sábado, março 5
o pragmatismo é quem mais ordena
Temos, ao que parece, governo. E desde já é preciso dizer que muito mais importante do que os nomes, é o que esta gente vai ou não fazer nos próximos quatro anos que interessa, isso é que é realmente importante. Dito isto, vamos aos nomes. Começo por fazer ver aos meus amigos da direita que escusam de estar empanicados porque este é o governo mais centro direita dos trinta anos da democracia portuguesa. E é verdadeiramente de espantar que a maior critica da direita seja a ausência dos grandes nomes do PS no governo e a inclusão de Freitas. Pois o mundo está mesmo de pernas para o ar. Agarrem-se às vossas ideologias meus amigos, que isto está difícil. Sócrates fez o seu governo, e o resto é conversa. Sem muitas contemplações, quer ao PS, quer às expectativas formadas. Mas atenção que os grandes vencedores desta primeira jogada são claramente as grandes corporações e os grandes grupos económicos. Perguntem ao Ricardo Salgado se não está satisfeito com este governo? Quem tenha lido nos últimos tempos alguns dos artigos de Campos e Cunha sabe o que aí vem. Pragmatismo económico, meus amigos, e não é de modelo nórdico é de modelo burocrático, feito no gabinete e imposto de cima para baixo, sem contemplações. Viva o mercado e o resto que se lixe. Diálogo? Isso é coisa do passado. Sindicatos, tenham medo, tenham muito medo. Trabalhadores da função pública, idem. Daqui a uns tempos até a Manuela Ferreira Leite vai ser perdoada. Quanto a Freitas, eu pessoalmente acho um disparate, não por ser o Freitas mas por ser o Freitas e logo no MNE. É incrível como na primeira maioria absoluta do PS, seja uma figura como Freitas do Amaral o MNE, enfim eu pessoalmente sempre soube que Sócrates não era socialista. E a propósito de PS, o que me chateia mais nem é que Vitorino ou Gama não estejam no governo, esses estão ou vão estar onde querem, presidência da República e da Assembleia, respectivamente, a mim chateia-me mais que Oliveira Martins, Manuel Maria Carrilho, Maria de Belém, só para dizer os que me vieram agora mesmo à cabeça não estejam em lado nenhum. O TóZé Seguro será o provável líder parlamentar, Lello ou Assis para a câmara do Porto, Ferro em Lisboa, mais uns quantos lugares em administrações muito bem pagas e assim se cala o PS. De qualquer modo está lá o Vieira da Silva, e Santos Silva, e Alberto Costa, mas não pensem que isto é um governo equilibrado, não, isto é uma ditadura de um homem só e esse homem chama-se José Sócrates. Enfim, vamos ver o que isto dá, para mim como socialista desgosta-me mas se calhar é disto que o país precisa, pragmatismo. Só uma última nota, Aníbal vais levar na cabeça de um homem de metro e meio, é lixado.
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