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Ainda Freitas do Amaral: o homem das convicções definitivas
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Uma prosa edificante!
«(...) na actual conjuntura universitária, a cumulação de um cargo marcadamente político forneceria decerto o pretexto desejado pelos estudantes extremistas para introduzir agitação nas nossas aulas. Nenhum de nós tem, como V. Excelência sabe, a estulta pretensão de obter uma imunidade provisória à contestação, em troca de renúncia às suas convicções definitivas(...)». É uma carta: escreveu-a Diogo Freitas do Amaral, em 13 de Junho de 1970 a Marcelo Caetano.
Freitas fora convidado por Manuel Cotta Dias para assumir o «pelouro doutrinário» da Acção Nacional Popular, o partido único do regime anterior, sucessor da União Nacional.
Escreve a justificar-se com as «provas académicas» e com este paleio de não dar azo aos «estudantes extremistas». Mas, manteigueiro, não deixa de sublinhar que nada disso põe em causa as suas «convicções definitivas». Mas não é só isto! O homem das «convicções definitivas» acrescenta, a justificar-se quanto a não aceitar: «(...) a mágoa que nos invade por nos não ser possível aceitar esta colaboração que tanto desejaríamos prestar a Vossa Excelência». Fantástico colaborador!
E remata «alimentando a esperança de não prejudicar, senão no mínimo, esta fase de arranque das actividades da ANP, aproveitamos para formular a V. Excelência os mais ardentes votos de felicidades na prossecução da grande obra que vem desenvolvendo a bem de Portugal».
Não é lindo?
A «grande obra que vem desenvolvendo a bem de Portugal»!
Ontem «muito grato e dedicado» a Marcelo Caetano, hoje nos braços do «animal feroz».Isto de facto é mesmo uma «choldra»!
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mais e brilhantes farpas em A REVOLTA DAS PALAVRAS ...o blog de JOSÉ ANTÓNIO BARREIROS ...à la carte, sugestão do Chefe, «Carne para Canhão» e «Falta de Vergonha»...
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