sábado, janeiro 31

...que Mota nos acuda!


ALBERTO João Jardim deverá deixar a Madeira e vir para o continente no fim desta legislatura, ocupando o lugar de presidente da Assembleia da República, sucedendo a Mora Amaral. Resolver-se-á, assim, um problema que o PSD arrasta há vários anos, que é o da sucessão de Jardim na Madeira e a sua vinda para o continente, para um lugar de prestígio. in Expresso.

sexta-feira, janeiro 30

Ditador! Fascista!

Não gosto de escrever sobre política. Porquê? Porque não percebo nada disto. Mas na realidade e graças às pseudo democracias que regem o mundo ocidental a que pertencemos, mesmo as pessoas que não percebem nada de política devem dar a sua opinião e discutir política.
Agora imaginem que era assim num bloco operatório. O médico vinha a recepção das urgências e perguntava, com um alto berro.

- Quem acha que eu devo operar ponha a mão no ar! Ora conte aí, se faz favor, enfermeira Gilda.

- …6,7,8,…,12,13,…São 16 Sr. Doutor!

- Ok! Quem acha que eu devo mandar para casa com sais para acalmar os gases? Enfermeira Gilda!

- 1…8,9,10,…16,17,…23 e 24. É para casa Sr. Doutor.

- Ok! Trate disso Sr.ª Enfermeira. Essa Sr.ª aí ao fundo porque é que não votou, ahim? Não está ouvir?

- Está morta Sr. Doutor!

- Ah… Ok! Sr. ª Enfermeira?

- Sim Sr. Doutor?

- Mande aquela Sr.ª lá ao fundo para casa também. Não é preciso ir a votos!

O médico vira as costas e afasta-se. Enfermeira entre os dentes.

- Ditador! Fascista!

Vai uma aposta

Vai uma aposta como lá para finais de Agosto, princípios de Setembro, Vasco Pulido Valente, esse grande historiador de quem aprecio muito a escrita, estará a escrever artigos sobre a mais que provável vitória de John Kerry nas presidenciais americanas e de como a direita perde sempre porque o povo não compreende a direita e das consequências disto tudo para o futuro da Av. do Colégio Militar. Aposto já um quilo de Cracas na Cascata.

A vida tal como ela é...

Gostava de poder citar um blog árabe ou pró palestiniano que desse do mesmo acontecimento a sua perspectiva, mas ainda não achei nenhum que me agrada-se. Prometo que quando tal acontecer o introduzirei na nossa lista de links permanentes. Para mim um dos princípios fundamentais da existência humana é tentar sempre, mesmo em face dos maiores horrores, ver a circunstância de quem está do outro lado, a razão do outro. Acredito que em todas as situações existem sempre duas formas de olhar e de compreender. Para já sugiro que percam uns poucos segundos a ler isto. Que coisa somos nós seres humanos.

quinta-feira, janeiro 29

Sobre pessoas e ideais

Antes de mais, deixem que diga uma coisa. Se já estamos assim em Janeiro como é que isto não vai estar em Setembro?! A profusão de posts e de comentários por hora vai ser, seguramente, assustadora. Os computadores vão fumegar, de certeza.

Mas até lá muita água vai correr e muitos parágrafos vamos, nós os bloguistas açorianos interessados, escrever.

Eu continuo a defender o ponto de vista de que nos Açores os candidatos são mais importantes do que os partidos. São os cabeças de lista por cada ilha que, debaixo do chapéu do líder regional, realmente influenciam os eleitores nas suas opções de voto. Este facto é ainda mais essencial pela proximidade dos eleitores aos candidatos. Num meio pequeno como é o nosso as vitórias nascem no contacto pessoal, directo, amistoso, das figuras políticas com a população. É por isso que me referi a figuras como Gusmão, Sampaio e Marques Paz da forma como me referi. São e serão sempre elementos centrais na campanha. Mas para bem da argumentação acrescento o seguinte, também o Sr. Contente e o Sr Ricardo Silva irão desempenhar o mesmo papel. Tal como o Sr Bolieiro, ou o Sr Andrade. A questão é que as figuras que gravitam na orbita dos astros Cesar e Cruz desempenham um papel importantíssimo, porque todos sabemos e o eleitorado também, que é dai que sairão os putativos membros de qualquer governo que se venha a formar e numa economia dependente como é a nossa este aspecto é da maior importância. É obvio que a minha escolha de nomes não é aleatória e, se é preciso que o diga, todas estas figuras estão, para mim, ao mesmo nível e o nível é baixo. Talvez fosse bom que os lideres dos dois principais partidos, que insistem em dizer que estão abertos á chamada sociedade civil, apresentassem para além de listas de candidatos a deputados, listas de possíveis secretários regionais. Talvez assim pudéssemos todos fazer escolhas mais acertadas.

Quanto à questão ideológica é claro que por todo o espectro político atravessa uma enorme falta de ideologia e, pior, de ideias. A razão é simples. A grande maioria das pessoas que hoje estão na política activa não o fazem por aquilo que o Nuno chamou de noção de “serviço público”, muito menos pela defesa de ideais que considerem básicos para a construção de uma sociedade melhor. Só se está na política hoje por que é mais fácil do que estar no mundo empresarial e porque se é mais bem pago do que na “função pública”. Desculpem-me os um porcento que confirmam esta regra. Para agravar isto a total servidão dos políticos aos interesses económicos, ainda para mais numa pequeníssima e pobre região como a nossa, impede a prossecução de qualquer ideal ou ideia de desenvolvimento que afronte ou belisque esses interesses. O pragmatismo da política de hoje é que o dinheiro manda em tudo. (Mesmo em quem não está na política activa.)

Posto isto levanta-se a questão de porque é que nos interessamos, porque é que participamos, porque é que votamos. Porque alguns de nós tem ideais e lutam por eles. Na esquerda, na direita, no centro, uns poucos de nós acreditam que com ideais, e noção de serviço público é possível, e desejável, construir um mundo melhor. Oxalá os que hoje se candidatam também o tivessem.

Amizade e Sexo - "Read all about it"

Vejam toda a verdade sobre amizade e sexo no não m´acredito

IMPOSSíVEL !

"Há, posso garantir, muita gente válida no PSD e no PP."

Esta frase do Nuno na Foguetabraze ficou-me a ricochetear no meu cérebro. Tenho sempre medo das minhas primeiras reacções, são primárias (dahhhhh!!!!). E neste caso algo no lado emocional do meu cérebro gritou – Impossível! Mas depois pensei - Que presunção, mais parece uma afirmação no Foguetabraze! Foi então que comecei a pensar – O que me levaria a mim, ou a outra pessoa normal (Sim, sim! Normal!), a inscrever-se e a participar, activamente e de forma altruísta, num partido com ambição de poder como o PCP, PS, PSD ou PP (vejam como fui simpático e incluí o PCP)?
Ajudem-me a não ser primário, eu não chego lá sozinho (e tenho imensa curiosidade).
Eu sei que esta pergunta não é totalmente justa pois, em geral, os adeptos da direita no campo da mentira jogam em casa. Porquê? Porque se podem confessar ao grande Deus das pequenas coisas e serão perdoados. Por isso é que as pessoas da esquerda são pessoas mais macambúzias (não só porque, como nos tentou ensinar o João Nuno, serão quase todos filhos de mãezinhas... useiras e vezeiras que queriam mas não fizeram abortos mas também) porque têm a consciência pesada e sem confessor assumido.

O estado não pode nem deve ter boas intenções

O problema mais grave em relação à Sr.ª Ministra Celeste não é o erro ou ilegalidade cometida pelo seu pelouro. Esse mesmo ocorrendo, não acredito que tenha sido cometido com conhecimento de causa e efeito (podem ser do PP mas nem eles serão tão estúPPidos). O problema mais grave está, no meu entender, na tentativa de explicação por parte da própria ministra. O estado não pode nem deve ter boas intenções, ou faz bem e legalmente ou não. A Sr.ª ministra não deve explicar quais as intenções pretendidas. Deve averiguar se é legal e se não for demite os responsáveis, e, se politicamente necessário e coerente, põe o lugar à disposição.

Ai portugal, portugal

Por favor leiam este post do jaquinzinhos. Este é, infelizmente, o retrato brutal do pais pequenino que se chama portugal. Pouco mais há a dizer...

A demagogia da Celeste

É assim, eu não fugi, eu ia pagar, estava só há espera de um enquadramento legal para o fazer. Juro. Enquanto isso o dinheiro estava aqui guardado na minha carteira. OK, Sra Ministra?! Pode ser!?

Já agora uma sugestão, ninguém desconta para a segurança social durante um ano, aumentamos a liquidez das empresas e vamos todos gastar mais dinheiro a ver se assim se aviva a economia. Pode ser, Sra Ministra, que tal?!

Olhe Sra Ministra eu também herdei muitos problemas, mas não deixo de pagar impostos por causa disso, até porque se o fizer não posso receber apoios do Estado.
Por ultimo um apelo, Sra Ministra: haja respeito pelos cidadãos!!

FRONTEIRAS ABSURDAS

Reli recentemente « As Rosas de Atacama » e impressionou-me particularmente o non sense da ridícula, mas verosímil, história do « Guarda da Alfândega de Laufenburg » . Nela Luís Sepúlveda deixa antever a suspeita de que, enquanto existirem cromos do calibre do Guarda da Alfândega de Laufenburg, não há União abençoada por Maastricht ou Europa tutelada por Schengen que resista. Para quem não conhece a história, apenas e para o que importa, resta dizer-vos que tem por cenário um lugarejo separado por uma ponte sobre o Reno. De um lado fica acantonada a Suíça e do outro ergue-se a Alemanha. Enfim, num registo mais pueril não é possível deixar de fazer a « ponte » com o « Grande Fosso » do Asterix ! Ora, se entre nações e povos ditos civilizados a Europa ainda não foi interiorizada como espaço de sã convivência, que esperar dos comportamentos dos Latinos e dessa « invasão bárbara » que se prepara com o alargamento ao Oriente ?

A pequena história de Luís Sepúlveda tem um humor peculiar que roça o surrealismo e o absurdo. Exemplo desse absurdo ao estilo Monthy Python”s é o texto que segue com este post e que mereceu a minha escolha para o « The best of the year ( 2003 ) in my mailbox ».


Five Germans in an Audi Quattro arrive
at the Italian border.

« The Italian Customs agent stops them and says :

- « It'sa illegala to putta 5 persona in a Quattro. »

- « Vot do you mean it'z illegal ? » - asks the German driver.

- « Quattro meansa four » - replies the Italian official.

- « Qvattro is yust ze name of ze otomobile », the Germans replies unbelievingly, « Look at ze papiers: zis car is designt to karry 5 personnen. »

- « You can'ta pulla thata one on me! », replies the Italian customs agent. « Quattro meansa four. You hava fivea persona ina your machina and you are thereforea breaking the law.»

The German driver replies angrily : - « You idiot! Call your zupervizor over, ich vant to schpeak to somevone viz more intelligence! »

- « Sorry » - responds the Italian official - « he can'ta come. He'sa busy witha 2 guysa in a Fiat Uno. »

… afinal o humor não é apenas escatológico e quem não gostar que vá à m**** !

Post Scriptum : embeveceu-me o volume de comentários ao meu 1º post neste Blog. Divertiram-me particularmente os desagradáveis ! Só lamento que por via da webização se privilegie a bravata embuçada do anonimato. Para aqueles que tenham alguma dificuldade na leitura então é assim : recomendam-se programas alternativos ao estilo Big Brother onde a Língua só acessoriamente se presta a essa nobre e humana função que é a comunicação. Obrigados e prontos .

quarta-feira, janeiro 28

Não fui eu...!

Foi com estas palavras que Mota Amaral recebeu, na AR, a delegação pelo movimento social "petição para um referendo sobre o aborto". Não m' Acreditam!? Basta apenas consultar o Público.

Símbolos e outras questões.

Post pós Telejornal e dois blogs.

