Durante a minha forçada ausência da blogosfera muita coisa haveria a comentar, uma renovação de contracto do gajo que manda no mundo (ele pensa que isso inclui a China e zonas adjacentes, mas ele acredita em tudo), o desdobramento pessoano do ilustre Cristóvão de Aguiar na blogosfera açoriana (que teria sido interessante, e seu direito, se não tivesse demonstrado uma certa falta de carácter ao escolher nomes não anónimos para dizer aquilo que nem mesmo no anonimato teve coragem para dizer) e a nomeação dos membros do Governo Regional dos Açores (com um elefante branco nomeado para a vice-presidência, cujo a única indicação de que "quando virem quem vai para a vice-presidência vão esquecer essa teoria da sucessão" é o facto do puto ser terceirense, e, continuando no jardim zoológico, aonde pára a pantera cor-de-rosa?).
No entanto, pela calada do ruído blogosférico, um acontecimento bateu-me na cara como um balde de água gelada em dia quente de Agosto, a iluminada "Breve crítica de uma exposição de Pintura." do Pedro.
Num só sopro o Pedro fez com que a experiência, e esforço, de um evento como a exposição "Evocações da Paisagem, uma antologia de 10 anos de pintura nos Açores" e a existência de uma blogosfera açoriana valessem a pena. A cultura açoriana, ou nos Açores, precisava de uma critica destas como do pão para a boca, empanturrada que está com "reportagens fotográficas das vernissages que valorizam mais os fulanos que as visitam do que a arte".
Com a coragem típica dos ignorantes que o querem deixar de ser, o Pedro, que nem um "bom" irmão terceirense pega, em plena arena, no boi pelos cornos e não como na popular corrida à corda, aonde se foge em frente ao touro que, lá no fundo, se encontra amarrado. E nessa arena de chão seco, por nele nunca ter caído o suor da coragem do crítico, nem o sangue do artístico touro subjugado à valentia desse toureiro, entra o nosso Pedro (imaginem-no coberto de lantejoulas e bordados de ouro) munido desta, então, "Breve crítica...".
E ele foi, não cansa repetir, uma critica, à incapacidade de se distinguir o tema, ele foi elogio ao sucesso da comissária apesar de haver artistas que ficariam melhor representados com menos uma ou duas obras, e ele foi crítica à incapacidade do espaço de comportar a ambição do projecto. Ele foi a simpatia de "destacar", e muito bem, a começar por J.N da Câmara Pereira, e a coragem de "lamentar" a tríade dos meninos que representam o "sistema".
Ponham-se a pau touros desta terra porque atrás deste cabeça outros forcados vos esperarão, espero eu.
Avé Pedro da "Breve crítica...".
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