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GOYA : Saturno devorando a uno de sus hijos. Museu do Prado.
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Sócrates teimou em rever o Código do Trabalho e aumentaram substancialmente os números do desemprego em Portugal ! A relação de causa e efeito não é porventura linear mas, "por linhas tortas", o facto é que a precariedade das relações laborais é uma tendência que tem merecido o patrocínio de Sócrates e dos seus pares. Paradoxalmente o primeiro-ministro, que se arroga Socialista, revela uma profunda arrogância e indiferença para com os direitos sociais. Já não nos convence o ar condoído e as promessas de tudo fazer pelo emprego sempre que uma mega corporação "suspende" a laboração. Em época de crise este Governo tem sido a muleta da Banca e do Capitalismo especulativo sem que o faça para assegurar, no mínimo, o emprego de quem presta trabalho à conta dos grupos económicos que têm tido o salvífico amparo de Sócrates. Os apoios do Governo remedeiam as dificuldades de quem perdeu milhões no jogo real do capitalismo, mas não cuidam de exigir em retorno as indispensáveis garantias de manutenção do ganha-pão dos trabalhadores. Em suma: é um Governo que optou pelos cifrões em vez de dignificar as pessoas. No seu curriculum está já inscrito um caminho de retrocesso social no catálogo de direitos adquiridos. Nesse palmarés ocupa lugar de destaque a revisão do Código de Trabalho sob duas grandes linhas orientadoras: precariedade e flexibilidade. Nesse sentido seguiu também a reforma da função pública com o novo regime de vinculação, de carreiras e remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Nestes domínios a lógica do Governo parece ter sido a de dividir para reinar! Com efeito, o clima de instabilidade e a crispação nas relações laborais têm vindo a aumentar exponencialmente e, enquanto os respectivos actores estiverem em guerra civil, o Governo aproveita para estender os domínios da sua política de extermínio dos direitos sociais. Essa gula vampiresca pelos direitos dos trabalhadores parece não ter fim, nem há fastio que demova o Governo de seleccionar novas vítimas. Agora, no alvo dos Socialistas, está a possibilidade de extirpar o subsídio de férias dos pensionistas para equilibrar o Orçamento de Estado! É seguramente uma experiência piloto antes de se avançar ainda mais e acabar de vez com "privilégios" laborais como o subsídio de férias e de natal! Não posso deixar de recordar neste contexto o poema de Maiakovski : "Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada." Dito de outro modo, como bem notou recentemente o provedor dos cidadãos, eles comem tudo e não deixam nada. Eles vivem enquanto o resto definha.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
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GOYA : Saturno devorando a uno de sus hijos. Museu do Prado.
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Sócrates teimou em rever o Código do Trabalho e aumentaram substancialmente os números do desemprego em Portugal ! A relação de causa e efeito não é porventura linear mas, "por linhas tortas", o facto é que a precariedade das relações laborais é uma tendência que tem merecido o patrocínio de Sócrates e dos seus pares. Paradoxalmente o primeiro-ministro, que se arroga Socialista, revela uma profunda arrogância e indiferença para com os direitos sociais. Já não nos convence o ar condoído e as promessas de tudo fazer pelo emprego sempre que uma mega corporação "suspende" a laboração. Em época de crise este Governo tem sido a muleta da Banca e do Capitalismo especulativo sem que o faça para assegurar, no mínimo, o emprego de quem presta trabalho à conta dos grupos económicos que têm tido o salvífico amparo de Sócrates. Os apoios do Governo remedeiam as dificuldades de quem perdeu milhões no jogo real do capitalismo, mas não cuidam de exigir em retorno as indispensáveis garantias de manutenção do ganha-pão dos trabalhadores. Em suma: é um Governo que optou pelos cifrões em vez de dignificar as pessoas. No seu curriculum está já inscrito um caminho de retrocesso social no catálogo de direitos adquiridos. Nesse palmarés ocupa lugar de destaque a revisão do Código de Trabalho sob duas grandes linhas orientadoras: precariedade e flexibilidade. Nesse sentido seguiu também a reforma da função pública com o novo regime de vinculação, de carreiras e remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Nestes domínios a lógica do Governo parece ter sido a de dividir para reinar! Com efeito, o clima de instabilidade e a crispação nas relações laborais têm vindo a aumentar exponencialmente e, enquanto os respectivos actores estiverem em guerra civil, o Governo aproveita para estender os domínios da sua política de extermínio dos direitos sociais. Essa gula vampiresca pelos direitos dos trabalhadores parece não ter fim, nem há fastio que demova o Governo de seleccionar novas vítimas. Agora, no alvo dos Socialistas, está a possibilidade de extirpar o subsídio de férias dos pensionistas para equilibrar o Orçamento de Estado! É seguramente uma experiência piloto antes de se avançar ainda mais e acabar de vez com "privilégios" laborais como o subsídio de férias e de natal! Não posso deixar de recordar neste contexto o poema de Maiakovski : "Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada." Dito de outro modo, como bem notou recentemente o provedor dos cidadãos, eles comem tudo e não deixam nada. Eles vivem enquanto o resto definha.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
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