Vamos lá chamar as coisas pelos nomes. A coligação PSD/PP é exactamente isso, uma união de duas forças políticas com um objectivo comum. Não é, repito, não é uma coligação abrangente e apartidária de açorianos. Por mais que o Sr. Cruz e o Sr. Pinheiro queiram transmitir a ideia que se trata de um vasto movimento de personalidades não filiadas, a verdade, a verdade política, é que trata-se de um acordo entre dois partidos políticos. A operação estética que os fazedores de imagem destes partidos fizeram na reunião desta manhã é não só falsa como ilegítima. Na minha opinião apresentar como pano de fundo e moldura do primeiro encontro político dos dois partidos apenas bandeiras dos Açores é uma forma espúria de atirar areia para os olhos dos eleitores. Ao não quererem assumir as suas cores políticas neste casamento ambos os partidos assumem não só o seu incomodo como a sua desconfiança face ao mesmo. A bandeira açoriana é um património de todos, todos, os açorianos. Os símbolos são isso mesmo, símbolos. E tem que ser entendidos em toda a sua abrangência e significado não são, nem podem ser utilizados como, arma de arremesso político por ninguém.

Mas vamos agora a outras questões. Do pouco que foi possível ver do ambiente da sala ficou-me a impressão nítida de expressões forçadas, e não pelo incomodo das câmaras mas pelo incomodo dos camaradas. À parte isto é notória a falta de ideias por detrás desta coligação, há apenas um objectivo, mais nada. Na minha opinião nem o desespero justifica a mudança apenas pela mudança, alternância sim, mas só quando se muda para melhor. E, caro Nuno, figuras como Paulo Gusmão e companheiros, vão ter muita importância, porque por mais que a onda laranja queira fazer esquecer essas personalidades os eleitores vão querer saber que lugares poderão, eventualmente, estes senhores ocupar. Não é à toa que Paulo Gusmão se sentou à direita de Alvarino Pinheiro. Volto a dizer, estas eleições são ganhas pelas pessoas que concorrem, mais do que pelos partidos (a questão das bandeiras é um exemplo do que digo) e saber quem são as personalidades que poderão compor um futuro governo será uma questão crucial nesta campanha. Quer para um lado como para o outro.

Por ultimo e para o companheiro Carlos, do Fayal, eu, pessoalmente, e por defeito, quando me zango com o PS voto sempre mais à esquerda. Só espero que quando quiser ir à Junta de Freguesia consultar os resultados eleitorais não apareça, como por magia, zero votos para a CDU, ou para o Bloco de Esquerda, porque eu ainda não decidi em quem vou votar, sei apenas em quem não vou votar.

A Coligação

Antes de ser influenciado por qualquer tipo de comentário vou aqui expressar uma opinião sobre a reunião que terá decorrido esta manhã num hotel de Ponta Delgada. As estruturas directivas dos partidos Popular e Social Democrata dos Açores encontraram-se então para discutir os traços de um acordo pré eleitoral com vista a disputarem e, possivelmente, dizem eles, ganharem as eleições de Outubro próximo. Imagino, não sem alguma angustia pessoal, o ambiente da sala, os apertos de mão entre Alvarino e Vitor, entre Gusmão e Bolieiro, a desconfiança disfarçada de parte a parte, o enorme sapo que ambos engoliram, deslizando pelas gargantas estreitas para ir coaxar no fundo dos estômagos indispostos. Conseguirá o PSD conviver saudavelmente com personagens como Andre Marques Paz ou Frederico Sampaio, já para não falar de Paulo Gusmão? Que lugares irá o PP exigir na estrutura da coligação? Será a perspectiva de poder argamassa suficiente para suster esta inverosímil coligação? Terão os eleitorados destes dois partidos deslembrança suficiente para esquecer anos de menosprezo e ódio lançados de parte a parte? Todos sabemos, os que olhamos para estas coisas com distanciamento, que a única razão desta coligação é o poder, a conquista despudorada e alarve do poder, não se vê um projecto ou uma ideia de governação, trata-se de uma contagem de espingardas, de um casamento de conveniência, com o único propósito de destituir Cesar e coroar Cruz. O que esta coligação não vê, ofuscada como está pela sede de governança, é que num arquipélago pequeno e geograficamente disperso como o nosso as eleições são ganhas não por partidos mas por personalidades políticas e isso determinará o resultado das eleições. Ganhará as eleições o líder com quem os açorianos se sentirem mais confortáveis. Mas isso é matéria para outro post.

+ um postal da BTL 2004


Pão Alentejano + Presunto de Porco Preto e + 1 "imperialzinha"...sff.

America, America

John Kerry conquistou mais uma vitória, desta vez com quase 40% do votos dos eleitores democratas. Dean, por seu lado, conseguiu manter a chama acesa. A grande desilusão foi Wes Clark. O sinal está dado para a semana que agora começa e que terminará na próxima terça-feira com primarias em mais estados.

“The campaign now turns into what is in effect a national primary next Tuesday, with contests in seven states stretching from South Carolina to New Mexico. Aides to Mr. Edwards, Mr. Clark and Mr. Lieberman said they believed that this was fertile territory for their relatively moderate appeal and vowed to offer Mr. Kerry a tough fight in the days ahead.” in The New York Times

Veremos de facto como se comportarão os candidatos nestes próximos dias e que resposta darão os eleitores. A partir de agora começa a contagem de delegados mais do que de votos e a marcação para vice começa também a definir-se. Dentro de oito dias teremos uma ideia mais clara de quem os eleitores do partido democrata acreditam pode tirar a presidência ao mal fadado George W. Bush. Eu, pessoalmente, mantenho a aposta em Kerry e Clark, mas eu não posso votar nas eleições americanas, o que está mal. Enfim, let’s whait and see...

Livros do Ano



...no próximo sábado na Livraria Solmar, dia 31 de Janeiro, pelas 18h30. Convidados: Anabela Mota Ribeiro (jornalista); Nuno Costa Santos (escritor/jornalista); Carlos Miranda (cinéfilo)...e a :ILHAS, também!

serenidade e bom senso...às 04h a.m.

terça-feira, janeiro 27

mais para desanuviar...

...e que tal um Quizilla, há muito que não passo por lá...

Do you know your music?
music
Good. You know your music. You should be able to
work at Championship Vinyl with Rob, Dick and
Barry


Do You Know Your Music (Sorry MTV Generation I Doubt You Can Handle This One)
brought to you by Quizilla

Bloggies

Para desanuviar um pouco juntei aqui ao lado alguns dos Blogs nomeados para os Bloggies. Take a look..

A vontade de ser.

O profundo desejo de imortalidade que se oculta no mais íntimo de cada um de nós é o que nos faz estremecer perante a morte. Mais do que a incompreensão, mais do que a incapacidade de racionalizar o desconhecido, é a vontade de eternidade que naufraga quando choca com a inevitabilidade da morte. É nessa fronteira, nesse limite que o humano soçobra. A morte, fim último da passagem do tempo, é a única constante da vida. É a única certeza da existência. É por isso que tem um efeito tão devastador no espírito humano, presenciar a morte é como tocar Deus, é experimentar em absoluto a imensidão do que está para lá de nós e, ao mesmo tempo, a intransponível fínitude do que somos. A morte que subitamente e sem contemplações nos visita é como um terramoto que esmaga e nivela e torna em pó as frágeis construções da existência humana. Assim, com a frieza dos segundos que nunca param, a morte aniquila, não deixando nada impassível ao seu toque. A morte, que é a antítese do sonho, que não dá lugar ao desejo, que impede a esperança e que, na sua forma mais pura, circunscreve o corpo ao limite dos elementos, faz cair por terra e na terra a vontade de céu do que é o humano. Nada mais há que possa estar além da morte e a nós resta-nos a fronteira da vida para ser.

domingo, janeiro 25

...

...mesmo as situações mais distantes podem nos chocar no mais profundo do nosso ser e deixam o sabor amargo e angustiante da mágoa.

Ora aqui está um bom objectivo para 2004.

"JOSÉ Manuel de Mello, 76 anos, um dos mais conhecidos empresários nacionais, está profundamente pessimista em relação ao futuro do país. Não acredita «de todo» nos políticos e diz que os empresários «apenas gerem a dívida» - e alguns têm mesmo «a mão esquerda mais desenvolvida» por se terem habituado a receber os subsídios de Bruxelas.

Neste quadro, e apesar de ter sido um dos principais impulsionadores do Manifesto dos 40, que reclamava a defesa dos Centros de Decisão Nacional, diz que «o que devíamos fazer era juntarmo-nos rapidamente a Espanha», começando a criar a Ibéria"

in Expresso

A única explicação para este país ser o que é, é ter as elites que tem.
De qualquer modo, eu também sou iberista, tal como Antero era. Que Viva España.

sábado, janeiro 24

Helmut Newton


"Helmut Newton, the prolific, widely imitated fashion photographer whose provocative, erotically charged black-and-white photos were a mainstay of Vogue and other publications, died yesterday after a car crash in Hollywood. He was 83."
in The New York Times, 24/1/2004

sexta-feira, janeiro 23

pedido...

A weblog.com.pt precisa de ajuda.

Air Luxor

Ou muito me engano ou esta notícia ainda vai dar um grande berbicacho político. Conforme o desenvolvimento da coisa veremos como os actuais e ex responsáveis políticos vão descalçar a bota. É por estas e por outras que uma liberalização das rotas aéreas entre os Açores e o exterior deve ser implementada, doa a quem doer. A única coisa que deve ser salvaguardada é a segurança e o direito dos açorianos de terem vias de comunicação abertas com o exterior. Não sei até se não deveria ser adoptada a mesma política em relação às redes internas. Digo isto sem qualquer tipo de engajamento, é uma opinião que defendo até para bem do tão apregoado turismo.

Anabela Mota Ribeiro

Comentário do machista que há em mim.

Com relação a toda esta trapalhada em torno da Anabela Mota Ribeiro apetece-me dizer o seguinte. A Anabela Mota Ribeiro é gira, de quando em vez faz umas entrevistas interessantes e o resto (isto, isto, isto e isto e há mais pela blogolandia fora) é só conversa.



A foto é de Paulo Araújo.

A Roupa

Desculpem esta inesperada visita ao meu passado pessoal, mas estou com esta ideia na cabeça e preciso de desabafar. Uma reportagem de ontem sobre o PCP e a sua juventude levou-me a uma viagem aos meus anos de estudante de liceu em Lisboa, nomeadamente o D. Pedro V. Olhando para as imagens dos jovens comunistas surpreendeu-me, não por nunca ter reparado, mas por continuar na mesma, a similitude estética dos personagens. Ser da juventude comunista continua a ser uma questão estética, uma questão de traje. Sem aquela farda de falsa despreocupação pela indumentária, não se entra na JCP. Quem me conhece bem sabe que eu sempre me vesti da mesma maneira, quem me conhece muito bem sabe que sempre foi a minha mãe quem me vestiu. (Só para terem uma ideia, quem me vir na rua achará que eu sou um “beto”, pullover em bico, camisas às riscas e RL até nas meias...) Nos tempos do D. Pedro V, da PGA, da geração rasca, eu entre grupos de jovens de esquerda era uma espécie de marciano. Sempre tive amigos de todos o “walks of life”, mas nunca conheci um comunista que não se vestisse como se tivesse dormido com a roupa que trazia naquele momento. Enfim, “never judge a book by it’s cover” e também há “betos” de esquerda.

rádio (nostalgia)


Trabalhar a ouvir a KCRW de Santa Mónica/Califórnia. Música para a alma com origem na costa oeste dos USA. Diversidade ecléctica q/b - de Cesária Évora a Bjork até "Wonderwall" por Ryan Adams. A música, aqui, não assume fronteiras. Perdi-lhe o rasto quanto regressei à "ilha" e reencontrei-a aqui. Todos os dias.

Frase optimista

O Pedro Mexia voltou.

quinta-feira, janeiro 22

o novo ano aí está...


Mais fotos que me chegam da passagem de ano. Esta(s) são do Paulo Melo. Ao fundo o mítico "móvel" sempre a "bombar"...Obrigado, amigos!

Segunda Frase Fatalista...

