Com este post inauguro uma fase sem certezas. A recusa liminar de dogmas, verdades perfeitas, ou declarações absurdas de absoluta convicção, do género "isto assim...", ou "aquilo assado...", etc. A proposta de lei, aprovada ontem em conselho de ministros, que visa a limitação dos mandatos dos titulares de cargos públicos, causa polémica no país. Não estivéssemos em Portugal, país de múltiplas polémicas. A respeito deste tema (de grande interesse para pessoas como eu, i.e.: poetas-surfistas-cultivadores de ananases) deixem-me dizer duas, pequenas, coisas. a) o argumento do rejuvenescimento da classe política é muito bonito para se usar em conversas de salão, mas numa freguesia de, sei lá, 300 ou 400 habitantes ao fim de quantos mandatos é que se terá que candidatar o bebé da Dona Eulália, porque o tio Joaquim já passou do prazo e não há ninguém com mais de dezoito anos que já não tenha passado pela presidência da junta? b) os únicos culpados de casos de falta de alternância democrática são os votantes, se a população da Fajã de Baixo não quer este presidente de junta, que vote noutro!
O problema não está na limitação dos mandatos, está antes sim na criação de condições para que os melhores queiram exercer esses mandatos. Minto, o problema mesmo é que em democracia, em última instância, quem manda são as pessoas, deixem-nas votar em quem elas quiserem. Mas eu não tenho certezas de nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário