do Júlio César de Shakespeare por certo assentariam algures nos píncaros da tragédia de Maggie encarnada por Hillary Swank. Porém, vieram aqui parar por via da «Mancha Humana», de Philip Roth, numa edição de 2002 da D. Quixote. Nesta obra prima da moderna literatura norte americana, se quisermos, acompanhamos «the rise and fall» de Coleman Silk... personagem de ficção que esconde no seu passado os êxitos de boxeur, bem como guarda, no mesmo baú de vergonhas para a dignidade de um emérito Académico, outros segredos menos dignos. Mas, o mais torpe e vil é o que se vai desmontando ao longo do livro. Apesar de todo o lustro Académico, e da dignidade social laboriosamente adquirida ao longo da vida, Coleman Silk tem a sua mancha humana, e quando - injustamente - cai em desgraça percebe que «as coisas são como são: nós deixamos uma mancha, deixamos um rasto, deixamos a nossa marca... é por isso que toda a purificação é uma anedota. E uma anedota bárbara, ainda por cima!».
Na voragem dos dias que correm não vale a pena perder tempo com má literatura, e enquanto o mercado editorial estiver povoado de anjos e demónios, demandas pelo santo graal, códigos desvendados e desenganados, mais vale fazer a apologia do que já não é novidade, mas sempre se deve degustar com prazer! Assim, aqui fica esta «Mancha Humana», de Philip Roth, enquanto não sai a tradução Portuguesa da sua mais recente obra «The Plot Against America».
...
hoje no Suplemento de Cultura do Jornal dos Açores
...
(Post Scriptum: a Adaptação Cinematográfica de «The Human Stain» com uma escanzelada Nicole Kidman e um incongruente Anthony Hopkins é mesmo Cinema Xunga)
«Million Dollar Baby» que, na praxe das traduções abstrusas que por cá se fazem, ficou rotulado como «Sonhos Vencidos»(!), venceu com mérito a última coroação dos óscares. Cá por mim bem podia prescindir das estatuetas e nem por isso deixaria de deter todo o mérito de ser um excelente filme. Todavia, o preconceito congénito da intelectualidade Europeia olha sempre com desconfiança para este tipo de cinema, e acha sempre «déclassé» tecer loas a um filme burilado por um ícone Americano que deu corpo e voz ao implacável Dirty Harry. Ora, esta mesma «inteligentzia» quando percebe que o filme não é sobre boxe inflecte o raciocínio abrindo alas para uma análise da eutanásia. Todavia, o filme não é nem sobre o boxe nem um manifesto a favor da eutanásia, é apenas uma história de amor!
Neste último filme de Clint EastWood não se espere do mesmo uma espécie de panfleto neo-realista a favor da eutanásia, filmado sob os cânones de uma escola cinematográfica que faria delirar qualquer Cine Clube patrocinado pelos habituais «maître-à-penser» do Bloco de Esquerda e afins! Nada disso!
É certo que a realidade do filme é a violência escalavrada de um ginásio mas aí também reside a magia da luta que supera as improváveis condições com que tantas vezes se parte para o ringue da vida. É nesta banalidade que reside a dignidade da primeira e segunda parte deste filme pois, afinal, como nos ensina um ancestral mantra yoga «o verdadeiro heroísmo está em conquistar a nossa própria natureza».
Porém, quando se sai deste filme não se traz colada à pele a impressão de ele mudou a nossa vida. Apenas se recorda o calvário de uma vida banal e de um acidente que tolheu qualquer esperança de contrariar essa vulgaridade. Não! O filme não é sobre boxe ou sobre a eutanásia... esse é o pano de fundo de cena a uma inesquecível história de amor, e a outras tantas histórias de dignidade humana e de lealdade. No resto, a «fita» é irrepreensível nos desempenhos de Hillary Swank e Morgan Freeman.
2.
 «Os Cobardes morrem muitas vezes antes de morrerem;
 O corajoso só uma vez o sabor da morte prova.
 De todos os prodígios de que ouvi falar,
 O mais estranho me parece que temam os homens;
 Posto que a morte, um fim inescapável,
 Virá quando tiver que vir»
Bem o sabemos que em «Million Dollar Baby» as primeiras linhas desta peça dramática do Júlio César de Shakespeare por certo assentariam algures nos píncaros da tragédia de Maggie encarnada por Hillary Swank. Porém, vieram aqui parar por via da «Mancha Humana», de Philip Roth, numa edição de 2002 da D. Quixote. Nesta obra prima da moderna literatura norte americana, se quisermos, acompanhamos «the rise and fall» de Coleman Silk... personagem de ficção que esconde no seu passado os êxitos de boxeur, bem como guarda, no mesmo baú de vergonhas para a dignidade de um emérito Académico, outros segredos menos dignos. Mas, o mais torpe e vil é o que se vai desmontando ao longo do livro. Apesar de todo o lustro Académico, e da dignidade social laboriosamente adquirida ao longo da vida, Coleman Silk tem a sua mancha humana, e quando - injustamente - cai em desgraça percebe que «as coisas são como são: nós deixamos uma mancha, deixamos um rasto, deixamos a nossa marca... é por isso que toda a purificação é uma anedota. E uma anedota bárbara, ainda por cima!».
Na voragem dos dias que correm não vale a pena perder tempo com má literatura, e enquanto o mercado editorial estiver povoado de anjos e demónios, demandas pelo santo graal, códigos desvendados e desenganados, mais vale fazer a apologia do que já não é novidade, mas sempre se deve degustar com prazer! Assim, aqui fica esta «Mancha Humana», de Philip Roth, enquanto não sai a tradução Portuguesa da sua mais recente obra «The Plot Against America».
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hoje no Suplemento de Cultura do Jornal dos Açores
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(Post Scriptum: a Adaptação Cinematográfica de «The Human Stain» com uma escanzelada Nicole Kidman e um incongruente Anthony Hopkins é mesmo Cinema Xunga)
PARCERIA
Às sextas-feiras, suplemento de cultura no Jornal dos Açores, em parceria e com a coordenação da MUU.
Sócrates é amigo!? Não, o Santana é que era!...
Ao terminar a crónica do 4º andar revisito a memória em busca daquilo que mais detestava na Capital (d' Choldra) - a Mediocridade do quotidiano!
quarta-feira, maio 25
Esquiços para uma ideia de açores VI
Quem é, então, o açoriano?
Os grandes traços do esqueleto açoriano foram já definidos. O afastamento das ilhas em relação aos continentes e centros de civilização e cultura que se resume em uma palavra - isolamento. O clima, na sua imprevisibilidade e propensão para a tormenta, mas e em simultâneo ameno e benigno. A terra, fértil, vulcânica, escarpada, verde. O mar, tanto amigo como inimigo, tanto horizonte como prisão. A formação do povo açoriano com a sua génese variada mas vincadamente portuguesa. O evoluir da vida arquipelágica com as ilhas afastadas uma das outras e onde a noção de arquipélago é apenas presente no grupo central o que levou a um desenvolvimento em nove ritmos diferentes. A agricultura como principal actividade e ocupação do povo e motor essencial da economia. A pesca como suplemento pontual. A organização social fortemente estratificada, numa pirâmide de privilégios onde poucos detêm muito e muitos se amanham com quase nada. É deste esboço que se vai desenhar o açoriano. Mais uma vez são poucos os trabalhos antropológicos, de sociologia, de psicologia, de história, existentes sobre o ser açoriano. De entre os que encontrei o mais significativo é sem dúvida o texto de Luís da Silva Ribeiro, Subsídios Para Um Ensaio Sobre a Açorianidade. O trabalho de Silva Ribeiro é, pela sua dimensão e acutilância, a melhor fonte para um esboço do carácter açoriano. Silva Ribeiro embrenha-se na cultura açoriana numa perspectiva antropológica e etnográfica na busca de traçar uma verdadeira etnogenia, palavra por si utilizada, do povo açoriano. Partindo de quatro traves mestras de relacionamento e sustentação faz Silva Ribeiro um retrato bastante expressivo e elucidativo do carácter açoriano. A primeira das suas preocupações é o binómio Vulcanismo e Religiosidade. Aliás, numa obra recente e bastante interessante, Deus um Itinerário do filósofo francês Régis Debray, a tese da ligação profunda entre o meio físico e a criação de uma ideia do divino é defendida com bastante sagacidade. Silva Ribeiro propõe um surgimento das fortes convicções religiosas do açoriano fruto da imprevisibilidade e grandeza de fenómenos naturais como erupções e sismos que provocam no ser humano uma «noção mais perfeita do que nunca, daquilo que é eterno e omnipotente». A religiosidade é um dos mais profundos aspectos do carácter insular e manifesta-se em inúmeros rituais e festividade populares cuja maior de todas é as Festividades do Senhor Espírito Santo e mantêm-se mesmo na diáspora. O segundo aspecto é a relação entre Humidade e Indolência. Ou como o clima vai amplificar o torpor próprio do português no açoriano. «O povo açoriano é indolente, posto que trabalhador por necessidade» diz Silva Ribeiro. E é no folclore, no cancioneiro, nas festas e bailes populares que se encontra inequivocamente esta apatia, as canções são arrastadas e lentas e com uma solenidade inusitada. As danças revelam um esforço e uma moleza peculiares. «...a nebulosidade e a tristeza da paisagem, combinadas talvez coma a monotonia do marulho da vaga e do horizonte sem fim do mar, dão ás almas um tom sombrio, que é, quanto ao espírito, coisa semelhante à indolência física.» De braço dado com a indolência o saudosismo que «impregna a alma açoriana». A isto junta-se a insularidade e o afastamento das ilhas em relação ao mundo: «Quando o continental se sentia dominar nos lugares mais afastados do mundo, nas ilhas caía-se no torpor do clima, debaixo do terror dos fenómenos vulcânicos e no jugo e exploração dos capitães donatários. Isto prova a sobrevivência, nas ilhas, das tradições com maior intensidade e tenacidade; pela separação da corrente principal dos ideais e dos factos, a tradição dos Açores mantêm-se quase na primitiva, enquanto que, no continente, sofre uma elaboração constante.» Conclui Silva Ribeiro: «Do conjunto de factos até aqui expostos, não obstante o seu restrito número e as inevitáveis lacunas provenientes da insuficiência de estudos preliminares indispensáveis, só parcial e superficialmente realizados, parece-me poder concluir-se que o meio insular actuou bastante no moral dos homens que em meados do século XV se fixaram nos Açores.
Essa actuação parece ter produzido mais modificações quantitativas do que qualitativas do carácter português.
Estão no primeiro caso o exagero do saudosismo, o aumento e transformação do espírito religioso, a atracção do mar, que tornou a emigração quase uma necessidade instintiva, a conservação de ideias, noções superstições e costumes desaparecidos já no Portugal continental ou em vias de desaparecerem.
Estão no segundo caso, de modificações qualitativas, a apatia e espírito de moderação, certo grau de subserviência, a substituição do lirismo pela sátira, a limitação do conceito de pátria com referência ao arquipélago e mais ainda à ilha da naturalidade.»
É este pois o melhor, mais completo e fundamentado retrato do ser açoriano. Não posso deixar de recomendar a sua leitura na totalidade (Subsídios Para Um Ensaio Sobre A Açorianidade de Luís da Silva Ribeiro) Este estudo embora publicado pela primeira vez em 1936 em fascículos no jornal Correio dos Açores e posteriormente coligido em livro, não se encontra de forma nenhuma datado. E se obviamente algumas alterações se registaram no açoriano nos últimos 70 anos tudo o que por Silva Ribeiro é descrito se mantêm ainda hoje na personalidade e carácter dos habitantes destas ilhas. E daqui parto para Nemésio, e porque esta inversão cronológica, porque se bem que tenha sido Vitorino Nemésio o patenteador em 1928 do termo Açorianidade, inspirado na hispanidade de Unamuno, parece-me que esta criação de Nemésio é mais uma invenção poética do que uma realidade sociológica e Silva Ribeiro é um dos fundamentos para esta minha sensação. Mas isso é a matéria do próximo post.
Bibliografia: para além do já amplamente citado trabalho de Silva Ribeiro e de outros referenciados em posts anteriores, os seguintes; Açorianidade e autonomia: páginas escolhidas, nota introd. Eduardo Ferraz da Rosa; recolha e selec. de textos Carlos Cordeiro, José Mendonça Brasil e Ávila, Eduardo Ferraz da Rosa, Ed. Signo; Ilhas Desconhecidas de Raul Brandão; A Identidade Cultural dos Açores de A. M. Machado Pires. Estes e outros textos sobre os Açores e Açorianidade podem ser encontrados no site da Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada.
Os grandes traços do esqueleto açoriano foram já definidos. O afastamento das ilhas em relação aos continentes e centros de civilização e cultura que se resume em uma palavra - isolamento. O clima, na sua imprevisibilidade e propensão para a tormenta, mas e em simultâneo ameno e benigno. A terra, fértil, vulcânica, escarpada, verde. O mar, tanto amigo como inimigo, tanto horizonte como prisão. A formação do povo açoriano com a sua génese variada mas vincadamente portuguesa. O evoluir da vida arquipelágica com as ilhas afastadas uma das outras e onde a noção de arquipélago é apenas presente no grupo central o que levou a um desenvolvimento em nove ritmos diferentes. A agricultura como principal actividade e ocupação do povo e motor essencial da economia. A pesca como suplemento pontual. A organização social fortemente estratificada, numa pirâmide de privilégios onde poucos detêm muito e muitos se amanham com quase nada. É deste esboço que se vai desenhar o açoriano. Mais uma vez são poucos os trabalhos antropológicos, de sociologia, de psicologia, de história, existentes sobre o ser açoriano. De entre os que encontrei o mais significativo é sem dúvida o texto de Luís da Silva Ribeiro, Subsídios Para Um Ensaio Sobre a Açorianidade. O trabalho de Silva Ribeiro é, pela sua dimensão e acutilância, a melhor fonte para um esboço do carácter açoriano. Silva Ribeiro embrenha-se na cultura açoriana numa perspectiva antropológica e etnográfica na busca de traçar uma verdadeira etnogenia, palavra por si utilizada, do povo açoriano. Partindo de quatro traves mestras de relacionamento e sustentação faz Silva Ribeiro um retrato bastante expressivo e elucidativo do carácter açoriano. A primeira das suas preocupações é o binómio Vulcanismo e Religiosidade. Aliás, numa obra recente e bastante interessante, Deus um Itinerário do filósofo francês Régis Debray, a tese da ligação profunda entre o meio físico e a criação de uma ideia do divino é defendida com bastante sagacidade. Silva Ribeiro propõe um surgimento das fortes convicções religiosas do açoriano fruto da imprevisibilidade e grandeza de fenómenos naturais como erupções e sismos que provocam no ser humano uma «noção mais perfeita do que nunca, daquilo que é eterno e omnipotente». A religiosidade é um dos mais profundos aspectos do carácter insular e manifesta-se em inúmeros rituais e festividade populares cuja maior de todas é as Festividades do Senhor Espírito Santo e mantêm-se mesmo na diáspora. O segundo aspecto é a relação entre Humidade e Indolência. Ou como o clima vai amplificar o torpor próprio do português no açoriano. «O povo açoriano é indolente, posto que trabalhador por necessidade» diz Silva Ribeiro. E é no folclore, no cancioneiro, nas festas e bailes populares que se encontra inequivocamente esta apatia, as canções são arrastadas e lentas e com uma solenidade inusitada. As danças revelam um esforço e uma moleza peculiares. «...a nebulosidade e a tristeza da paisagem, combinadas talvez coma a monotonia do marulho da vaga e do horizonte sem fim do mar, dão ás almas um tom sombrio, que é, quanto ao espírito, coisa semelhante à indolência física.» De braço dado com a indolência o saudosismo que «impregna a alma açoriana». A isto junta-se a insularidade e o afastamento das ilhas em relação ao mundo: «Quando o continental se sentia dominar nos lugares mais afastados do mundo, nas ilhas caía-se no torpor do clima, debaixo do terror dos fenómenos vulcânicos e no jugo e exploração dos capitães donatários. Isto prova a sobrevivência, nas ilhas, das tradições com maior intensidade e tenacidade; pela separação da corrente principal dos ideais e dos factos, a tradição dos Açores mantêm-se quase na primitiva, enquanto que, no continente, sofre uma elaboração constante.» Conclui Silva Ribeiro: «Do conjunto de factos até aqui expostos, não obstante o seu restrito número e as inevitáveis lacunas provenientes da insuficiência de estudos preliminares indispensáveis, só parcial e superficialmente realizados, parece-me poder concluir-se que o meio insular actuou bastante no moral dos homens que em meados do século XV se fixaram nos Açores.