...pelo menos para mim.

Estou de acordo com o Luís Osório.

Frase Fatalista

O espírito morreu.

Turismo 2

Vamos por partes.
1 º Ambiente. De uma forma quase intransigente e até dogmática defender o ambiente, salvar as lagoas, limpar e ordenar a orla marítima, impedir a devassa dos bens naturais.
2 º Ordenamento do Território. Travar a todo o custo a ocupação selvagem dos espaços, impedir as obras públicas e privadas sem cabimento, defender o património construído preservando a autenticidade dos locais, desde a mais pequena freguesia até à maior das cidades.
3 º População. Acabar de vez com as desigualdades sociais, combater a pobreza e o sub-desenvolvimento das populações, educar e civilizar, fomentar a fixação, dar possibilidades, em simultâneo, para a diversificação e desenvolvimento das actividades, tanto no sector primário tradicional como nas novas áreas dos serviços.

Cumpram estes três desígnios básicos e depois então vamos falar de Turismo. É que a grande verdade que ninguém quer ver é que este postal já não existe:

por SMS

[

"Portugal não é um país é um sítio mal frequentado"
Eça de Queiroz

Mário, obrigado pelo "esclarecimento"... ]

ARQUITECTURA

Depois das revistas Influx, InSi(s)tu #3/4 e Prototypo #7 terem divulgado recentes projectos de arquitectura nos Açores, é agora a vez da revista arq./a #23 divulgar mais dois projectos.
Os dois projectos são da autoria da arquitecta Manuela Braga.
A Casa Foros ou "Fatia de Queijo" na Rua dos Foros, 15 em Ponta Delgada e a remodelação, ampliação e benificiação de Casa/Galeria/Bar na Rua do Meio, 4 na Lagoa.
A revista encontra-se à venda nas livrarias por 9€ e aconselha-se.

FINALMENTE A MINHA ESTREIA

Aderindo a um simpático convite, indubitávelmente estimulante para o ego de qualquer um finalmente chego, tarde e a más horas como é meu timbre, à blogoesfera e by invitation do meu amigo Pedro Arruda. Se, por um lado, sempre arredei da minha praxis o boçal adágio popular que, para dissuadir eventuais proscrastinadores, prosaicamente adverte que «as cadelas apressadas têm cachorros tortos», por outro lado, não é menos certo que não posso evocar em minha defesa a sublime divisa de Octávio Augusto que parcimoniosamente aconselhava: «Em tudo o que fizeres, apressa-te lentamente». A verdade é bem mais comezinha tendo por justificação dificuldades de ligação ao Blogger!

Voltando ao Pedro Arruda, com a franqueza e o charme que todos lhe reconhecem, disse-me que os meus préstimos eram oportunos até para servirem de contra peso à direita e que, acessoriamente, a minha prosa até não era má! Só posso penhorar o meu esforço ao projecto do ilhas blogspot que, apesar da heterogénea linha editorial, não se esquiva do debate civilizado, tolerante, crítico e bem humorado como é próprio de gente de bem.

Assim, a prosa do signatário é livre, na melhor acepção liberal do termo, sem amarras de natureza ideológica ou política. Os nossos textos não promovem contudo ideologia de jaez torpe nem se deixam conduzir pelo mainstream fácil da neutralidade politicamente correcta, cuja epítome é sem dúvida o denominado relativismo cultural. Estamos assim protegidos pela liberdade de expressão que nos confere a 1ª Emenda da Constituição! Sim a 1ª Emenda! A nossa vanguarda reside na previsão de que num futuro próximo seremos, porventura, um protectorado dos USA e, com sorte, até poderemos estabelecer um protocolo de geminação com Puerto Rico. Sempre ajudávamos ao melting pot!

Assim no Novo Império que promete a Globalização antecipamo-nos de imediato e tutelamos as nossas intervenções com a invocação da Liberdade de Expressão gravada a ouro no insigne texto dos nossos founding fathers!

No restante, cabe-nos o prazer do comentário do fait divers social (na acepção que exclui o Jet Set ), da agenda política (quando possível), e de tudo aquilo que nos entretém com especial incidência no domínio da literatura, das ideias, e ... necessariamente do mundo cibernético. O entretenimento é para alguns uma liturgia hedonista própria de uma sociedade dessacralizada mas, ainda assim, é uma necessidade visceral.

A minha participação neste projecto colectivo (nomenclatura à la gauche que pouco me agrada mas que, in casu, é incontornável) pretende também partilhar locais de interesse na net , efemérides (argh!), eventos dignos de nota e comentários aleatórios sobre o que fica à superfície na espuma dos dias como diria Boris Vian (que nunca li!).

Antes que façam zapping por hoje chega!

João Nuno Almeida e Sousa (a.k.a. Little John)

quarta-feira, janeiro 21

absurdo 02

a) A edição de ontem do programa Controverso, na RTP-A. Entrevistador. Comentador + Director Regional da Cultura. Péssima prestação do comentador Reis Leite: interrompia, falou para si e quando não dizia que sim - concordava - apesar de defender uma posição diferente (!?). O Director da Cultura: não devia ter aceite o modelo do programa e da entrevista, entrou em contradição, remeteu para o decreto lei...e o "Jornalista": só queria saber se as "Danças e Bailinhos" tinham ou não apoio da Cultura. Péssima imagem do serviço público.

b) A pré-campanha. A falsa polémica por causa d’”o alargamento ás ilhas açorianas das emissões nacionais, em canal aberto, da SIC, da TVI e do 2”. O PSD diz que foi por intervenção “divina” do seu líder VC, junto de Lisboa. Na medida em que o diálogo é melhor e mais produtivo. Continuo sem perceber esta noção de Autonomia. Se é melhor o líder da oposição entrar em diálogo com o Governo da República, então - para que serve o executivo regional? Para quê eleições regionais em Outubro? Que papel é que tem o Governo Regional? Será que Lisboa só fala com a oposição por serem da mesma cor partidária? Será, apenas, guerrilha do Governo PS ao PSD nacional? Não teria o PS vontade em negociar a vinda dos canais de televisão para os Açores? A Bolieiro e a San-Bento peço “elevação”. Este é o grau 0 da política. Merecíamos melhores políticos...! Reafirma o :ILHAS. E já agora, Senhores Deputados, se esta questão é assim tão importante para os "açorianos" (quais/quantos são?) nenhum, dos "Senhores", tinha a ligação Cabo que pagam em vossas casas...

Magnolia...

no leitor e de fundo Aimee Man segreda-me...
Come on and
save me

...se pudesse salvava-nos a todos!

absurdo 01

AACS diz que "media" estão a ser mais rigorosos na cobertura dos processos de pedofilia in Público
Para um Instituto que por "alta" deliberação foi extinto por não cumprir a sua função... Qual é, na realidade, o alcance desta tomada de posição? Alguém, por uma vez que fosse, levou a sério a acção da Alta Autoridade para a Comunicação Social? E agora, depois da sua “extinção”, que sentido, que não o ridículo, é que fazem estes comunicados? Sinceramente, não entendo...

"No presente e no pretérito imperfeito"

.
Sonata de Outono

Inverno não é 'inda mas Outono
Na sonata que bate no meu peito
Poeta distraído, cão sem dono
Até na própria cama em que me deito

Inverno não é 'inda mas Outono
Na sonata que bate no meu peito
Acordar é a forma de ter sono
No presente e no pretérito imperfeito

Mesmo eu de mim próprio me abandono
Se o rigor que me devo não respeito
Acordar é a forma de ter sono
No presente e no pretérito imperfeito

Morro de pé
Mas morro devagar
A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser

Não me deixo ficar
Não pode ser
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
Pois viver é também acontecer

A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser

Ary dos Santos


Homem do futuro, no seu tempo,
Hoje, cromo da revolução,
Amanhã, poeta de todos os tempos.

Turismo

Por estes dias as ilhas ficam vazias de governantes. Autarcas, assessores de autarcas, Directores Regionais, assessores de directores regionais, Secretários Regionais, assessores de secretários regionais. Está tudo para Lisboa, quais salteadores, intrépidos, em busca do novo Graal açoriano, elixir da eterna riqueza, vaca do leite de ouro: o Turismo. Por alturas da BTL os Açores ficam, em suma, mais aprazíveis, ausentes de políticos. (Se bem que por cá ainda ficam alguns Presidentes de Junta...) Criou-se nos Açores o mito de que este nosso simpático arquipélago é um paradisíaco destino turístico e que essa industria vai salvar o futuro económico da Região. Só que no meio da euforia ainda ninguém explicou que tipo de turismo querem para os Açores. Isso faz toda a diferença.


Esta é, infelizmente, para mim, uma das razões maiores da insularidade - a imobilidade e a inacessibilidade – e que por vezes, este é um bom exemplo, fazem-me “desesperar”. De qualquer modo, o concerto é dia 22 no CCB - The Bad Plus + Paul Motian Trio. Novo jazz pós-“apocalíptico”. No último These are the Vistas há até espaço para uma versão de Smells Like Teen Spirit dos Nirvana... Grande!

terça-feira, janeiro 20

uma rolha, o Poder e os jornalistas


A lei da "rolha" e da censura pairou novamente no Parlamento a quando de mais uma revelação do caso Casa Pia. Mota Amaral começou por defender "limites" à liberdade de imprensa, talvez em memória de tempos idos e que recorda com "saudade", depois disse o contrário. Manuel Alegre requereu uma "reunião de urgência" do Conselho de Estado... O debate público e as intervenções sucedem-se. Neste sentido e a este propósito há-que ler, para quem não leu, a última colaboração de José Barata-Feyo na GR, mais uma boa razão para sair de casa ao sábado, sobre o actual estado da Nação. Vou citar, apenas, um extracto deste artigo esclarecido: "...é necessário que o Poder não encoraje a cegueira complacente, a ignorância deliberada e a deformação sistemática dos factos. Porque, definitivamente, um Governo e um regime têm a opinião pública que fazem, a informação que toleram e a Imprensa que merecem. (...) O que é preciso é que democracia sobreviva à imaturidade dos políticos". Os jornalistas não são todos iguais e este não é um jornalista qualquer. Esta discussão está em aberto...

John Kerry

"For Iowa Democrats, Senator John Kerry showed himself to be what he has argued all along he was: the reassuring establishment candidate with the war hero's record, solid policy positions and broad experience in government to be a strong challenger to President Bush." in The New York Times, 20/1/2004

As eleições presidenciais americanas terão no centro político a sua zona mais acesa de combate. Os candidatos, de um lado e de outro, vão competir por convencer esse eleitorado do acerto das suas posições. Kerry é o candidato do partido democrata que melhor poderá conquistar essa imensa massa moderada americana, os indecisos e os abstencionistas. Veremos agora como a campanha democrata ira decorrer com a entrada em pleno de Wesley Clark. A meu ver, que não pinto nada, a melhor equipa para arrasar Bush seria Kerry à cabeça e Clark para vice. Veremos o que acham os americanos.

segunda-feira, janeiro 19

o prazer do homem casado

...segundo o Ricardo. Genial...!!!!

A eternidade dos elementos

Lembro-me de há uns anos uma fotografia que foi capa do Público mostrava uma onda enorme que parecia engolir uma rua inteira de Rabo de Peixe. O enquadramento tinha uma rua estreita com o casario dos lados e aquela contorção de água e força feita onda ao fundo. Tenho pena de não ter guardado esse jornal, mas nunca mais me esqueci dessa imagem. Hoje de manhã quando sai de casa e passei pela praia do Pópulo em direcção à cidade ia na esperança de poder ver algo idêntico. O que mais me apetecia hoje era olhar para o mar e ver uma imensidão de água em fúria largando espuma pela ilha dentro. Há dias em que apetece que o mundo estremeça para que algo acorde. A mim, uma das coisas que me prende na ilha é a bravura dos elementos. São os extremos, entre o espelho infinito das calmarias e o caldeirão assombroso das tempestades. Sentir em absoluto o abatimento do corpo perante o magnânimo do mundo. Mas o temporal de hoje quase que não o foi. O prenuncio de tempestade foi apenas frente que passa, o evoluir das estações. Deixo-me conduzir o carro pelas estradas da ilha olhando os horizontes de inverno, pensando na idade das ilhas tão distante da idade dos homens, tão breves os homens perante o colossal dos elementos. Aqui na ilha observo com admiração o poder regenerador da natureza e tento confiar no homem. É também por isso que vivo, aqui, na ilha. Só a natureza pode enquadrar o destino do homem.

nuYear 03-04


...003-2004. Foto acabada de chegar através do amigo João Luis...na Índia. Ainda a noite de passagem de ano. São Vicente foi o local escolhido. ZB nos "pratos". Muitos e bons amigos. Uma feijoada matadora. E 1 noite também... O móvel (na foto) tem dono e autora - a pintora Paula Mota. 1 abraço a todos.

