A frouxidão no Amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo:
Paixão requer paixão, fervor e extremo
Com extremo e fervor se recompensa.
Vê qual sou, vê qual és, vê que dif'rença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo,
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo,
Em sombras a Razão se me condensa.
Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.
Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo, e não me faz ditoso.
Bocage, Obra Completa, volume I - sonetos, edição de Daniel Pires, Lisboa, Edições Caixotim, Obras Clássicas da Literatura Portuguesa, 2004
sábado, abril 23
DIA MUNDIAL DO LIVRO 2005
BICENTENÁRIO DA MORTE DE BOCAGE
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