Essa actuação parece ter produzido mais modificações quantitativas do que qualitativas do carácter português.
Estão no primeiro caso o exagero do saudosismo, o aumento e transformação do espírito religioso, a atracção do mar, que tornou a emigração quase uma necessidade instintiva, a conservação de ideias, noções superstições e costumes desaparecidos já no Portugal continental ou em vias de desaparecerem.
Estão no segundo caso, de modificações qualitativas, a apatia e espírito de moderação, certo grau de subserviência, a substituição do lirismo pela sátira, a limitação do conceito de pátria com referência ao arquipélago e mais ainda à ilha da naturalidade.»
É este pois o melhor, mais completo e fundamentado retrato do ser açoriano. Não posso deixar de recomendar a sua leitura na totalidade (Subsídios Para Um Ensaio Sobre A Açorianidade de Luís da Silva Ribeiro) Este estudo embora publicado pela primeira vez em 1936 em fascículos no jornal Correio dos Açores e posteriormente coligido em livro, não se encontra de forma nenhuma datado. E se obviamente algumas alterações se registaram no açoriano nos últimos 70 anos tudo o que por Silva Ribeiro é descrito se mantêm ainda hoje na personalidade e carácter dos habitantes destas ilhas. E daqui parto para Nemésio, e porque esta inversão cronológica, porque se bem que tenha sido Vitorino Nemésio o patenteador em 1928 do termo Açorianidade, inspirado na hispanidade de Unamuno, parece-me que esta criação de Nemésio é mais uma invenção poética do que uma realidade sociológica e Silva Ribeiro é um dos fundamentos para esta minha sensação. Mas isso é a matéria do próximo post.
Bibliografia: para além do já amplamente citado trabalho de Silva Ribeiro e de outros referenciados em posts anteriores, os seguintes; Açorianidade e autonomia: páginas escolhidas, nota introd. Eduardo Ferraz da Rosa; recolha e selec. de textos Carlos Cordeiro, José Mendonça Brasil e Ávila, Eduardo Ferraz da Rosa, Ed. Signo; Ilhas Desconhecidas de Raul Brandão; A Identidade Cultural dos Açores de A. M. Machado Pires. Estes e outros textos sobre os Açores e Açorianidade podem ser encontrados no site da Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada.
Infelizmente,
ainda não foi desta que fui ver o 3º Capítulo das STARWARS. Mas, passei pelo CdG e pasmei com a desonestidade intelectual de Miguel Monjardino cuja única preocupação pairava junto do eleitorado socialista - a pequena burguesia (!???) - que não está à espera das medidas difíceis que o governo irá impor ao país (!???). Desisti. Quem não suportou os apartes, quanto a mim desenquadrados do programa, foi a ARDEMARES. Não concordo com a discussão, em si, mas estou de acordo com esta clarificação.
MAIS UM INÚTIL INQUÉRITO!
...
anda por aí na net um pueril inquérito em cadeia que pretende bisbilhotar os último livros que lemos e outras intimidades bibliófilas! Em alternativa e via TAPORNUMPORCO recomendo a sugestão de
À ESPERA DE GODOT...
11º: Não quebrarás correntes
1 - Não podendo sair do Abrupto, que blog quererias ser?
R.- Não entendo a pergunta. «Não podendo sair»? Como assim?
2 - Já alguma vez ficaste apanhado por um blog de ficção?
R - Tirando o Abrupto, o Aviz e os tipos do Blasfémias, não são todos pura ficção? Mas enfim, apanhado, apanhado, assim como quem diz «apanhado», não.
3 - Qual foi o último blog que leste?
R.- Leio umas dezenas por dia, quanto mais não seja na diagonal. Nisso, sou eu e o Marcelo Rebelo de Sousa, mal «acomparado»; ele é mais livros a granel, blogs nem por isso. Exactamente o último blog que li, deixa cá ver, ah, foi o Azul Cobalto. «Mais do que quantas letras as embrulham, importa quanto coração encerram as palavras» (cito de copy/paste).
4 - Qual o último que leste?
R.- Outra vez? Este inquérito tem perguntas em estéreo?
5 - Que blogs estás a ler?
R - Mau. Que merda vem a ser essa agora? Passaste-te dos carretos? Como posso eu estar a ler blogs se estou aqui a responder a estas perguntinhas da treta?
6 - Que 5 bloggers levarias para uma ilha deserta?
R - Bem, não as conheço pessoalmente. Ora aí está uma pergunta de fino recorte, salvo seja. Mas tá bem. Ora vejamos. Não querendo ser injusto, e não é fácil avaliar o material apenas pela maneira de escrever... ok: aaaah. Não posso responder. Peço desculpa. Seria deselegante. Um cavalheiro não expõe assim as suas damas ou, melhor dito, as damas de sua preferência. Vai-te catar, aí tens. Sem ofensa, claro.
7 - A que 3 pessoas vais passar este testemunho?
R - Eu? Moi? Passar? Bem me parecia que tu é que te tinhas passado. Nem que a vaca tussa! Há por aí uns quantos blogs que não gramo nem um bocadinho, mas nunca por nunca lhes faria uma tal maldade. E porquê três? Porque foi a conta que Deus fez, ou o caraças? Tem juízo. Mete mas é o inquérito algures, olha, por exemplo, where the sun never shines!
...
anda por aí na net um pueril inquérito em cadeia que pretende bisbilhotar os último livros que lemos e outras intimidades bibliófilas! Em alternativa e via TAPORNUMPORCO recomendo a sugestão de
À ESPERA DE GODOT...
11º: Não quebrarás correntes
1 - Não podendo sair do Abrupto, que blog quererias ser?
R.- Não entendo a pergunta. «Não podendo sair»? Como assim?
2 - Já alguma vez ficaste apanhado por um blog de ficção?
R - Tirando o Abrupto, o Aviz e os tipos do Blasfémias, não são todos pura ficção? Mas enfim, apanhado, apanhado, assim como quem diz «apanhado», não.
3 - Qual foi o último blog que leste?
R.- Leio umas dezenas por dia, quanto mais não seja na diagonal. Nisso, sou eu e o Marcelo Rebelo de Sousa, mal «acomparado»; ele é mais livros a granel, blogs nem por isso. Exactamente o último blog que li, deixa cá ver, ah, foi o Azul Cobalto. «Mais do que quantas letras as embrulham, importa quanto coração encerram as palavras» (cito de copy/paste).
4 - Qual o último que leste?
R.- Outra vez? Este inquérito tem perguntas em estéreo?
5 - Que blogs estás a ler?
R - Mau. Que merda vem a ser essa agora? Passaste-te dos carretos? Como posso eu estar a ler blogs se estou aqui a responder a estas perguntinhas da treta?
6 - Que 5 bloggers levarias para uma ilha deserta?
R - Bem, não as conheço pessoalmente. Ora aí está uma pergunta de fino recorte, salvo seja. Mas tá bem. Ora vejamos. Não querendo ser injusto, e não é fácil avaliar o material apenas pela maneira de escrever... ok: aaaah. Não posso responder. Peço desculpa. Seria deselegante. Um cavalheiro não expõe assim as suas damas ou, melhor dito, as damas de sua preferência. Vai-te catar, aí tens. Sem ofensa, claro.
7 - A que 3 pessoas vais passar este testemunho?
R - Eu? Moi? Passar? Bem me parecia que tu é que te tinhas passado. Nem que a vaca tussa! Há por aí uns quantos blogs que não gramo nem um bocadinho, mas nunca por nunca lhes faria uma tal maldade. E porquê três? Porque foi a conta que Deus fez, ou o caraças? Tem juízo. Mete mas é o inquérito algures, olha, por exemplo, where the sun never shines!
...
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
...
«Estou à vontade para denunciar e ser contra a limitação de mandatos em qualquer cargo que resulte de eleição pela soberania popular.Com a «limitação» de mandatos pretende-se eliminar os políticos de fora de Lisboa que, com prestígio acumulado que a renovação sucessiva de mandatos democraticamente comprova, são os únicos ainda com alguma «força» para «bater o pé» à vergonhosa centralização do poder em Lisboa, e às centrais partidárias aí residentes. É uma medida anti-democrática, de reforço do centralismo e da partidocracia patética que os Portugueses gramam.»
Alberto João Jardim, terça-feira, 17 de Maio, no Diabo
«Humor dos «Gatos» no Teatro Micaelense.».«
1ª Página do Açoriano Oriental, sexta-feira, 20 de Maio
«Recentemente, no âmbito da Semana Nacional da Cerveja, a Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja, promoveu um evento em que deu a conhecer os efeitos moderados dessa bebida na prevenção da osteoporose, cancro da mama e obesidade.»
...21 de Maio, Sábado, na revista Xis Ideias para Pensar
«Sr. Primeiro-Ministro: Você, que já fumou «ganza», faça alguma coisa por «esta matéria».»
Gimba, Sábado, 21 de Maio, na Capital
«Luís Filipe Borges é bom, mas não é telegénico nem carismático... concentrando-me agora em particular no formato, devo dizer que achei que o programa (A Revolta dos Pastéis de Nata) falhou em toda a linha. Maus convidados, pessoas feias na assistência, má iluminação-logo-mau ambiente de estúdio, muitos squetches, muitos maus, muita descontinuidade que as piadas excessivamente intelectuais do Luís Filipe Borges não ligavam (no sentido culinário). Para além disso, o estúdio estava feio, o LFB estava feio, mal-vestido, não beneficiado com a boina que teima em usar, menos-beneficiado-ainda com um casaco a enchumaçar o seu tronco grande e avantajado (herança do tempo em que LFB andava indeciso entre ser actor, governador da Califórnia ou o próprio Schwarzenegger lá do ginásio).»
Pedro Castro, Domingo, 22 de Maio, na Capital
«Os chineses, os Indianos e outros, sabem bem que os consumidores preferem consumir sem ser consumidos - e quem julgue o contrário, é melhor fechar a porta.»
Vasco Garcia, segunda-feira, 23 de Maio, no Açoriano Oriental
«Nós não podemos reduzir o País à Economia e às Finanças»
Pedro Arruda, terça-feira, 24 de Maio, no Choque de Gerações
...
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«Estou à vontade para denunciar e ser contra a limitação de mandatos em qualquer cargo que resulte de eleição pela soberania popular.Com a «limitação» de mandatos pretende-se eliminar os políticos de fora de Lisboa que, com prestígio acumulado que a renovação sucessiva de mandatos democraticamente comprova, são os únicos ainda com alguma «força» para «bater o pé» à vergonhosa centralização do poder em Lisboa, e às centrais partidárias aí residentes. É uma medida anti-democrática, de reforço do centralismo e da partidocracia patética que os Portugueses gramam.»
Alberto João Jardim, terça-feira, 17 de Maio, no Diabo
«Humor dos «Gatos» no Teatro Micaelense.».«
1ª Página do Açoriano Oriental, sexta-feira, 20 de Maio
«Recentemente, no âmbito da Semana Nacional da Cerveja, a Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja, promoveu um evento em que deu a conhecer os efeitos moderados dessa bebida na prevenção da osteoporose, cancro da mama e obesidade.»
...21 de Maio, Sábado, na revista Xis Ideias para Pensar
«Sr. Primeiro-Ministro: Você, que já fumou «ganza», faça alguma coisa por «esta matéria».»
Gimba, Sábado, 21 de Maio, na Capital
«Luís Filipe Borges é bom, mas não é telegénico nem carismático... concentrando-me agora em particular no formato, devo dizer que achei que o programa (A Revolta dos Pastéis de Nata) falhou em toda a linha. Maus convidados, pessoas feias na assistência, má iluminação-logo-mau ambiente de estúdio, muitos squetches, muitos maus, muita descontinuidade que as piadas excessivamente intelectuais do Luís Filipe Borges não ligavam (no sentido culinário). Para além disso, o estúdio estava feio, o LFB estava feio, mal-vestido, não beneficiado com a boina que teima em usar, menos-beneficiado-ainda com um casaco a enchumaçar o seu tronco grande e avantajado (herança do tempo em que LFB andava indeciso entre ser actor, governador da Califórnia ou o próprio Schwarzenegger lá do ginásio).»
Pedro Castro, Domingo, 22 de Maio, na Capital
«Os chineses, os Indianos e outros, sabem bem que os consumidores preferem consumir sem ser consumidos - e quem julgue o contrário, é melhor fechar a porta.»
Vasco Garcia, segunda-feira, 23 de Maio, no Açoriano Oriental
«Nós não podemos reduzir o País à Economia e às Finanças»
Pedro Arruda, terça-feira, 24 de Maio, no Choque de Gerações
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Passada uma semana da Grande Entrevista de Judite de Sousa com Santana Lopes (ex-1º Ministro) e nem um post ou uma linha sobre a coisa. Será que ninguém viu!? Ou foi mau demais para ter lugar a comentários!?
terça-feira, maio 24
O único inquérito a que interessa responder
Anda aí uma malta a responder a um inquérito sobre livros, ilhas e outras coisas menores. Uma perda de tempo. Por isso, criámos um inquérito - o inquérito QF - em que as pessoas podem finalmente escrever sobre aquilo que é importante para as suas vidas - e para a humanidade, em geral. Aqui vai:
Pois aqui vão as minhas preferidas em resposta a uma vingança do meu mui querido amigo PAS [link, link, link].