I HAVE A DREAM TODAY




(fotografias do site da Life)


domingo, janeiro 18

Balanço do Fim-de-semana

As eleições americanas são fundamentais para os próximos anos do nosso tempo. As primárias do Partido Democrata no Iowa são fundamentais para a futura escolha de um candidato que leve o partido a derrotar George Bush. Veremos quem sairá daqui com hipóteses.

Devo dizer que o meu candidato é John Kerry.

Osvaldo Cabral deu uma entrevista interessante ao Açoriano Oriental. Questiono-me sobre o que ficou por dizer, o imenso bastidor da RTP-A que permanece no escuro.

O Expresso esta semana devia trazer um dístico com a seguinte frase: Publicidade do BES. (e não é que trazia mesmo...)

A carta do chefe de cozinha do Hotel/Escola São Pedro ao Presidente do Governo Regional de que o Correio dos Açores fez manchete merecia ser publicada na integra.

A melhor coisa que se pode fazer ao Manuel Moniz é deixá-lo a falar sozinho.

Começou o AustralianOpen.

Continua-se a jogar mau futebol em Portugal.

Tudo o que leva coentros é bom.

O Aborto

O radicalismo de certos argumentos é meio caminho andado para o descredito dos mesmos. Chateiam-me tanto as jovens que se manifestaram com slogans bárbaros escritos no ventre, como os despautérios obnóxios de João Pereira Coutinho no último artigo no Expresso. Que estas jovens esquerdistas se considerem donas e senhoras dos seus ventres e do que se passa lá dentro acho muito bem, ser dono responsável de um corpo é uma forma de pouparem muitos trabalhos à sociedade. Agora que as senhoras reduzam a questão do aborto à posse de determinado ventre é uma simplificação estúpida e perigosa. Estúpida porque despenalizar não significa liberalizar, a intenção é que se façam cada vez menos abortos mas que os poucos que for imprescindível fazer sejam feitos em segurança. Perigosa porque reduz uma séria questão social e política a um esgrimir de slogans de choque totalmente contraproducente. Que João Pereira Coutinho seja contra ou a favor do aborto é me totalmente indiferente. Eu também sou contra a guerra e contra a pena de morte. Coisa que JPC não é, presumo, pelo que diz mais à frente no mesmo artigo. Mas ser contra ou a favor do aborto no plano ético e moral não deveria significar ser a favor da sua penalização por parte do Estado. Neste caso concreto do aborto o papel da sociedade não é proibir, mas prevenir. Eu acredito em sociedades de seres humanos responsáveis, onde as opções individuais desde que legitimas devem ser respeitadas. Agora que o senhor Pereira Coutinho classifique de abutres os políticos que, de uma forma perfeitamente legitima e digna pugnam pela despenalização do aborto é para lá de estúpido e extremamente perigoso. Um dos poucos debates políticos deste pequeno país que tem nada de eleitoralista é o do aborto. Ser a favor da despenalização do aborto não é uma manobra eleitoralista é uma questão essencial para a criação de uma civilização justa. O senhor Pereira Coutinho julga, do alto do seu paternalismo moralista, que o drama destas mulheres que abortam deve ser tratado em privado, às escondidas, nos confessionários, ou no quarto dos fundos como antigamente. Para ele o Estado deve passar a mão pela cabeça dessas infelizes que abortam perdoando-lhes a falta de moral. A questão ética que aqui se coloca é precisamente a visão de um estado e de uma sociedade civilizada que em vez de educar e de respeitar as escolhas penaliza e proíbe. Um pouco como o pai que açoita em lugar de ensinar. É pena que com a mesma veemência que o senhor Pereira Coutinho é contra quem defende a despenalização do aborto não seja contra a morte de inocentes em guerras estúpidas. O estado em que eu acredito é um estado que na sua organização compreende as debilidades do ser humano e que as tenta colmatar pelo exemplo e não pela punição. Os americanos que o senhor Pereira Coutinho defende e que em algumas coisas são mais lógicos do que nós, discutem este assunto de forma correcta. Eu sou “pro choice”.

sexta-feira, janeiro 16

Nostalgia

Sou um convicto apreciador de invernos. Há algo nas intempestivas mudanças do Inverno que me fascina. Gosto dos cinzentos, dos verdes mais escuros, das chuvas. Porem, confesso que já sinto saudades dos fins de tarde dos longos dias do Verão. E em matéria de nostalgia esta basta.

Ribeira Grande, a foto é do meu querido amigo Carlos "Perna" Gouveia.

A pedido de muitas e boas famílias


Cartas de Amor
Letra de Frederico Valério

Como jurei com verdade o Amor que senti
Quantas noites em claro passei a escrever para ti
Cartas banais eram toda a razão do meu ser
Cartas grandes, extensas e iguais ao meu grande sofrer

Cartas de Amor quem as não tem
Cartas de Amor, pedaços de dor sentidas de alguém
Cartas de Amor (andorinhas)
Que num vai e vem (levam bem)
Saudades minhas
Cartas de Amor quem as não tem

Porém de ti nem sequer uma carta de amor
Uma carta vulgar recebi para acalmar minha dor
Mas mesmo assim eu por ti não deixei de escrever
Pois bem sabes que tu para mim és todo o meu viver

Filmes de Cabeceira

às 4ªs | 21h30 | Cancelas da Doca aka Filipe Franco

"dura" nostalgia do...

Nuno...ao qual "dedico" estes,

Jardins Proibidos*

Quando amanheces, logo no ar,
Se agita a luz, sem querer,
E mesmo o dia, vem devagar,
Para te ver.

E, já rendido, vê-te chegar,
Desse outro mundo, só teu,
Onde eu queria entrar um dia,
P'ra me perder.

P'ra me perder, nesses recantos
Onde tu andas, sozinha sem mim,
Ardo em ciúme desse jardim,
Onde só vai quem tu quiseres,
Onde és senhora do tempo sem
Fim,
Por minha cruz, jóia de luz,
Entre as mulheres.

Quebra-se o tempo, em teu olhar,
Nesse gesto, sem pudor,
Rasga-se o céu, e lá vou eu,
P'ra me perder.

P'ra me perder, nesses recantos
Onde tu andas, sozinha sem mim,
Ardo em ciúme desse jardim,
Onde só vai quem tu quiseres,
Onde és senhora do tempo sem
Fim,
Por minha cruz, jóia de luz.

* de Paulo Gonzo & Pedro Malaquias

quinta-feira, janeiro 15

Vítimas de uma guerra estúpida.


"Após nove meses de coma, sucumbiu ontem a uma pneumonia um activista (jovem fotógrafo, tornado activista) britânico atingido com um tiro na cabeça por um soldado israelita. Tom Hurdnall, de 22 anos, ficara gravemente ferido, em Abril do ano passado, quando foi alvejado no momento em que tentava levar crianças palestinianas para longe de uma zona de carros de combate do exército hebraico no campo de refugiados de Rafah, na Faixa de Gaza."
in Publico 15/1/2004


Rafah April 2003 - Foto de Tom Hurndall



"Uma bombista suicida do Hamas fez-se explodir ontem de manhã em Gaza, no ponto de passagem de Erez, matando quarto israelitas, três soldados e um agente de segurança, e ferindo 12 outras pessoas. A organização fundamentalista respeitava uma trégua de facto desde 9 de Setembro, data em que reivindicou dois atentados em Israel. O ataque de ontem foi uma acção conjunta do Hamas e das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, uma organização ligada à Fatah, de Yasser Arafat."
Reem Saleh Raiyashi tinha 22 anos, era casada e mãe de um filha de três anos e meio e de um filho de 18 meses. Pertencia à classe média de Gaza. Deixou o habitual vídeo. Vestindo o tradicional "hijab", empunhando uma espingarda de assalto e tendo como pano de fundo duas bandeiras verdes do Hamas, leu com um sorriso a mensagem em que declarava sonhar há muito com a morte: "Sempre quis ser a primeira mulher a realizar uma ataque de martírio, em que partes do meu corpo pudessem voar como uma granada mortífera. Este era o único desejo que implorava a Deus."

in Publico. 15/1/2004

Tantas e tantas vidas desperdiçadas...

12:ILHAS disponível...

de Santa Maria ao Corvo...com uma paragem no Bairro-Alto
nos seguintes locais: Academia das Artes dos Açores; Academia dos Livros; Alabote – Restaurante; Arco 8 - Galeria; Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada; Biblioteca de Vila do Porto; Café Internacional; Casas da Cultura – Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Horta; Centro Cultural e de Congressos de Angra Heroísmo; Centro Médico do Aljube; Centro Municipal de Cultura; Colégio 27 – bar; Delegação de Turismo de Ponta Delgada; ETIS – bar; Foxys – bar; Galeria Fonseca Macedo; Hotel do Colégio; Instituto Açoriano de Cultura; Livraria Bertrand; Livraria Ler Devagar; Livraria GIL; Livraria Solmar; Loja d’ Eles; MUU; Museu de Angra; Museu dos Baleeiros; Museu Carlos Machado; Museu das Flores; Museu da Graciosa; Museu de S. Jorge; Sandra Botelho - oficina têxtil; Restaurante Pavillon; Posto de Informação Juvenil de Ponta Delgada; Posto de Medicamentos do Corvo; Rotas da Ilha Verde; Sociedade Amor da Pátria; Teatro Ribeiragrandense.

Violências

"Uma em cada quatro estudantes universitárias dizem ter sido vítimas de experiências sexuais forçadas. Os beijos e carícias e a coacção sexual, ambos resultantes do uso de pressão por argumentos verbais, foram o tipo de agressão deste tipo mais frequente."

Somos um país de ignorantes.

quarta-feira, janeiro 14

... um anjo fechou as asas e saltou para a morte

"FRANCESCA


Em cada fotografia de Francesca Woodman há sempre algo que me perturba, fascina, inquieta. Veja-se este «On being an angel #1», um dos seus muitos auto-retratos. Temos a sombra que lhe devora metade do rosto, a luz que vem de um lugar incerto (talvez o purgatório das almas impuras), o corpo suspenso num vazio alheio às leis da gravidade, a brancura da pele já pronta para a morte e aquele olhar que não sei se é de espanto, de medo ou de abandono. A fotografia fala sobre o que é isso de ser anjo, matéria volátil. E não podemos deixar de nos arrepiar, sabendo que Francesca se matou aos 22 anos, em Nova Iorque, atirando-se de uma janela."
Publicado por José Mário Silva em BdE, a 12 jan 04.



... sabendo, mas sem se conseguir lembrar, nem como nem porquê, deu por si perdida perante aquele abismo humano, de luz ausente e, sim, sentiu e percebeu, que esse e todos os abismos que a perseguiam, clamavam por si, em seu nome. E de olhos abertos, e sem o olhar, um anjo fechou as asas e saltou para a morte e sentiu o quente de um corpo que a salvava de morrer só.

São Pedro - blog de Pedro Santana Lopes

"Apenas a Apresentação de Um Livro"

"O livro foi apresentado pela escritora Agustina Bessa-Luís, que definiu Santana como "um homem para todos os tempos, chova ou faça sol, um homem que tem a força da opinião, capaz de representar a razão de todos"."

