terça-feira, abril 26
promover os Açores
Creio que leva já cerca de um mês de rua a nova campanha de promoção do destino Açores na imprensa portuguesa. Tenho na minha frente a última edição da revista Pública onde, a páginas tantas, uma enorme mancha de verde, num maravilhoso Photoshop, nos invade a retina com a promessa de Açores. Uma promessa que ainda inclui magia para lá da imaginação, rostos espelhados nas águas, cascatas prodigiosas, juventude em fulgor, verdes mais verdes e isto, querem que acreditemos, são os Açores. Mentira. É tudo mentira e é preciso dizê-lo. Os Açores são verdes, mas não são este verde. Os Açores são mar, mas estão de costas voltadas para ele. Os Açores são belezas naturais deslumbrantes, mas correm rapidamente para deixar de o ser. Continuamos a querer vender-nos como se este fosse o mais mágico dos locais da terra, que me perdoe o Pico, mas é mentira. Os Açores, com o seu enorme potencial turístico, são uma infinita miríade de pequenos estímulos e mais valias que não podem, acima de tudo não devem, ser esmagadas por esta falsa propaganda de magia maior que o Senhor dos Anéis. O problema está em que não se faz esforço nenhum em promover a nossa cultura, a nossa história, as nossas tradições, de uma forma atenta, construtiva, cuidada, e aliar isso à dita natureza e apresentar o conjunto como o cartaz turístico dos Açores. Continuamos a querer enganar o mundo com promessas vãs de luxúrias paradisíacas, depois os incautos turistas apanham uma semana inteira de borrasca sem absolutamente nada para fazer porque o nevoeiro não deixa ver um passo e é um aí Jesus. Turismo? Açores? Bah...
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