Se tivesses de ser uma lista de cinco músicas, como as do High-Fidelity, qual serias?
suponho que tenham que ser canções pop por isso serão estas cinco pérolas:
Mr Bojangles
Purple Rain
So tell the girls iam back in town
1979
Don't Steel Our Sun
Já alguma vez ficaste apanhadinho por um personagem pop?
Britney Spears, por razões totalmente não musicais.
Qual é a melhor linha de baixo, o melhor riff de guitarra e o melhor break de bateria, que já ouviste?
linha de baixo: Seven Nation Army by The White Stripes
riff de guitarra: When Doves Cry by Prince
break de bateria: No One Knows by Queens of the Stone Age
Qual foi o último disco que compraste?
acabado de chegar de Lisboa e como não gasto dinheiro em cigarros, aqui vai a lista:
Pushin On by The Quantic Soul Orchestra
I am a bird Now by Antony and the Johnsons
The Crying Room by Perry Blake
?When I Said I Wanted To Be Your Dog? by Jens Lekman
Soul Gospel by Various Artists
Arular by M.I.A.
DJ-Kicks by The Glimmers
Qual é o último disco a que davas 5 estrelas?
I am a bird Now by Antony and the Johnsons
Que discos andas a ouvir?
todos os mencionados anteriormente mais uma catrafada de outros.
Cinco discos que levarias para uma ilha deserta?
não consigo escolher, acho que preferia não levar nenhum a ter que escolher só cinco, é impossível.
Três pessoas a quem vais passar o testemunho e porquê?
ao meu primo ZB, por razões óbvias. Ao meu camarada Alexandre Pascoal, também por razões óbvias e ao melancómico e também Quase Famoso, Nuno Costa Santos, obviamente.
Pois aqui vão as minhas preferidas em resposta a uma vingança do meu mui querido amigo PAS [link, link, link].
Se tivesses de ser uma lista de cinco músicas, como as do High-Fidelity, qual serias?
suponho que tenham que ser canções pop por isso serão estas cinco pérolas:
Mr Bojangles
Purple Rain
So tell the girls iam back in town
1979
Don't Steel Our Sun
Já alguma vez ficaste apanhadinho por um personagem pop?
Britney Spears, por razões totalmente não musicais.
Qual é a melhor linha de baixo, o melhor riff de guitarra e o melhor break de bateria, que já ouviste?
linha de baixo: Seven Nation Army by The White Stripes
riff de guitarra: When Doves Cry by Prince
break de bateria: No One Knows by Queens of the Stone Age
Qual foi o último disco que compraste?
acabado de chegar de Lisboa e como não gasto dinheiro em cigarros, aqui vai a lista:
Pushin On by The Quantic Soul Orchestra
I am a bird Now by Antony and the Johnsons
The Crying Room by Perry Blake
?When I Said I Wanted To Be Your Dog? by Jens Lekman
Soul Gospel by Various Artists
Arular by M.I.A.
DJ-Kicks by The Glimmers
Qual é o último disco a que davas 5 estrelas?
I am a bird Now by Antony and the Johnsons
Que discos andas a ouvir?
todos os mencionados anteriormente mais uma catrafada de outros.
Cinco discos que levarias para uma ilha deserta?
não consigo escolher, acho que preferia não levar nenhum a ter que escolher só cinco, é impossível.
Três pessoas a quem vais passar o testemunho e porquê?
ao meu primo ZB, por razões óbvias. Ao meu camarada Alexandre Pascoal, também por razões óbvias e ao melancómico e também Quase Famoso, Nuno Costa Santos, obviamente.
UMA CAMPANHA ALEGRE
O «Expresso», - jornal de referência para a mediania dos Portugueses que ainda lêem jornais, tantas vezes na vã busca de querer saber mais -, na sua edição de 14 de Maio focava na 1ª página os «exercícios» e os «conteúdos programáticos» dos Manuais Oficiais de Educação Sexual a ministrar a petizes entre os dez e os doze anos. Não fosse o entorpecimento do politicamente correcto, que tem esclerosado a massa crítica da nossa sociedade, e estes Manuais do Ministério da Educação e da Saúde seriam motivo de veemente condenação ou de recorrente chacota!
Alguns exercícios destes Manuais de Educação Sexual, considerados por alguns «especialistas» um atentado à fantasia e à inocência, aparentam uma co-autoria de associações arrivistas como a Opus Gay e terão, porventura, o alto patrocínio da ILGA - Associação Internacional de Gays e Lésbicas -... uma espécie de «internacional» ao serviço da causa!
Efectivamente, só uma eventual parceria com essas luminárias que tanto prezam o chavão do «todos diferentes/todos iguais», justificará, por exemplo, um exercício de performance dramática em que os meninos e meninas, do 2º e 3º ciclo, são confrontados para o debate com uma gravura com três tipologias de casais: um casal gay, outro lésbico e por fim um casal heterossexual... este, sendo a terceira escolha no campo visual da gravura, carrega com tal mensagem subliminar a distorção de ser uma espécie de terceiro género! Dito de outro modo, estas garotices pedagógicas têm o arrojo de fazer da regra a excepção e vice-versa! Estes jogos entre adultos não merecem qualquer tratamento desigualitário e é hoje ponto assente que todos somos iguais perante a lei. Porém, impor administrativamente uma educação sexual sem qualquer co-responsabilização parental, e condicionar os nossos filhos ao serviço de uma ideologia que professa uma tirania igualitária, arrepia por certo a maioria dos «encarregados-de-educação». A esta tirania da igualdade coligou-se, nesta congeminação dos novos Manuais de Educação Sexual, o dogma do relativismo cultural.
Neste delírio ou perversão oficial vai-se ao ponto de serem sugeridas fichas de trabalho em que os professores e os seus meninos e meninas partiriam à descoberta dos prazeres do sexo, sempre patrocinados pelo Ministério da Educação e da Saúde, devendo o professor questionar os seus alunos onde se tocam, como o fazem e se o fazem sozinhos ou em grupo!!!
Mesmo para os espíritos mais liberais isto não é Educação Sexual sendo, contudo, o préstimo de tais «manuais», «fichas» e «sugestões de trabalho», e demais tralha do género, um excelente tema para uma paródia da ditadura do politicamente correcto, ou para uma rábula da trupe do Gato Fedorento! Estes sim, são especialistas, idolatrados pelo respectivo «público-alvo», com pergaminhos na análise de questões fracturantes; por exemplo, a páginas 94 e seguintes do mais recente «Tratado» do Gato Fedorento escreve, e bem, Ricardo Araújo Pereira: «Chamem-me reaccionário, mas sou contra a adopção de crianças por casais heterossexuais. Atenção: não tenho nada contra os heterossexuais. Tenho muitos amigos heterossexuais, e eu próprio sou um. Mas acho que a nossa sociedade ainda não está preparada para isso. Primeiro, as consequências são imprevisíveis. Recordo aqui que todos os homossexuais que conheço foram criados por casais heterossexuais. Sem querer ser preconceituoso, esse é um factor a ter em conta, uma vez que a sexualidade das crianças pode estar a ser condicionada desde muito cedo, o que é inaceitável»
Todavia, e apesar da sátira, a Educação Sexual é uma matéria transversal que bem pode calhar nas mãos de qualquer professor e em qualquer disciplina do 1º ao 12º anos de escolaridade. Ora, enquanto tivermos este tipo de «divertissement» pedagógico, que não é Educação Sexual, talvez se perceba que os mais recentes estudos e investigação de campo da Sociedade Portuguesa de Ginecologia indicam que há já em determinados meios urbanos uma percentagem elevada de jovens que recorrem usualmente à pílula do dia seguinte, ignorando por completo o uso do preservativo ou de qualquer outro contraceptivo! Assim, se quisermos arrepiar caminho, formando jovens adultos sérios e responsáveis, será preciso mais do que este tipo de reforma educativa que mais parece uma ridícula campanha alegre!
JNAS
...
in Jornal dos Açores, Terça-Feira 29 de Maio ; para saber mais e ver os «bonecos» CLIQUE AQUI!
...
Alguns exercícios destes Manuais de Educação Sexual, considerados por alguns «especialistas» um atentado à fantasia e à inocência, aparentam uma co-autoria de associações arrivistas como a Opus Gay e terão, porventura, o alto patrocínio da ILGA - Associação Internacional de Gays e Lésbicas -... uma espécie de «internacional» ao serviço da causa!
Efectivamente, só uma eventual parceria com essas luminárias que tanto prezam o chavão do «todos diferentes/todos iguais», justificará, por exemplo, um exercício de performance dramática em que os meninos e meninas, do 2º e 3º ciclo, são confrontados para o debate com uma gravura com três tipologias de casais: um casal gay, outro lésbico e por fim um casal heterossexual... este, sendo a terceira escolha no campo visual da gravura, carrega com tal mensagem subliminar a distorção de ser uma espécie de terceiro género! Dito de outro modo, estas garotices pedagógicas têm o arrojo de fazer da regra a excepção e vice-versa! Estes jogos entre adultos não merecem qualquer tratamento desigualitário e é hoje ponto assente que todos somos iguais perante a lei. Porém, impor administrativamente uma educação sexual sem qualquer co-responsabilização parental, e condicionar os nossos filhos ao serviço de uma ideologia que professa uma tirania igualitária, arrepia por certo a maioria dos «encarregados-de-educação». A esta tirania da igualdade coligou-se, nesta congeminação dos novos Manuais de Educação Sexual, o dogma do relativismo cultural.
Neste delírio ou perversão oficial vai-se ao ponto de serem sugeridas fichas de trabalho em que os professores e os seus meninos e meninas partiriam à descoberta dos prazeres do sexo, sempre patrocinados pelo Ministério da Educação e da Saúde, devendo o professor questionar os seus alunos onde se tocam, como o fazem e se o fazem sozinhos ou em grupo!!!
Mesmo para os espíritos mais liberais isto não é Educação Sexual sendo, contudo, o préstimo de tais «manuais», «fichas» e «sugestões de trabalho», e demais tralha do género, um excelente tema para uma paródia da ditadura do politicamente correcto, ou para uma rábula da trupe do Gato Fedorento! Estes sim, são especialistas, idolatrados pelo respectivo «público-alvo», com pergaminhos na análise de questões fracturantes; por exemplo, a páginas 94 e seguintes do mais recente «Tratado» do Gato Fedorento escreve, e bem, Ricardo Araújo Pereira: «Chamem-me reaccionário, mas sou contra a adopção de crianças por casais heterossexuais. Atenção: não tenho nada contra os heterossexuais. Tenho muitos amigos heterossexuais, e eu próprio sou um. Mas acho que a nossa sociedade ainda não está preparada para isso. Primeiro, as consequências são imprevisíveis. Recordo aqui que todos os homossexuais que conheço foram criados por casais heterossexuais. Sem querer ser preconceituoso, esse é um factor a ter em conta, uma vez que a sexualidade das crianças pode estar a ser condicionada desde muito cedo, o que é inaceitável»
Todavia, e apesar da sátira, a Educação Sexual é uma matéria transversal que bem pode calhar nas mãos de qualquer professor e em qualquer disciplina do 1º ao 12º anos de escolaridade. Ora, enquanto tivermos este tipo de «divertissement» pedagógico, que não é Educação Sexual, talvez se perceba que os mais recentes estudos e investigação de campo da Sociedade Portuguesa de Ginecologia indicam que há já em determinados meios urbanos uma percentagem elevada de jovens que recorrem usualmente à pílula do dia seguinte, ignorando por completo o uso do preservativo ou de qualquer outro contraceptivo! Assim, se quisermos arrepiar caminho, formando jovens adultos sérios e responsáveis, será preciso mais do que este tipo de reforma educativa que mais parece uma ridícula campanha alegre!
JNAS
...
in Jornal dos Açores, Terça-Feira 29 de Maio ; para saber mais e ver os «bonecos» CLIQUE AQUI!
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segunda-feira, maio 23
weekend postcards
Domingo. Fim de tarde. Praia do Pópulo. Um fim-de-semana de mar, azul, praia e de alguns fedorentos.
... (2)
Sai um parceiro de blog. Sai um Campeão de Bola de 2ª. E nada de Sair o novo template deste blog!
Lua Cheia . Nação Vermelha
Se fosse só pelo futebol, nem publicava este post. Mas o Benfica consegue ser mais do que isso, é uma família a que me orgulho de pertencer desde menino e moço. Desde que o meu pai, sportinguista da geração dos cinco violinos, me levava de eléctrico até ao velho José de Alvalade para assistir a jogos contra equipas que hoje já desapareceram do mapa, engolidas no pântano dos Distritais, como o Atlético da Tapadinha, ou a Sanjoanense, por exemplo.
Sou do contra, bem entendido, mas houve outros factores que me empurraram para o Benfica: o mais decisivo, sem qualquer margem de dúvida, chamava-se Eusébio e o seu marisco preferido era o tremoço. Além disso, há muito, muito tempo atrás, quando começaram a chegar ao nosso campeonato as vedetas estrangeiras, o Teófilo Cubillas, que era peruano e jogou no Porto, ou o Hector Yazalde, que veio das pampas argentinas para o Sporting, o Benfica fazia gala em só ter jogadores portugueses.
Não me tenho na conta de lampião, no sentido taxista do termo, nem fui mais de cinco vezes bem contadas ao Estádio da Luz em toda a minha vida, mas sou um benfiquista sadio cuja têmpera se enrijeceu nestes anos de jejum. É nas travessias do deserto que se avalia o nervo de um clube. O meu Benfica da América, os Boston Red Sox, esteve oitenta e sete anos sem ganhar qualquer título, mas até por isso os seus adeptos têm uma mística inigualável nos USA e foi um consolo estar em Boston quando aí se festejou a conquista da World Series em 2004.
Ao contrário da Red Sox Nation, cujas fronteiras coincidem praticamente com a área da Nova Inglaterra, a nação benfiquista extravasa para fora de Lisboa e do próprio país. Hoje à noite houve festa um pouco por todo o lado, de Díli a São Paulo, passando por Luanda e pelo Mindelo, isto para não falar de outras geografias mais óbvias e das diversas colmeias urbanas formadas pela diáspora portuguesa.
Diz-se, do Benfica, que é Portugal. Nada disso, é do tamanho da língua portuguesa. Talvez seja essa a razão do meu benfiquismo. Não é preciso sair de casa. Ou por outra, não importa em que rua, está-se sempre em casa.
Sou do contra, bem entendido, mas houve outros factores que me empurraram para o Benfica: o mais decisivo, sem qualquer margem de dúvida, chamava-se Eusébio e o seu marisco preferido era o tremoço. Além disso, há muito, muito tempo atrás, quando começaram a chegar ao nosso campeonato as vedetas estrangeiras, o Teófilo Cubillas, que era peruano e jogou no Porto, ou o Hector Yazalde, que veio das pampas argentinas para o Sporting, o Benfica fazia gala em só ter jogadores portugueses.
Não me tenho na conta de lampião, no sentido taxista do termo, nem fui mais de cinco vezes bem contadas ao Estádio da Luz em toda a minha vida, mas sou um benfiquista sadio cuja têmpera se enrijeceu nestes anos de jejum. É nas travessias do deserto que se avalia o nervo de um clube. O meu Benfica da América, os Boston Red Sox, esteve oitenta e sete anos sem ganhar qualquer título, mas até por isso os seus adeptos têm uma mística inigualável nos USA e foi um consolo estar em Boston quando aí se festejou a conquista da World Series em 2004.
Ao contrário da Red Sox Nation, cujas fronteiras coincidem praticamente com a área da Nova Inglaterra, a nação benfiquista extravasa para fora de Lisboa e do próprio país. Hoje à noite houve festa um pouco por todo o lado, de Díli a São Paulo, passando por Luanda e pelo Mindelo, isto para não falar de outras geografias mais óbvias e das diversas colmeias urbanas formadas pela diáspora portuguesa.
Diz-se, do Benfica, que é Portugal. Nada disso, é do tamanho da língua portuguesa. Talvez seja essa a razão do meu benfiquismo. Não é preciso sair de casa. Ou por outra, não importa em que rua, está-se sempre em casa.
I'm back
e tal como previsto aterrei nos Açores já com o Benfica campeão.
yes
yes
Benfica sagra-se campeão nacional no Bessa
Feriado nacional
Xeque-mate no Bessa!!! O Benfica conseguiu empatar a um golo no estádio do Boavista e arrebatou o seu 31º título nacional. Foi uma exibição de garra do campeão e nem um grande Boavista conseguiu quebrar a onda vermelha. Assim, 11 anos depois o Benfica está de volta aos grandes momentos. Quanto à festa, pois, quem não vai gostar nada serão os patrões... É que às 21 horas começou aquilo a que se pode chamar de... feriado nacional.
domingo, maio 22
Crise Sísmica (3)
A crise sísmica mantêm-se estacionária. De qualquer modo aqui ficam alguns dados que permitem contextualizar alguma da informação veiculada. in Diciopédia 2005
ARNALDO
Fajã de Baixo, Ponta Delgada, São Miguel, Açores, Portugal, UE
A tasca abriu com o nascer do dia e desde daí tenho um Lampião a berrar - Campeeeão! Sinto que está na altura de sair de casa...e regressar tarde, muito tarde.
A tasca abriu com o nascer do dia e desde daí tenho um Lampião a berrar - Campeeeão! Sinto que está na altura de sair de casa...e regressar tarde, muito tarde.
A Reciclagem
também passa por aqui. Mas, se alguns já reclamam falar 5 línguas com esta medida não há quem os cale!...
sábado, maio 21
...
Tenho muito mais, do que isto, para dizer ao António José de qualquer modo - o prazer foi Nosso!...
sexta-feira, maio 20
Em jeito de despedida...
BALADA DO PAÍS QUE DÓI
O barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o corpo cai
o corpo dói
português vai
português cai
o barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o país cai
o país doi
o tempo vai
o tempo dói
português cai
português vai
português sai
português dói
CALADOS
Bateu à porta o agente
mostrou o cartão e disse
fomos informados.
Ana Hatherly, " Balada do país que dói" (1964-1966)
.
O barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o corpo cai
o corpo dói
português vai
português cai
o barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o país cai
o país doi
o tempo vai
o tempo dói
português cai
português vai
português sai
português dói
CALADOS
Bateu à porta o agente
mostrou o cartão e disse
fomos informados.
Ana Hatherly, " Balada do país que dói" (1964-1966)
.
Ciau! Eu estarei por aí!
Foi uma verdadeira honra e um profundo e, quase sempre, agradável prazer ter partilhado este espaço. Agradeço-vos, do fundo do meu coração, e vocês sabem que, no meu caso, essa é uma distância considerável. A todos os outros, que tiveram pachorra para nos acompanhar, não imaginam quanto me ensinaram.
Imitando a ameaça do grande Santana Lopes, repito:
Meus amigos! Não se preocupem, pois uma coisa vos garanto! Eu estarei por aí!
Ciau
Imitando a ameaça do grande Santana Lopes, repito:
Meus amigos! Não se preocupem, pois uma coisa vos garanto! Eu estarei por aí!
Ciau
GATO FEDORENTO
...
...
...num rigoroso exclusivo, o Ilhas, orgulhosamente, anuncia que o Gato Fedorento está entre nós !!! Inspirados pelo exemplo da edição do nosso livro, aquando da I Grande Gala do Blog Ilhas, a equipa de Tiago Dores, Ricardo Araújo Pereira, Zé Diogo Quintela e Miguel Góis, resolveu editar em livro o Blog do Gato Fedorento. Como se tal não bastasse também nos copiaram agendando o lançamento do livro na Livraria Bertrand de Ponta Delgada...amanhã ás 17 horas ...e a malta do Ilhas nem sequer um convite ou um livrinho grátis para publicitar estes Gatos no nosso blog ! Tá mal, ele há gajos que falam, falam, falam e depois não fazem nada ! É claro que um gajo fica chateado ! Ah...
...Ainda amanhã a trupe do Gato Fedorento tem casa cheia no Coliseu Micaelense num espectáculo único às 21 horas e 30 minutos...façam uma colecta com os amigos e comprem lugares de camarote que os restantes já esgotaram...
...Porém,fica sempre a alternativa do livro e do blog ! Aliás, recomendo vivamente o livro à blogoesfera local e espero que esta pandilha do Gato Açoriano ajude a repensar os Açores...aqui fica um esquiço dos ditos, numa entrada de 23 de Junho de 2003 : Vantagens da Insularidade, escreve Zé Diogo Quintela , « Estive nos Açores. Nas ilhas, o Expresso só chega sábado à tarde. Tenho inveja dos açorianos : não se deixam enganar. a essa hora, as notícias, já foram todas desmentidas !»...
...
...num rigoroso exclusivo, o Ilhas, orgulhosamente, anuncia que o Gato Fedorento está entre nós !!! Inspirados pelo exemplo da edição do nosso livro, aquando da I Grande Gala do Blog Ilhas, a equipa de Tiago Dores, Ricardo Araújo Pereira, Zé Diogo Quintela e Miguel Góis, resolveu editar em livro o Blog do Gato Fedorento. Como se tal não bastasse também nos copiaram agendando o lançamento do livro na Livraria Bertrand de Ponta Delgada...amanhã ás 17 horas ...e a malta do Ilhas nem sequer um convite ou um livrinho grátis para publicitar estes Gatos no nosso blog ! Tá mal, ele há gajos que falam, falam, falam e depois não fazem nada ! É claro que um gajo fica chateado ! Ah...
...Ainda amanhã a trupe do Gato Fedorento tem casa cheia no Coliseu Micaelense num espectáculo único às 21 horas e 30 minutos...façam uma colecta com os amigos e comprem lugares de camarote que os restantes já esgotaram...
...Porém,fica sempre a alternativa do livro e do blog ! Aliás, recomendo vivamente o livro à blogoesfera local e espero que esta pandilha do Gato Açoriano ajude a repensar os Açores...aqui fica um esquiço dos ditos, numa entrada de 23 de Junho de 2003 : Vantagens da Insularidade, escreve Zé Diogo Quintela , « Estive nos Açores. Nas ilhas, o Expresso só chega sábado à tarde. Tenho inveja dos açorianos : não se deixam enganar. a essa hora, as notícias, já foram todas desmentidas !»...
?!? ... e vão duas
Na agenda para Maio do PDL CAFÉ está agendado para " 4F 25 BLOG :ILHAS "
Vamos pôr a música, ou vamos ser servidos com batata frita?
É que eu não sei de nada!?!
Vamos pôr a música, ou vamos ser servidos com batata frita?
É que eu não sei de nada!?!
quinta-feira, maio 19
Ponta Delgada,
ao final da tarde, com vista para o Fogo. Muito embora os sinais sejam de alerta a Luz da ilha nunca deixa de me surpreender...
Crise Sísmica (2)
Para acompanhar mais ao pormenor os comunicados do Serviço de Protecção Civil (Açores) e do Centro de Vulcanologia da Universidade dos Açores.
Crise Sísmica
Voltou depois de ter diminuído. Algumas notícias em contraditório. Não sei se de forma consciente e deliberada ou então irresponsável. Apesar dos sismos serem um fenómeno recorrente convém informar convenientemente as populações - não dramatizar mas também não confundir ou iludir. Uma pergunta com alguns dias - é seguro ir até à orla marítima, leia-se praia, em segurança, nestes dias de sismicidade acima do normal?...
quarta-feira, maio 18
Dia Internacional dos Museus
exposição temporária com tendência a permanente
A Equipa que Não Gosta de Ganhar
Apelo aos Sportinguistas Micaelenses
Apelo a todos os sportinguistas de S. Miguel que em caso de vitória na taça UEFA, e como forma de melhor celebrar essa tão esperada vitória, contribuam com um donativo de 1euro para que este pobre dragon possa encomendar este livro.
The Stanley Kubrick Archives
Castle, Alison (ED)
Hardcover + CD + Booklet
411 x 300 mm, 544 pages
BONUS - Twelve-frame film strip from a 70mm print of 2001: A Space Odyssey
150euros
Nota: Aos primeiros 150 donativos será concedido o direito de folhear a obra, por dois períodos de 45 minutos, sem qualquer direito a prolongamento.
The Stanley Kubrick Archives
Castle, Alison (ED)
Hardcover + CD + Booklet
411 x 300 mm, 544 pages
BONUS - Twelve-frame film strip from a 70mm print of 2001: A Space Odyssey
150euros
Nota: Aos primeiros 150 donativos será concedido o direito de folhear a obra, por dois períodos de 45 minutos, sem qualquer direito a prolongamento.
terça-feira, maio 17
Música para revisionistas e surdos como eu. O 1º single foi lançado ontem, o álbum sai dia 30 mas já disponível algures na net. +++ em OASIS.
?!?
Na agenda para Maio do PDL CAFÉ está agendado para " 4F 25 BLOG :ILHAS "
Vamos pôr a música, ou vamos ser servidos com batata frita?
É que eu não sei de nada!?!
Vamos pôr a música, ou vamos ser servidos com batata frita?
É que eu não sei de nada!?!
MEZINHAS AUTONOMISTAS E MODAS DE ULTRAMAR
...
...
O «Jornal dos Açores» agendou o seu nascimento em data coincidente com o Dia dos Açores e dos Açorianos. Esta premeditação não poderia ser mais oportuna, deixando antever a ambição de que este diário seja não só editado nos Açores mas, que o seja por Açorianos ! Empresa esta que, nos dias de hoje, é não só um desafio editorial mas também um risco comercial.
Porém, este é um risco que nos convida ao desafio, especialmente, quando vivemos circundados por um mar de lamúrias que nos assola recorrentemente, e numa região na qual todos os dias dão à praia novos conformistas profissionais.
Entre estes também os há de cúria institucional que, incensados com o perfume do Império perdido, aqui regressam para em estilo paroquiano decretar a extrema-unção da Autonomia?que agora se diz esgotada ! Por muito que nos custe esta ladainha, que teima ancorar os Açores a uma rendição perante as nossas ambições, o certo é que nestas vozes existem verdades que não deixam de estar em contacto com a realidade da nossa Região Autónoma.
Uma destas realidades incontornáveis, quando não se faz uso das ferramentas Constitucionais ao dispor nos estaleiros dos obreiros da Autonomia de cooperação, é que por vezes o timbre das reivindicações do «aprofundamento da Autonomia» soa a peroração de falsete. Como se tal inércia não fosse suficiente para alimentar a argamassa de desalento que parece existir sempre que se fala de Autonomia ao comum dos Açorianos, ainda se vai mais longe, alimentando essa desinteligência emocional, quando se faz da Assembleia Regional mera caixa de ressonância da agenda política Nacional. Infeliz episódio paradigmático dessa falta de audácia, e de verdadeira autonomia pensante em relação ao que vem de fora, é o actual alinhamento do grupo parlamentar do Partido Socialista na Assembleia Legislativa Regional na mais recente moda nacional : a limitação dos mandatos !
No entanto, para os Açorianos este tema e outras minudências são questões acessórias que apenas servem para nos distrair do essencial. E o essencial é que a Autonomia não se concretizará enquanto os Açores não forem uma realidade quotidiana, mas uma efeméride que se assinala numa data sob o signo do Divino Espírito Santo, cujos predicados são também os da União ! De facto, a Autonomia não se realizará enquanto os Açores permanecerem um mistério para os Açorianos. Esse mistério ainda persistirá enquanto para um Micaelense a Graciosa ou as Flores constituírem um destino mais exótico e dispendioso do que umas férias em família no Algarve ou nas Canárias ! O mistério tenderá a manter-se enquanto for impossível, ou constituir uma obscura extravagância, ler-se o «Diário Insular» numa mesa do Café Royal em Ponta Delgada ou, ao invés, constituir uma bizarra ousadia folhear--se o «Jornal dos Açores» numa qualquer pastelaria de Angra do Heroísmo. O mistério jamais dará lugar ao desassombro enquanto «unir» estas ilhas e estes ilhéus um decrépito serviço de Navegação que, apesar de ostentar o pomposo nome de «Açorline», é apenas uma linha deficitária com uma «frota» subsidiada pelo Governo, e que em nada nos dignifica nem honra a nossa vocação marítima !
São nestas pequenas pechas quotidianas que nos apercebemos que de nada vale uma Autonomia, reivindicativa ou cooperativa, se por cá a Autonomia mais parece uma profissão de fé do que uma realidade quotidiana dos Açorianos. Na concretização dessa realidade é necessário redescobrir um ânimo e uma esperança nos Açores, cujo eixo nunca poderá ser uma Assembleia Legislativa Regional acomodada a regurgitar as novidades de Lisboa a que se juntam umas mezinhas Autonomistas e modas de Ultramar que não têm aproximado os Açores dos Açorianos.
João Nuno Almeida e Sousa / www.ilhas.blogspot.com
...
a partir de hoje, e sempre à Terça Feira, participo com uma crónica semanal no novo Jornal dos Açores...até eu querer ou até os critérios editoriais assim o entenderem. Seja como for, deixarei por aqui réplica do «artigo de opinião» para o habitual contraditório dos comments !
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O «Jornal dos Açores» agendou o seu nascimento em data coincidente com o Dia dos Açores e dos Açorianos. Esta premeditação não poderia ser mais oportuna, deixando antever a ambição de que este diário seja não só editado nos Açores mas, que o seja por Açorianos ! Empresa esta que, nos dias de hoje, é não só um desafio editorial mas também um risco comercial.
Porém, este é um risco que nos convida ao desafio, especialmente, quando vivemos circundados por um mar de lamúrias que nos assola recorrentemente, e numa região na qual todos os dias dão à praia novos conformistas profissionais.
Entre estes também os há de cúria institucional que, incensados com o perfume do Império perdido, aqui regressam para em estilo paroquiano decretar a extrema-unção da Autonomia?que agora se diz esgotada ! Por muito que nos custe esta ladainha, que teima ancorar os Açores a uma rendição perante as nossas ambições, o certo é que nestas vozes existem verdades que não deixam de estar em contacto com a realidade da nossa Região Autónoma.