O que nos vale, a quem gosta de livros e de literatura é que a escrita de Agustina nos permite ver para lá das opiniões e das atitudes da Senhora. Agustina sempre gostou muito do social, do estadão, dessa propensão para a "bemzisse" que infesta o país. Não se pode ser bom em tudo. Mas voltando a Santana, proponho a criação de um EZLS - Exercito Zapatista Livrem-nos de Santana.

Preciso de ajuda…

O meu corpo é mais lagoa do que mar. Ao contrário do mar que, em onda que vem e onda que vai, maré que enche e maré que vaza, mantém um equilíbrio cíclico, sou lagoa, estanque, em que tudo o que vem fica e acumula.
Preciso de uma dieta que não diminua a minha açorianidade tornando-me independente dos meus bolos lêvedos, com doce de amora, ou de capucho, ou, ainda, do sensual doce de batata doce, que não me desagasalhe e continue cobrindo tudo com fatias dos nossos queijos, que não me mate a lira das minhas malassadas, do meu arroz doce da Bretanha e das orgásmicas queijadas da Vila.
Que não me obrigue, diária e repetidamente, a subir ao alto da Mão de Deus, em passadeiras, bicicletas estáticas e máquinas de remar…
Merda… vou comer...
Preciso de ajuda…

terça-feira, janeiro 13

o Prazer em Pó

Recebi por correio o mais recente livro de Eduardo Brum. Com apresentação de Eduardo Prado Coelho, o escritor, e ex-director do Semanário Expresso das Nove, lança no próximo dia 22, pelas 18h30, na FNAC/Colombo - Prazer em Pó. Estimado por uns...odiado por outros, Eduardo Brum é uma das figuras incontornáveis do jornalismo "praticado", recentemente, nos Açores. Obrigado pelo livro e pelo convite. A leitura segue após este...

de Mau a Pior

O jornalismo local, regional, e (in)felizmente global, tem no sub-Director do Diário dos Açores alguém que, ainda, não se deu conta do rídiculo a que sua "prestação" jornalística chegou. Não hesito em transcrever o que escreveu, hoje, na coluna "Entredentes": Foi uma folia neste fim-de-semana com a edição de sexta-feira do DA - e aquele que se tornou no polémico artigo sobre homossexualidade e pedofilia. Já me tinham avisado que me estava a meter com o poderoso lobby gay nacional, mas nunca pensei que fossem tão barulhentos. Bom, resta-me a certeza de que fiz bem o meu trabalho, cumpri com toda a deontologia e lancei o nome do DA além fronteiras. Mas que os gays nacionais são uma pêra dura de roer, lá isso não tenham qualquer dúvida! Mas nível é coisa também que não abunda por alguns lados... Bom, os comentários ficam desse lado... E imaginar que Manuel Moniz foi o mandatário de Jorge Sampaio para a Juventude, nas Presidenciais de 2001, é coisa que hoje, tal como ontem, não parece ter sido possível... O pior é que foi!

eleições

É pouco provável que a coisa passe na Assembleia, mas a proposta do PS de alteração do sistema eleitoral na Região surge a meus olhos com ares de acertada. Tratasse no fundo de tentar um equilíbrio entre a imprescindível justeza da representatividade de cada ilha com a real proporcionalidade do número de votos que são no fundo a demonstração da vontade dos cidadãos. Á falta de melhor este não me parece mau. É claro no entanto que a intenção do PS é, apostando no cavalo das últimas eleições, não permitir que os falsos gémeos (PP e PSD) consigam com a eleição de deputados pelas ilhas mais pequenas e tendencialmente conservadoras ter mais acentos parlamentares. Acredita o PS que é em São Miguel e na Terceira que se vão decidir as eleições e acredita bem. Por seu lado os recém ligados (será que chegam a completar a união?) siameses da coligação alardeiam a hipocrisia socialista mas, estratégicamente, abstêm-se. Mas o que a meu ver ainda ninguém observou é que este novo sistema abre a porta a uma verdadeira evolução na democracia açoriana. É que um sistema destes permite finalmente a representatividade dos pequenos partidos. Em ilhas como São Miguel e Terceira onde se concentram mais eleitores podem ser eleitos deputados de partidos menores. Terá o PS pensado nisto? Esquerda dos Açores, esta é a oportunidade de pôr Liberato Fernandes no parlamento regional e olhem que esse deputado pode vir a ser muito, mas mesmo muito, importante. No entanto, duvido que passe...

P.S. Kit - blog de Catalina Pestana

Comentários

Pois é os problemas com o nosso BlogSpeak continuam. Optamos por usar um novo parceiro para os comentários. Entretanto não abandonamos o anterior, na esperança de este recuperar e assim não perdermos todos os comentários feitos até agora, é por isso que enquanto não houver alteração aparecerá a indicação de erro na página, não liguem os únicos erros serão de ortografia. Bom, agora comentem à vontade. Viva a liberdade de expressão.

Afinal o casamento da filha foram "peanuts"

“A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório no qual denuncia terem desaparecido mais de quatro mil milhões de dólares das contas do governo de Luanda. O esfumar do dinheiro, oriundo das receitas da venda de petróleo, terá ocorrido, segundo a HRW, entre 1997 e 2002.” in Diário Digital de 13/01/04.

tiro ao alvo

O nosso servidor da secção de comentários está desde a tarde de ontem em pane: “BlogSpeak is currently down because the bastards that host it decided to suspend my account. I do not know as of yet when this situation will be resolved.” Prometemos acompanhar a situação e durante o dia de hoje avaliar se será necessário criar uma nova secção, para que não nos acusem de falta de sentido democrático.

segunda-feira, janeiro 12

blogues

A ideia é roubada ao Nuno Costa Santos, mas acho que ele não vai ficar chateado comigo.

Blogs que eu gostava que existissem, uns mais sérios do que outros...

Words from our fathers – blog de Gore Vidal
Top of the world – blog do José Mourinho
Patilhas – blog do Luis Figo
O Bom Selvagem – blog do Andre Almeida e Sousa
A Encoberta – blog de Berta Cabral (este também foi o Nuno que inventou)
Vim, vi e perdi-me – blog de Carlos Cesar
A Cabana do Pai Tomaz – blog de Laborinho Lucio
I’m to sexy for my car – blog de Paulino Pavão
The Ghosts of Albion – blog do Príncipe Carlos
To be or not to be – blog de Jorge Sampaio
Dá me um Portugal – blog de Cavaco Silva (socializar por ai...)
Knight Rider – blog de Rui Teixeira
Farfalota Pimpinella – blog do Farfalha
Bambi – blog de Felicia Cabrita
Contra Mundum – blog do ZB

To be continued

Este post foi uma tentativa de Gato Fedorento da minha parte (desculpem Ricardo e Zé Diogo, prometo fazer melhor para a próxima) mas a ideia é tão boa que voltarei.

Ver para lá de amanhã

O cruzamento efectivo entre formas e processos de desenvolvimento é um dos aspectos, a meu ver, fundamentais do progresso das sociedades modernas. Vêm isto a propósito de uma noticia de hoje do Público sobre o cruzamento entre uma programação de eventos culturais com o EURO 2004. Vou utilizar este mote para extrapolar para uma analise mais vasta da situação governativa dos Açores e do país. Isto porque julgo que é nesta constante interligação de políticas sectoriais que podemos encontrar uma das principais formas de desenvolvimento sustentado e equilibrado. Esta espécie de multidisciplinaridade interessa-me sobre maneira. Julgo ser cada vez mais importante na gestão política perceber a interligação extrema entre departamentos para assim se definirem objectivos de longo prazo concretizáveis e frutíferos. Não faz sentido existirem governos cujos departamentos prossigam políticas que não estejam concertadas e planeadas em conjunto.

Os Açores são a meu ver vitimas deste mal, o mesmo se passará no continente, acredito, mas na região em face da pequenez e consequente escassez de recursos o problema tornasse ainda mais grave. Não é possível, hoje, pensar o Turismo sem pensar em Cultura. Não é possível pensar Pescas e Agricultura sem pensar Turismo. O desnorte de algumas políticas e, mais grave ainda, de algumas medidas tomadas pelos sucessivos governos destas ilhas, desde a mais pequena Junta de Freguesia até ao todo poderoso e magnânimo Governo Regional são absolutamente inacreditáveis, por um lado, e completamente condenáveis por outro.

Vou simplificar e apresentar apenas um exemplo extremo do que falo. O actual Governo encetou uma política de promoção do arquipélago no mercado nórdico convencido que as condições meteorológicas dos Açores não seriam um empecilho para os senhores do frio dos Fiordes, esqueceram no entanto que se há coisa positiva que os escandinavos têm é a sua preocupação com as questões ambientais. Ora nada tem sido feito nos Açores para proteger, preservar e desenvolver os ecossistemas das nossas ilhas. Pelo contrário, o que assistimos é um cada vez maior desleixo das questões ambientais, uma selvática exploração dos recursos e o hipotecar criminoso da região aos interesses de uns quantos grupos de construtores civis e de empresários. Os políticos, eternamente reféns do dinheiro, navegam à vista sem ideia ou vontade sequer de destino. Se perguntarmos aos dois candidatos a Presidente do Governo Regional que ideia defendem para os Açores, estes apenas responderão que querem melhor e mais e melhor e mais. Nenhum deles tem, ou se tem não se vislumbra, um plano, uma estratégia, uma concertação de políticas sectoriais que indiquem um futuro melhor para os Açores. Fala-se de pesca, de agricultura, de economia, de transportes, fala-se, fala-se, mas não se percebe um desígnio que exprima com clareza a forma como poderão as populações usufruir de melhores condições de vida e, consequentemente, a região se possa desenvolver de forma sustentada e equilibrada.

De que serve construir uma via rápida se o importante é apreciar o caminho? De que serve uma marginal sem uma cidade urbanizada, cívica e participante? Para quê um teatro (dois) sem uma programação cultural? Para que camas e hotéis sem transportes de qualidade e a preços competitivos e sem actividades turísticas? A lista de perguntas é enorme.......

Isto resume-se tudo numa questão essencial. Porque é que em Portugal se gasta sempre tanto dinheiro em coisas e tão pouco nas pessoas?

to get or not to get - The Secretary

Vencedor do Prémio Especial do Júri no Festival de Sundance de 2002, "A Secretária", de Steven Shainberg, é, para o Público, uma comédia "despretensiosa". Conta com os actores James Spader e Maggie Gyllenhaal. Em exibição no Solmar até 4ª. Para mais alguma "coscuvilhice" consultar o site oficial d' A Secretária.

domingo, janeiro 11

Autarcas (2)


Os "nossos" autarcas andam, ultimamente, num constante frenesim. E porque motivo? O argumento mais comum é o do "não desperdício" dos fundos estruturais. Aproveitar enquanto ainda é tempo (e €€€)! Felizmente, o que "os" move não é a "cegueira partidária", nem a "modesta" ambição do deixar "obra feita". A corroborar aquilo que digo, e apenas a título de exemplo daquilo que entendem ser ou da noção de progresso que têm para estas "ilhas", este fim-de-semana foram notícia mais 2 exemplos, de investimento, cujo enquadramento, planeamento e avaliação ficará, infelizmente, para mais tarde. Assim, a curto prazo teremos mais um campo de golfe em S. Miguel e um mega centro comercial na Terceira. Sei que vamos por aqui mas só sei que não quero ir por aí...

Bush in 30 seconds

A moveon.org, nos Estados Unidos, promoveu um concurso de anúncios televisivos sobre a administração bush e disponibilizou espaço nos seus servidores para que os concorrentes postassem os vídeos a concurso. Entre os 1,500 que surgiram, 15 finalistas foram escolhidos. O vencedor será escolhido segunda feira dia 12 de Janeiro. Vejam os finalistas em www.bushin30seconds.org. Vá lá, vale a pena.

o nada de tudo isto

"...Querem saber porque gosto tanto da blogosfera? É porque estamos sempre a meio caminho entre a inveja e a admiração sincera, a raiva e a dádiva, o ódio e a amizade, o comentário mauzinho e a correcção dos erros involuntários. E no fim apercebemo-nos que nada disto tem, afinal, assim tanta importância..."

