quinta-feira, junho 17

RUI CHAFES, HOJE, NA ACADEMIA DAS ARTES

Hoje pelas 18 horas há uma inauguração de esculturas de Rui Chafes na Academia das Artes dos Açores.

Rui Chafes formou-se em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, em 1989, seguindo depois para Dusseldorf, onde frequentou a Kunstakademie, sob a direcção do artista alemão Gerhard Merz. A escolha da cidade alemã para completar a formação artística não é inocente. De facto, o interesse de Chafes pela cultura alemã tem sido uma constante, e não se limita apenas a uma referência de base da sua obra plástica. Traduziu, por exemplo, os Fragmentos de Novalis (Ed. Assírio & Alvim, 1992) e refere-se-lhe constantemente em escritos e citações que acompanham toda a sua obra.

Um outro dado constante no percurso de Chafes é a importância dos títulos das obras e das exposições / instalações que faz. Palavras como «sonho», «morte», «manhã», «ferida», entre outras, conduzem o espectador para um universo nostálgico e romântico, para um ambiente de referência onde a fúria dos elementos era uma realidade, a angústia de existir uma constante, a loucura provocada pelos sentimentos exacerbados uma ameaça sempre presente. Esse universo, que é o do Romantismo alemão, é mitigado pela consciência de uma cultura clássica, nobre, exemplar. Mas não só. Lado a lado com ele, há uma paixão que é especificamente ibérica, uma tradição do trabalho do ferro, material de eleição de Chafes, que nada tem a ver com os bronzes ou os mármores românticos. Chafes é um escultor contemporâneo, mesmo se o seu mundo de referência seja clássico. Em ArtLink
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Gostava de vos atrair para se juntarem a nós, mais logo, dizendo-vos que, a maioria, são peças fortes, poderosos mas como que adormecidas. Como a espada de D. Afonso Henriques parecem peças bélicas, super dimensionadas, adormecidas, quase tumulares, mas é-nos fácil imaginar que nas mãos de um herói mitológico seriam perigosas e mortíferas. Ali, dormentes, parecem honrar o Bem, em acção, facilmente serviriam o Mal. Duas das peças parecem dois casulos que, não fosse a sua espectacular transparência Sebastiana, seriam, de certeza, portadores dos guerreiros que descansam, ali, ao lado do material bélico caído no campo de batalha.

Apareçam mais logo depois das 18 horas.

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