Uma destas realidades incontornáveis, quando não se faz uso das ferramentas Constitucionais ao dispor nos estaleiros dos obreiros da Autonomia de cooperação, é que por vezes o timbre das reivindicações do «aprofundamento da Autonomia» soa a peroração de falsete. Como se tal inércia não fosse suficiente para alimentar a argamassa de desalento que parece existir sempre que se fala de Autonomia ao comum dos Açorianos, ainda se vai mais longe, alimentando essa desinteligência emocional, quando se faz da Assembleia Regional mera caixa de ressonância da agenda política Nacional. Infeliz episódio paradigmático dessa falta de audácia, e de verdadeira autonomia pensante em relação ao que vem de fora, é o actual alinhamento do grupo parlamentar do Partido Socialista na Assembleia Legislativa Regional na mais recente moda nacional : a limitação dos mandatos !
No entanto, para os Açorianos este tema e outras minudências são questões acessórias que apenas servem para nos distrair do essencial. E o essencial é que a Autonomia não se concretizará enquanto os Açores não forem uma realidade quotidiana, mas uma efeméride que se assinala numa data sob o signo do Divino Espírito Santo, cujos predicados são também os da União ! De facto, a Autonomia não se realizará enquanto os Açores permanecerem um mistério para os Açorianos. Esse mistério ainda persistirá enquanto para um Micaelense a Graciosa ou as Flores constituírem um destino mais exótico e dispendioso do que umas férias em família no Algarve ou nas Canárias ! O mistério tenderá a manter-se enquanto for impossível, ou constituir uma obscura extravagância, ler-se o «Diário Insular» numa mesa do Café Royal em Ponta Delgada ou, ao invés, constituir uma bizarra ousadia folhear--se o «Jornal dos Açores» numa qualquer pastelaria de Angra do Heroísmo. O mistério jamais dará lugar ao desassombro enquanto «unir» estas ilhas e estes ilhéus um decrépito serviço de Navegação que, apesar de ostentar o pomposo nome de «Açorline», é apenas uma linha deficitária com uma «frota» subsidiada pelo Governo, e que em nada nos dignifica nem honra a nossa vocação marítima !
São nestas pequenas pechas quotidianas que nos apercebemos que de nada vale uma Autonomia, reivindicativa ou cooperativa, se por cá a Autonomia mais parece uma profissão de fé do que uma realidade quotidiana dos Açorianos. Na concretização dessa realidade é necessário redescobrir um ânimo e uma esperança nos Açores, cujo eixo nunca poderá ser uma Assembleia Legislativa Regional acomodada a regurgitar as novidades de Lisboa a que se juntam umas mezinhas Autonomistas e modas de Ultramar que não têm aproximado os Açores dos Açorianos.
João Nuno Almeida e Sousa / www.ilhas.blogspot.com
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a partir de hoje, e sempre à Terça Feira, participo com uma crónica semanal no novo Jornal dos Açores...até eu querer ou até os critérios editoriais assim o entenderem. Seja como for, deixarei por aqui réplica do «artigo de opinião» para o habitual contraditório dos comments !
...
VOX POPULI
...
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
...
«...caímos no extremo oposto da relatividade cultural. Num certo discurso muito em voga, ainda hoje, as atrocidades que não permitimos aqui, entre nós, são olhadas com brandura em nome da relatividade dos valores das diferentes culturas...É preciso sublinhar que a conclusão a retirar do infeliz episódio do Ivo no Dubai, não é tanto a imprudência de um indivíduo habituado à liberdade que se vive no Ocidente, mas a marca da incultura, da intolerância e do fundamentalismo daquela sociedade.»
Hassassan, segunda-feira, 9 de Maio no Tapornumporco.
«Ao que parece chegou ao fim a novela do «cigarro de haxixe» que, durante alguns dias, teimou em ir aparecendo na comunicação social. Imitando os contos de fadas, o rapazito voltou a casa são e salvo, para junto dos seus, e tudo acabou bem. Beijos e abraços, cai o pano, that´s all folks ! Não deixa de ser caricata a forma como Ivo Ferreira é tratado em tudo isto. Ao longo do processo, ele é quase um mártir. Até parece que está...inocente ! Só faltou uma fanfarra ( majorettes incluídas, que poderiam designar-se «ivettes») no aeroporto, a passadeira vermelha e cartazes a dar as boas vindas, à boa maneira americana, para acolher um herói de guerra mantido em cativeiro pelos malévolos inimigos, lá longe. Ah ! e o bom do Freitas, pra recebê-lo de braços abertos.».
José Santos, sexta-feira, 13 de Maio, na Secção de Cartas ao Director do Público.
«Sigam o meu exemplo: em caso algum considero a hipótese de pôr os pés fora da Europa Ocidental, América do Norte (excluído México), Austrália, Nova Zelândia e Japão. Excepções, só atrás de um extenso corpo de marines, apoio aero-naval e o mais que for preciso para garantir que não tenho de experimentar a cultura local em primeira mão...»
KzarDasIlhas, sexta-feira, 13 de Maio, no Tapornumporco.
«O «ayatollah» Daniel Oliveira escreve no Expresso e faz pregação no Bloco de Esquerda ? onde estão os evangelistas da política portuguesa...Quando perguntei se os juizes imaginarão que o trauma de um rapaz abusado sexualmente por um homem será igual ao de ser abusado por uma mulher, o politicamente correcto Oliveira responde que «não há pior preconceito do que o que se mascara de senso comum»...Mas a questão não é a de saber o que penso eu ou o que pensa ele. E também não é a de respeitar a orientação sexual do abusador. A questão é a de olhar pelo ponto de vista da vítima e punir efectivamente os danos sofridos.».
Miguel Sousa Tavares, sexta-feira, 13 de Maio, no Público.
«Depois de Marques Mendes ter anunciado a sua decisão de apoiar a recandidatura de Isabel Damasceno à presidência da Câmara de Leiria, embora a autarca seja arguida no processo «Apito Dourado», o Major Valentim Loureiro, revelou o que pretende fazer para receber o apoio do líder do PSD. «Já percebi que tenho apenas uma coisa a mais que me prejudica na comparação com Isabel Damasceno. Mas todos sabem que eu, por amor ao partido, sou capaz de fazer qualquer coisa. Por isso, a pedido de Marques Mendes tornar-me-ei, em breve, Majorette Valentina e, caso perca as eleições em Gondomar, sei que, pelo menos, poderei contar com um convite da TVI para substituir a filha do Nené numa próxima «Quinta das Celebridades.».
João A. Sousa, sexta-feira, 13 de Maio, no Inimigo Público.
«A diferença entre as drogas legais e ilegais é uma das maiores hipocrisias dos nossos tempos. Entre a canábis e os antidepressivos ou os ansiolíticos, qual deles cria dependência física ? Basta perguntar a um médico...Quem for apanhado a vender um saquinho de marijuana arrisca uma pena de prisão, mas, por exemplo, a Roche, gigante farmacêutico que produz e comercializa o Valium, factura milhões com ? não temos de ter medo das palavras ? a venda de droga.».
Paulo Narigão Reis, Sábado, 14 de Maio, na Capital.
«Charro aproxima Portugal do Dubai»
Primeira Página do Expresso, Sábado, 14 de Maio.
«Uma coisa é jogarmos bem, outra é o resultado que nós queremos conseguir que é a vitória.»
José Peseiro, Sábado, 14 de Maio, na Capital.
«Adormecemos todos num país sem problemas e acordamos todos no País do Futebol. O engenheiro Sócrates agradece.».
Pacheco Pereira, Sábado, 14 de Maio, na Sábado.
«O eng. Sócrates, em geral, não fala e, quando fala, em geral, não improvisa ou improvisa pouco. O eng. Sócrates repete a meia dúzia de lugares-comuns que aprendeu para a campanha do PS, e não sai dali. Além disso, não tem estados de alma ; há mesmo quem suspeite que ele não tem alma.».
Vasco Pulido Valente, Sábado, 14 de Maio, no Público.
«...verdadeiramente graves são as desuniões de facto, muitas delas seladas pelo matrimónio mais convencional. Destas ninguém quer saber : existem, a lei sanciona e o resto passa-se dentro de «portas».Talvez por isso Portugal ocupe agora um desonroso primeiro lugar, segundo dados da OCDE relativos a 2004, nos casos de maus tratos a crianças com consequências mortais.».
Nuno Pacheco, Sábado, 14 de Maio, no editorial do Público.
«...a melhor prova da existência de Deus é a Angelina Jolie. Só mesmo um milagre poderia fazer uma filha do Jon Voight parecer assim !».
Luís Filipe Borges, Domingo, 15 de Maio, na Capital.
«Ter opiniões traz, naturalmente, um preço consigo. Se calhar não devia ser assim, mas as opiniões, sobretudo as opiniões inequívocas e provocatórias , geram muitos ódios.».
Nuno Costa Santos,...um Açoriano Continental, segunda-feira, 16 de Maio, na Azorica.
«O JORNAL DOS AÇORES aparece convicto de que o jornalismo açoriano enfrenta uma das suas maiores crises de sempre.».
Nuno Mendes, segunda-feira, 16 de Maio, no n.º 0 do Jornal dos Açores
...
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
...
«...caímos no extremo oposto da relatividade cultural. Num certo discurso muito em voga, ainda hoje, as atrocidades que não permitimos aqui, entre nós, são olhadas com brandura em nome da relatividade dos valores das diferentes culturas...É preciso sublinhar que a conclusão a retirar do infeliz episódio do Ivo no Dubai, não é tanto a imprudência de um indivíduo habituado à liberdade que se vive no Ocidente, mas a marca da incultura, da intolerância e do fundamentalismo daquela sociedade.»
Hassassan, segunda-feira, 9 de Maio no Tapornumporco.
«Ao que parece chegou ao fim a novela do «cigarro de haxixe» que, durante alguns dias, teimou em ir aparecendo na comunicação social. Imitando os contos de fadas, o rapazito voltou a casa são e salvo, para junto dos seus, e tudo acabou bem. Beijos e abraços, cai o pano, that´s all folks ! Não deixa de ser caricata a forma como Ivo Ferreira é tratado em tudo isto. Ao longo do processo, ele é quase um mártir. Até parece que está...inocente ! Só faltou uma fanfarra ( majorettes incluídas, que poderiam designar-se «ivettes») no aeroporto, a passadeira vermelha e cartazes a dar as boas vindas, à boa maneira americana, para acolher um herói de guerra mantido em cativeiro pelos malévolos inimigos, lá longe. Ah ! e o bom do Freitas, pra recebê-lo de braços abertos.».
José Santos, sexta-feira, 13 de Maio, na Secção de Cartas ao Director do Público.
«Sigam o meu exemplo: em caso algum considero a hipótese de pôr os pés fora da Europa Ocidental, América do Norte (excluído México), Austrália, Nova Zelândia e Japão. Excepções, só atrás de um extenso corpo de marines, apoio aero-naval e o mais que for preciso para garantir que não tenho de experimentar a cultura local em primeira mão...»
KzarDasIlhas, sexta-feira, 13 de Maio, no Tapornumporco.
«O «ayatollah» Daniel Oliveira escreve no Expresso e faz pregação no Bloco de Esquerda ? onde estão os evangelistas da política portuguesa...Quando perguntei se os juizes imaginarão que o trauma de um rapaz abusado sexualmente por um homem será igual ao de ser abusado por uma mulher, o politicamente correcto Oliveira responde que «não há pior preconceito do que o que se mascara de senso comum»...Mas a questão não é a de saber o que penso eu ou o que pensa ele. E também não é a de respeitar a orientação sexual do abusador. A questão é a de olhar pelo ponto de vista da vítima e punir efectivamente os danos sofridos.».
Miguel Sousa Tavares, sexta-feira, 13 de Maio, no Público.
«Depois de Marques Mendes ter anunciado a sua decisão de apoiar a recandidatura de Isabel Damasceno à presidência da Câmara de Leiria, embora a autarca seja arguida no processo «Apito Dourado», o Major Valentim Loureiro, revelou o que pretende fazer para receber o apoio do líder do PSD. «Já percebi que tenho apenas uma coisa a mais que me prejudica na comparação com Isabel Damasceno. Mas todos sabem que eu, por amor ao partido, sou capaz de fazer qualquer coisa. Por isso, a pedido de Marques Mendes tornar-me-ei, em breve, Majorette Valentina e, caso perca as eleições em Gondomar, sei que, pelo menos, poderei contar com um convite da TVI para substituir a filha do Nené numa próxima «Quinta das Celebridades.».
João A. Sousa, sexta-feira, 13 de Maio, no Inimigo Público.
«A diferença entre as drogas legais e ilegais é uma das maiores hipocrisias dos nossos tempos. Entre a canábis e os antidepressivos ou os ansiolíticos, qual deles cria dependência física ? Basta perguntar a um médico...Quem for apanhado a vender um saquinho de marijuana arrisca uma pena de prisão, mas, por exemplo, a Roche, gigante farmacêutico que produz e comercializa o Valium, factura milhões com ? não temos de ter medo das palavras ? a venda de droga.».
Paulo Narigão Reis, Sábado, 14 de Maio, na Capital.
«Charro aproxima Portugal do Dubai»
Primeira Página do Expresso, Sábado, 14 de Maio.
«Uma coisa é jogarmos bem, outra é o resultado que nós queremos conseguir que é a vitória.»
José Peseiro, Sábado, 14 de Maio, na Capital.
«Adormecemos todos num país sem problemas e acordamos todos no País do Futebol. O engenheiro Sócrates agradece.».
Pacheco Pereira, Sábado, 14 de Maio, na Sábado.
«O eng. Sócrates, em geral, não fala e, quando fala, em geral, não improvisa ou improvisa pouco. O eng. Sócrates repete a meia dúzia de lugares-comuns que aprendeu para a campanha do PS, e não sai dali. Além disso, não tem estados de alma ; há mesmo quem suspeite que ele não tem alma.».
Vasco Pulido Valente, Sábado, 14 de Maio, no Público.
«...verdadeiramente graves são as desuniões de facto, muitas delas seladas pelo matrimónio mais convencional. Destas ninguém quer saber : existem, a lei sanciona e o resto passa-se dentro de «portas».Talvez por isso Portugal ocupe agora um desonroso primeiro lugar, segundo dados da OCDE relativos a 2004, nos casos de maus tratos a crianças com consequências mortais.».
Nuno Pacheco, Sábado, 14 de Maio, no editorial do Público.
«...a melhor prova da existência de Deus é a Angelina Jolie. Só mesmo um milagre poderia fazer uma filha do Jon Voight parecer assim !».
Luís Filipe Borges, Domingo, 15 de Maio, na Capital.
«Ter opiniões traz, naturalmente, um preço consigo. Se calhar não devia ser assim, mas as opiniões, sobretudo as opiniões inequívocas e provocatórias , geram muitos ódios.».
Nuno Costa Santos,...um Açoriano Continental, segunda-feira, 16 de Maio, na Azorica.