Publicado por José Mário Silva em Blog de Esquerda, 09:20 PM, janeiro 10, 2004

PARABÉNS TINTIN !

sábado

A pacatez de um sábado como todos os outros em que me fico pela cidade e pela periferia. Desço a Ponta Delgada ao final da manhã em busca dos jornais mas estes não desceram à ilha. Depois refugio-me nas proximidades e nos pequenos e grandes afectos que fazem da ilha um lugar bom para se viver. De tarde os jornais aterram e termino o dia em casa com a imprensa do continente.

Não vou falar dos senhores Ricardo Felner e Licínio Lima que apenas reforçam a desconfiança com que olho para quase todo o jornalismo que se faz neste país. Prefiro elogiar, para quem não tenha reparado, a entrevista de Don DeLillo ao Mil Folhas.
Mas e porque não quero entrar numa aziaga revista de imprensa, deixo só este pequeno comentário: o Expresso, essa perturbadora instituição nacional, operou uma já anunciada cosmética. Entre outras mudanças, que incluem novos articulistas, a mais colorida é a adopção do salmão para dois dos seus suplementos isto numa semana em que cientistas americanos avisaram o mundo para o perigo das toxinas existentes no salmão criado em cativeiro. É assim a vida.

sábado, janeiro 10

a incineradora, a Quercus e as Autarquias

Enquanto uns ditam as suas "teses" sobre pedofilia, os pedófilos e o "terror homossexual", a "resolução" de problemas ambientais, com outras implicações, que não as de tendências voyueristas e de maldizer, decorrem na próxima semana em duas sessões de esclarecimento sobre a Avaliação de Impacte Ambiental do Projecto - "Ampliação do Sistema de Tratamento de Resíduos da Ilha de S. Miguel". Esta acção é promovida pela Secretaria Regional do Ambiente e as sessões de "esclarecimento público" acontecem - dia 13, pelas 16h00, na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada e dia 14, pelas 16h00, no Teatro Ribeiragrandense. Toda a participação será pouca, tendo em conta as intenções dos autarcas. A Quercus promete "resistir". Mas, a luta é, infelizmente, desigual. É este o nosso “mundo” e é esta a lógica "progressista" de quem nos governa, numa rota aparentemente "irreversível"...e totalmente incompreensível!

"O sabor do Chá"


16 Jan - 2 Fev de 2004
Academia das Artes dos Açores - Ponta Delgada - São Miguel
Fotografias | Laura Guerreiro | Salprata
Textos | Nuno Costa Santos

...

...ainda sobre o Diário dos Açores. Já se sabia que ser do PS é igual a ser pedófilo. Agora ficamos a saber que ser homossexual também é igual a ser pedófilo.

o pior jornalismo possível

Não foi por influência, mas foi por ter lido no Barnabé. É que apesar de viver nos Açores não tenho por hábito ver o Diário dos Açores. Porém, em face do que aqui se pode ler, não me resta outra alternativa que não seja dizer duas coisas: é dificil fazer jornalismo pior do que este e deves (Manuel Moniz) querer esconder alguma coisa.

Inadmissível:


Esta capa e esta peça "jornalística" do Sr. Manuel Moniz são exemplos extremos da ignorância e da selvajaria que assaltam este país.

sexta-feira, janeiro 9

Será Crime?

..
..
"Vodka "rapta" consumidores

Uma nova marca de vodka, a Sputnik, lançou um anúncio em que oferece aos seus consumidores a possibilidade de serem raptados. Vale tudo? Segundo um jornal publicitário especializado esta marca pretende oferecer aos seus consumidores a experiência de “ um genuíno rapto russo” No site: www.sputnikkidnap.com, especialmente criado para esta campanha com imagens de atraentes raptoras, cada candidato a ser “raptado” tem de responder a um questionário e indicar o seu ordenado e o dos seus pais. Após o seu preenchimento, é-lhe imediatamente indicado o seu valor e o que pode esperar a partir daí: não alimentar qualquer expectativa em ser seleccionado, tratamento especial, etc. Depois, pode escolher a duracção do rapto – de 4 horas a 3 dias (fim-de-semana) – o sexo do raptor(a), a banda sonora e o tipo de comida. Conclui a candidatura com o preenchimento dos dados pessoais (nome, e-mail, telefone, idade, sexo) e a resposta ? quest?o: porque ? que deseja ser raptado(a)? Uma porta-voz da empresa diz que: “ tal como o nosso vodka, a experiência de rapto [que estamos a levar a cabo] foi criada de modo a proporcionar uma experiência Russa, única e original”. Este é o último exemplo de uma nova tendência, que consiste em usar actividades criminais para obter notoriedade para uma marca. O que é, no mínimo, polémico."


VM

Dúvida "a propósito dos Açores hoje"

Não percebi se o post ("a propósito dos Açores hoje") do Pedro, sobre os "micaelenses em particular", tem a ver com as reacções (especialmente a minha) à possível associação criminosa, relacionada com a possível prostituição de menores, aqui na Lagoa.
Não percebi se este possível crime é exemplo da “velocidade e a voracidade” que “hoje nos atinge de chofre”. Porque se for, haverá algo de errado em existir “nos açorianos e nos micaelenses em particular uma intrínseca vontade de distância” deste tipo de imundice, em parecer “que os açorianos se regozijam de estar longe do mundo” que este tipo de crime representa. Se são estes possíveis criminosos os “que sendo açorianos vivem no mundo”, fico sem a menor dúvida, “não somos o que há de mais belo no mundo”.
É verdade,” nem os Açores são o lugar mais lindo do mundo, nem estão tão longe do tempo como alguns querem acreditar.” Mas em nada esta verdade me impede de sentir uma profunda amargura sobre a possibilidade do acontecimento criminoso se ter dado, e muito menos a um braço meu de distância.

a Verdade da Mentira...

EUA terão desistido de encontrar armas de destruição maciça

"Oficiais das Forças Armadas dos Estados Unidos admitiram ontem ao "New York Times" que Washington praticamente desistiu de encontrar no Iraque esconderijos com as armas de destruição maciça - químicas e biológicas - apontadas como um dos motivos principais para desencadear em Março a guerra contra Saddam Hussein. Assim se explicaria, indicaram as mesmas fontes, o facto de terem sido "discretamente retirados" do Iraque os 400 membros de uma equipa militar que tinha a missão de procurar essas armas. No Iraque, escreveu o "Times", continuam no entanto 1.400 homens que há mais de sete meses, "e com um custo de centenas de milhões de dólares", procuram o armamento proibido que Saddam teria em seu poder. De qualquer modo, nos últimos meses, alguns dos recursos humanos desta unidade foram desviados para a tarefa mais urgente no imediato de combater os grupos armados iraquianos que atacam as forças dos Estados Unidos. Até ao momento, nada de relevante foi encontrado; a prova mais importante é um grande número de documentos iraquianos que se encontram guardados em instalações militares norte-americanas secretas no Qatar e dos quais só uma pequena parte foi até agora traduzida", in Público de 09/01/04.

Percebi mas, não percebi

Tu que te intitulas de poeta, não vês poesia nesta terra que pisas? (Fosse ela qual fosse, mas é esta e são teus esses pés). Ou no colo apaixonado aonde adormeces?
Um poema teu sobre a lindíssima cidade de Molowovitch na Geórgia seria tão profundo como um sobre aquela pedra de calçada que, cada início de dia, te serve de tapete?

Como cidadão açoriano no mundo, ou cidadão do mundo nos Açores, quando a velocidade e a voracidade de hoje me atinge de chofre sinto-me sempre atordoado, sim. Mas o resto, penso eu, é uma questão de inteligência. Aonde quer que eu esteja e quem quer que eu seja, se a nova experiência for boa, sou e estou no lugar e momento mais lindo do mundo, se for má, é mentira e a mentira dói.

a propósito de Portugal hoje

O Primeiro Ministro deu uma entrevista fácil á SIC Noticias ontem. Não digo se foi boa ou má porque não lhe dei atenção suficiente, digo que foi fácil porque com entrevistadores assim, tão amigos e cordatos, torna-se fácil. Preferi gastar o tempo da entrevista ao prazer de uma cervejinha e um passeio pela blogoesfera, enquanto nas minhas costas a coisa se desenrolava. Ficou-me no entanto a sensação de muito do que aqui disse sobre os Açores e os Açorianos, no post de ontem se aplica em geral aos portugueses e a Portugal. Temos a mania de não ver as coisas como elas são. Este país não é o melhor do mundo, senhor primeiro ministro!

quinta-feira, janeiro 8

a propósito dos Açores hoje.

Há nos açorianos e nos micaelenses em particular uma intrínseca vontade de distância, como se a geografia se tivesse tatuado nas almas das gentes e o tempo das viagens fosse proporcional ao tempo das vidas, das vivências individuais das coisas. Parece que os açorianos se regozijam de estar longe do mundo, de ser afastados do mundo, de acontecerem noutro espaço e noutro tempo. E quando a velocidade e a voracidade de hoje nos atinge de chofre ficamos como se nos tivessem tirado o tapete e o mundo desmoronasse. Uma sensação de total atordoamento. É o mesmo tipo de sentimento que faz os açorianos acreditarem que vivem no ponto mais belo e lindo e absoluto do mundo. É mentira, nem os Açores são o lugar mais lindo do mundo, nem estão tão longe do tempo como alguns querem acreditar.

Temos todos os açorianos, os que cá vivem e os que sendo açorianos vivem no mundo, que aprender a equacionar os Açores no espaço que as ilhas ocupam no globo e na história. Estamos em absoluto inseridos na história do mundo ocidental, demos muito e temos certamente ainda muito para dar ao evoluir da nossa história, sofremos ao mesmo tempo de uma distância, física e mental, profunda em relação ás vanguardas e aos solavancos que fazem mover a história. Somos, em tudo o que de espantoso tem a nossa natureza arquipelágica, feita de amplitudes de mar e de escarpas de verde e basalto e gente, ilhas lindíssimas, mas não somos o que há de mais belo no mundo, somos Açores apenas.

Para mim ser açoriano é saber ser homem na história dos homens e saber ser natural de todos os oceanos de todos os arquipélagos de todos os continentes do mundo. Foi isso que fomos sendo, é isso que devemos acreditar ser.

Líquido

Uma constatação chata: percorrer a lista de blogs aqui ao lado leva mais tempo que correr uma de 33 cl. Tá mal.

e agora...

Quando voltei do almoço quase toda a gente no local aonde trabalho falava ou lia na net sobre a notícia da possível detenção de 11 suspeitos de pedofilia, cá em S. Miguel.
Fiquei triste, com aquele peso amargurado que se sente no estômago, local da última batalha contra a realidade. É como que, apesar de desconfiar, alguém me dissesse que a mulher que eu amo, ama outro homem. A ilha que eu amo é suspeita de ser amante de um mal que viveu entre mim e ela e que eu tentei ignorar. Desconfiei mas não acreditei. E agora? E se a verdade for verdade?
Não deixarei de amar a minha ilha, mas tenho medo que ela me deixe de amar e tome, de agora em diante, como amantes todo este tipo de mal.

entrevista com Frei Bento Domingos

in Notícias Magazine de 21/12/03

A recuperar de uma gripe dos "excessos" de fim-de-ano e com muita "literatura" acumulada dei com esta entrevista. "Sentido de humor" em versão católica não "politicamente correcta". Frei Domingues reza assim: "É preciso gente que escreva com piada e se marimbe completamente na censura. Porque há poucos assim. A guerra do Iraque é um caso típico. Agora andam todos a tapar, mesmo os comentaristas e os editorialistas dos jornais, a ver se não se vê o ridículo. E há muito ridículo...É tão fascista ter de ter sempre razão!". Não podia ser mais actual.

Liberdade de Imprensa

Da mesma forma, com a mesma veemência, que condeno o mau jornalismo. O jornalismo feito de sensacionalismo, de boatos, de conversas de banco de trás, de falsas suspeitas, de intriga, de interesses obscuros, de má fé, de cunhas e de compadrio e de mesquinhez. Da mesma forma e com a mesma veemência defenderei sempre essa garantia da liberdade democrática que dá pelo nome de Liberdade de Imprensa. Os erros que se cometem em democracia devem ser corrigidos em democracia não podem nunca ser utilizados como pretexto para destruir o regime democrático.

