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Yonderboi - Splendid Isolation (2005) O início de
Splendid Isolation é dúbio e anuncia incertezas - o medo intrínseco em não falhar ao 2º disco.
Yonderboi lançou no final de 2005 o sucessor de
Shallow and Profound (2000) - o disco que lhe deu notoriedade para além da sua Hungria natal, onde era já uma "celebridade". Neste
Splendid Isolation mantém o recorte
downtempo, muito embora se denote o recurso ao
retro(electro) e a algumas flutuações
pop, cuja justificação se prenda, provavelmente, com as circunstâncias do mercado ou no alinhamento das tendências estéticas da electrónica contemporânea. Aliás, o compromisso comercial levou-o a ficar associado (malogradamente, talvez!) a múltiplas compilações
chillout, o que se depreende facilmente numa primeira audição de
Splendid Isolation. Mas, e apesar disso, isso não significou o refrear da composição que demonstra querer inovar (arriscando pouco, é certo!) - um factor omnipresente na virtuosidade de alguns temas:
Badly Broken Butterflies,
Amor,
Love Hides e
People Always Talk About The Weather. Estão presentes sonoridades que nos reportam para (p)referências comuns e óbvias -
Tosca,
New Order ou
Depeche Mode, são apenas alguns dos nomes perceptíveis no universo a que
Yonderboi se socorre para criar canções novas que soam a algo reconhecível mas que apetece ouvir.
Splendid Isolation reflecte a maturação pelo tempo e a experimentação sonora -
um processo artístico em curso. Não fica para a história, mas marca o momento. E reflecte o mal do inevitável 2º disco - como ultrapassar a excelência do 1º!?...
* in
SARL/
Jornal dos Açores edição de 27.01.06
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