A Esquerda perdeu. Perdeu porque quis. E porque Errou. Errou ao depositar na falsa vitalidade de um candidato os imprescindíveis propósitos geradores de consensos. E que sabia serem, à partida, impossíveis de germinar.
Num fim-de-semana de fezadas milionárias, que permitiram alimentar milhões de sonhos irrealizáveis, os portugueses decidiram entregar os destinos do país aos auto-proclamados e propagandeados milagres sebastianistas do sonho, do progresso e da prosperidade económica - como forma de ilusão para a Crise.
Mas a Crise que perpassa este país ultrapassa em muito o valor económico sendo, designadamente, de valores - ao converter a Democracia no seu principal visado.
A noite televisiva disputou as eleições em torno de quem detinha a projecção dos resultados mais fiáveis na previsibilidade da alternância - naquele que se antevê ser um enorme teste a esta imberbe democracia portuguesa.
Convém, igualmente, não esquecer, uma vez mais, que a abstenção nos Açores se cifrou por entre uma das maiores do país em que mais de 50% dos eleitores nem se deu ao trabalho de se expressar constitucionalmente.
Agudizam-se os sintomas de desfasamento entre o eleitorado e os candidatos/partidos/política/orgãos de soberania. Será este o momento oportuno para questionarmos a nossa Democracia!? Ou o formato deste modelo de participação democrática? Será esta uma prioridade do Presidente da República!?
Houve um poeta que me disse que o mundo, tal como está, pode matar.(...) * Esse Poeta foi Manuel Alegre!...
* Cão como Nós (Manuel Alegre/Ed. Círculo de Leitores, 2003)
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