É o PSD de sempre que necessita de Berta Cabral ou é Berta Cabral que necessita do PSD de sempre? Será ela a última esperança do regresso do PSD de sempre ao poder ou será que o PSD de sempre é a última esperança de Berta Cabral assumir algum dia o poder regional? Poderá o PSD dar-se ao luxo de voltar a apostar as fichas todas numa figura desejada e quase consagrada ou será que, pelo contrário, é a figura desejada e quase consagrada que pressente que corre o risco das fichas começarem a mudar de mãos?
O timing é terrível para o PSD e para Berta Cabral. A vingança suprema (e a única possível) de Costa Neves - consciente ou inconsciente, não me interessa - foi a de fazer avançar o tempo. Não podendo ou não querendo suportar mais dois anos de faz-de-conta, Costa Neves podia, contudo, fazer acontecer, e foi exactamente o que fez. Ou é Berta agora, ou é Berta nunca. Ou é Berta com todo o partido meio moribundo ou é um novo partido que, para se afirmar, não quererá Berta nem qualquer outro resquício do tempo que já lá foi.
O unanimismo que se vislumbra é o PSD de sempre. O outro PSD, o que terá de nascer das cinzas, não se pode fazer nem com Berta Cabral, nem com unanimismos.
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