«O JORNAL DOS AÇORES aparece convicto de que o jornalismo açoriano enfrenta uma das suas maiores crises de sempre.».
Nuno Mendes, segunda-feira, 16 de Maio, no n.º 0 do Jornal dos Açores
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segunda-feira, maio 16
SIX FEET UNDER
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Hoje no Canal 2 da nossa RTP e a partir das 22 horas e 30 minutos ( hora de Portugal ) , o.s., às 9 e meia da noite nos Açores, prossegue a saga dos Fisher na mega-premiada série Sete Palmos de Terra.
Para quem perdeu o último episódio aqui fica um up-to-date via Bomba Inteligente
«Nate não estava preparado para lidar com a perda (e, num caso semelhante, quem está?). Ele próprio afirma a dualidade em que vive, com a filha ao colo, a falar com o pai desaparecido. Qualquer coisa como: «Sinto-me triste por ela não estar, mas quando estava só queria ser livre». Neste segundo episódio, a paz do marido de Dorothy Sheedy (uma morte no mínimo curiosa) contrasta com o desassossego de Nate, que tenta impor o seu modo de sofrimento. Não percebe que o marido tem tudo resolvido. E Brenda tenta outra coisa e também não consegue. Os primeiros três, quatro minutos são de puro génio: a mesa persa a despropósito na cozinha, elogiada e explicada por George, o que só torna tudo pior. O olhar de desprezo de Claire (também fartinha) e a frase demolidora, «It's like going to school in your own home», perante a informação irrelevante dada pelo padrasto. É impossível ser indiferente a Arthur: as etiquetas nos iogurtes, a contenção, a expressão que decai à medida que George o contraria à frente de Ruth. E não esquecer o momento de stand-up poetry de Edie: «Your penis is nice/ Too bad you came attached to it». Também muito bom, mesmo muito bom, quando Edie muda imediatamente de assunto perante a reacção de estranheza de Claire à inconfidência da amiga. Mas Edie utiliza essa informação depois «quando lhe diz que ela devia saber melhor que os outros que não se deve ter medo de viver».»
Uma EXCELENTE série televisiva com o cunho da HBO...
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Já Agora : Which Six Feet Under Character Are You?...Thank God I´m Nate, And You ???...
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Hoje no Canal 2 da nossa RTP e a partir das 22 horas e 30 minutos ( hora de Portugal ) , o.s., às 9 e meia da noite nos Açores, prossegue a saga dos Fisher na mega-premiada série Sete Palmos de Terra.
Para quem perdeu o último episódio aqui fica um up-to-date via Bomba Inteligente
«Nate não estava preparado para lidar com a perda (e, num caso semelhante, quem está?). Ele próprio afirma a dualidade em que vive, com a filha ao colo, a falar com o pai desaparecido. Qualquer coisa como: «Sinto-me triste por ela não estar, mas quando estava só queria ser livre». Neste segundo episódio, a paz do marido de Dorothy Sheedy (uma morte no mínimo curiosa) contrasta com o desassossego de Nate, que tenta impor o seu modo de sofrimento. Não percebe que o marido tem tudo resolvido. E Brenda tenta outra coisa e também não consegue. Os primeiros três, quatro minutos são de puro génio: a mesa persa a despropósito na cozinha, elogiada e explicada por George, o que só torna tudo pior. O olhar de desprezo de Claire (também fartinha) e a frase demolidora, «It's like going to school in your own home», perante a informação irrelevante dada pelo padrasto. É impossível ser indiferente a Arthur: as etiquetas nos iogurtes, a contenção, a expressão que decai à medida que George o contraria à frente de Ruth. E não esquecer o momento de stand-up poetry de Edie: «Your penis is nice/ Too bad you came attached to it». Também muito bom, mesmo muito bom, quando Edie muda imediatamente de assunto perante a reacção de estranheza de Claire à inconfidência da amiga. Mas Edie utiliza essa informação depois «quando lhe diz que ela devia saber melhor que os outros que não se deve ter medo de viver».»
Uma EXCELENTE série televisiva com o cunho da HBO...
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Já Agora : Which Six Feet Under Character Are You?...Thank God I´m Nate, And You ???...
Feriado
Regional - Dia dos Açores. Celebramos a Autonomia. O Pedro de tanto pensar a açorianiadade decidiu celebrar, a sua, lá fora. Aliás, todo o açoriano que se preze - sai. Esse é outro contributo (ou apêndice) fundamental a estudar - o emigrante e as correntes de emigração. Nesta época os Açores para além de um fenómeno de intensa migração interna passaram a constituir um destino de imigrantes das mais diferentes origens - de África à Europa de Leste. Capítulo essencial na história dos Açores (a análise detalhada com o Pedro nas próximas semanas)... E sendo feriado, o dia está óptimo, e os maus hábitos persistem, não se esqueçam de colocar os detritos do piquenique no caixote do lixo que deve estar mesmo ali ao lado...
sábado, maio 14
sexta-feira, maio 13
B.F.S.
Tal como seu pai, Jesus foi carpinteiro e eu também.
Nos próximos 3 dias vou construir uma jangada.
Alguém me sabe dizer com quantos paus se faz uma jangada?
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"[...]
- E como queres que eu mande Ulisses à sua pátria, se não possuo naves, nem remadores, nem piloto sabedor que o guie através das ilhas? Mas quem pode resistir a Júpiter, que ajunta as nuvens? Seja! E que o Olimpo ria, obedecido. Eu ensinarei o intrépido Ulisses a construir uma jangada segura, com que de novo fenda o dorso verde do mar...
[...]"
Eça de Queirós, Contos
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Bom fim de semana.
Já nas bancas de PD
Nova revista cultural da responsabilidade das associações Plateia e A Rede "Título Provisório" pretende ser uma publicação de referência no panorama performativo nacional, procurando estimular a reflexão e o debate sobre temas da actualidade, bem como ajudar a fixar as memórias que as artes cénicas, inerentemente, tendem a contrariar. Sob o mote da provisão, do transitório e do temporário, porque mutável e ávida de procura, esta revista pretende estabelecer um forte elo de ligação entre os públicos e os criadores. Além dos espaços de análise, reflexão e crítica a revista consagra ainda um espaço à reflexão em torno da temática da Política Cultural.
Nº 1 Maio 2005 - 36 páginas a preto e branco - 2 euros
Nº 1 Maio 2005 - 36 páginas a preto e branco - 2 euros
NÃO É XUNGA NÃO SENHOR
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( ainda ando a digerir o punch emocional do «Million Dollar Baby». Enquanto não fica em letra de forma a minha crítica aqui deixo uma visão alternativa via Cinema Xunga
...
Sinopse: Um treinador de boxe, duro e desiludido com a vida, passa os seus dias a pensar na filha que não vê há anos e a atormentar o padre da paróquia local em busca de contradições bíblicas. Um dia aparece-lhe uma jovem moça (que já foi moço noutro Oscar) e pede-lhe para ele a treinar. Difícil no início, mas depois aparece uma empatia sem antecendentes e a miúda transforma-se numa máquina de boxe, com sucesso e direito a pseudónimo cool. Depois...
Crítica: Não sou grande fã de boxe, aliás, detesto boxe. Se há algo que não suporto é boxe. Deve ser a coisa mais primitiva existente no planeta a nível desportivo. Lutas de miúdas na lama é giro, mas boxe?!... O certo é que há milhões de pessoas que vibram a ver dois seres humanos a desfigurarem-se mutuamente até à exaustão total e, imaginem, pagam fortunas para isso. Há quem aposte e há quem morra ou fique seriamente afectado, ou seja, qualquer boxer em final de carreira tem o cérebro todo feito em merda de tanto sopapo apanhar nas trombas.
O certo é que este filme é bom. Durante a primeira metade, a parte boxista do filme, entediei-me. O complexo de Rocky apoderou-se de mim e julgava que aquilo iria ser uma dormência até ao fim. O clássico filme de um lutador que aos poucos se torna no melhor do mundo. Mas na segunda parte o filme compensou a seca boxista inicial, rumando para águas completamente diferentes. Confesso que pouco ou nada sabia deste filme, e fiquei surpreendido com as reviravoltas do argumento. Atenção, são reviravoltas, não são twists.
Clint Eastwood soube realizar com mestria este filme. Sempre o detestei como actor de westerns e Dirty Harry, mas agora admiro-o. Não o admiro muito, admiro-o um pouco. No entanto este filme não é um filmaço que se possa dizer "Uau, mudei a minha vida". É um dramalhão gordo e pomposo, que Clint estilizou como se fosse um filme independente que a academia tanto gosta desde a fase Miramax dos Oscars. A primeira hora de filme é para americanos e apenas a segunda é acessível para o resto do mundo. É também um drama familiar (oscar) e um "caso da vida" (oscar).
E mais uma vez reinam os deficientes / problemáticos nos Oscares. Isso é coisa que me irrita. Basta que alguém faça de atrasado mental, cego, surdo, mudo, doente terminal, esquizofrénico, espancado até à morte ou engordar 40 quilos para que a academia se ajoelhe a gritar "Amen". E mais não falo, porque o que não falta são críticas bem fundamentadas e cheias de palavreado chiquérrimo por esses blogues fora, blogues esses que nem uma asneira dizem. Não é como este antro de perdição onde a c******** se sobrepõe ao bom português.
Pontos altos: Fotografia, tonalidade intemporal do filme, casting e actores em geral. Boa progressão na narrativa na 2ª parte.
Pontos baixos: Primeira parte excessivamente boxista.
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( ainda ando a digerir o punch emocional do «Million Dollar Baby». Enquanto não fica em letra de forma a minha crítica aqui deixo uma visão alternativa via Cinema Xunga
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Sinopse: Um treinador de boxe, duro e desiludido com a vida, passa os seus dias a pensar na filha que não vê há anos e a atormentar o padre da paróquia local em busca de contradições bíblicas. Um dia aparece-lhe uma jovem moça (que já foi moço noutro Oscar) e pede-lhe para ele a treinar. Difícil no início, mas depois aparece uma empatia sem antecendentes e a miúda transforma-se numa máquina de boxe, com sucesso e direito a pseudónimo cool. Depois...
Crítica: Não sou grande fã de boxe, aliás, detesto boxe. Se há algo que não suporto é boxe. Deve ser a coisa mais primitiva existente no planeta a nível desportivo. Lutas de miúdas na lama é giro, mas boxe?!... O certo é que há milhões de pessoas que vibram a ver dois seres humanos a desfigurarem-se mutuamente até à exaustão total e, imaginem, pagam fortunas para isso. Há quem aposte e há quem morra ou fique seriamente afectado, ou seja, qualquer boxer em final de carreira tem o cérebro todo feito em merda de tanto sopapo apanhar nas trombas.
O certo é que este filme é bom. Durante a primeira metade, a parte boxista do filme, entediei-me. O complexo de Rocky apoderou-se de mim e julgava que aquilo iria ser uma dormência até ao fim. O clássico filme de um lutador que aos poucos se torna no melhor do mundo. Mas na segunda parte o filme compensou a seca boxista inicial, rumando para águas completamente diferentes. Confesso que pouco ou nada sabia deste filme, e fiquei surpreendido com as reviravoltas do argumento. Atenção, são reviravoltas, não são twists.
Clint Eastwood soube realizar com mestria este filme. Sempre o detestei como actor de westerns e Dirty Harry, mas agora admiro-o. Não o admiro muito, admiro-o um pouco. No entanto este filme não é um filmaço que se possa dizer "Uau, mudei a minha vida". É um dramalhão gordo e pomposo, que Clint estilizou como se fosse um filme independente que a academia tanto gosta desde a fase Miramax dos Oscars. A primeira hora de filme é para americanos e apenas a segunda é acessível para o resto do mundo. É também um drama familiar (oscar) e um "caso da vida" (oscar).
E mais uma vez reinam os deficientes / problemáticos nos Oscares. Isso é coisa que me irrita. Basta que alguém faça de atrasado mental, cego, surdo, mudo, doente terminal, esquizofrénico, espancado até à morte ou engordar 40 quilos para que a academia se ajoelhe a gritar "Amen". E mais não falo, porque o que não falta são críticas bem fundamentadas e cheias de palavreado chiquérrimo por esses blogues fora, blogues esses que nem uma asneira dizem. Não é como este antro de perdição onde a c******** se sobrepõe ao bom português.
Pontos altos: Fotografia, tonalidade intemporal do filme, casting e actores em geral. Boa progressão na narrativa na 2ª parte.
Pontos baixos: Primeira parte excessivamente boxista.
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Meus Amigos,
...sigo para Lisboa onde me encontrarei durante uma semanita. Eu, Pensador de São Domingos de Benfica, terra mundialmente conhecida por ser a terra do ilustre Ricardo Araújo Pereira, ou como dizem os intelectuais o grande RAP, regresso, pois, às minhas origens, será que se pode dizer que vou "à terra"? Não interessa. Vou namorar, amigar, "percebar", surfar, e, Deus permita, descansar e comemorar a vitória do meu Benfica no campeonato dez anos após a última vez. Os posts serão, como compreendem, reduzidos aos mínimos exigíveis e os "Esquiços..." ficam em pausa até ao meu regresso. Vou no entanto aproveitar a estadia na casa da minha infância para recuperar alguma bibliografia que creio será muito útil para futuros mergulhos no oceano da açorianidade.
Fiquem bem, eu sei que vou ficar, até.