Tabaco em Bruxelas

Exposição de fotografia de José António Rodrigues intitulada Jardins do Tabaco ou "o outro lado da folha do tabaco", de 6 a 9 de Janeiro na Salle Yehudi Menuhin, do Parlamento Europeu, em Bruxelas. JAR é fotógrafo e o autor das fotos que ilustram o último nº da # 12:ILHAS. A iniciativa é do eurodeputado Paulo Casaca. Notícia "desenvolvida" no Diário dos Açores.

Sr. Salmo

Gostava sinceramente de saber como poderíamos fazer as pazes. Acredite que não me dá prazer nenhum insultá-lo nos meus posts.
Apesar da responsabilidade ser minha, eu tinha a impressão de que fui levado a esse tipo de comportamento, em parte, pelo modo e tom de linguagem que o próprio Salmo usou de início em relação a quase tudo o que era aqui escrito.
É óbvio que o que é aqui, por nós, escrito não pertence ao nível topo de gama dos comentários intelectuais que estão muito na moda. Mas o Sr. não paga o preço de um jornal para entrar neste blog. É gratuito e de livre acesso. O que leva, então, o porco a chafurdar na pocilga?
Não me conhece pessoalmente mas, o meu mais evidente defeito, típico do pequeno burguês, é o orgulho. O insulto fácil e gratuito é das coisas que mais contribui para o meu uso excessivo dessa quase qualidade que, aparece que nem champanhe fresco acabado de abrir sobre pressão, quando estou bem disposto, ou como álcool atirado numa fogueira que queima, quando estou mal disposto.
É agradável ter alguém que nos visita regularmente como amigo, mas não como sogra.
Vai daí que, portanto e em resumo, participe, critique, mas não cuspa na sopa, não cague na pocilga e eu rapidamente perderei o prazer de o irritar.

quarta-feira, janeiro 7

POST SCRIPTUM

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Faço figas para que não haja muitos "tiro ao alvo" ao post precedente, de forma a evitar a publicação no verdadeiro Oráculo que será a :ILHAS # 13.
VM

Crenças, fé, intuições e preságios.

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Este ano, ainda não li nem ouvi, nenhuma daquelas fantásticas previsões e projecias dos futurologistas nacionais, Zandingas e Nostradamus de trazer por casa.
Ainda não sei se o Beckam vem substituir o Derlei, se o Porto vai ou não ganhar o campeonato, se o Durão Barroso vai ter um caso com a Manuela F. Leite, se a Margarida Rebelo Pinto vai ganhar o nobel, se a décima ilha finalmente submerge.
Já lá vão sete dias, e ainda nada.
Lá terei eu que deixar um donativo ao Mestre Silá ou ao Mestre Marabu Giquina.
Mas como nestas coisas é sempre bom consultar outras fontes, estou a pensar, também, por força da minha educação católica, em chegar à fala com Deus, ou caso ele não esteja disposto a aturar-me, recorrer ao Senhor Santo Cristo que sempre fica mais próximo que a Nossa Senhora de Fátima.
A minha intuição, que nada tem de feminina, diz-me que vou ficar na mesma.
De qualquer das maneiras, esta noite de lua cheia, ficarei em casa em rezas e benzeduras para afastar o mau olhado.
VM

O Nosso Rasputine

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Por onde andará esse que aqui ao lado é apelidado de "O nosso Rasputine"
Será que por um acesso de raiva, ou talvez por vingança, cometeu a loucura amorosa de trair o seu "amigo" Corto e conquistou definitivamente o coração de Pandora?
Será que vive, agora, a sua grande paixão escondido na ilha Escondida (169 graus de longitude oeste e 19 graus de latitude sul).?
Ou será na Pitcairn?
Estejas onde estiveres, um bom ano para ti e que,
os deuses te protejam das conspirações desse teu outro "amigo", esse real, príncipe Felix Yussupov.
VM

Et tu, Brute, de Mendoza, Oliveira Rodrigues, Arruda, etc.

O Pedro teve a resposta que mereceu do (monárquico) Nuno Almeida e Sousa.
Então, não é que, apesar de ser de Mendoza, Oliveira Rodrigues, Arruda e etc., o Pedro está só um degrau acima dos que “…não sabem mesmo nada…”, dos”…ignorantes completos.”
Tinhas, Pedro, que, por dever genético, “saber” mais, ser menos “ignorante”.

Não deixem de ler a resposta do Nuno ao pedido de ajuda do Pedro.

(Peço desculpa mas não sei criar um link que possibilita a ligação directa ao blog fogotabrase do Nuno Almeida e Sousa. Sou um completo ignorante que não sabe mesmo nada. Mas está lá no blog fogotabrase de 6 de Janeiro de 2004, post das 9.14 pm)

O Reino dos Açores

Devo confessar que da primeira enviesada leitura me ficou a ideia que a Real Associação das Ilhas dos Açores teria como objectivo a instauração da monarquia no arquipélago, soou-me a coisa independentista e não a uma congénere das causas reais que pululam por todo o Portugal. Perdoa-me amigo Nuno (e sim, acho que nos podemos considerar amigos), a minha precipitação. Mas é que num arrebatamento da imaginação visionava já um Reino dos Açores, com capital em Angra e com reuniões sazonais dos dignatários de cada ilha dando ao Rei o pulso do Reino e rogando alvíssaras. Via-me já feito Duque da Abelheira e Marquês do Ananás, escrevendo odes nos longos tempos livres permitidos pelos lucros desse enorme feudo, teria ainda a meu cargo a responsabilidade de ser Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros das Vagas que zelaria pela defesa das honras surfisticas e da integridade da orla marítima. Seria um lindo e justo Reino só não me atrevo é a dar sugestões para um possível Rei. Mas era só imaginação minha, eu que em brincadeira me descrevo como poeta, surfista e cultivador de ananases e a quem de broma me chamam o Rei do Ananás. Afinal a Real Associação das Ilhas dos Açores pretende, apenas, o regresso da monarquia a Portugal, terá o líder dessa Associação pretensões a Marquês, não já da Praia, mas do Calhau?

Enfim Nuno, foi por isso que manifestei tanto interesse no assunto. Mas passando às coisas sérias. Como tu sabes para além de ser socialista sou também um convicto republicano, não acredito em privilégios de nascença e julgo que uma das maiores conquistas das sociedades modernas é o sermos todos os cidadãos iguais perante a lei. A meu ver uma verdadeira República social-democrata é o sistema que melhor pode garantir a liberdade, a igualdade e a solidariedade entre os indivíduos. Podes me perguntar se tal sistema existe, isso seria outra questão. Mas mesmo sendo de uma família em que pontuaram alguns monárquicos e de duas monarquias diferentes vê lá tu, o facto é que a minha educação e a minha tradição pessoal me levou desde muito novo a ser pela igualdade e pelo direito à diferença e pelo respeito entre iguais. As pessoas fazem-se durante a vida, pelas suas acções, não pelo seu nome e acredita que se pode ser republicano e ao mesmo tempo defender a história, os costumes e as tradições, quem te o diz é alguém que grande parte da sua vida é lutar pela preservação de um património. Quanto ao que tu dizes ser a projecção das monarquias modernas no plano internacional no mundo de hoje, bom quer me parecer que os dois países mais importantes no nosso tempo são duas republicas, uma liberal e a outra comunista.

Voltando um pouco à brincadeira. Só seria monárquico se eu fosse Rei, ou então se o Rei fosse meu amigo e fizesse de mim o tal Duque de que falei no início é que os privilégios só são bons para quem os detém, até porque, meu caro amigo, como tu próprio disseste as monarquias hoje são coisas puramente estéticas, aliás foi meramente por razões estéticas que a Taça América foi para España e não para Portugal.

Venham + 5, que eu......

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São como os cogumelos. Mais um endémico, este da autoria de André Bradford.
Desde ontem na blogosfera http://naomacredito.blogspot.com
VM

terça-feira, janeiro 6

Monarquia

…“Eu acho que não se chega à monarquia por via das reais associações nem dos monárquicos convictos, para lá chegar só se for através das revistas cor de rosa. Sim a monarquia hoje , mais do que uma convicção é uma questão estética.”
Posted by: nuno / 9:01 AM no blog fogotabrase

ÁCIDO, mas absolutamente fantástico. De certa maneira isto aplica-se a muitas outras “ias”.

post a meio da manhã

Uma primeira nota para registar o meu agrado pelo facto da a :ILHAS estar a fazer escola. Nasceu uma televisão que se chama a 2:

Um pedido ao Nuno, tomo conhecimento através do teu último post da existência nos Açores de algo chamado Real Associação das Ilhas dos Açores. Por favor nuno desenvolve este assunto e explica-me ao certo o que é esta associação, estou extremamente interessado no assunto.

segunda-feira, janeiro 5

Algumas ideias sobre o mundo dos BLOGS

Na minha modesta opinião o único valor da blogolandia é dar tempo de antena a quem o quiser ter. É nessa enorme liberdade de intervenção que eu me revejo e que me leva a participar. Digo-o de consciência tranquila porque levei muito tempo até decidir participar neste universo. Poder expressar desejos, inquietações, paixões e ódios ou meras opiniões é um bem impagável. Dai que eu hoje seja um defensor da participação generalizada no mundo dos blogs, só gostava que houvesse menos blogs anónimos.

É por isso que:
Tenho pena que o Ezequiel não tenha tempo para estar mais vezes connosco
Estamos constantemente a actualizar a nossa lista de links para outros blogs
Saúdo o regresso da Unha às lides
Queria que houvessem mais blogs endémicos
Lamento o divórcio do Luis Felipe (já agora Luis essa grande máxima anarquista não estava escrita na rua dos Soeiros mas na Francisco Baia, eu sei, eu vivi lá.)
Prometemos incluir blogs estrangeiros na nossa lista
Os Blogs são para todos e cada um escolhe os seus

A resposta do meu amigo Ezequiel II

Agradeço ao Pedro ter-se-me antecipado no acto de postar a resposta do Ezequiel, se bem que me retirou algum cavalheirismo que não espero resulte do facto de que o Pedro temesse não existir da minha parte essa capacidade.

Meu caro Ezequiel,

Claro que tinha a amabilidade de postar a tua resposta, mas o Pedro antecipou-se. Não teria postado a primeira baseado noutro princípio do que o de imparcialidade e direito de resposta. Tenho , no entanto, profunda pena que ameaces não continuar a discussão. Só a assumi, da minha parte, porque te respeito a ti e à tua opinião.
O que me surpreendeu e continua a surpreender é que, tentei dar um exemplo do que é para mim um acto heróico de um punhado de homens, por acaso cidadãos de Israel, e isso deixar-te obrigado a defender o estado opressivo do estado de Israel. E mais surpreendido pelo facto de, mesmo na resposta à resposta, continuar-te a ser impossível mencionares, ainda que levemente, o facto de que, o que o post original falava era de um discutível acto heróico, que tu imediatamente assumiste como anti-sionista e não sobre-humano (o acto e o facto de eu me atrever a fazer propaganda do mesmo sem ao mesmo tempo deitar foguetes de jubilação ao estado de Israel). Custava-te muito teres dito que o que aqueles homens fizeram..., fizeram. Não deves concluir que pelo facto de eu o dizer, ser uma demonstração de parcialidade. Só porque eu não disse que os outros militares, que não tomaram uma posição idêntica, são heróis da mesma maneira!? Não são.
Que a simplificação é arma de uso dos demagogos, é. Que o Natal é propício para backdrop sentimentalista-humanista, é. Que Israel sai deste acto heróico como o mauzão da fita, sai.
Por acreditar no Natal, por acreditar que inspira o espírito de imparcialidade e de que a opressão de uma guerra afecta os dois lados, é que eu, neste Natal, achei por bem gritar este exemplo. É que uma pessoa pode ser afectada no sentido positivo, sobre-humano, ou no sentido negativo, sub-humano e independentemente do “background of the point” alguns de nós subimos num sentido e outros descem no outro.
É, também, por tentar, baseado na minha indoutrinação cristã, ser imparcial que te disse que nada do que escreveras era nem verdade nem mentira.
Eu acredito que se aprofunda o conhecimento quando se percorre o caminho entre contradições.
Para concluir, continuo a achar que “you are missing the point” quando a resposta a este ou aos outros post´s é de que Arafat é mais mauzinho do que os outros, que Israel faz o mal que é obrigado a fazer e que a postura do UK e dos USA tem sido de uma imparcialidade notável, blá, blá…

Dado que não te entusiasma bloggar, se decidires responder a este post dou-te a última palavra e não continuarei esta discussão.

