quarta-feira, junho 23

Conan

O passado, a memória que inventamos do que esteve em tempos no passado, as imagens, o preto e branco, os sons, discos riscados. A ideia de um passado que se calhar não foi, se calhar sonhado. Como distinguir o que foi do que queríamos que tivesse sido, o que idealizamos, o que lemos, escutámos, vimos. Hoje, ao cair do dia, esgotado, entro numa loja sem expectativas e depois de dois discos o passado olha-me nos olhos de uma estante e grita com a voz de uma criança dentro de mim: CONAN!! Conan, conani, a ilha perdida, os tubarões os barcos, a rapariga, as ondas e subitamente eu sou o que era vinte anos atrás. Apetecia-ma ficar três dias fechado em casa e ver de seguida todos os episódios de Conan, O Rapaz do Futuro. Haverá alegria melhor do que encontrar uma memória que não se partiu?

P.S. E para a euforia ser completa só falta editarem em dvd as aventuras de Esteban e Zia, onde o mau de bom coração se chamava Mendoza.

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