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Este é o relato de um dia de trabalho da Comissão Parlamentar do Ambiente em tour de branqueamento pela Fajã do Calhau. Esta peça jornalística é legendada tecnicamente para esclarecimento das vozes de escárnio e maldizer de tão excelsa empreitada. Na verdade, é uma obra, "como é que eu hei-de dizer" "fora da vulgaridade"…pelos "volumes" (de terra profanada e de €uros ; sendo que de ambos não se faz ainda a mínima ideia quanto ao volume já gasto), pela "complexidade que exibe" (nunca se viu engenho e arte na exibição da destruição, excepto para os discípulos de Nero e outros megalómanos) e até pela forma como se processou abrindo o "corredor" e "depois executando o projecto" (que é como quem diz: avançaram as bulldozers à frente do projecto).
Enfim: é uma "obra real". Só faltava dizer que é uma obra ecológica mas isso fica por conta da benemérita acção de reflorestação, com repovoamento de endémicas, pois, como se sabe, antes de lá entrarem as caterpillars do Governo aquilo era um viveiro de infestantes.
Até o repórter X lá esteve mas não publicou qualquer instantâneo de indignação e denúncia a bem da Região.
Como peça lúdica esta reportagem não está mal, seria entretenimento perfeito não fosse o cenário de horror e abismo que nem uma catástrofe natural seria capaz de produzir. Resta-nos esperar o relatório final da Comissão Parlamentar para rematar o epílogo laudatório de tão magnânima obra "real" cuja amplitude está à vista de todos…mesmo dos mais cegos que são aqueles que não a querem ver.
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