Um abraço,

Um post do Ezequiel...

...que transita da secção de comentários para a coluna principal, com o nosso obrigado e o desejo de que o Ezequiel volte e make this a better blog.

Espero que tenhas a amabilidade de postar esta minha ultima contribuição para o Blog. Já tinha informado o Pedro que pretendia acabar com as minhas contribuições. Não tenho tempo e não posso dizer que goste muito desta forma de comunicação. Prefiro a continuidade de uma conversa ao vivo. Prefiro a vivência dialogica. Alem disso, sou um perfeito nabão cibernético...esta é a terceira vez que escrevo esta merda, estou sempre a carregar em butinzinhes errados e lá se vai o texto. Mas vamos então às questões que tu levantas. Vou começar por onde se deve começar, pelo principio.Tentar depreciar uma opinião ou argumento com base na ideia que o facto de se estudar aqui ou ali constitui um processo de SUBJUGAÇÃO é perfeitamente absurdo...julgo que a palavra que pretendias era indoutrinação e posso te assegurar que a minha rebeldia sempre me garantiu uma aversão natural a qualquer verdade a priori.(ou seja, a qualquer verdade que não seja pensada, criticada) Se acreditas que o facto de se viver ou estudar aqui ou ali leva alguém a defender posição x ou y, bem, bem, não sei o que dizer. Fico perplexo!!!! Sim, indubitavelmente sinto uma simpatia pelos países fundadores das democracias liberais. Como sabes, sou um liberal convicto. Se por sionismo entendes o direito legitimo da existência do estado de Israel então quase todos os países do mundo são sionistas. Falas do sionismo como se fosse algo de condenável quando o significado é tão simples como: o direito dos Israelitas (israelitas= judeus+ muçulmanos+ cristãos) a terem um território e um estado. Os palestinianos tem exactamente o mesmo direito. Engraçado eu penso na "tentativa brilhante de intelectualizar" de uma forma bem mais simples = actividade básica de pensar, de ponderar sobre a complexidade do problema, coisa que tu não fazes. Simplificas as coisas com a perícia de um demagogo: invocas o Natal como backdrop sentimentalista-humanista e depois, abstraindo-te de toda a complexidade do problema, apresentas Israel como o mauzão da fita. Se o Natal te inspira alguma coisa, que seja a tentativa de ser imparcial e de entenderes a opressão da GUERRA como algo que afecta os DOIS LADOS(não fazer isto chama-se MISSING THE BACKGROUND OF THE POINT which means: not being able to make a point at all) Dai a sugestão de leitura!!!!! Quanto a droga sionista gostava que me explicasses o que é isto pois ainda não a experimentei. Já tive oportunidade de observar outro tipo de cegueira mas não te quero maçar com isto. Tu também concerteza!

TOZE:"Faço-o por várias razões; por nada do que ele escreve ser verdade; também por nada do que ele escreve ser mentira" Mas o que é ISTO???? Será uma tentativa de me confundir ou pertence à cada vez mais extensa tradição filosófica que acredita que se aprofunda o entendimento das coisas através da neblina misteriosa da contradição???????Toze, a minha critica ao que tu escreves resume-se a uma critica de falta de imparcialidade. Somente isto. Como e' que te podes esquecer que foi o Arafat que disse NÃO às propostas de paz do Clinton? Falas da ocupação como se tratasse de algo que os Israelitas desejam. Ninguém em Israel quer a ocupação dos territórios palestinianos. Não é uma política (um propósito, um objectivo) mas uma necessidade que resulta das acções de grupos terroristas. Ontem, por exemplo, Sharon ordenou o fim da ocupação de Jenine e isto aconteceu porque, por enquanto, não há perigo de ataques daquela área. Mas eu não estou a defender que os palestinianos não tem direito ao seu estado. Eu não estou a defender a ilegitimidade de muitos colonatos. Deves te lembrar também, que a liderança palestiniana escolheu de livre vontade os USA e UK e outros como mediadores?????? Aliás, a postura do UK e dos USA tem sido de uma imparcialidade notável, apesar de tudo o que se diz(muita gente não sabe que os palestinianos também recebem ajuda dos USA) Fico muito satisfeito com o atributo de animal....imparcial!Correcção: Quando escrevi o riposte escrevi a um amigo-colega britânico e ele ao responder-me falou de um referendo que se pretendia realizar e de uma sondagem que se realizou. Eu escrevi referendo mas enganei-me. Foi uma sondagem. Despeço-me assim deste fórum. Não posso dizer que tenha gostado. Como disse, prefiro o dialogo.

Submitted by: ezequiel Monday, 01.05.2004 @ 4:13

Luxor

Uma pergunta. Estará Francisco Pinto Balsemão, ou algum amigo seu, interessado em comprar a Air Luxor a preço de saldo? É que noticias destas repetidas a toda a hora não podem de certeza ajudar o já difícil estado da dita companhia.

Israel

"Cinco jovens que invocaram objecção de consciência para fazer o serviço militar em Israel foram ontem condenados a uma pena de um ano de prisão cada..."

A resposta do meu amigo Ezequiel

Vou atrever-me a publicar em post a resposta do meu amigo Ezequiel ao meu post “.. assim se faz Natal dia a dia” de Segunda-feira, Dezembro 29 de 2003 e a minha consequente resposta (algo emocional). Faço-o por várias razões; por nada do que ele escreve ser verdade; também por nada do que ele escreve ser mentira; mas principalmente porque respeito a inteligência do Ezequiel e acredito que a reacção dele será, apesar de “tinted”, no mínimo educativa.

“Acho que podias ter tido o cuidado de citar as afirmações dos soldados EM CONTEXTO. Por acaso li sobre isto em vários jornais e acho que não mencionas aqui alguns aspectos essenciais..TU e a LUSA. De qualquer forma, esta tua contribuição revela pelo menos uma coisa que é verdade...que o estado de Israel é um estado democrático onde se podem contestar politicas e debater sobre as metodologias mais adequadas para combater ao terrorismo(não te esqueças que os Sayeret vão debater a questão nos TRIBUNAIS ) Acho que também devias reconhecer que a opressão é algo que é inerente a uma situação de guerra...trágico, duro, horrível mas verdade! ( p.f. não te esqueças da distinção entre justificar e explicar que eu estou a pressupor aqui!!!!! ) E esta guerra não afecta apenas os palestinianos. Também não sei se há uma política de ocupação. Se houvesse talvez o pequeno país que é Israel seria concerteza muito maior. Tanto quanto sei, Israel é dos poucos países na história da humanidade a estar disposto a negociar o retorno de territórios que conquistou a estados, na altura armados pela URSS, que lhe atacaram (!!!!!!). Estas guerras foram inspiradas pelo nacionalismo árabe (Nasser, Sadat etc.) que acompanhou o processo de descolonização.(+ a ajuda da URSS, evidentemente) E este nacionalismo não reconhece qualquer direito de existência a Israel. Este e que é o verdadeiro Golias desta guerra, senhor ToZe. O David é bem mais pequenino!

Arafat é dos poucos lideres a trair com acções o que afirma no papel (com assinatura e tudo) Deve ter, sem dúvida, os melhores experts em relações públicas do mundo. Hoje em dia parece que a maior parte dos humanistas bem intencionados que há por todo este mundo estão do seu lado. Fala-se da visita a mesquita por Sharon como o momento-impeto que iniciou toda esta intifida. Mas, segundo alguns peritos, isto não e verdade. E os factos apoiam esta interpretação: houve vários atentados logo depois de Oslo que hostilizaram a maioria Israelita que era claramente a favor da paz. E julgo que foi aqui que muitos começaram a pensar que e muito difícil negociar com alguém como ele.(e dai a vitoria da direita a seguir.) O que me parece verdade é que Arafat sempre que se vê confrontado com a possibilidade genuína de paz, que implica inevitavelmente o real reconhecimento do direito de existência de Israel, agita as aguas e tudo volta ao mesmo.

A opressão do povo palestiniano tem muito a ver com a dogmatismo do seu líder, um dogmatismo que antecede toda a politica de Sharon. A persistência do todo-poderoso-lider na cultura politica árabe é sem duvida um problema muito grave. A única coisa que posso fazer e sugerir que consultes o que muitos peritos em ciências politicas e relações internacionais já tentaram compreender de uma forma equilibrada!.Sabes que num referendo aos dois milhões de palestinianos-arabes que são cidadãos Israelitas 80% exprimiu a vontade de continuar a ser cidadão de Israel. Porque será??? Será que eles sabem de alguma coisa que tu não sabes? Porque é que quase ninguém escreve artigos como este sobre Arafat, sobre o hezbollah no Líbano, os seus ataques a Israel, e o seu patrão, o Irão? Porque e que há pouquíssimos artigos escritos sobre a ditadura brutal que se vive na Síria, e o seu apoio a grupos que atacam Israel? Porque é que quase ninguém escreve sobre a forma como a Síria mantêm o seu regime autocrático através do ódio que fomenta contra Israel? (afinal, se tivesse que legitimar o seu 'direito' ao poder de uma forma democrática e racional...não teria muitos argumentos alem da 'descendência'). Se isto é um problema complexo que envolve vários 'personagens' e processos porque a fixação persistente com o estado de Israel? Porque pensar nas acções de Israel sempre como causa prima de toda a problemática? (todos os outros são santos, não????) E' uma questão elementar de honestidade intelectual. E não há humanismo nenhum que esconda esta parcialidade.

se me permites, gostava de sugerir estes livros para equilibrar a 'analise':
Charles Yost
Shlomo Ben Ami, Que Futuro para Israel?
Alan Dershowitz, The Case for Israel

CORRECAO AO TEXTO. o teclado do meu comptd esta lixado. ..não transmite palavras inteiras.

A única coisa que posso fazer e sugerir que consultes o que muitos peritos em ciências politicas e relações internacionais já escreveram quando tentaram compreender este problema de uma forma equilibrada!.”
Submitted by: ezequiel [email]
Saturday, 01.03.2004 @ 2:33 PM

Caro Ezequiel

Pela primeira vez desiludes-me.
E pela primeira vez pareces-me subjugado à tua formação académica, imprimida no eixo EUA-Inglaterra, os dois estados ocidentais mais sionistas.
E porque digo isto?!. Não pela tua (para o meu nível) sempre brilhante tentativa de intelectualizar o ponto de vista sobre este conflito que te foi injectado mas porque, cego por essa droga sionista, “you simple missed the point”.
Quando tu dizes – “Acho que podias ter tido o cuidado de citar as afirmações dos soldados EM CONTEXTO. Por acaso li sobre isto em vários jornais e acho que não mencionas aqui alguns aspectos essenciais..TU e a LUSA.” – tens absolutamente razão mas a minha história era sobre homens que, apesar da razão, tiveram a coragem de ser mais do que meros homens. O triste é que tu só viste a necessidade de defender o que, hoje, Israel representa, um estado opressivo, como tu próprio o dizes –“Acho que também devias reconhecer que a opressão é algo que é inerente a uma situação de guerra...trágico, duro, horrível mas verdade!”
“Trágico, duro, horrível mas verdade!” É não haver mais Homens e este planeta estar cheio de animais como tu e eu. Uns que aceitam esta merda e outros que se contentam em dizer que não a aceitam.

Um abraço,