Fiquem bem, eu sei que vou ficar, até.
quinta-feira, maio 12
Esquiços para uma ideia de açores V
Os locais onde se vão assentar as primeiras povoações vão depender sempre e em todas as ilhas da existência de enseadas onde os barcos possam ancorar com segurança e que tenham fácil acesso a terra. Angra é o paradigma pela sua magnifica baia e baseará o seu desenvolvimento nessa característica natural tornando-se, por isso, cidade logo em 1534, Ponta Delgada só o seria 13 anos mais tarde em 1546. Desde o início que as principais actividades dos habitantes das ilhas serão a agricultura e a pecuária. Os solos férteis potenciam as culturas, primeiro trigo que dada a escassez a que se assiste no continente e nas praças africanas cedo se assume como a principal exportação local. Seguir-se-ão outras culturas que em ciclos de apogeu e declínio vão marcar a história do arquipélago. O pastel, a vinha, a cana-de-açúcar, as árvores de fruto de entre as quais a laranja será a mais marcante, depois o chá, o tabaco, o ananás e hoje a "vaca". Apesar da riqueza dos solos e das chuvas abundantes a severidade climática irá ditar grandes oscilações económicas nestas culturas ao que se associa uma incapacidade de competir com outros mercados produtores. Ao contrário da Madeira, por exemplo, que potenciará ao máximo a indústria da cana-de-açúcar os Açores nunca encontraram um pólo fixo que suportasse o seu desenvolvimento económico estando à mercê da imprevisibilidade dos elementos e dos ciclos económicos. Sendo certo que existem casos de relativo sucesso, tornados possíveis pelo engenho e criatividade nas soluções adoptadas para proteger as culturas de que são exemplos a vinha do Pico com os seus currais de pedra e os pomares de laranja de São Miguel protegidos dos ventos por abrigos altos de sebes vivas, a verdade é que em face de doenças, ou pragas, ou intempéries mais fortes as culturas são abandonadas. Num relance pela história dos Açores o que se constata é que apesar destas ilhas terem na actividade agrícola a base do seu sustento o facto é que nunca conseguiram ao longo do tempo conquistar níveis de riqueza e de desenvolvimento comparáveis com outras regiões. O rigor do clima e as catástrofes naturais são explicações plausíveis para esta realidade. É preciso ter em conta que nos últimos cinco séculos estão documentadas cerca de vinte e oito erupções vulcânicas, tanto no mar como em terra, que tiveram obviamente o seu peso no desenvolvimento da região. A isto temos de acrescentar os fenómenos sísmicos que ainda hoje causticam violentamente a vida nas ilhas. Os Açores foram ao longo da sua história uma terra em luta permanente com a natureza e essa luta tem necessariamente os seus reflexos no desenvolvimento da região e do seu povo. A população dos Açores contou sempre com oscilações e desde muito cedo a emigração fará parte da realidade insular. Por outro lado a adopção, logo após o povoamento, dos modelos administrativos hierarquizantes do reino, na figura dos capitães-donatários iria criar um sistema de morgadios que se perpetuaram nas ilhas até bem perto do final do século XIX, se não mesmo pelo século XX adentro, sendo que a consequência desta estrutura tutelar de organização da comunidade é uma desigualdade social profunda e perene, que ainda mais contribui para a pobreza económica da região. Na história dos Açores o elemento mais significativo é a sua posição geográfica. Desde os idos de quinhentos, em que os Açores eram plataforma atlântica tanto para navegadores como corsários, até aos nossos dias, em que os Açores são ainda preposição oceânica entre dois continentes, a localização foi a determinante principal dos acontecimentos. Os Açores foram sempre um entreposto atlântico entre Europa e Africa de um lado e as Américas do outro. Porém essa determinante geográfica é para a história dos Açores mais um motivo de cobiça e de aproveitamento por parte de outros do que propriamente uma plataforma de enriquecimento e desenvolvimento dos seus habitantes. Todas as riquezas que directa ou indirectamente estiveram ligadas à posição geografia dos Açores no mundo tiveram impactos quase tão fugazes como as dos ciclos económicos das culturas agrícolas. A estrutura social foi sempre contrária ao aproveitamento e multiplicar dessas riquezas. Tanto na época áurea das navegações, como na época do comércio com o norte da Europa, em que apenas uma diminuta parte da população tirava proveito dessa riqueza e, muitas das vezes, eram os consulos estrangeiros os beneficiários da mesma. Outro elemento que importa realçar na história do arquipélago é a sua relação ambivalente com o mar. O mar era porta de entrada e de saída mas ao mesmo tempo lugar de corso e pirataria até bem dentro do século XVIII. Veja-se o exemplo da actividade piscatória que nas ilhas sempre teve uma expressão diminuta e localizada, mesmo a actividade baleeira que tem o seu apogeu no virar do século XVIII para o XIX não conseguiu levantar as ilhas do leito de desconfiança com relação ao oceano. O mar será sempre para os Açores horizonte e prisão.
Nota: Mais uma vez, aqui fica um retrato impressivo e, necessariamente, sucinto dos traços mais marcantes do evoluir dos Açores no tempo e na história. Com estes dados podemos seguir para a caracterização do povo, as suas tradições, costumes, a identidade insular. Matéria para próximos posts. Chamada de atenção ainda para outros posts do Guilherme e da Mariana.
Nota: Mais uma vez, aqui fica um retrato impressivo e, necessariamente, sucinto dos traços mais marcantes do evoluir dos Açores no tempo e na história. Com estes dados podemos seguir para a caracterização do povo, as suas tradições, costumes, a identidade insular. Matéria para próximos posts. Chamada de atenção ainda para outros posts do Guilherme e da Mariana.
Ezequiel, O Regresso parte 2 e 1/2
Notícia do dia, o Ezequiel fez ressuscitar o corisquinhe. Go see.
a parte má da notícia é que ele diz que é só por uns dias.
a parte má da notícia é que ele diz que é só por uns dias.
Para rever antes de Outubro - 1
Terminator 2: Judgment Day - Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento
Género - Ficção Científica - Acção
Oficial site - não disponível
Género - Ficção Científica - Acção
Oficial site - não disponível
Uma dúvida
Não quero chatear ninguém, muito menos ser acusado de qualquer tipo de partidarite ou de sindroma de snobismo de esquerda. É, talvez, ainda cedo para falar e, como se sabe, não há almoços grátis nem cidadãos impolutos, nem sequer os Padres... Bem, posto isto, tenho uma dúvida. Dada a explicação do Dr. Marques Mendes para não apoiar as candidaturas autárquicas de Isaltino Morais e Valentim Loureiro, argumentando com puras razões políticas que radicam na falta de credibilidade política, por via das suspeições que recaem sobre eles, qual vai ser a posição do PSD e do seu líder em relação a Costa Neves, candidato à Câmara de Angra do Heroísmo, a segunda cidade mais importante dos Açores, uma vez que este viu, também, a sua imagem ser ensombrada por suposto envolvimento naquele que se pode rapidamente tornar no mais grave escândalo político dos últimos trinta anos? É uma dúvida que eu tenho.
O que eu vou ver ainda este ano - 1
Interpreter, The - A Intérprete
Realização - Sydney Pollack
Intérpretes - Nicole KidmanSean PennCatherine KeenerMaz JobraniMax Minghella
sítio oficialwww.theinterpretermovie.com
Em exibição - Cine Solmar
Realização - Sydney Pollack
Intérpretes - Nicole KidmanSean PennCatherine KeenerMaz JobraniMax Minghella
sítio oficialwww.theinterpretermovie.com
Em exibição - Cine Solmar
quarta-feira, maio 11
Esquiços para uma ideia de açores IV
Chegam, então, vindos do continente, os primeiros homens às ilhas atlânticas na década de trinta do século XV. O Portugal quatrocentista é uma nação determinada pela sua geografia. Com fronteiras já plenamente estabelecidas desde 1267, preso entre Castela e o Atlântico, Portugal vai se desenvolver para Oeste, para as águas do imenso mar Atlântico, fazendo assim uso e valia das favoráveis condições geográficas que o caracterizam. A costa atlântica da península é fértil em portos fundos e extensos rios navegáveis, junte-se a isto o facto do Portugal de então, onde cristãos, judeus e muçulmanos se encontravam, ser um verdadeiro lugar de miscigenação e temos a base de um revolucionário projecto de conquista e colonização de longo prazo em que o desbravar de caminhos num imenso desconhecido se tornaria na marca maior da cultura portuguesa na história da humanidade. A aventura marítima portuguesa é mais do que um salto no desconhecido é, isso sim, um desafiar corajoso do medo e da superstição. Desde o inicio do século XIV que surgem referenciadas em mapas ilhas no Atlântico Norte. É certo que os navegadores genoveses, galegos e portugueses observaram em viagens exploratórias fenómenos vulcânicos em pleno mar que assinalavam sem margem para dúvidas a existência de ilhas. Está referenciada com precisão uma erupção de 1322 que terá dado origem à Lagoa das Sete Cidades. A actividade vulcânica desta região do Atlântico é mesmo apontada como explicação para designações como a de "Mar Tenebroso" e outros relatos fantasmagóricos de fim do mundo, inferno e outras adversidades inultrapassáveis. A audácia portuguesa iria, a custo, contrariar esta camada de magia e misticismo ao que acrescia reais revezes do clima e da geografia. A primeira viagem de Gonçalo Velho, Comendador da Ordem de Cristo, a mando do Infante D. Henrique data de 1427 e terá sido feita apenas como tentativa de confirmar a veracidade dos boatos e sugestões de mapas antigos que o Infante não possuía. Descobertas as Formigas e suspeitando-se Santa Maria outras viagens são ordenadas em 1431 e 1432 nas quais ovelhas e carneiros são lançados nas ilhas do grupo oriental e central. Em 1439 o Infante inicia a colonização das ilhas num processo que seria extremamente lento e difícil não só pela falta de mão-de-obra disponível no reino, como, e essencialmente, pela severidade do terreno e pelo assombro da missão. Os primeiros povoadores lutaram não só contra as contrariedades da geografia das ilhas, ausentes de bons portos de ancoradouro, plenas de escarpas e declives abruptos, fenómenos vulcânicos, sismicidade, clima adverso, mas também contra um enorme manto de misticismo que cobria esta parte do oceano, um enorme nevoeiro de incerteza. É principalmente por isto que a colonização das ilhas é feita lentamente e por gentes de várias proveniências, não só de várias partes do Portugal continental, Alentejo e Algarve predominantemente, mas também do Minho e da Beira, bem como da Flandres e de Castela, ao que se juntaram escravos e degredados. São escassos os dados concretos sobre a história e a sequência do povoamento das ilhas, mas sabe-se da doação a Gonçalo Velho de Santa Maria, da colonização de São Miguel por criados do Infante e fidalgos madeirenses no lugar da Povoação, do recurso a flamengos, fruto das boas relações, à época, de Portugal com a Flandres, dos quais se destacam Jacome de Bruges que se fixou na ilha Terceira, Jost von Verter (Jost de Utre, Josse Dutra) e Willem van der Hagen (Guilherme da Silveira) no Faial, Pico e São Jorge e que as ilhas das Flores e Corvo só seriam povoadas nos primeiros anos de 1500, principalmente por terceirenses e madeirenses. Este é, portanto, o cenário da descoberta e colonização das ilhas dos Açores que Artur Teodoro de Matos resume da seguinte maneira: "É (...) desta ascendência portuguesa, misturada com outros europeus, degredados, escravos, mouros e negros, de gente de vários níveis sociais, que se formará a sociedade açoriana, onde a insularidade e os caracteres mesológicos serão factores importantes para a determinação da sua cultura."
Nota: bom, antes ir à cultura, quero ainda fazer um post com o seguir da história das ilhas até aos nossos dias, uma perspectiva política e económica. Quanto à colonização aqui ficam alguns dados bibliográficos. Os já citados Atlas Básico dos Açores, São Miguel - a ilha verde Estudo Geográfico de Raquel Soeiro de Brito e, começando nos mais generalistas, Os Descobridores de Daniel J. Boorstin, História de Portugal, uma perspectiva mundial de David Birmingham, História de Portugal de José Hermano Saraiva, passando pelos mais particulares, Genealogias de S. Miguel e Santa Maria de Rodrigo Rodrigues, Instituições Vinculares e Notas Genealógicas de Morgado João d'Arruda Botelho da Câmara e terminando nos artigos especializados, Povoamento e colonização dos Açores de Artur Teodoro de Matos e O Portugal Quatrocentista - Um Reino de Onde Partiram Povoadores Para os Açores de Maria Helena da Cruz Coelho. Por último um agradecimento muito especial ao meu querido amigo e companheiro de ondas e outras preocupações Pedro Medeiros que me acompanha nesta senda pela açorianidade.
Nota: bom, antes ir à cultura, quero ainda fazer um post com o seguir da história das ilhas até aos nossos dias, uma perspectiva política e económica. Quanto à colonização aqui ficam alguns dados bibliográficos. Os já citados Atlas Básico dos Açores, São Miguel - a ilha verde Estudo Geográfico de Raquel Soeiro de Brito e, começando nos mais generalistas, Os Descobridores de Daniel J. Boorstin, História de Portugal, uma perspectiva mundial de David Birmingham, História de Portugal de José Hermano Saraiva, passando pelos mais particulares, Genealogias de S. Miguel e Santa Maria de Rodrigo Rodrigues, Instituições Vinculares e Notas Genealógicas de Morgado João d'Arruda Botelho da Câmara e terminando nos artigos especializados, Povoamento e colonização dos Açores de Artur Teodoro de Matos e O Portugal Quatrocentista - Um Reino de Onde Partiram Povoadores Para os Açores de Maria Helena da Cruz Coelho. Por último um agradecimento muito especial ao meu querido amigo e companheiro de ondas e outras preocupações Pedro Medeiros que me acompanha nesta senda pela açorianidade.
Ti Tô! Ti Tô! Ti Tô!
Ontem, numa linha do hipermercado, com peso a mais no meu braço esquerdo, esperava eu, com impaciente paciência a minha vez, dei com uma senhora de carrinho cheio atrás de mim. As mercadorias que enchiam o carrinho incluíam uma criança com, certeza, menos de dois anos. Quando a criança se acalmou o bastante para se concentrar nas minhas fuças, arrancou com entusiasmo a chupeta e exclamou em tom de felicidade de fralda nova.
- Ti Tô! Ti Tô!
Não percebendo patavina do que poderia querer expressar a exclamação da menina, preparei-me para esboçar um sorriso, mas não tive tempo. Do lado da boca da suposta mãe veio, em forma de berro, a criança tinha obviamente a quem sair, a não desejada tradução.
- Não é o ti Antone! Não é o ti Antone! Não é!
Engoliu algum ar e continuou.
- Essa pitchêna!?! Essa pitchêna sempre que vê um gordo pensa que é o ti Antone! Que pitchêna é esta!?!
- Ti Tô! Ti Tô! Ti Tô!
- Êi mulher, que horror! Tê ti Antone não é tão gordo assim!
Petrifiquei um forçado sorriso na boca e deixei que a senhora continuasse a atirar-me palavras que eu tentei deixar de ouvir, mas cada uma atingia o meu cérebro como uma bola numa máquina de pinball. Virei-me para inspeccionar a fila, que não era comprida mas que de repente se tornara tão longa. Atrás de mim a criança repetia o seu monólogo.
- Ti Tô! Ti Tô! Ti Tô!
E a criatura que puxara a sua carroça até à minha proximidade, virávasse agora para quem lhe desse atenção, longe ou perto.
- Blá, blá, sempre que vê um gordo, blá, blá, esta criança adora aquele ti Antone, blá, blá, ti Antone não é tão gordo assim, blá, blá, blá, se tê ti Antone visse isto ia ficar zangado e dizer que diabo de comparação é essa, blá, blá!
Cego dos ouvidos mal percebi que a senhora da registadora me cumprimentou e começou a contabilizar as minhas compras. Tudo me pareceu muito lento excepto a velocidade da voz daquelas duas criaturas que me perseguiam.
Logo que foi possível peguei no que era agora meu e escapei. Ao longe ainda percebi que a senhora da registadora seria também vitima da excitada explicação da minha relação de parentesco com aquela criança que, em má hora, se não foi uma hora mais parecia, se desencantou com a sua chupeta.
- Ti Tô! Ti Tô!
Não percebendo patavina do que poderia querer expressar a exclamação da menina, preparei-me para esboçar um sorriso, mas não tive tempo. Do lado da boca da suposta mãe veio, em forma de berro, a criança tinha obviamente a quem sair, a não desejada tradução.
- Não é o ti Antone! Não é o ti Antone! Não é!
Engoliu algum ar e continuou.
