Foi belíssima a escolha, pelo João Nuno para a sua mais recente Vox Populi, de um texto de Helena Matos, Sábado, 13 de Novembro no Público.
Uma ideia ficou-me na cabeça a rolar de um lado para o outro (provavelmente devido ao espaço aí disponível), quando a Helena Matos escreve "(...)Curiosamente o eufemismo das convicções é, em geral, reservado aos sátrapas amados pela esquerda. Muito francamente não me parece que Pinochet seja menos convicto do que Fidel ou Arafat (...)", somos de imediato obrigados a concordar ou discordar com dois aspectos diferentes. Um, se os três nomes citados poderão ser considerados sátrapas (fui ver ao dicionário) de igual modo, e poderemos considerar que sim, apesar de não conhecer ninguém possuidor de todos os reais dados que nos permitam fazê-lo cientificamente. E dois, se poderemos considerá-los, todos, homens de convicções, e mais uma vez, poderemos considerar que sim, apesar de repetir as dúvidas acima apresentadas. Resta-nos, então, três homens, igualmente sátrapas e igualmente convictos. O que diferencia, então, estes homens de maneira a que fiquem na história, uns como sátrapas e outros como homens de convicções. Esta era a tal pergunta que me ficou a rolar na cabeça. Será que a história é escrita por homens da esquerda (e sei que estou a falar de uma história escrita quase na contemporaneidade dos factos) ou será que a história se atreva a basear-se na intrínseca diferença dos ideais que alimentam, e de que se alimentam, estes homens? Será que uns lutam, e abusam da luta, pelo bem e os outros pelo mal? Era fácil assim, não era? Imaginemos que sim ...
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