A maior parte das pessoas com quem convivo não professa, ou não pratica, nenhuma fé religiosa.
Queixamo-nos da Igreja Católica Romana, vivemos constantemente os seus defeitos, realçamos os seus erros históricos. Exigimos que ela avance, aos pulos, no sentido que nos acalme a consciência.
Teria lógica a Igreja professar a aceitação do aborto? Seriam mais de nós professos católicos se a Igreja de Roma não levantasse nenhuma objecção a esse acto voluntário? Seria essa uma melhor Igreja? Será uma mulher, que assim o queira ser, menos católica, se, de livre consciência, voluntariamente escolher interromper uma gravidez, sem a bênção dessa mesma Igreja?
Teria lógica a Igreja professar a aceitação do casamento, como instituição religiosa, entre homossexuais? Seriam mais de nós professos católicos se a Igreja de Roma negasse o divino, e a diferença, da união de pessoas de sexos diferentes? Seria essa uma melhor Igreja? Será um crente, que assim o queira ser, menos católico se, perante o mundo dos Homens, oficializar a sua relação com um parceiro do mesmo sexo, sem a bênção dessa mesma Igreja?
Teria lógica a Igreja professar a aceitação do acto sexual entre os Homens como uma coisa banal, casual e sem consequência? Seriam mais de nós professos católicos se a Igreja de Roma não defendesse a capacidade que o ser humano tem de elevar o acto sexual para além do mundo animal? Seria essa uma melhor Igreja? Será um homem, que assim o queira ser, menos católico se, como acto de amor pela sua companheira, usar um persevativo num acto sexual, sem a bênção dessa mesma Igreja?
Não perdendo a inteligência de reconhecer que a Igreja Católica, uma instituição milenar, cometeu erros e vive erros, a lista de perguntas poderia ser muito longa. Mas que tipo de Igreja queremos. Para onde, e por quem, teria esta Igreja que pular e avançar para que nos sentíssemos chamados, nos dias de hoje, a professá-la e praticá-la.
Sem comentários:
Enviar um comentário