- Essa pitchêna!?! Essa pitchêna sempre que vê um gordo pensa que é o ti Antone! Que pitchêna é esta!?!
- Ti Tô! Ti Tô! Ti Tô!
- Êi mulher, que horror! Tê ti Antone não é tão gordo assim!
Petrifiquei um forçado sorriso na boca e deixei que a senhora continuasse a atirar-me palavras que eu tentei deixar de ouvir, mas cada uma atingia o meu cérebro como uma bola numa máquina de pinball. Virei-me para inspeccionar a fila, que não era comprida mas que de repente se tornara tão longa. Atrás de mim a criança repetia o seu monólogo.
- Ti Tô! Ti Tô! Ti Tô!
E a criatura que puxara a sua carroça até à minha proximidade, virávasse agora para quem lhe desse atenção, longe ou perto.
- Blá, blá, sempre que vê um gordo, blá, blá, esta criança adora aquele ti Antone, blá, blá, ti Antone não é tão gordo assim, blá, blá, blá, se tê ti Antone visse isto ia ficar zangado e dizer que diabo de comparação é essa, blá, blá!
Cego dos ouvidos mal percebi que a senhora da registadora me cumprimentou e começou a contabilizar as minhas compras. Tudo me pareceu muito lento excepto a velocidade da voz daquelas duas criaturas que me perseguiam.
Logo que foi possível peguei no que era agora meu e escapei. Ao longe ainda percebi que a senhora da registadora seria também vitima da excitada explicação da minha relação de parentesco com aquela criança que, em má hora, se não foi uma hora mais parecia, se desencantou com a sua chupeta.
o que gostava de ver ainda este ano - 1
Sin City - A Cidade do Pecado
Realização - Frank Miller, Robert Rodriguez e Quentin Tarantino
Intérpretes - Bruce Willis, Clive Owen, Mickey Rourke, Rosario Dawson e Jessica Alba
Datas de estreia
9 de junho (nacional) 01-04-2005 (mundial) ??-??-???? (regional)
sítio oficialwww.sincitythemovie.com
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«hoje graças ao poder autárquico Portugal está mais feio; hoje graças ao poder autárquico Portugal está desgraçado.»
Francisco José Viegas, terça-feira, 3 de Maio, no Choque de Gerações
«Os jornais deviam fazer, com alguma periodicidade, umas sondagens, tal como o que sucede no continente, sobre a governação e as autarquias mais importantes.»
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira, 6 de Maio, no Açoriano Oriental
«ao fim de trinta anos, o poder autárquico tem "obra feita" de que se pode orgulhar, sobretudo nos importantes domínios das feiras de enchidos e dos pavilhões gimnodesportivos.»
António de Araújo, na Edição de Maio da Revista Atlântico (aquietem-se os do costume que não vou citar a Helena Matos, apesar desta ser a Directora desta nova revista que, é um facto, merecia melhor grafismo e papel)
«Há uma realidade estranha na via política e intelectual portuguesa. Ao pluralismo político e ideológico não corresponde uma pluralidade de interpretações da história política recente. Isto demonstra como uma parte das forças políticas portuguesas se apropriou da interpretação histórica do 25 de Abril, perante a passividade da outra parte, a qual olha para a Revolução com distância, no melhor dos casos, e com antipatia, nos casos mais graves.»
João Marques de Almeida na Edição de Maio da Revista Atlântico
«A Queda - Hitler e o fim do Terceiro Reich - é um filme polémico, mas apenas porque aponta para uma evidência que alguns preferem não reconhecer. A de que todo o mal é humano.»
Tiago Santos, na Edição de Maio da Revista Atlântico
«Não existe entre nós um consenso autoritário, não existe uma inclinação consensualizada, não existem entre nós, meus amigos, mestres-de-cerimónias. Todos aqui dizem e continuarão a dizer o que pensam, porque este é o único partido da democracia do século XXI.»
Francisco Louçã, Domingo, 8 de Maio, na IV Convenção do Bloco de Esquerda que o entronizou como Grande Timoneiro da Nação Bloquista... via TSF online
«A malta charro juntou-se para proclamar que é o único partido decente em Portugal. A humildade não passa por lá e a presunção abunda. Enfim, a habitual superioridade moral da extrema-esquerda.»
Anarcoconservador,segunda-feira, 9 de Maio
«Não posso ir a Lisboa e não ir ao Bairro Alto! O Bairro alto tem um pouco de tudo, mas acima de tudo tem ambiente, alma, carácter, tem charme, tem magnetismo, tem gente gira e gente velha, tem imagem e tem pinta. Muita pinta. Se não vivesse em São Miguel vivia no Bairro Alto, sem sombra de dúvida.»
Rui Goulart de Almeida Arq., segunda-feira, 9 de Maio, no Açoriano Oriental... devidamente acompanhado de «croquis do autor» ilustrativo do texto, e que «prima facie» faz lembrar o Rio de Janeiro mas, no contexto percebe-se que tenha algo de Castelo de São João Batista!!!
«Hoje, até os políticos extremistas já aceitam participar na Europa Comunitária. Pelo menos, não desprezam os mandatos que vão obtendo para o parlamento que representa esta união dos povos europeus... Uns satisfeitos, outros conformados, todos acabaram por aceitar uma evidência resultante de mais de cinquenta anos de experiência de integração: o primado do direito comunitário sobre as ordens jurídicas internas dos Estados membros.»
Pedro de Faria e Castro, segunda-feira, 9 de Maio, na Aula Magna do Açoriano Oriental e a propósito do Dia da Europa
«O CEJ (Centro de Estudos Judiciários) transformou-se numa espécie de Faculdade de Direito de 2ª Classe.»
Boaventura Sousa Santos, hoje, algures no Jornal da Noite da SIC Notícias a comentar de Cátedra o actual «Estado da Justiça em Portugal»!
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«hoje graças ao poder autárquico Portugal está mais feio; hoje graças ao poder autárquico Portugal está desgraçado.»
Francisco José Viegas, terça-feira, 3 de Maio, no Choque de Gerações
«Os jornais deviam fazer, com alguma periodicidade, umas sondagens, tal como o que sucede no continente, sobre a governação e as autarquias mais importantes.»
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira, 6 de Maio, no Açoriano Oriental
«ao fim de trinta anos, o poder autárquico tem "obra feita" de que se pode orgulhar, sobretudo nos importantes domínios das feiras de enchidos e dos pavilhões gimnodesportivos.»
António de Araújo, na Edição de Maio da Revista Atlântico (aquietem-se os do costume que não vou citar a Helena Matos, apesar desta ser a Directora desta nova revista que, é um facto, merecia melhor grafismo e papel)
«Há uma realidade estranha na via política e intelectual portuguesa. Ao pluralismo político e ideológico não corresponde uma pluralidade de interpretações da história política recente. Isto demonstra como uma parte das forças políticas portuguesas se apropriou da interpretação histórica do 25 de Abril, perante a passividade da outra parte, a qual olha para a Revolução com distância, no melhor dos casos, e com antipatia, nos casos mais graves.»
João Marques de Almeida na Edição de Maio da Revista Atlântico
«A Queda - Hitler e o fim do Terceiro Reich - é um filme polémico, mas apenas porque aponta para uma evidência que alguns preferem não reconhecer. A de que todo o mal é humano.»
Tiago Santos, na Edição de Maio da Revista Atlântico
«Não existe entre nós um consenso autoritário, não existe uma inclinação consensualizada, não existem entre nós, meus amigos, mestres-de-cerimónias. Todos aqui dizem e continuarão a dizer o que pensam, porque este é o único partido da democracia do século XXI.»
Francisco Louçã, Domingo, 8 de Maio, na IV Convenção do Bloco de Esquerda que o entronizou como Grande Timoneiro da Nação Bloquista... via TSF online
«A malta charro juntou-se para proclamar que é o único partido decente em Portugal. A humildade não passa por lá e a presunção abunda. Enfim, a habitual superioridade moral da extrema-esquerda.»
Anarcoconservador,segunda-feira, 9 de Maio
«Não posso ir a Lisboa e não ir ao Bairro Alto! O Bairro alto tem um pouco de tudo, mas acima de tudo tem ambiente, alma, carácter, tem charme, tem magnetismo, tem gente gira e gente velha, tem imagem e tem pinta. Muita pinta. Se não vivesse em São Miguel vivia no Bairro Alto, sem sombra de dúvida.»
Rui Goulart de Almeida Arq., segunda-feira, 9 de Maio, no Açoriano Oriental... devidamente acompanhado de «croquis do autor» ilustrativo do texto, e que «prima facie» faz lembrar o Rio de Janeiro mas, no contexto percebe-se que tenha algo de Castelo de São João Batista!!!
«Hoje, até os políticos extremistas já aceitam participar na Europa Comunitária. Pelo menos, não desprezam os mandatos que vão obtendo para o parlamento que representa esta união dos povos europeus... Uns satisfeitos, outros conformados, todos acabaram por aceitar uma evidência resultante de mais de cinquenta anos de experiência de integração: o primado do direito comunitário sobre as ordens jurídicas internas dos Estados membros.»
Pedro de Faria e Castro, segunda-feira, 9 de Maio, na Aula Magna do Açoriano Oriental e a propósito do Dia da Europa
«O CEJ (Centro de Estudos Judiciários) transformou-se numa espécie de Faculdade de Direito de 2ª Classe.»
Boaventura Sousa Santos, hoje, algures no Jornal da Noite da SIC Notícias a comentar de Cátedra o actual «Estado da Justiça em Portugal»!
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Livros
Isto tem andado a navegar pela blogoesfera faz algum tempo, é engraçado como a blogoesfera é amiga dos livros, com maior ou menor entusiasmo todos têm respondido, ainda bem. A Clara incumbe-me de responder também, como ela fez dois links, um para o :Ilhas e outro para aqui, abriu-me a porta a fazer duas respostas e, se me apetecer, ainda sou capaz de responder uma terceira vez. Nesta coisa dos livros nunca nada é definitivo e cada dia é um dia.
Não podendo sair do Farenheit 451, que livro quererias ser?
Custa-me imaginar um mundo sem livros. Um mundo onde a literatura fosse perseguida por lança-chamas. O que seria de nós sem a literatura. Mas se não pudesse mesmo sair do Farenheit 451 [livro | filme] creio que quereria ser os 7 volumes das DUNE Chronicles de Frank Herbert. De certeza que os "clássicos" todos estariam salvaguardados, como se viu pelas respostas de outros leitores e no DUNE está à mesma quase tudo o que é importante saber sobre nós e o Universo.
Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
Por várias. Acho que a primeira foi o Conan, não o Conan do Shwarzenegger, mas o do Hayao Miyazaki. Também gostava muito do Esteban e da Zia, apesar de aí o Mendoza ser o arquétipo do castelhano ávido de ouro, mas de bom coração. Outro dos meus preferidos dos primeiros anos era o Gil Braz de Santillana. Neste momento estou outra vez apanhadinho por um senhor chamado Ulisses e seus companheiros, na versão Frederico Lourenço.
Qual foi o último livro que compraste?
Por ordem de chegada: São Miguel a Ilha Verde - Estudo Geológico de Raquel Soeiro de Brito; Atlas Básico dos Açores; Lone Wolf and Cub vol 3 e 4 de Kazuo Koike e Goseki Kojima; Um Herói de Quinze Anos de Júlio Verne; Figuras do Muito Obscuro de Yves Namur. Isto só nos últimos 5 dias, um livro por dia dá saúde e faz crescer... (e o dinheiro serve para quê?)
Qual foi o último livro que leste?
Esta é mais difícil, eh eh. Status Ansiedade de Alain de Botton, é engraçado, mas A Arte de Viajar é melhor e o How Proust can change your Life é melhor ainda.
Que livros estás a ler?
Figuras do Muito Obscuro de Yves Namur e The Sandman Endless Nights de Neil Gaiman (texto) e vários artistas (desenhos e ilustrações). Íliada de Homero.
Cinco livros que levarias para uma ilha deserta?
Esta é muito, muito difícil. Bom se não contam os volumes levaria os seguintes títulos: DUNE Chronicles de Frank Herbert, The Encyclopedia Britannica, Leaves of Grass de Walt Whitman, Poesia de Álvaro de Campos e um bom manual de sobrevivência em ilhas desertas.
Três pessoas a quem vais passar o testemunho e porquê?
Aos meus colegas de blogue, para facilitar as coisas.
Nota: as respostas hoje foram estas, ontem seriam outras, amanhã outras ainda. Na literatura como na vida nada é definitivo.
Não podendo sair do Farenheit 451, que livro quererias ser?
Custa-me imaginar um mundo sem livros. Um mundo onde a literatura fosse perseguida por lança-chamas. O que seria de nós sem a literatura. Mas se não pudesse mesmo sair do Farenheit 451 [livro | filme] creio que quereria ser os 7 volumes das DUNE Chronicles de Frank Herbert. De certeza que os "clássicos" todos estariam salvaguardados, como se viu pelas respostas de outros leitores e no DUNE está à mesma quase tudo o que é importante saber sobre nós e o Universo.
Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
Por várias. Acho que a primeira foi o Conan, não o Conan do Shwarzenegger, mas o do Hayao Miyazaki. Também gostava muito do Esteban e da Zia, apesar de aí o Mendoza ser o arquétipo do castelhano ávido de ouro, mas de bom coração. Outro dos meus preferidos dos primeiros anos era o Gil Braz de Santillana. Neste momento estou outra vez apanhadinho por um senhor chamado Ulisses e seus companheiros, na versão Frederico Lourenço.
Qual foi o último livro que compraste?
Por ordem de chegada: São Miguel a Ilha Verde - Estudo Geológico de Raquel Soeiro de Brito; Atlas Básico dos Açores; Lone Wolf and Cub vol 3 e 4 de Kazuo Koike e Goseki Kojima; Um Herói de Quinze Anos de Júlio Verne; Figuras do Muito Obscuro de Yves Namur. Isto só nos últimos 5 dias, um livro por dia dá saúde e faz crescer... (e o dinheiro serve para quê?)
Qual foi o último livro que leste?
Esta é mais difícil, eh eh. Status Ansiedade de Alain de Botton, é engraçado, mas A Arte de Viajar é melhor e o How Proust can change your Life é melhor ainda.
Que livros estás a ler?
Figuras do Muito Obscuro de Yves Namur e The Sandman Endless Nights de Neil Gaiman (texto) e vários artistas (desenhos e ilustrações). Íliada de Homero.
Cinco livros que levarias para uma ilha deserta?
Esta é muito, muito difícil. Bom se não contam os volumes levaria os seguintes títulos: DUNE Chronicles de Frank Herbert, The Encyclopedia Britannica, Leaves of Grass de Walt Whitman, Poesia de Álvaro de Campos e um bom manual de sobrevivência em ilhas desertas.
Três pessoas a quem vais passar o testemunho e porquê?
Aos meus colegas de blogue, para facilitar as coisas.
Nota: as respostas hoje foram estas, ontem seriam outras, amanhã outras ainda. Na literatura como na vida nada é definitivo.
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